História After You - escrita por Clawen


Capítulo 17
Capítulo 17 - Jealous


Notas iniciais do capítulo

❤❤❤



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Os gêmeos foram correndo ao encontro dos tios que tanto eram apegados. Sophie sentou ao lado de Claire e Sam no colo do Owen, sem dúvidas aquelas crianças eram a alegria da casa.

— Tia? - a pequena olhava curiosa o hematoma na testa da ruiva.

— Oi princesa... - acariciava os cabelos da pequena.

— O que é isso na sua testa?

Claire arqueou as sobrancelhas e arrumou a própria franja rapidamente tentando esconder e olhou para Owen. As crianças não sabiam do incidente, era melhor assim.

— Eu bati na... na... Pia do banheiro. - gaguejou.

— Por isso você estava gritando? - foi a vez de Sam perguntar.

A ruiva ficou estática e ficou extremamente vermelha de vergonha, não sabia o que responder.

Owen sorriu sacana para a esposa, as crianças não entenderam obviamente.

— A Claire e eu estávamos brincando... quem dava o grito mais alto... - Pisca para a esposa.

Claire queria que um buraco se abrisse naquele momento e a engolisse.

— TIAAAAAA... - Gray surgiu na sala seguido Zach, cumprimentaram os tios e se juntaram aos quatro no sofá.

— Como está tia Claire? - Zach perguntou.

— Estou ótima... - fez sinal para os dois para que entendessem que os gêmeos não sabiam.

— Que bom tia... - Gray sorri para ela.

— Ela e o tio Owen estavam brincando de quem grita mais... Também queremos brincar, tio. - a pequena disse animada.

— SIMMM!!! - Sam concordou com a mesma empolgação, enquanto Zach e Gray encaravam os tios sem entender.

Owen interveio.

— Melhor não, a Claire está cansada e precisa de silêncio. Nada de gritaria por hoje...

Ela suspirou aliviada, os gêmeos fizeram um bicão o que achou muito fofo.

— Por que vocês não pegam aquele jogo da memória que eu e o tio demos, e brincamos?

— SIMMM! - os dois responderam ao mesmo tempo animados. E correram para ir buscar.

— Tio, vamos jogar vídeo game? - Zach sugeriu.

— Claro, vamos lá!

*

Owen tinha pedido para conversar com sua mãe na varanda enquanto Claire estava com Karen na sala, vendo catálogos de roupas para bebês. O jantar já havia sido servido e as crianças já estavam na cama. Ele tinha tantas dúvidas em sua cabeça, e somente sua mãe poderia lhe ajudar.

— Então filho, o que aconteceu?

— Eu tenho tantas dúvidas mãe... Não sei como cuidar de uma criança, como ser um pai, o que fazer para a minha filha...

— Seu pai também teve muitas dúvidas quando vocês nasceram, e ele não tinha os pais para perguntar. Mas então ele agiu com instinto paterno. Você olha para aquele pequeno bebê e vê como é frágil e precisa de todo o nosso cuidado e atenção. Os sentimentos afloram e você simplesmente sabe o que fazer, mas o mais importante de tudo é dar amor ao bebê.

— Mas é tão difícil mãe, cuidar de uma vida tão pequena, sendo que mal aprendi a cuidar da minha. - Owen encolheu os ombros, e Tereza riu.

— Você tem a Claire, e ela tem você. Juntos vão saber como cuidar de uma criança, como dar a melhor educação. Não precisa se remoer em dúvidas, apenas seja pai.

*

Claire e Karen babavam as coisas de bebês, eram tão lindas.

— Claire... Olha que vestido lindo... E esse lacinho. - disse toda bobona. - Vou comprar...

— Karen... Melhor esperar. Ela já tem muitas roupinhas.

— Me deixa, quero mimar a minha sobrinha. - a ruiva sorriu para a irmã e bocejou. - Está cansada né?

— Bastante, e sem fazer nada... Isso é terrível. Antes trabalhava o dia todo e sempre estava disposta... Agora... - respirou fundo.

— Calma Claire... Daqui a nove meses tudo volta ao normal. - Claire sorriu para a irmã.

— Faz um favor para mim... Pega meu notebook que está na minha bolsa lá em cima no quarto do Owen, e coloca no guarda roupa no quarto que estamos agora.

— Claire! Não acredito que vai trabalhar. - a repreendeu.

— Eu preciso Karen, por vários motivos... Eu não aguento ficar sem fazer nada, vamos passar vários dias longe de lá. E... Eu não sei o que vou fazer quando sair de licença. Owen não quer ficar no meu lugar. - desabafou, a irmã a encarava em silêncio. - Eu não sei o que fazer, não vou deixar o nosso parque nas mãos de qualquer um.

— Eu sei Claire... Tenha paciência... Pode ter certeza que está sendo difícil para ele também.

— Eu sei... - suspirou. - Ele já faz tanta coisa, faz um trabalho excelente. - sorriu com orgulho do marido. - Você precisa vê-lo trabalhando Karen, é tão dedicado, da para ver o amor que ele tem pelo o que faz. Ele me inspira, o melhor parceiro que poderia ter na vida, em todos os sentidos...

— O amor é lindo mesmo... - sorriu para a ruiva que retribuiu.

O loiro atravessou a sala principal e chegou até onde elas estavam.

— Karen, se me der licença vou levar uma ruivinha para cama agora mesmo...

— Claro, vão lá descansar... - a loira sorriu para os dois.

— Boa noite, não esquece o que eu pedi...

— Sim senhora...

Claire olhou para o marido enquanto ele a carregada.

— O que você tem?

— Eu nada. O que pediu para sua irmã? - a colocou finalmente na cama tirando seus sapatos.

— É... Nada demais... - sabia que se Owen soubesse, a reprenderia. tirou o hobby de seda e puxou o cobertor para cima de si. - Vem... Vamos dormir amor.

— Ah, voltamos para fase de esconder as coisas um do outro agora? - Questionou com o tom de voz seco.

Claire respirou fundo revirando os olhos.

— Eu não estou escondendo nada, só pedi para a Karen pegar o meu notebook lá em cima na minha bolsa. - deitou.

— Para que? - Como não obteve resposta, o loiro aproximou-se dela ainda mais. - Eu te conheço Claire Grady...

— Para trabalhar. - disse de olhos fechados para não o encarar.

— Trabalhar? Você pode tirar essa ideia da cabeça ruiva, porque você vai voltar a trabalhar só quando a Clarisse já estiver subindo nos móveis e jogando as coisas no chão.

Ela abriu os olhos rapidamente se sentando.

— O que? Nem sonha com isso Owen. Vou trabalhar sim, não vou fazer esforço nenhum com computador. Você não pode me impedir de trabalhar. - estava indignada.

— Não quero te obrigar a nada, mas estou pensando no seu bem e da minha filha. Será que é errado?

— Não, pelo contrário eu não tiro a sua razão. Mas Owen, não faz sentido. Você sabe o quanto eu amo meu trabalho, não imagina como é difícil para mim ter que ficar sem fazer nada nessa cama. É a minha essência, faz parte da minha vida. Já vou ter que ficar vários meses de licença... - suspirou. - Depois que a Clarisse nascer, tudo vai mudar.

— Vou pensar. Não quero te ver passar por nada estressante por um bom tempo. Já basta o que houve na escada. - Disse seco apagando a luz do abajur e se deitando ao lado dela.

— Eu já decidi Grady. - respondeu no mesmo tom virando para o lado oposto a ele.

— Tudo bem. - O Owen do passado provavelmente discutiria e lhe tiraria o notebook, mas não o faria. O loiro encarava o teto esperando a esposa adormecer.

O que não aconteceu, Claire pegou o livro que lia mais cedo acendendo o abajur e começou a ler. Owen observou de canto de olho sem dizer uma palavra. Ela estava concentrada no que lia, não percebeu que ele ainda estava acordado. As horas foram se prolongando, já era quase uma hora da manhã. A ruiva acabou adormecendo com o abajur ligado e o livro caído sobre o peito.

Owen notou a respiração calma dela, sinal de que havia dormido e ergueu-se para verificar. Cuidadosamente retirou o livro colocando-o sobre a cômoda ao lado e apagou a luz. Após beijá-la na testa e cobri-la bem voltou a se deitar. Revirou na cama sem conseguir dormir, a madrugada parecia se arrastar, e ele nunca desejou tanto o sol em toda sua vida. As palavras da mãe ecoavam em sua mente como um mantra.

" (...) Não precisa se remoer em dúvidas, apenas seja pai. "

Bufou e levantou-se indo até a sacada do quarto. Ficou a contemplar a noite, então voltou os olhos para cama e novamente uma sensação de dúvida o inundou. Ali sua amada estava deitada, ressonando tranquilamente com sua filha no ventre.

Owen sentia-se com raiva de si mesmo por sentir essas coisas, sempre foi um homem duro e principalmente com os outros, e agora via-se dependente daquela presença feminina, e não por apenas para o prazer carnal. Como se não bastasse a preocupação de quando sua primeira filha nascesse a noite em que Sarah morreu era como uma lembrança distante, mas ainda dolorida. Principalmente quando pensava se Claire iria ter o mesmo destino.

"Minha culpa."

Voltou para cama e deitou, definitivamente precisava dormir. Depois de um tempo, caiu na inconsciência sonhando com um par de olhos verdes esmeraldas.

*

Não demorou muito e logo o dia nasceu, Claire acordou com a claridade do quarto. Virou para Owen que estava adormecido, mal ele sabia que a ruiva viu a sua inquietação durante a noite, e aquilo a estava preocupando. Ficou em silêncio o observando dormir.

O que ela não sabia era que já estava mais tarde que o normal e logo um cheiro de torta de maça e banana invadiu o olfato e Owen despertou pouco antes da mãe dar três batidas na porta avisando que o café estava na mesa.

— Daqui a pouco saímos senhora Grady... - a ruiva respondeu.

— Está bem filha... - Voltou para a sala.

Claire permanecia encarando Owen sem se mover, como se tentasse decifrá-lo.

— Bom dia...

— Bom dia ruiva.

Owen levantou-se cansado e entrou no pequeno banheiro para sua higiene matinal. Enquanto tomava banho, encostou a cabeça na parede fria do banheiro e obrigou-se a pensar em outras coisas que não fossem na morte de sua ex-mulher grávida, ou iria ficar maluco se a linha de seus pensamentos estivessem naquilo.

Claire levantou cuidadosamente e foi até o banheiro, estava nítido que Owen não estava bem e aqui a deixava angustiada. Retirou toda a sua roupa e se aproximou cautelosamente o abraçando por trás.

— O que você tem, meu amor? - disse suavemente.

— Eu? Nada. Só dormi pouco. - Desconversou enquanto pegava o sabonete.

— Por que está mentindo para mim? - se afastou um pouco.

— Quem disse que estou mentindo? - Disse sério se voltando para ela. - Vem cá, vou te ensaboar...

Ela segurou a mão dele gentilmente.

— Eu vi como estava ontem a noite depois que conversou com a sua mãe, não conseguiu dormir ontem à noite. Sei que não está bem... Me conta o que você tem...

Owen começou a fazer espuma na pele dela esfregando delicadamente.

— Não teve nada demais, Claire. Só preocupações.

Ela o encarou por alguns segundo.

— Você fala sobre sinceridade, sendo que ela não é recíproca. - engoliu sua vontade de chorar. - Se quer ser individualista, não me cobre quando eu também for. - pegou a toalha e quando ia sair, Owen a segurou.

— Vai sair cheia de sabão?

— Sim... Termino meu banho depois que você terminar o seu.

— Você é muita mimada, Dearing. - arrancou a toalha dela e a fez de enxaguar antes de terminar o seu. Quando terminou, se vestiu e foi tomar café na mesa. Estava faminto.

Claire ficou para trás, quando terminou de se vestir voltou a deitar. Mandou uma mensagem para Karen pedindo que levasse o seu café da manhã e o notebook. A loira que já tinha tomado café, assim que viu a mensagem, foi fazer o que a irmã havia pedido.

Owen conversava com os sobrinhos que estavam bastante animados com a ideia de reformarem um velho trenó que Owen havia ganhado de natal ainda criança. O homem prometeu aos sobrinhos que logo começariam.

Quando terminou, levou algumas rosquinhas para a esposa no quarto.

— Você não tem jeito mesmo, não é?

— Owen... Por favor, me deixa sozinha... - estava visivelmente magoada. - A Karen vai trazer o meu café...

— Ultimamente eu tenho pensado muito na Sarah. Depois que sonhei com ela. Era um sonho estranho... mas me deixou perturbado. Me fez lembrar de tudo... e só consigo me preocupar com você e nossa filha. Não quero que tudo se repita.

Claire deu um longo suspiro, agora pode entender.

— Owen, isso não vai acontecer. Por que está pensando nisso? não pode deixar que o seu passado atrapalhe a nossa felicidade. Sei que foi tudo muito difícil, mas é passado. Nós somos o seu presente e futuro... – levantou e foi até ele o abraçando forte. - Meu amor... Nós duas estamos bem, não vai acontecer nada com a gente. Eu te prometo. Tá bom? Estamos ótimas e precisamos muito de você com a gente. Vamos superar isso juntos.

— Desculpe Claire, eu... eu achei que tinha superado isso. É frustrante sabe... eu aceitei de certa forma. Mas parece que isso voltou a me assombrar. É como se fosse um mal pressentimento.

— Não precisa me pedir desculpas... Nós vamos te ajudar a superar isso. Vem cá... - o puxou pela mão e se deitaram na cama. Fez o loiro deitar a cabeça em suas pernas e começou a fazer carinho em seus cabelos. - Relaxa meu amor, estamos aqui com você. Dorme um pouco...- sussurrou. - Logo vamos estar com a nossa princesa nos braços.

— Não consigo dormir...

— Tudo bem... Só tenta relaxar. Não se prenda a esse sentimento Owen, ou vai deixar de aproveitar os momentos bons com a gente. - ela temia isso, e estava pensando na possibilidade de levá-lo a um psicólogo. - Nós te amamos.

Owen fechou os olhos e se permitiu sentir o cheiro doce de baunilha em suas narinas até adormecer. Porém acordou mais tarde com a mãe gritando com os netos para saírem de cima dele.

— Tio! TIOOOOOO o trenó tioooooooooo!!!!

— Calma crianças! Não está vendo que o tio de vocês está dormindo. - Claire os repreendeu.

— Desculpa tia. - os dois disseram juntos.

— Deixa o tio mais um pouco aqui e depois ele vai com vocês. Está bem? - sorriu para os pequenos que logo assentiram.

A senhora Grady sorriu e retirou os pequenos do cômodo. Claire se debruçou nele o enchendo de beijos no rosto.

— Uhmmm que homem cheiroso... Já está quase na hora do almoço.

— Pode ser pernil suíno com queijo amor... - Sorriu sussurrando no ouvido dela com voz grave.

— Acho que não será isso... - sorriu e o abraçou. - Que bom que dormiu um pouco... Fiquei o tempo todo aqui cuidando do seu sono. Pena que foi despertado antes... Parece que tem um compromisso, Senhor Grady. - brincou.

— Tenho sim. E você trate de sair desse quarto e ir tomar um sol, Claire Grady.

— Aí não.... Está muito frio lá fora... - disse com voz manhosa e se espreguiçando. - Vou dormir... - deitou e se enrolou toda com o edredom puxando até a parte que estava nele.

— Claire... minha nossa hein. Como você é difícil de lidar. - Owen fechou a cara e foi se agasalhar.

— Olha Owen, se você não sabe brincar, tudo bem. - se irritou. - Sou tão difícil quanto você! - tirou a coberta e pegou o notebook. - Se te incomoda tanto o meu jeito. Não sei o que está fazendo comigo, estou cansada de te ouvir reclamar de mim. - Bufou e começou a ler seus e-mails.

— Eu só tento te ajudar, mas você não me ajuda a te ajudar Claire. Céus! - Owen retirou o notebook dela e o cobertor. - Vem, vamos lá para fora. Veste uma blusa.

Claire começou a chorar se sentindo mal com tudo aquilo.

— Me ajudar, me criticando? O problema sou eu Owen... Nasci para ficar sozinha. Ninguém me suporta, por isso não tive nada sério com ninguém antes. Eu tento melhorar a cada dia...

Owen sabia o motivo dela estar daquele jeito, então apenas pegou a blusa e vestiu nela, e colocou meias quentes nos pés.

— Pára de falar bobagens. Eu amo você. Só é manhosa e birrenta, principalmente grávida. Vem... - O marido a ajudou a se levantar. - Pode brincar com seu notebook lá fora. A Karen e a mamãe estão lá tomando chocolate quente.

— Deixa ele aqui... Vou ficar com vocês. - o colocou na cama e abraçou o marido. - Espera eu terminar de chorar... - molhava a blusa de frio do marido. A cada dia que passava, ela ficava mais sensível, ainda mais quando discutia com o amado.

— Hey, já passou... passou amor. Olha só que dia lindo está fazendo lá fora. Devíamos aproveitar, logo vamos ter uma tempestade de neve... - Owen afagava as costas da ruiva com carinho para acalmá-la.

— Está bem... - secou o rosto e o deu um selinho demorado. - Vamos...

O loiro a pegou no colo, logo se juntaram a família. Claire ficou sentada com Karen e Teresa.

*

A noite de ano novo não demorou a chegar, e com ela a casa cheia e muita fartura na mesa da família Grady. O sol havia sumido fazia alguns dias, e o frio ao invés de dar uma trégua, parecia se intensificar cada dia mais. Bárbara ainda estava na cadeia sem previsão nem de sair. O que deixou todos aliviados, principalmente Owen.

Enquanto jantavam na mesa, as crianças conversavam sem parar.

— Tio, a Clarisse come na barriga da tia Claire?

— Sim Sam, ela come a comida que a mamãe dela come.

— A tia engole a comida e a Clarisse pega a comida mastigada e come?

— QUE NOJOOOO! - Sophie exclama com uma careta. Os adultos se divertiam as gargalhadas com aquelas perguntas.

— Na verdade todos os nutrientes que a Claire come, o bebê absorve...

— Como ele aborsove? - Sam pergunta.

— Absorve, burro! - Soph interrompeu.

— Sophie, já te falei sobre chamar seu irmão de burro não falei? – Tereza a repreendeu.

— Sim vovó...

— Vai ficar sem sobremesa.

Mesmo com a pequena abrindo um escândalo no meio do jantar, a mais velha não hesitou em manter o castigo.

Claire observava o jeito da pequena. Como seria a sua filha? Ficou imaginando por um tempo. Até que o jantar já havia terminado, todos estavam reunidos na sala esperando o ano novo, todos vestidos de branco. Claire estava com um vestido longo branco. Ela é Owen estavam sentados no sofá.

— Amor... Lembra do nosso ano novo em Miami? - sorriu com a lembrança.

— Lembro sim. Você estava linda... e a festa com o Braddy Cooper? Primeira vez que foram apresentados... - Owen tocou o rosto dela e a beijou docemente.

— Sim... - sorriu segurando sua mão. - Fizemos aquela loucura no terraço... Nos amamos loucamente aquele dia... - sussurrou e o beijou novamente.

— Ah, acho que tinha alguma bebida afrodisíaca... e eu só passando a mão em você e você gostando... - Mordeu o lábio inferior da ruiva puxando-o sensualmente.

— Senhor Grady... Não me provoque assim... Sabe o que isso causa em mim... - suspirou. - Quem imaginaria que depois de um ano estaríamos casados, e esperando a nossa primeira filhinha... - Foi a vez dela de morder o lábio dele.

— Ah é? – a beijou novamente.

Durante a contagem regressiva, Owen ficou abraçado o tempo todo com a esposa. E Clarisse no meio deles.

— 5...4...3...2...1... FELIZ ANO NOVO!!! - todos gritaram juntos.

Claire abraçou com força o marido.

— Feliz ano novo, meu amor.

— Feliz ano novo ruiva! - Owen a abraçou apertado até vir outras pessoas abraça-los também. Quando se afastaram ele começou.

— Sabe, esse vai ser o nosso ano. A Clarisse nasce daqui... quantos meses?

— Cinco meses... Nossa, está chegando. - disse empolgada. - Amor, na próxima virada de ano ela já vai estar com a gente. Tenho tantos planos para compartilhar com você... - o deu um beijo inesperado.

A noite seguiu tranquila e animada. Owen foi buscar um drink sem álcool para os dois e ficaram observando a festa enquanto namoravam só os dois em um canto.

— Imagino ela no ano novo com o vestidinho branco amarrotado de tanto pular pela casa...

Claire deu um sorriso bobo.

— O laço do cabelo vai ter caído e vai estar só com um dos sapatinhos... Imagina quando ela se juntar com os gêmeos... Vamos ficar doidos.

— Provavelmente.

Os dois sorriram cúmplices, até que o marido decidiu levá-la para cama.

*

Uma semana mais tarde já estavam de volta em Nublar. Owen e Claire haviam acabado de tomar o café da manhã quando o loiro analisou mais uma vez os hematomas que quase não existiam mais.

— Está vendo... - segurou a mão dele e beijou. - Eu estou muito bem... Estamos. - suspirou. - Amor, eu quero te pedir uma coisa...

— Pode me pedir o que quiser, exceto o divórcio.

— Nem de brincadeira pediria isso... - sorriu o dando um selinho. - É... retira a denúncia que fez da Bárbara... Por favor?

Owen olhou-a desacreditado e levantou-se possesso de raiva.

— Você.... perdeu o juízo?

Claire respirou fundo, já esperava essa reação.

— Owen... Ela já está há quase três semanas na cadeia. Graças a Deus não aconteceu nada com a nossa filha, acredite... Se tivesse acontecido algo, teria cuidado dela com minhas próprias mãos. Seus tios estão sofrendo... Por favor, por eles. Mas com a condição vai ser nunca mais chegar perto de nós.

— E você acha que ela vai respeitar isso? Ela é louca Claire! Céus!!!! Nunca!

— Hey... Calma amor... Tudo bem... - Foi até ele segurando sua mão. - Que tal irmos dar uma volta no parque? Ver como estão as coisas... - tentou acalmá-lo.

— Tenho que ir trabalhar. Temos uma visita hoje no Centro de Incubação. Quer ir ver?

— Não. Vou para o centro de inovação, tenho muita coisa para resolver. Inclusive, já vou indo... - Foi até o closet buscar sua bolsa.

— Sério mesmo? Vai ficar assim?

Ela voltou com a bolsa e o encarou sem entender. "Ficar assim?" Até que entendeu.

— Desculpe... Vamos, vou com você. - sorriu. - Depois você me deixa no centro de inovação?

— Não precisa se não quiser. - Disse já abrindo a porta. - Te deixo lá.

— Você quer que eu vá com você?

— Queria, mas você não quer. - Owen levou a esposa até o carro e deu carona até o Centro de Inovação como ela queria. Mal estacionou, Lauren surgiu com uma pasta na mão, acenando com a outra.

— Nossa Owen, que milagre aparecer por aqui. Estava indo para o Centro de Incubação... mas estou a pé.

— Bom dia para você também Lauren.

A loira sorriu envergonhada e cumprimentou o loiro com um bom dia tímido. Quando notou a ruiva no banco ao lado olhando-a de óculos escuros como se a analisasse friamente, ela corou imediatamente.

— Bom... bom-bom dia Senhora Claire.

— Bom dia Lauren. - disse rispidamente. - "Milagre"?...Não entendi o seu comentário inoportuno. Pega carona com um dos carros que faz translado pelo parque. - virou para Owen. - Vamos para o centro de incubação. Eu vou com você.

Até aquele instante Owen a olhava com olhar de repreensão e sussurrou.

— Acho que não custa nada socorrer nossa funcionária, não é amor? Céus.

Owen estava envergonhado pela forma grosseira da esposa, mas de certa forma a entendeu. Lauren pareceu ignorar e já foi abrindo a porta de trás e entrando, colocou o cinto.

— Nossa, o calor está infernal hoje né gente? - Tentou soar amigável.

Claire nada disse o caminho todo, odiou a forma de como foi contrariada na frente de Lauren. Sem dúvidas ela não deixaria isso passar. Estava furiosa.

Owen jurou para si mesmo que foi o caminho mais longo que já fez na vida. Quando chegaram no local, foi como se um peso tivesse saído de suas costas. Porém Lauren parecia não querer sair de perto dos dois.

— O doutor Wu vai mostrar os novos filhotes durante a visita. - Owen tratou de pegar os crachás dele e da esposa quando Lauren mais uma vez surgiu.

— Pegou o meu, Owen?

Claire que até então estava calada, não deixaria aquilo passar.

— Lauren... É senhor Grady! - tirou os óculos escuros a encarando com os olhos cerrados. - Entende uma coisa, a funcionária é você. Meu marido é seu gestor, não tem que fazer favores para você. Mas ele é educado demais e não saber dizer um “não”, só que eu não sou igual a ele. - estava visivelmente irritada. - Então presta atenção no que eu vou te dizer, se põe no seu lugar e faça apenas o seu trabalho. O que foi contratada para fazer. - estava quase face a face com a loira.

Lauren ficou visivelmente sem graça e sem ter o que dizer.

— Eu...eu... é... eu... eu... me-me desculpe Senhora Gr-Grady...

— Claire! Lauren, perdoe-me. Minha esposa está com os nervos à flor da pele por causa da gravidez... - Ele envolveu ela pela cintura e a levou para o interior do local, irritado, mas se conteve.

— O que foi agora, Owen?

— Eu que pergunto. Não precisava daquilo tudo.

— Precisava sim! Ela já passou de todos os limites... Owen, ela dá em cima de você com a maior cara de pau...

— Cara de pau... pau é o que você vai levar mais tarde...

Claire ficou muda com o que acabará de ouvir. Balançou a cabeça negativamente.

— Vou para o centro de inovação... - colocou novamente os óculos escuro e foi em direção a saída.

— Você é indecisa assim mesmo ou está tirando onda com a minha cara? - Foi atrás.

Ela parou de andar furiosa se virando para ele. Retirando os óculos.

— Tirando com a sua cara Owen?... Você é um idiota! Eu queria ver se fosse eu dando carona para um homem, se você iria gostar. Se eu souber que está dando carona para essa mulher Owen...

— Está disposta a brigar mesmo por causa disso? Eu dei carona sem intenção alguma. E eu não estava sozinho, você estava lá comigo. Poxa Claire!

Naquele mesmo instante Lauren surgiu atrás do Dr. Wu e alguns investidores e demais visitantes importantes. A excursão iria se iniciar e a loira parecia bem interessada na pequena discussão.

Owen tinha razão, ela ficou extremamente abalada. Colocou os óculos novamente sem ao menos responder o "bom dia" dos investidores.

— Bom trabalho. - saiu do local, pegou um translado rumo ao centro de inovação.

Todos olhavam a cena mudos, mas Owen não foi atrás. Seguiu o passeio sozinho fingindo prestar atenção.

O dia foi se passando, Claire ficou por horas em frente ao computador em sua sala. Só parava para comer preocupada com a filha. Sem dúvidas foi difícil trabalhar depois de tudo o que aconteceu. Já era quase oito da noite, Ela ficou até tarde no escritório. Ao sair, passou no banheiro, assim que terminou de fazer xixi e saiu. Deu de cara com Lauren.

" Só pode ser brincadeira" suspirou.

A loira estava aparentemente se arrumando, parecia que ia para algum lugar. Estava se maquiando, quando percebeu a presença da ruiva, ficou tensa. Claire se aproximou para lavar as mãos, quando olhou para Lauren percebeu algo muito estranho e não teve dúvidas.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O MEU BATOM? - gritou assustando a loira.

— Do...do que está falando? - arqueou a sobrancelhas.

— Por que você está com o meu batom? - Bufou.

— Não é seu! - entrou em pânico.

— CLARO QUE É!!! - puxou o batom da mão da loira. - Está vendo aqui a tampa... As iniciais "C.D."?... É de Claire Dearing! Esse batom é exclusivo. - Ela estava vermelha de tanta raiva. A loira no desespero, mentiu.

— Foi o Owen que me deu. - ao dizer deu um passo para trás, temia a ruiva.

Ouvir aquilo foi um grande choque para Claire, não conseguia raciocinar. Pegou sua bolsa e foi depressa para casa.

Owen havia tido a ideia de preparar um jantar à luz de velas afim de acalmar os ânimos da esposa. Preparou com todo amor do mundo e deixou tudo pronto para quando ela chegasse. Quando Claire abriu a porta de entrada, o sorriso de contentamento do loiro logo se transformou em uma expressão de confusão.

— Por que deu o meu batom para a Lauren? - jogou a bolsa no sofá, transtornada.

— Oi? Como assim? - Owen se aproxima dela em vão. - Claire, tira essa mulher da cabeça pelo amor de Deus... vem cá. Está estressada...

— NÃO CHEGA PERTO DE MIM! - se afastou. E pegou o batom no bolso. - Esse batom Owen... O que eu deixo no seu carro e por incrível que pareça havia sumido. E hoje eu vi com... AQUELA MULHER! Ela disse que foi VOCÊ QUE DEU PARA ELA!

— Pensa comigo. Porque eu daria uma coisa sua para ela, Claire? Pensa direito.... pensa junto comigo. - Disse com toda calma do mundo. - Não dei nada a ela. Isso nem faz sentido. Nem somos amigos o suficiente para esse tipo de coisa, MESMO que fosse, seria totalmente inapropriado. Eu sou casado com você!

— E o que o meu batom está fazendo com ela?

— E eu vou lá saber? Você deve ter deixado cair...

— Ele fica no seu carro, Owen! - Respirou fundo. - Você deu carona para essa mulherzinha?

— Dei aquela vez e você sabe disso... - Owen parou para raciocinar. Agora tudo fazia sentido. Ela havia furtado o objeto. Mas era correto demais para acusá-la.

Claire jogou o batom no chão e se sentou no sofá. Apoio os cotovelos nas pernas e apoio a cabeça nas mãos, o máximo que conseguiu devido a barriga.

O loiro pegou o objeto e o colou na mesinha de centro.

— Fiz seu jantar... aquele macarrão que você gosta. - Olhou para a pequena travessa na mesa a esfriar. - Claire... eu sei que está com ciúmes. Mas não tem porque. Ela não tem nada interessante. E essa história é mentira.

— E se tivesse algo interessante para você? - levantou a cabeça para encará-lo.

— Eu só tenho olhos para uma mulher e me casei com ela. - Contrariado com aquela situação desgastante, Owen foi desanimado para o escritório já deixando a gravata do pescoço frouxa. Com certeza era um dos piores dias.

Claire ficou pensativa por um bom tempo, confiava no marido. Era impossível não ter ciúmes dele. Mas ela iria descobrir como Lauren pegou o batom e por qual motivo inventou aquela história toda.


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Notas finais do capítulo

❤❤❤



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