Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 76
Futuro - De volta pra casa


Notas iniciais do capítulo

A primeira parte desse capitulo, deixo um alerta de gatilho, as cenas podem ser fortes e incomodar alguns (eu sei como é foda ter crise de ansiedade) e isso aqui, é sobre isso.



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Eles haviam aparatado em Hogwarts, Shara não conseguia entender como ele havia feito tudo aquilo de forma tão ágil e rápida, mas a verdade é que o professor Snape a surpreendeu ao acatar o seu pedido, e se mover, segurando o corpo inerte da amiga com tamanha cautela em seus braços, enquanto Shara, seguindo seus movimentos o abraçou pela cintura, e agora... eles estavam ambos na enfermaria, onde Shara observava atenta os movimentos de madame Pomfrey, que circulava a maca onde Catie havia sido deitada, Pomfrey estava completamente surtada.

—Irresponsável – ela havia dito pela terceira vez – todos esses anos e não aprendeu nada, o que quer que eu faça com essa criança nesse estado? Sabe que não posso salva-la nessas circunstancias, deveriam ter chamado um médico trouxa – ela bufava, extremamente irritada - francamente homem, aparatar com ela assim... onde estava com a cabeça?

—É minha culpa – Shara interveio, era a primeira vez que ela estava falando algo desde que eles haviam pisado ali – eu o obriguei a traze-la – era verdadeiro, ela havia feito… quando ele certamente não faria... ele a havia alertado sobre os agravantes da viagem, mas ela o deixou sem opção, Shara não podia e não queria perder a amiga, e a ideia de deixa-la para trás, naquele estado, era irrevogável, Madame Pomfrey lhe lançou um olhar feroz, Shara nunca havia visto ela tão transtornada como naquele dia.

—E como foi isso? por acaso colocou uma varinha no pescoço dele? - ela cuspiu indignada - ambos irresponsáveis - ela finalizou.

—Não havia tempo para um médico trouxa – ele disse sério.

—Claro que não havia... e agora também não há tempo para recuperar qualquer dano causado aqui, por Merlin ela é uma criança trouxa, ela não tem magia, como podem ser tão inconsequentes os dois – ela estava exaltada, enquanto avaliava Catie e a medicava com diversos medicamentos e poções diferentes – eu não posso lidar com isso, onde está Antony? – ela disse revoltada.

—Por favor... – Shara chorou – não a deixe morrer… eu não posso perder ela… eu sei que a senhora sempre consegue – Shara estava angustiada, a ala hospitalar, a magia... e tudo ali, aquilo era sim sua última esperança.

—Criança – havia sangue em seus olhos – ainda não faço milagres, então melhor não ficar para presenciar isso – ela puxou a cortina da maca com brutalidade, mantendo Catie longe do seu ângulo de visão, Shara estava nervosa, abatida, cansada, desanimada, sentindo toda a tensão daquele dia se dissipar, ela olhou para suas mãos completamente sujas de sangue, agora o sangue estava seco... aquele era o sangue de Noah... ela sentiu os olhos do professor Snape sobre ela, ela o encarou, eles travaram uma longa troca de olhares ali, mas nada foi dito, Shara estava perdida, o que ela faria agora? o que seria da amiga?

—Severo Snape – Pomfrey gritou o nome dele, chamando sua atenção – faça algo de útil e me ajude a vira-la – ela chamou, e ele foi, Shara ficou do lado de fora, olhando para o vazio, mas aquele era o vazio da sua alma, sua amiga estava morrendo e mais uma vez aquilo era tudo culpa sua, ela havia acabado com qualquer família que Catie podia ter tido com seu pai um dia, Noah... e agora ele estava morto, havia sido brutalmente assassinado, mas antes de partir ele a incumbiu de algo, ela precisava lembrá-la, avisar Catie,  a filha dele, de que ele a amava, como Shara faria isso? se Catie, parecia estar padecendo ali…

—Você a trouxe para morrer em meu turno – ela ouviu Pomfrey disser, apenas confirmando seus pensamentos – Irresponsável, você é o adulto aqui Severo... sabe que deveria tê-la impedido, ela é apenas uma criança tola – Shara ouviu aquilo, ela colocou as duas mãos sobre os seus ouvidos, ela não queria mais ouvir nada ali… ela queria o silêncio, a praia o sol o mar… o seu coração estava disparado, ela sentiu que estava chorando outra vez, enquanto seu estomago revirava dando voltas e mais voltas a obrigando a procurar um lugar para esvazia-lo, ela caminhou... dando alguns passos para trás, ela não podia ficar para assistir aquilo... ela não podia suportar ver sua amiga partir... ela correu até o banheiro.

Ela e o banheiro da enfermaria tinham uma história, e também não era uma história boa, Catie certamente ficaria tão decepcionada se soubesse o que ela tentou fazer ali, Shara olhou sua imagem no espelho, lembrando de como ela o havia quebrado e o transformado em cacos naquele dia, então ela vomitou, na pia mesmo, ela abriu a torneira, deixando aquilo escoar... ela se afastou devagar, abrindo também o chuveiro, e ela entrou embaixo dele, mesmo vestida... ela precisava se livrar daquele sangue todo, lavar muito mais que o corpo, será que aquela agua podia lavar a alma?... ela deixou a água cair em cima da sua cabeça, enquanto aquela água se misturava com as lagrimas em seu rosto, ela esfregou as mãos e os braços com tanta força, que estavam vermelhos, Shara queria gritar, mas não havia voz alguma para isso... e ela também não podia fechar os olhos… já que a imagem de Noah, moribundo e suplicante pela filha era tudo que ela conseguia enxergar quando o fazia... ele estava morto. Ela levou as mãos até o rosto... mais limpas agora, então com força ela cravou as unhas na pele do seu rosto, ela se arranhou com toda a força possível, ela queria sentir dor... quanto maior a dor melhor seria, ela preferia sentir a dor do que ter que lidar com as lembranças daquele dia, do que ter que lidar com Catie morrendo a apenas alguns metros dali, ela viu o seu próprio sangue escorrer agora e se misturar com a água que caia no chão de pedra, ela ouviu a porta sendo aberta com força, e viu a expressão no rosto dele era de puro pavor, ele foi até ela sem dizer uma palavra sequer, e sem se importar se ele também se molharia em faze-lo, ele desligou o chuveiro de forma manual, ela não conseguia revidar, nem se mexer, nem correr... ela estava completamente enxarcada, seu rosto estava sangrando, ele convocou uma toalha limpa, se aproximou a enrolando com cuidado nela, ele segurou seu queixo da forma como sempre fazia, apenas para encarar seus olhos, sem qualquer expressão, ela estava apática agora, talvez a adrenalina tivesse baixado, ou talvez nada mais fizesse sentido.

—Não me concerte – ela conseguiu dizer, antes que ele fizesse algo para melhorar suas feridas recém feitas em seu rosto – eu preciso da dor... – ela sussurrou, e então ele a puxou contra o seu próprio corpo, faziam dias que ninguém a abraçava assim, dias que ela não sentia o contato físico de alguém como com ele, o calor humano e o cheiro de ingredientes de poções, ouvir aquele ritmo cardíaco, e aquilo foi o auge, ela enterrou o rosto em seu peito, e então ela chorou de soluçar, ela chorou por todas aquelas noites mal dormidas, chorou pela ausência dele, chorou por Medusa e sua história triste, chorou por Antony e seu fim próximo, chorou por Noah, pelo pai que Catie perdeu no dia em que ela entrou em sua vida, chorou pelo que aconteceu com sua mãe, pelo seu passado, pela sua total impotência diante do que havia acontecido essa manhã... Shara chorou, ele não disse nada, nenhuma palavra sequer, ele entendia, e aquilo era o que ela queria, era o que ela precisava e ele era o único que entendia.

—Severo... Shara – Antony disse parando na porta do banheiro – o que… Merlin… aconteceu aqui? – Shara não podia encara-lo, ela simplesmente não podia... ela estava tão vulnerável ali, envergonhada o seu estado era lastimável – Severo... eu vim trazer um recado do diretor – Antony não parecia à vontade em dize-lo, não naquele momento – ele pede sua presença imediatamente na sua sala, parece ruim – ele finalizou.

—Estou ocupado no momento – ela ouviu a voz grave dele, sem nenhuma pretensão de deixa-la, ela podia sentir aquilo, ele estava dando prioridade para ela ali? Sim… aquilo era algo que um pai faria? Certamente sim… mas atender o diretor deveria ser importante, aquela visita tinha sido uma tragédia, e com certeza era sobre isso que ele desejava falar, Noah estava morto, como eles justificariam isso? Shara não sabia, ela se afastou dele lentamente.

—Eu vou ficar bem – ela entendia a gravidade de tudo aquilo e o fato de chorar nele, havia ajudado um tanto a amenizar aquela dor, ela sabia que ele deveria ir, ela já tinha causado caos o suficiente… para simplesmente ser o motivo para o impedir de atender o diretor.

—Não... definitivamente não ficará sozinha nesse estado – ele parecia mesmo preocupado.

—Antony...  ele, pode ficar comigo e me ajudar – ela disse sem perguntar se de fato ele podia, mas Antony estendeu a mão para ela no mesmo instante, numa resposta positiva, ela acatou, e ele a puxou, também a envolvendo num abraço afetuoso, não era a mesma coisa, mas era igualmente bom.

—O que aconteceu com seu rosto princesinha? – ele perguntou com ternura, ela tinha vergonha de admitir que tinha sido responsável por aquilo… e por todo o resto, já o professor Snape parecia pensar em algo.

—Antony fará, mas não aqui, não a quero na enfermaria... – o professor Snape disse – nos meus aposentos – ele impôs, Shara achou que nunca mais pisaria naquele lugar… era estranho ouvi-lo sugerir aquilo outra vez, e por mais que ela apreciasse a ideia, ela não podia deixar Catie sozinha, e se ela acordasse?

—E Catie... e se ela…

—Me fez traze-la, a sua amiga… agora você irá seguir minhas recomendações – ele a cortou – Pomfrey estará cuidando dela, e sua amiga não irá acordar tão cedo, e se por alguma razão sua presença se fizer necessária aqui – ela entendeu o que ele estava tentando dizer com aquilo – numa emergência que seja – em outras palavras se ela morrer, Shara sentiu as lágrimas descerem outra vez – será comunicada, do contrário, fará exatamente o que eu pedir... Shara - ele disse o seu nome de uma forma diferente - você me deve isso, espero ter sua obediência – ele pediu, sim mesmo contra sua vontade ele havia feito o que ela pediu, agora era sua vez de retribuir, ela assentiu – Antony - o professor disse se direcionando a ele - não deve deixá-la sozinha nem por um segundo sequer – Shara sabia o que ele temia, e ela podia entender aquilo também, afinal ela precisava admitir que não possuía nenhum controle próprio quando se encontrava tão fragilizada como estava, sim ela sabia que precisava de ajuda – Vamos pelo flu – ele orientou, e assim eles fizeram.

—__

Severo caminhou até a sala do diretor, ele optou em fazer aquele trajeto a pé, pelo menos ele usaria aquele tempo, para reorganizar seus pensamentos, ele havia deixado Shara com Antony e trocado de roupa, ela havia acabado de ter uma crise, e ele se preocupava com o seu estado, aquela era uma péssima hora para se afastar, mas ele sabia que era necessário, ele suspirou, repassando os últimos acontecimentos do dia, ele que havia se prontificado a leva-la até o lar, ele não a deixaria voltar a aquele lugar sem a sua supervisão e aquilo estava acertado a dias com o diretor, dessa vez uma escolha sua, diferente da vez anterior em que sua presença naquela visita havia sido imposta, mas assim que a viu chegar essa manhã, ele sabia que não seria uma boa ideia, era mais que evidente que havia algo de errado acontecendo com ela, Shara estava preocupada, e aquilo não era um bom presságio, foi ali que ele e Alvo, travaram uma conversa mental, ambos não estavam nada seguros em manter aquilo, Alvo queria abortar a missão imediatamente e Severo entendia, mas ao mesmo tempo ele se sentia na obrigação de manter apenas para evitar o sofrimento que viria daquilo, Shara sentia falta da amiga e ela estava passando por momentos tão difíceis naqueles dias, a visita seria um escape para ela, talvez uma compensação, mas ele nunca esteve tão errado sobre algo, ele já devia saber que sua intuição deveria falar mais alto, erro de principiante, agora ele estava empregando o coração em algo, e o coração era sempre enganoso.

Sem qualquer mudança de planos, eles chegaram ao local, ele obviamente estava em total estado de alerta e desde que colocaram os pés na casa, ele sabia que havia algo de errado ali, por mais sutil que fosse, havia um cheiro especifico, ele tinha o olfato apurado devido aos anos trabalhando com poções, e aquele perfume era conhecido, Louise… ela havia passado ali, ou quem sabe, ainda estivesse por lá, talvez até mesmo naquele momento, usando o corpo de alguém, Severo notou que a amiga de Shara sorria demais, ela não aparentava ser assim tão espontânea das vezes anteriores em que ele havia a visto, mas ele não tinha certeza, já que não a conhecia, ele precisava encontrar uma forma de avaliar aquilo melhor, algo que não poderia demorar, sua desconfiança estava aumentando já que o comportamento de Shara também era suspeito, mas ele sabia que precisava ter cautela, Louise tinha sempre bons planos em mente e era sua função não permitir que ela os executasse, ela queria chegar na criança e ele não deixaria ninguém encostar nela, foi quando Shara se antecipou, o surpreendendo de certa forma, ela era esperta, muito mais esperta do que ele pensou que seria, e chamou sua atenção o fato dela usar aquela referência, algo que apenas ele saberia, muito perspicaz usar os biscoitos de canela, fato que provava também que de alguma forma ela havia descoberto a sua identidade naquele disfarce, mas sem tempo de formular aquilo melhor, e agora com a certeza de que aquela era mesmo Louise ele a encurralou, eles estavam certos, e era evidente que aquela bruxa não estava esperando por aquilo, não naquele momento, e essa foi outra surpresa, talvez Louise não fosse tão esperta como achava que era.

Era óbvio que Louise lançaria algumas azarações pela casa, e vê-la machucar sua filha na escada o desestabilizou, ele não podia permitir aquilo, e ainda assim ele precisava atuar, e quando Shara subiu sumindo do ângulo de visão deles, ele foi mais intencional, ele chamou reforços, alertou o diretor, mas Louise não era uma completa idiota, ela tinha uma chave de portal, possivelmente um anel, já que ele havia tido o cuidado de prender suas mãos, mas ainda assim ela conseguiu acessar, e quando o reforço chegou, ela simplesmente desapareceu da sua frente, ele urrou de raiva, aquela bruxa havia conseguido fugir ilesa já que não haveriam provas concretas sobre sua atuação ali, e foi naquele péssimo estado de espirito que Severo subiu as escadas, atrás da garota, a casa agora estava cheia de bruxos que pertenciam a ordem, sendo que a maioria deles sequer confiavam nele, não que ele se importasse com isso, mas ciente desse fato, isso reforçava o quanto ele precisava continuar atuando, seu objetivo era encontrar a menina e tira-la daquele lugar o quanto antes, no corredor superior ele se deparou com aquele trouxa nojento, caído agora morto no chão, Severo teve que passar por cima dele, Louise havia deixado suas marcas, ela sempre deixava, ele foi em direção ao sótão, ele tinha o anel, ele não o tirava por nada, afinal ele nunca saberia quando precisaria acessa-lo outra vez, ela estava em pânico, não por menos, ele se deparou com a cena, sua amiga havia sido azarada, cruciatus, ele podia sentir a vibração daquele tipo de magia, e não uma mas três vezes consecutivas, dificilmente sobreviveria a algo assim, Shara estava inconsolável, mas ele precisava ser racional, nada de usar o coração agora, principalmente quando o objetivo era simples, ele precisava leva-la, tira-la dali... mas por que ela tinha sempre que ser  tão desafiadora? Por que ela não podia simplesmente obedecer? foi quando ela o surpreendeu mais uma vez, com aquela mudança repentina de humor, e com o que ela disse... ela o chamou de pai, sim ela havia dito aquela pequena palavra, pela primeira vez… ela realmente quis dize-la, malditos olhos verdes, aquilo mudava tudo e ele não podia simplesmente negar algo a sua filha, não naquele estado, e então ele fez, por ela... ele estava agindo com o coração outra vez.

Não era possível aparatar em Hogwarts a menos em caso de emergência, mas ainda assim ele precisava de um passe dado pelo diretor, ele possuía esse passe, e em segundos eles já estavam na enfermaria, ele havia trazido a amiga dela, ciente de que não funcionaria, ciente da gravidade daquilo que estava fazendo e das possíveis consequências, agora seria apenas questão de horas para que Shara recebesse a notícia, ele suspirou... passando pela gárgula.

— Mandou me chamar - ele anunciou sua presença, notando a expressão cansada do diretor.

—Ele fugiu Alvo - era Alastor Moody - como pode confiar em alguém que simplesmente foge quando mais precisamos? - ele gritou, Severo sorriu com malícia, estava acostumado com as acusações e os olhares de reprovação da maioria dos membros da ordem, do outro lado da sala estava Ninfadora Tonks, aquela garota havia explodido mais caldeirões do que qualquer outro aluno naquela escola, francamente como havia conseguido o cargo de auror, aquilo era algo que ele não sabia, ela segurava a varinha "falsa" de Shara em uma das mãos.

—Fiz apenas o que me foi incumbido - ele respondeu de forma arrastada - a menina está de volta à escola, como pediu diretor.

—Somente o que me foi incumbido, francamente - Alastor repetiu, irritado - se ele faz parte da ordem, como diz fazer, ele precisa fazer mais do que apenas o que lhe foi incumbido - ele fez menção em se aproximar.

—CHEGA - o diretor exclamou - tivemos 4 baixas hoje e uma criança desaparecida - ele informou e isso chamou sua atenção, quatro baixas? - dois adultos, um deles sendo o diretor do orfanato, o outro uma mulher quase na mesma idade, e duas crianças - Severo sabia quem era a mulher, mas quanto a perda de duas crianças… Louise havia passado completamente dos limites ali, Tonks havia colocado uma foto sobre a bancada e Severo reconheceu imediatamente as duas meninas "eu gosto de bolo de chocolate" ele se lembrou da mais nova dizendo para ele naquele dia, e isso lhe causou um certo aperto no peito - uma perda lastimável - o diretor finalizou, ele concordava, mas sua expressão continuava inelegível ali.

—Onde as crianças estavam? - Severo perguntou, pensando em como Shara lidaria com mais aquela informação.

—No porão - Tonks respondeu - junto com a mulher mais velha. As demais meninas estão todas em pânico, e essas que perdemos, me parece que eram irmãs, as duas garotinhas - sim elas eram, ele se lembrava, mas ele manteve sua expressão vazia.

—Agora para total surpresa, me deparo com a informação de que a menina desaparecida, está na verdade aqui na escola, mais precisamente na Ala hospitalar - o diretor informou, aquilo que era diretamente voltado para ele.

—Uma trouxa em Hogwarts - Alastor bufou - está arrumando distrações Alvo, sabemos como tem sido difícil não expor o nosso mundo, e então o que ele faz? ele traz a garota para cá, para disfarçar aquilo que ele fez… já que ele é o responsável, ele deixou aquela maldita comensal escapar – Ele o acusou, Severo encarou Alastor de forma hostil.

—Se a menina sobreviver, o que não me parece provável no momento - Alvo disse gesticulando com as mãos, pedindo para que Alastor se acalmasse - ela não poderá mais voltar para Londres - Severo lançou um olhar curioso, tentando entender que sentido isso faria.

—A mídia trouxa - Tonks respondeu notando sua confusão - me parece muito ágil e geniosa, a garota desaparecida era a mais velha da instituição, e agora ela está sendo acusada pelos assassinatos, como se fosse responsável por tudo isso, se ela voltar será presa, naquelas instituições que eles chamam de cadeia, algo equivalente a Askaban, porém sem nenhuma segurança.

—Bom, me parece simples – Severo ponderou - basta perguntar às demais crianças presentes, elas dirão a verdade - ele disse como se aquilo fosse óbvio o bastante.

—Acontece que as demais crianças presentes, a estão acusando pelos atos, com a diferença de que atribuem a arma do crime, a uma varinha mágica… claro essa parte não está sendo divulgada, as autoridades trouxas chamam isso de alucinação pós traumático, algo que pode ser coletivo - Tonks formulou, aquilo mudava tudo, Louise atacou a amiga de Shara primeiro, e então se passou por ela, foi assim que ela deve ter conseguido atrair as demais meninas até o porão, afinal elas confiavam na garota, e ninguém ali desconfiaria de algo assim, Louise havia mesmo pensando em tudo, Alvo estava certo, se sobrevivesse a vida daquela garota trouxa nunca mais seria a mesma, ela não poderia voltar.

—Eu disse que deveríamos ter apagado a memória delas - Alastor bufou outra vez.

—Elas são apenas crianças - Tonks o enfrentou – e não temos habilidade com esse tipo de feitiço.

—Crianças que ameaçam o nosso mundo nessas circunstâncias - ele rosnou para ela.

—Por que a trouxe Severo? - Alvo perguntou, parecendo querer encerar aquela nova discussão.

—Epson... ela me obrigou - ele foi sincero, sabendo o quão estranho e ainda mais suspeito aquilo poderia soar, principalmente ao ouvido dos dois naquela sala, já que para eles, ela era apenas uma criança do primeiro ano, com 11 anos de idade e ele um comensal, como Alastor fazia questão de lembrar... Severo não se importava.

—Claro que ela fez – o diretor disse de forma vazia - bom Alastor, Ninfadora, agradeço por estarem a frente dessa missão que reforço ser de caráter sigiloso, foi de grande valia, agora se puderem me dar licença tenho algo a discutir com Severo - ele pediu, Tonks foi a primeira a sair, já Alastor o encarou de forma desafiadora, Severo sustentou o olhar, ele não se deixava intimidar facilmente, e então Alastor também saiu, e assim que eles se encontram completamente sozinhos o diretor o encarou - posso saber como exatamente ela o obrigou a isso? - ele pediu, se referindo a Shara outra vez.

—Ela me chamou de pai - ele se manteve sério, mas aquilo o tocava, Alvo suspirou, obviamente que ele estava ficando mole, Alvo podia ver isso, mas quem em sã consciência não atenderia um pedido feito naquelas circunstâncias por um filho?

—A garota trouxa não vai sobreviver - Alvo disse - sinto muito... certamente isso não será fácil para Shara - não seria, ele sabia, assim como na verdade nada estava sendo, e ele optou em não comentar sobre a crise que ela havia acabado de ter no banheiro da enfermaria, aquilo era de cunho pessoal… e ela estava sendo assistida por Antony agora, em seus aposentos privativos, ele suspirou, desde quando ele confiava em Antony algo assim? Talvez com mais intensidade desde que o viu dormir com ela na enfermaria naquele dia, e também por tudo que ele vinha fazendo para mantê-la bem nos últimos dias, nada disso havia passado despercebido por ele.

—Não será - Severo disse, não havendo muito mais para ser dito sobre aquilo.

—Severo - o diretor o encarou com seu óculos meia-lua - ela é uma boa menina, e me parece entender a importância de manter tudo isso às escuras - ele disse - e se assim for, não vejo o porquê mantê-los afastados, ela precisa de você - ele o olhou - tanto quanto você precisa dela - ele sorriu de forma discreta - que esse seja um recomeço, eu espero… vocês, ambos… merecem - ele não sabia dizer se merecia mesmo algo, mas o que tivesse ao seu alcance por ela, ele faria.

—___

Severo chegou ao seus aposentos pela rede de Flu, já havia passado e muito da hora do almoço, Antony se levantou assim que o viu chegar, já Shara estava acomodada no sofá, ela havia puxado as pernas contra o corpo e repousava sua cabeça contra os joelhos, ele já a havia visto assim em diversas outras oportunidades, e sabia bem o que aquilo significava, ele tinha um dilema agora, não sabendo como abordar sobre a morte das demais meninas, aquilo precisava ser dito de alguma forma, mas a única certeza que ele tinha ao vê-la assim tão vulnerável, era que aquele definitivamente ainda não era o momento para isso.

—Consegui com que ela tomasse um banho e trocasse de roupa - Antony disse quase sussurrando - pedi que ela o fizesse de porta aberta, é claro… mas ela se nega a comer e não falou uma palavra desde que saiu - Severo encarou a menina de cabelos escuros, ela se parecia tanto com ele agora.

—Certo - Severo não podia exigir mais do que aquilo, Shara não era uma criança fácil de manipular.

—Pomfrey me pediu para que eu voltasse assim que retornasse - Antony disse, parecendo preocupado - ela precisa de mim na enfermaria, mas eu… não queria deixá-la… - ele olhou para Shara -  ela é e sempre será minha prioridade… mas Pomfrey, digamos apenas que ela está um pouco - Antony parecia procurar a palavra adequada - transtornada – ele disse se encolhendo, Severo sentiu vontade de rir, talvez se as circunstâncias fossem outras, ele faria, mas ele podia entender Antony, transtornada era uma forma bastante dócil de dizer com o que ela se parecia.

—Vá, Shara é minha responsabilidade de qualquer forma - ele disse, e quando é que ele se imaginou dizendo algo assim sobre uma criança? Nunca... de fato as coisas haviam mesmo mudado, Antony sorriu, assentindo.

—Volto mais tarde - ele informou antes de sair. Severo encarou a menina por um momento se sentando na outra ponta do sofá, havia pelo menos de um a dois metros de distância entre eles, mas dependendo do ponto de vista, aquilo podia ser um abismo.

—Estava no quinto ano quando a perdi, minha mãe - ele disse, não sabendo o por que estava abrindo algo assim para ela, talvez por que falar sobre perdas não fosse um assunto do qual ele tivesse alguma habilidade e quem sabe começar com um exemplo pessoal ajudaria, honestamente ele não era bom em conversar sobre nada – interessante, mas consigo me lembrar com exatidão de todos os acontecimentos subsequentes daquele dia - sim ele podia, ele tinha acabado de finalizar a prova de DCAT quando foi chamado na sala do diretor e recebeu a notícia. Ela levantou a cabeça, seu rosto marcado pelas lágrimas, e também pelos arranhões que denunciavam aquilo que ela havia feito mais cedo.

—Como ela era?... a sua mãe? - Shara perguntou, Severo pensava pouco nela agora, mas ela havia sido uma bruxa amável e mesmo com todas as dificuldades ela estava sempre sorrindo e sempre lá para ele, Severo não era como ela... ela também amava cantar e lembrar disso o fez pensar em como ela teria sido uma avó incrível, para Shara.

—Foi uma boa mãe – ele disse - mas teria sido ainda melhor como avó - ele mal se acreditou que estava mesmo dizendo aquilo para ela, a menina o encarou com surpresa - perdas podem ser difíceis - ele tentou introduzir o assunto - e nada do que for dito poderá amenizar a dor de perder alguém que amamos - isso era algo do qual ele sabia melhor do que ninguém, ele a viu oscilar naquele ponto.

—É minha culpa... - ela sussurrou, havia dor naquela afirmação - eu posso vê-la? Catie - ela pediu.

—Não penso que seja uma boa ideia, Pomfrey ficou de avisar….

—Quando ela morrer? - Shara o interrompeu de forma bruta, mas ela mesmo recuou, talvez percebendo que havia exagerado na abordagem… - me desculpe - ela pediu - é só que…. tem algo, algo que preciso dizer a ela, antes… - ele percebeu a dificuldade dela em dizer aquilo – antes dela… partir - Shara disse por fim - ele a encarou, sim despedidas era sempre difícieis e nada do que fosse dito, mudaria algo, não agora… mas não havia simplesmente como dizer isso ali.

—Ela sabe, o quanto é importante para você… não há necessidade alguma de afirmar isso… e creio que isso seja o suficiente - ele tentou, como uma forma de consolo talvez.

—Não é isso… eu tenho um recado, o pai dela me pediu que eu fizesse - Shara limpou uma lágrima naquele momento – e eu sinto que devo isso a ele - pai? Ele definitivamente não compreendeu aquilo, até onde Severo sabia todas as crianças daquela casa não tinham uma família - no dia que eu fui trazida até o lar… - Shara continuou, tentando explicar - eu fui entregue ao pai dela num cesto, eu não sei nada sobre aquele homem na verdade, nunca soube, mas ele não me parecia uma pessoa ruim... – ela limpou uma nova lagrima – naquela época ele cuidava da filha sozinho, a esposa dele, ela havia falecido a alguns meses atrás - Severo estranhou aquela história, ainda mais por estar tão rica em informações - esse homem que não conheço, ele foi enfeitiçado na noite em que eu cheguei, um feitiço muito ruim... e então ele se tornou mal, muito mal, a bruxa que o enfeitiçou, o fez esquecer do amor que ele sentia pela filha e o fez ser aquele monstro que se tornou… o meu bicho papão – Severo a encarou... ela estava falando do Noah? - Elza fez isso, esse homem era o Noah – Ela respondeu sua pergunta, Severo se inclinou para frente, aquilo era de fato surpreendente.

—Como sabe sobre isso? - ele perguntou, é claro que ela não estava mentindo sobre algo assim, mas teria que ter algo mais plausível, simplesmente haviam tantos detalhes...

—Eu acessei... não sei muito bem como… minha memória daquele dia, bem eu estive lá não é mesmo?… ainda que fosse tão nova - ela disse - e então hoje de manhã, Noah ainda estava vivo quando o encontrei naquele estado no corredor, e então... ele parecia se lembrar novamente dela… - ela limpou novas lagrimas, completamente compreensível, afinal até ele estava tocado com o que ela estava relatando ali -  e então ele disse que a amava, ele me pediu para salvá-la, e dizer isso a ela... que ele se lembrava - outras lágrimas desceram - entende por que é culpa minha - ela finalizou sussurrando, Severo estava abismado, como Elza pode… descer tão baixo e por que? - eu posso ver a Catie? - Shara pediu outra vez, e ele entendeu a urgência dela naquilo, já era suficientemente ruim que fosse como foi, e então ela se sentia responsável pela história da amiga e agora pela de Noah, ele mataria Elza, sim ele faria.

—Darei um jeito - ele se viu dizendo e se sentindo na obrigação de convencer Pomfrey a permitir aquilo.

—Noah era descendente do pai adotivo de Medusa - Shara informou, aquela que era outra informação nova para ele - um homem muito ruim pelo que Antony contou, acho que Elza, ela estava tentando…  - Shara parou, encarando o vazio - eu não sei o que ela estava tentando fazer, nem antes e nem agora... - Shara chorou, colocando as mãos no rosto, ele pensou sobre aquilo, sim Elza estava reproduzindo a história, tal qual, ela não só queria que Shara sofresse do mesmo mal, mas que fosse uma repetição precisa, e assim se assemelhasse a Medusa em todos os sentidos, assim Shara se tornaria a guardiã certa… Elza havia literalmente manipulado todas as peças, agora ele podia ver com clareza aquilo que ela fez, Severo encarou a menina, e convocou a pomada cicatrizante.

—Venha até aqui, se pretende ir até a enfermaria, não vai querer ser vista com esses arranhões - ele disse para ela.

—Não me importo - ela respondeu vagamente.

—Terá que responder perguntas - ele informou, ele sabia o quanto ela se incomodava com isso, e de fato aquilo a convenceu, ela se moveu na sua direção, engatinhando pelo sofá, ficando bastante próxima agora, ele a analisou por um momento, se ela soubesse o que aqueles olhos verdes eram capazes de fazer com ele, ele limpou as lágrimas dela com um lenço e passou cuidadosamente a pomada sobre o local do ferimento, em minutos a pele estaria restabelecida - não faça mais isso - ele pediu sustentando o olhar, ela estava com os cabelos molhados ainda, e com um feitiço ele os secou, ela baixou os olhos antes dele.

—Eu… não consigo - ela sussurrou - as vezes… eu sinto que não posso controlar o que sinto e que se machucar é a única forma de conseguir curar a dor, a outra dor - ela explicou, colocando a mão no coração, aquela era uma boa abertura, mas ela desviou o olhar, e passou a encarar sua mão… ela a puxou devagar, a colocando sobre a dela, e passando os dedos pelo seu anel, o anel com a pedra de ônix, ela estava concentrada naquilo, prestando atenção em cada detalhe, ela o girou, quase como se sua mão fosse uma extensão da dela - esse anel… é importante não é mesmo? - ela pediu, mudando de assunto, ela fazia muito isso.

—Sim - ele respondeu estranhando a pergunta.

—Um presente de alguém? - ela pediu.

—Não, eu mesmo o fiz - ele respondeu agora ainda mais curioso com aquela abordagem.

—O anel... eu o reconheci hoje de manhã - ela informou, então era isso, ela era analítica, assim como ele e ele gostava disso - achei que fosse um presente de alguém importante já que certamente não se esqueceria de tirá-lo – ele assentiu.

—Não precisa ser um presente para ser importante - ele afirmou.

—Mas se não é de ninguém qual a importância disso? - ela perguntou.

—Não é de ninguém, mas digamos que me conecta com alguém - ele sentiu vontade de sorrir – e esse alguém é sim muito importante - ela o olhou desconfiada… - faça a próxima pergunta Shara, posso ver que tem uma mente - ele disse para ela, a incentivando.

—Quem? - ela de fato fez, ela não se intimidava mais em sua presença, ele a observou, apenas para ter certeza de que tinha toda a sua atenção ali, as marcas de arranhões haviam sumido também, e assim estava bem melhor.

—Uma garotinha estúpida de olhos verdes, que entrou na minha vida esse ano, virou minha vida de cabeça para baixo, me causa enxaqueca, destruiu todas as minhas bebidas e se apossou do meu sofá - ele admitiu com muita naturalidade, não havia mais ninguém ali, e ela tinha razão sobre algo, ele não precisar atuar na frente dela, ela parecia surpresa, enquanto processava aquilo, aquela expressão era impagável.

—Como? - ela pediu verdadeiramente interessada e não haviam mais motivos para manter qualquer segredo entre eles.

—O enfeiticei para que se comunicasse com o colar da sua mãe, assim eu sei e posso localizá-la, em qualquer lugar que estiver, desde que o esteja usando é claro - ela parecia ainda mais surpresa com aquilo.

—Desde quando? - ela pediu.

—Desde as primeiras semanas de aula – ele disse com honestidade – isso a incomoda de alguma forma? – ele perguntou, não havia como mudar o passado, mas agora ele se importava com o que ela pensava, claro que ele não imaginou que eles teriam aquela conversa agora, mas já que quis as circunstâncias que fosse assim, ele não se importaria em receber novos ataques dela sobre sua privacidade ou coisa do tipo, mas ela não fez... Shara segurou o colar com força, e gesticulou negativamente com a cabeça, isso era um não? Sobre não se incomodar?

—Apenas para ter certeza... – ela o olhou, seus olhos estavam marejados novamente – era o senhor, aquele dia... quando me encontrei com Catie da primeira vez, não era? – ela pediu.

—Sim... o tempo todo – ele também a encarou.

—Então... esse tempo todo, desde lá... o senhor... vem se importando – ela ainda segurava sua mão – comigo? – ela perguntou com a voz embargada.

—Ainda resta alguma dúvida? – era a vez dele de fazer as perguntas.

—Não – ela disse se arremessando contra o seu peito, e de todos os abraços que ela já lhe deu, nenhum se comparava a aquele, talvez pela forma como tudo aquilo foi dito, ou talvez por estarem ambos tão inclinados e suscetíveis a ter aquela conversa em um dia improvável, ou quem sabe ainda, fosse pelo calor que irradiou do centro deles e os encobriu daquela maneira envolvente... espera, mas o que era aquilo, aquele calor? Shara se afastou, agora ela o olhava assustada – o colar... – ela disse, ele arqueou a sobrancelha, esperando que ela evoluísse melhor – o colar... ele abriu – ela alertou.

—--

Num lugar não tão distante dali, Elza sorriu... de certa forma aliviada, ela que empregou tanto esforço em tudo aquilo, e aquela garota insuportável não podia simplesmente estragar tudo assim... “finalmente, está feito” ... sim, ela fez, ela abriu aquele maldito colar, aquela era a hora de colocar o restante do seu plano em prática, Elza só precisava se livrar dela agora.


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Notas finais do capítulo

De volta pra casa... acho que não tem titulo que descreva melhor esse capitulo.
Então com tudo e com tanto, não tem como não surtar né... eu sei que a primeira parte, é sobre como Shara esta tentando lidar com tudo isso, e é forte, ela se arranhando, chorei... ela vai precisar de ajuda, quem não precisaria? (acho que eu preciso depois de escrever isso) sério me deixou tensa.
Pomfrey surtando, me deixou igualmente pior.

A conversa na sala do diretor, e todos desconfiando de Severo (menos o diretor é claro) é tipo mais um dia normal na vida dele, mas ao mesmo tempo, é foda... e nessa conversa vemos o estrago que Louise fez, não podemos esperar coisas boas de comensais, acho que eles não pegariam mesmo leve, mas a morte das duas irmãs e Severo se lembrando delas, chorei de novo :(

E a conversa bem mental... de pai e filha, onde essa é uma das poucas vezes em que podemos ver que ele não esta "atuando" foi uma entrega né... ele sendo super sincero sobre o anel... ele querendo que ela perguntasse e ele respondendo que aquilo era sobre ela... sério escrevi e sai correndo, espero que vcs consigam sentir isso, e ela super receptiva, aquele era o momento certo. Ela reconhecendo que ele se importa... e ele admitindo. Bem e como vemos aquele era o "perdão" que faltava, o colar abriu minha gente... tinha alguém só esperando isso acontecer (por que acham que Elza induziu isso? segundas intenções explicitas)

Obrigado a todos que tem acompanhado! Vcs são incríveis :)



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