Instantes depois, eis que Camus, Hyoga, Ami e Michiru, que estava vestida como Princesa Netuno, chegam ao Santuário Submarino de Poseidon.  Ami, por sua vez, fica impressionada em ver como são as coisas por ali. 

AMI:  Nossa...  isso é incrível!  O mar, acima de nós, até parece o céu da Terra.  E até podemos respirar aqui embaixo, além de andar com os corpos secos – diz. 

HYOGA:  Verdade, meu floco de neve.  Já estive aqui antes, quando da batalha entre Atena e Poseidon.   

CAMUS:  Temos que ir até a sala do trono de Poseidon, ele nos quer lá, por algum motivo.   

MICHIRU:  Papai...  ele está para lá - aponta em direção ao norte. 

E vão caminhando rumo ao templo principal.   

Na superfície, outras coisas se passam.  Shiryu e seu grupo chega ao Cabo Sounion, onde Hyoga, Ami, Camus e Michiru estavam. 

SHIRYU:  Como...  Hyoga e os demais...  pularam no mar? - indaga. 

MARK:  Exatamente, Dragão.  Um grande rodamoinho se abriu na superfície do Mediterrâneo, e uma voz bem alta os chamou para o fundo. 

BETH:  Disse ser Poseidon... 

SEIYA:  Poseidon...  o Imperador dos Mares?!  Mas o que eles foram fazer lá embaixo, afinal de contas? 

MARK:  De repente, Michiru mudou de vestes, transformando-se numa princesa, e dizendo que seu pai a chamava. 

SETSUNA:  Então foi isso que aconteceu! - diz. 

SHIRYU:  Como assim, Mestra? 

SETSUNA:  Michiru, a Princesa Netuno, é filha de Poseidon, o Senhor dos Sete Mares.  Ele sentiu a energia dela a emanar deste ponto, e por isso a chamou. 

MARK:  Tudo que eu sei é que ela resolveu tocar seu violino, eu, então, peguei minha flauta, e tocamos juntos.  Talvez Poseidon tenha ouvido o som da melodia, mesmo lá do fundo do mar... 

SAEKO:  Só espero que Camus e Ami saibam o que estão fazendo.  Que perigos eles podem encontrar lá embaixo? - indaga, preocupada. 

SERENA:  Não se preocupe, Senhora Mizuno.  Eles sabem o que fazem.  E Poseidon está mudado, tanto que seus soldados até nos ajudaram muitas outras vezes. 

De fato, os heróis estão certos.  Poseidon não é mais o imperialista de outrora, quando daquela vez que tentou fazer da Terra um grande oceano. 

No Santuário Submarino, os heróis caminhavam em direção ao templo do trono do Poseidon, se orientando pelos passos de Michiru, que estava transformada na Princesa Netuno.  Depois de algum tempo de caminhada, eis que lá chegam. 

CAMUS:  O templo do trono de Poseidon...  chegamos! - diz. 

MICHIRU:  Papai...  finalmente poderei revê-lo – sorri. 

Os heróis entram no templo.  E lá estavam os Marinas e as Bruxas Espaciais a esperá-los. 

ISAAK:  Mestre Camus, Hyoga, Ami...  que bom que vieram! - diz. 

CAMUS:  Isaak...  enfim, estamos aqui. 

POSEIDON:  Minha filha...  minha amada filha...  enfim, você voltou!  

MICHIRU:  Papai... 

Ambos se abraçam um ao outro, emocionados.   

POSEIDON:  Minha filha...  graças a Netuno, você está de volta.  Como senti sua falta... 

MICHIRU:  Também senti muito sua falta, papai... 

Hyoga, Ami, Camus, bem como os Marinas e as Bruxas Espaciais também se comovem com aquela cena. 

VILUY:  Isso é tão lindo...  Poseidon reencontrou sua amada filha – diz, abraçada a Isaak, com lágrimas nos olhos. 

ISAAK:  É verdade, meu bem.  Poseidon, há muito, acreditara ter perdido sua filha, quando da destruição do Milênio de Prata pelas forças de Ares. 

POSEIDON:  Me perdoe por não ter agido antes, quando Ares atacou o Milênio de Prata, filha.  Infelizmente eu estava tentando deter o avanço das forças de Hades, que queriam escurecer a Terra para sempre, e não me dei por conta do que ele e o Negaverso fizeram.  E quando eu soube do ocorrido, todos tinham sido mortos.  Senti-me impotente ao saber do que aconteceu a você e às demais Princesas... 

MICHIRU:  Isso foi há muito tempo, papai.  O Negaverso já é história.  Mas ainda bem que há mais guerreiros de grande valor e bondade, lá em cima, a conter as forças de Ares. 

Eis que Poseidon se volta para seu futuro “genro”. 

POSEIDON:  Camus...  muito obrigado por proteger a minha filha, nobre Príncipe do Gelo.  Sabia que você não ia decepcionar – diz. 

CAMUS:  Imperador – se ajoelha – a honra é toda minha em poder proteger sua amada filha. 

POSEIDON:  Pode ficar de pé, não é preciso de ajoelhar.  E como você e minha filha se amam, eu lhes concedo a minha bênção. 

Empunhando seu poderoso tridente, faz emanar uma reluzente aura, que irradia Camus e Michiru.  Era a bênção do Senhor dos Sete Mares!   

EUDIAL:  Incrível...  isso é tão lindo! - diz. 

BIAN:  Sim, minha amada, é simplesmente sensacional.  A bênção do nosso glorioso Imperador... 

POSEIDON:  Bem, como eu lhes concedi a minha bênção, podem retornar à superfície. Muitas outras pessoas queridas os aguardam. 

CAMUS:  Sim, Imperador Poseidon.  Eu, Camus Mizuno, o Príncipe do Gelo, hei de proteger vossa amada filha contra todos os inimigos, haja o que houver. 

POSEIDON:  Ami...  Hyoga...  também concedo a minha bênção ao amor de vocês, Príncipe Cisne e Princesa Mercúrio.   

HYOGA:  Obrigado, Imperador Poseidon.   

AMI:  Estaremos sempre a postos para proteger vossa amada filha, Imperador. 

MOLLY:  Ami...  fico muito feliz por ver que você e sua mãe finalmente encontraram seu irmão, depois de tantos anos – diz a General de Lymnades, e Princesa da Ilusão. 

AMI:  Obrigada, Molly.   

MICHIRU:  Papai...  precisamos ir agora, nossos amigos lá em cima nos esperam... 

POSEIDON:  Tudo bem, filha.  Que Netuno esteja convosco em sua volta – diz. 

CAMUS:  Que assim seja, Imperador! 

Uma grande bola de luz os envolve, levando-os de volta à superfície.   

KANON (pensando):  Camus...  você é, sem dúvida, um felizardo e tanto...  cuide muito bem da filha de vosso Imperador. 

No Cabo Sounion, os demais aguardavam Camus, Michiru, Hyoga e Ami retornar do Santuário Submarino de Poseidon.  Eis que veem uma grande luz dourada sair do oceano. 

SEIYA:  Olhem...  será que são eles? - indaga. 

Sim!  Eram os guerreiros da água e do gelo retornando de sua breve visita a Poseidon. 

SAEKO:  Filhos...  que bom que vocês voltaram! - e abraça Ami e Camus. 

CAMUS:  Sim, mamãe.  Foi uma visita breve a Poseidon... 

AMI:  Ele apenas queria rever sua filha, a quem não via há muito tempo. 

SAEKO:  Então é isso mesmo...  a Michiru...  ela é filha do Imperador dos Oceanos? 

MICHIRU:  Sim, Senhora Mizuno.  Poseidon é meu pai.   

SAORI:  Então Poseidon...  ele renunciou mesmo à conquista da Terra...  isso é muito bom! - sorri. 

DARIEN:  Que bom!  Isso abre caminho para que todos os seres da Terra, um dia, possam coexistir em paz. 

SHUN:  Bem...  vamos voltar para o Parthenon? - indaga. 

CAMUS:  Sim, Andrômeda, vamos todos. 

Enquanto os demais retornavam ao Parthenon, um deles parecia ter ficado para trás.  Era Shiryu! 

SHIRYU (pensando):  Tirando os últimos incidentes causados pelos berserkers de Ares, no demais, tudo tem andado tranquilo.  Mas...  será possível que Shunrei...  possa querer vir atrás de mim, até mesmo aqui?  Tenho que estar preparado, pois ela se revelou uma mente psicótica e obsessiva. 

LITA:  Shiryu... o que houve?  Por que não veio conosco? - indaga. 

SHIRYU:  Minha flor...  estava pensando em todos esses últimos acontecimentos que houveram, tanto no Japão quanto aqui.  E sinto que ainda não vimos o pior de Ares e seus berserkers.  Sei que eles estão tramando algo ainda maior contra nós, e temos que estar preparados o máximo possível. 

LITA:  Pois que venham eles!  Estamos preparados para tudo – diz, abraçando seu amado. 

SHIRYU:  Exatamente, minha flor.  Não deixarei que Ares domine o mundo. 

Enquanto o casal se retirava em direção ao Parthenon, alguém os observava à distância.  Oh, não...  era Shunrei!  Mas como ela conseguiu ir do Oriente até a Grécia, mesmo sem os incríveis poderes que dispõem os Cavaleiros?  Se ela estiver mesmo mancomunada com Ares – o que é um fato – com certeza está recebendo “ajuda” dos berserkers. 

SHUNREI (pensando):  Maldita troglodita de dois metros...  você é mesmo uma destruidora de lares.  Não a perdoarei jamais por me ter tomado o que é meu por direito, eu asseguro! 

Quem é ela para dizer que o Shiryu é seu, quando na verdade foi ela quem o traiu, e também traiu a confiança de Dohko?  E quanto mais ela pensar em vingança, mais há de se prejudicar com essa história toda.   

SHUNREI (pensando):  Se ao menos tivesse uma forma d’eu poder atingir diretamente essa gigante...  ela parece ser tão forte... 

???:  Ora, quem nós temos aqui...  frustrada por ter sido preterida? - indaga um desconhecido. 

Quando a chinesa olha para o lado, fica perplexa com o que vê. 

SHUNREI:  Mas...  não é possível!  Você devia estar morto...  como pôde voltar à vida? 

Era um homem bem alto, longos cabelos, e vestindo uma armadura em forma de tigre.  Mas espere...  esse aí... 

???:  Foi Ares quem me convocou para ser um de seus berserkers...  a mim...  OKKO!!!  O Tigre Assassino. 

SHUNREI:  Okko...  mas você...  você também agora é um soldado de Ares? - indaga. 

OKKO:  Sim!  E eu já sei do ocorrido entre você, Shiryu e Dohko.  Você não o devia ter traído, como o fez, acabou sujando sua reputação - diz. 

SHUNREI:  Ah, não, mais um a me dar lição de moral...  ainda mais alguém que devia estar descansando em paz...  isso não! - se irrita. 

OKKO:  É elementar!  Você pode fugir de seu passado o quanto quiser, ele sempre irá atrás de você, não importa onde esteja.  Mas isso agora não importa.  O que importa é que Shiryu, Dohko e todos os demais terão suas vidas oferecidas a Ares, o deus da guerra. 

Que vergonha!  Okko, outrora discípulo de Dohko, banido de Rozan por desobediência e rebeldia, e que havia se redimido de seus erros, ao morrer nos braços de Shiryu, quando este cego estava, agora volta como um peão a serviço de Ares...  vergonhoso! 

OKKO:  Por isso não se preocupe, Shunrei.  Shiryu terá o merecido por menosprezar você. 

???:  Não se esqueça de mim também - diz outro desconhecido. 

SHUNREI:  O que...  você também? - indaga. 

???:  Eu, o grande Aracne de Tarântula, estou de volta para ter a minha vingança contra Pegasus.  Ele me paga por me ter vencido em Jamiel, daquela vez. 

Melhor os heróis se precaverem o quanto antes, pois ao que parece, até os mortos Ares quer manipular.   

Enquanto isso, algumas coisas se passavam no Templo de Áries.  Mu estava a fazer uns reparos nos trajes dos Cavaleiros de Bronze, que sofreram diversos danos, ao longo das batalhas que travaram contra os berserkers.  As Sailors observavam o lemuriano a consertar os trajes, e ficavam surpresas em ver o quão ele é excelente ferreiro. 

SERENA:  Nossa...  isso é incrível, amor!  O Cavaleiro de Áries é um grande ferreiro – diz, impressionada. 

SEIYA:  Sim, minha lua dourada.  Todas as vezes que mais precisamos, ele restaurou nossas armaduras com suas ferramentas especiais. 

Após algum tempo, ele termina o reparo. 

MU:  Estão prontas! - diz – isso dará um reforço a mais para as próximas batalhas que estão por vir contra os soldados de Ares.  Mas tenham muito cuidado com os seus generais! 

SERENA:  Generais?! - indaga. 

MU:  Exatamente, Princesa da Lua.  Ares conta com um exército composto por 44 berserkers, divididos em quatro esquadrões.  Cada esquadrão, ao todo, tem 11 guerreiros, cada qual chefiado por um berserker general.  E esses são os mais poderosos e terríveis do exército do deus da guerra. 

SHIRYU:  Sim, é verdade.  Mestre Dohko já me falara a respeito desses berserkers generais.  São os mais poderosos de sua elite.   

LITA:  E se esses berserkers generais resolverem invadir o Parthenon, meu amor? - indaga. 

MU:  Mesmo que isso aconteça, este lugar é bem protegido, Lita.  Aqui eles não entram.  Não sem sofrer as consequências.  Nós, Cavaleiros de Atena, estamos prontos para lutar contra qualquer inimigo, às custas de nossas próprias vidas. 

Nisso, eis que o lemuriano tem uma ideia. 

MU:  Marinheiras Lunares...  eu posso ajudar a dar uma reforçada nos seus trajes especiais – diz. 

MINA:  Como assim, Mu? 

MU:  Basta que vocês se transformem, e eu lhes mostrarei. 

SERENA:  Muito bem, então...  PELO PODER DO PRISMA LUNAR!!! 

Todas se transformam.  O que pretende o lemuriano? 

MU:  Graças a esse pó estelar, suas vestes ficarão ainda mais poderosas.  Tão poderosas quanto as armaduras douradas. 

SERENA:  Pó de estrelas...  interessante! 

REI:  Estamos prontas, Mu. 

E eis que o cavaleiro ferreiro sopra um pouco do pó estelar de Gamalion nas Sailors.  Seus trajes, ao serem banhados pela poeira estelar, emitem um poderoso brilho dourado, e depois, voltam à normalidade. 

SETSUNA:  Nossa...  isso é mesmo incrível! - se fascina. 

HARUKA:  Agora sim, estamos prontas para uma futura batalha total contra os peões de Ares. 

HOTARU:  Até meu gladio parece mais forte do que nunca – diz, empunhando sua arma. 

MU:  Exatamente!  Isso confere também mais força às suas armas e demais técnicas.   

Mark Bennett e Beth Phoenix, que o tempo todo só observavam, sem quase balbuciar uma palavra, são chamados. 

MU:  Mark...  Beth...  isso também vai ajuda-los – e sopra um pouco do pó de Gamalion neles. 

Ambos sentem todo o poder concedido por aquele monte de poeira estelar. 

MARK:  Incrível...  parece que está dando mais força à minha armadura do Cruzeiro do Sul! 

BETH:  E meus poderes de Fênix... - e acende suas chamas – maravilhoso!   

MU:  Como Atena os acolheu como seus soldados, mesmo sabendo que são cristãos, isso lhes dá a honra de fazerem parte da nossa cavalaria. 

MARK:  Obrigado, Cavaleiro de Áries.  Graças a todo o poder de Nosso Senhor, e do Cruzeiro do Sul, Ares não levará adiante sua sanha maligna – fazendo a cruz com os braços. 

Melhor que os heróis estejam ainda mais preparados do que estão, pois Ares, ao que parece, está a querer manipular até mesmo os mortos, tal qual fazia Hades, no passado.  Se ele trouxe de volta Okko e Aracne, ambos desejosos por sua vingança contra Shiryu e Seiya, quem mais ele será capaz de trazer de volta, querendo revanche?  Será que Poseidon, futuramente, poderá também tomar partido nessa guerra, agora que teve sua filha de volta?