Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 20
Futuro - O colar




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Severo estava sentado em seus aposentos analisando o colar já fazia algum tempo, com uma expressão séria no rosto. Ele estava repassando a conversa que havia tido com aquela garota mais cedo, onde ela havia feito uma revelação que ele considerou perturbadora a respeito do colar de proteção que um dia havia sido da sua mãe, Snape conhecia o colar muito bem, Maeva o usava o tempo todo, e uma vez ela havia explicado que o colar estava na família a séculos, sim ele era um colar muito antigo, talvez ele realmente fosse mais antigo do que aquele livro, e isso colocaria em choque a suas crenças sobre determinados assuntos, ele lançou um olhar sobre o livro que estava apoiado na mesinha de centro.

Segundo Epson o pingente não era de um material sólido, mas sim um recipiente como um cristal que armazenava algo liquido dentro, e por mais incrível que pareça ela tinha razão, agora Snape se perguntava como ele havia deixado passar algo assim despercebido já que ele era conhecido por suas habilidades em poções, e o fato de não ter notado a natureza do colar antes era demasiadamente perturbador para ele e ele sabia que deveria investigar mais a fundo a respeito.

Snape se levantou da cadeira e caminhou pela sala, profundamente absorto em seus pensamentos. Ele tinha que encontrar uma maneira de analisar a poção dentro do colar, e descobrir o que exatamente ela fazia, ele sabia que essa informação era importante e que ele precisava protege-la a todo custo. Ele considerou a possibilidade de que o objeto pudesse ter sido trocado ou roubado, mas achou improvável, o colar estava guardado com aquele pássaro por todos esses anos, e Maeva havia dado um jeito de entrega-lo a criança, o pássaro era leal família e ele era o guia de Maeva. Ele suspirou profundamente, sentindo-se frustrado e perplexo, ele não poderia deixar essa questão sem resposta, ele precisava descobrir a verdade.

No momento o colar era sua maior preocupação, mas havia algo que o incomodava ainda mais que o colar, aquela garota, de alguma maneira ela o fazia se sentir protetor, ele havia sido sincero, de uma forma como a muito não fazia, com ninguém, e que jamais ele teria feito com uma aluna, mas ela tinha conseguido extrair isso dele e ela se parecia tanto com a mãe, aqueles olhos, por que? Por que tinha que ser o mesmo olhar?

Ele sabia o quanto a tinha machucado na noite anterior, aquelas palavras haviam sido duras e as lagrimas eram a demonstração clara do quanto aquilo tinha sido difícil para ela, como se ele tivesse traído toda a confiança que ela de maneira incompreensível havia depositado nele, ela nunca havia conseguido confiar em um adulto antes ela o tinha tomado por referência, justo ele, por que ele? Ele nunca foi bom em lidar com suas próprias emoções, e agora como lidar com as emoções dela? Aquela garotinha estupida, Maldita Maeva, por que ela fez isso com ele?

Severo olhou para a lareira, sentindo a oscilação na movimentação do fogo, seus aposentos particulares não estavam abertos a rede de flu, apenas para acesso exclusivo do diretor, e ele suspirou, obvio que Dumbledore viria procura-lo, principalmente por que dessa vez Severo optou em não o acionar de imediato, ele precisava de um tempo para organizar seus pensamentos sobre tudo aquilo que havia acontecido, era evidente o quanto ele estava cada vez mais submerso num rio que ele nem sequer queria ter entrado e que agora ele passou a navegar.

—Severo como esta?  – Cumprimentou o diretor e Severo o encarou por um momento antes de responder.

—Digamos que eu estou curioso para saber o que o traz aqui num domingo à tarde – Severo respondeu com um pouco de ironia, sabendo muito bem o motivo daquela visita não programada.

—Diga-me – ele foi direto ao ponto - estou ouvindo rumores de que algo aconteceu com Shara ontem à noite, poderia me esclarecer mais a respeito? – bingo, ali estava.

—Posso ver que as notícias nesse castelo correm rápido – Severo disse convidando o diretor para se sentar e oferecendo um chá.

—Ah sim, os retratos do meu escritório estavam alvoroçados essa manhã – Severo bufou com aquele comentário, era por isso que ele não mantinha nenhum retrato em seus aposentos.

—Ela foi atacada Alvo – mas era obvio que o diretor já sabia – bem, fui comunicado no jantar enquanto ainda estava no salão principal que algo grave havia acontecido, eu a encontrei desacordada e completamente ensanguentada no meio do salão comunal da Sonserina, e por mais público e alarmante que isso possa soar, os demais alunos desconhecem o ocorrido, a informação ficou entre mim e os dois monitores chefes, tive o cuidado de manter a descrição.

—Obrigado Severo, não seria bom uma noticia como essas se espalhando por ai – Alvo disse mas parecia cansado – obvio que precisei manipular alguns retratos após entender a gravidade do ocorrido.

—É claro que você fez – o diretor era o bruxo com maior poder de persuasão que ele conhecia, certamente ele tinha tomado algumas medidas.

—Suponho que já tenha falado com ela a respeito e de que ela tenha suspeitas?

—Sim, falamos mais cedo na enfermaria, pelo que tudo indica a responsável foi a Srta. Diaz, essa não foi a primeira vez, como você bem sabe, porém ainda não tenho provas o suficiente e não sei se terei – o diretor entenderia a gravidade e o jogo de cintura necessário para administrar aquela situação – ela poderia ter morrido Alvo.

—Isso não seria possível – o diretor disse com o olhar penetrado nele.

—O que disse? – Severo não entendeu o que aquilo poderia significar.

—Ela tem o colar, é pra isso que ele serve e por mais ruim que seja a situação, o colar cumpre seu propósito ao proteger quem o estiver usando de qualquer perigo fatal.

—E Maeva morreu mesmo assim – Severo disse de forma ríspida.

—Ela não estava usando o colar – oque aquele velho estava dizendo?

—Você não pode afirmar isso, você não estava lá – Severo cuspiu.

—Eu conheço o colar, se ela o estivesse usando, acredite ela ainda estaria viva, o colar não impede a dor e nem o sofrimento, mas impede a morte quando a mesma não for por causas naturais, esse é seu desígnio e ele não falha – Severo estreitou o olhar

—Você está me dizendo que ela tirou o colar? Que ela queria morrer? – ele não sabia se queria realmente ouvir a resposta.

—Bem Severo, eu não sei o quanto Maeva entendia sobre o colar, mas se o intuito dela foi proteger sua filha, acredito que sim que ela tenha feito isso – Severo sentiu o peso daquela verdade cair sobre o seu peito, Maeva havia morrido para salvar aquela garotinha estupida, isso era o tipo de coisa que ela realmente faria, ele teve vontade de arremessar o copo que estava segurando contra a parede, mas ele manteve o decoro  intensificando a expressão hostil que havia em seu rosto, ele sabia bem como fazer aquilo, já que passou parte da vida encenando.

—Bom...  De qualquer forma ela poderia ter morrido, ela não usava o colar – Severo disse resgatando aquilo que estavam discutindo anteriormente, e notou que havia prendido a atenção do diretor.

—Curioso, por que ela teria tirado o colar da sua mãe? - longa história Severo pensou, mas ele sabia que o diretor esperava alguma informação.

—Bom primeiro, ela tinha isso – Snape apontou para o livro que a garotinha tinha retirado da biblioteca – ela sabe pouco a respeito, por sorte consegui pegá-lo antes que ela pudesse se aprofundar no assunto, mas o pouco que leu, foi o suficiente para prender a sua atenção e foi por isso que ela tirou o colar, para analisá-lo melhor ou algo assim e então ele foi roubado, me parece que ocorreu tudo muito rápido e ao mesmo tempo, óbvio que a garota foi descuidada, sendo que havia um aluno à espreita e com um feitiço simples conseguiu levá-lo da sua mão.

—Srta. Diaz eu suponho.

—Exato, e é obvio também que Epson não seguiu minhas recomendações e foi procurar o colar por conta própria, mexendo nos pertences pessoas da Srta. Diaz que então a atacou, pelo menos é o que tudo indica, Epson não viu quem lançou o feitiço – ele concluiu.

—Suas recomendações? - o diretor perguntou.

—Sim... Epson foi ameaçada pela Srta. Diaz, e eu a orientei a me procurar imediatamente em qualquer situação de perigo, já falei com ela a respeito outra vez, acredito que o ocorrido serviu de alerta e que ela entendeu a gravidade agora.

—E ela te contou tudo isso? - o diretor parecia impressionado.

—Ela fez – onde ele queria chegar com tantas perguntas? – diga velho, o que você tem em mente – e ele sorriu esperando por aquela deixa.

—Que essa menina se afeiçoou a você – ele disse sorrindo ainda mais.

—Não seja ridículo velho, eu sou o chefe da sua casa, ou você esperava que ela fosse sair correndo e contar tudo isso para Minerva?

—Bem, na verdade eu esperava que ela não contasse tudo isso a ninguém, mas ela o faz mesmo assim – Alvo piscou, Severo sabia que havia um fundo de verdade ali a garota havia confiado o colar, o colar que havia causado todo aquele caos anteriormente a ele sem questionar, sim ela estava começando a se afeiçoar a ele, a ponto de se importar com o que ele dizia e se frustrar quando ele era rude, nenhum outro aluno em todos esses anos tinha reagido daquela maneira, o diretor estava certo, e isso não poderia ser bom.

—Oque mais você sabe sobre o colar? – Severo tentou mudando de assunto outra vez, mas a opinião do diretor seria muito bem vinda sobre esse assunto.

—Não muito, é um colar cheio de mistérios e poderes mas desconheço todo o seu potencial – o diretor respondeu e parecia honesto – precisamos recuperá-lo não é bom que ele caia em mãos erradas Severo, os pais da Srta. Diaz iriam apreciar uma joia com aquele porte e isso poderia colocar Shara em perigo, eles poderiam suspeitar e isso iria expor o segredo pelo qual Maeva deu a vida.

—Essa não é mais uma preocupação, estou com o colar – Severo disse o retirando do bolso de suas vestes – Epson já sabe que está comigo – ele resolveu deixar essa parte o suficientemente claro para o diretor, para que ele não pensasse que ele estaria o escondendo da criança.

—Como você o recuperou? – ele perguntou curioso se aproximando da peça.

—Eu não fiz, Draco fez – a expressão do diretor foi de curioso para completa confusão.

—o Sr. Malfoy? Como?

—Foi o que eu disse e não me olhe assim, confesso que também fiquei tão surpreso quanto, quando ele apareceu nos meus aposentos ontem a noite depois do toque de recolher, segurando isso – ele olhou para o colar, e depois para o olhar aguçado do diretor, aquela era a verdade, Draco não havia mencionado o nome de Diaz quando trouxe o colar, nem como ele havia conseguido recupera-lo, ele era um Malfoy e Malfoy’s não entregam seus segredos, Draco era a cópia de Lucius agindo daquela maneira e Severo achou que não seria adequado enche-lo de perguntas, não naquele momento, Draco sabia que aquela peça era de Epson, ele mencionou isso, o que deixou Severo ainda mais confuso, e por que Draco se importava e estaria a ajudando? Draco era a grande surpresa do momento - ele não me informou sobre como ele conseguiu o colar se é o que quer saber.

—Eu posso ver que haja algum interesse por trás disso, Draco certamente não tem a fama de que devolveria um objeto valioso assim sem que haja algo, não de graça e não ele – o diretor disse pensativo.

—Talvez ele faça, Draco não é um aluno exemplar e altruísta admito, mas ele entregou o colar sem fazer qualquer pergunta ou exigência – Não que Severo estivesse defendendo Draco, mas se ele quisesse fazer qualquer exigência, ele não teria perdido a oportunidade e ele não o fez, soava errado, mas era isso que havia acontecido.

—De qualquer forma, é importante que Shara esteja usando o colar - Alvo disse ao se levantar se preparando para se retirar  - Severo tenho certeza de que você a fará entender a importância disso.

—Tenha certeza que é meu interesse mantê-la viva – Snape disse friamente tentando não tornar aquilo muito pessoal.

—Claro, quanto ao livro, se me permitir levarei comigo, existem apenas duas cópias dele por todo o mundo bruxo, e uma delas é a que está em nossa biblioteca – Severo estendeu o livro o entregando para o diretor.

—Sendo assim deveria estar seguro, segurança essa um tanto quanto questionável quando um aluno do primeiro ano o retira com tanta facilidade da biblioteca, não concorda? – Severo não podia deixar de apontar essa falha grotesca.

—Mas não uma aluna qualquer – aquela resposta fez Severo bufar – Severo precisamos ser cautelosos quanto a Srta. Diaz mas sei que você deve ter algo em mente nesse sentido – Sim Severo tinha, Alvo sabia ler nas entrelinhas – agradeço as informações e o chá, falaremos em outra oportunidade e não hesite em me procurar se preciso – Severo assentiu vendo o diretor passar através do flu desaparecendo.

Sim Severo tinha algo em mente, ele estava com o colar, e estuda-lo não era a única razão pelo qual ele tinha sugerido ficar com ele, aquela garota já tinha demonstrado por inúmeras vezes a quão propensa ela era em se envolver em problemas, e não seria nenhum equívoco da parte dele dar uma olhada mais de perto, principalmente com a Srta. Diaz sendo uma ameaça tão proeminente.

Severo caminhou até seu laboratório particular e tirou um anel antigo que ele guardava na gaveta, aquele anel possuía o que a primeira vista seria uma grande pedra negra no centro, mas nesse caso assim como também a composição do próprio colar de Epson, não era sólido era uma poção, desenvolvida por ele anos atrás, e esse seria o objeto certo para se tornar o manipulador e que conversaria com o colar dela a partir de então, sim ele estava criando um mecanismo de comunicação entre os objetos, sem o consentimento da garota, mas serviria para controle e preservação da sua segurança, portanto ele não estava hesitando em faze-lo, com o feitiço adequado o colar passaria a se comunicar com o anel, quando o anel fosse acionado, e assim ele poderia saber a localização exata dela sempre que precisa-se, e também conhecer suas emoções, não que ele se importasse tanto assim, mas ele achou que seria bastante útil dado às últimas circunstâncias, aquilo não seria nada difícil para ele desenvolver ele apenas precisaria de alguns dias, e era o tempo que ele havia dito a criança que ficaria com a peça.

Ele se lembrou do quão próxima ela havia chego dele essa manhã, ela era uma criança diferente ele sabia disso e ela tinha um olhar aguçado, em um espaço tão pequeno de tempo, ela havia notado algo que ele não tinha nem sequer cogitado, e ele se pegou querendo ouvir o que ela tinha a dizer, e ela parecia tão animada por ter a sua atenção, que ele não pode deixar de validar suas suspeitas, ela era esperta.

Severo suspirou ele tinha jurado não se envolver com aquela criança, mas agora ali estava ele prestes a fazer algo tão paternal, aquilo não combinava em nada com ele e por isso ele achou por bem omitir essa informação do diretor, ele não queria que ele imaginasse coisas ao seu respeito, mas ele se viu sendo protetor mais uma vez, era o caso quando se tinha uma criança ao seu percalço que era fonte de tanta preocupação, obviamente que ele não esqueceria com tanta facilidade a forma como ele a encontrou no salão comunal naquela noite, e de como ele se sentiu a respeito disso, essas emoções o assombravam, assim como o olhar de tristeza e dor que ela tinha revelado com tanta naturalidade depois de ouvi-lo, palavras vazias ditas por ele e o poder que elas tinham de machucar as pessoas, mas Epson era apenas uma criança, e ele estava se importando, coisa que nem ele acreditava ser possível, maldita Maeva, por que você tinha que ter feito isso comigo? Isso teria que parar, ele não poderia permitir tamanha fragilidade, ele não era dado a emoções.

Severo voltou a estudar o colar, ele faria o feitiço e deixaria de se importar era apenas uma medida de prevenção para evitar problemas, ele era o chefe da Sonserina era prudente manter as coisas em ordem para a sua casa, e ele estava apenas agindo conforme as instruções do diretor, essa era a sua maneira de manter as coisas embaixo do seu controle, ele estava sendo cauteloso, apenas e essa era a razão, sim era essa a única razão.

Shara tinha voltado para a sala comunal ainda no domingo de manhã e encontrado com Carla que não lhe direcionou nenhuma palavra e Shara achou melhor assim, Shara não estava com medo e nem preocupada dessa vez, e de certa maneira ela se sentiu mais segura e confiante do que em qualquer momento do seu passado. Os dias seguintes foram tranquilos também, Carla não tinha mais causado nenhum problema, nem se aproximado dela, e as coisas era muito melhores assim, as aulas estavam transcorrendo normalmente também inclusive defesa, o professor Lockhart parecia ter esquecido dela e Shara estava mais próxima de Gina e Beta, elas costumavam se encontrar no final de cada dia para ler e conversar, por vezes na área externa lugar preferido de Shara e outras na biblioteca até que Madame Pince se irritava e as mandava sair.

Foi difícil para Shara fazer Beta entender que ela havia saído praticamente ilesa e sem nenhuma detenção do episódio do livro, mas mais difícil ainda foi mantê-la calma depois que ela se inteirou do ocorrido com Shara naquela noite na sala comunal da Sonserina e sobre a conversa que ela teve com o professor Snape na enfermaria, Shara fez ela prometer que não comentaria a respeito com mais ninguém e ela fez.

Shara também não tinha mais pulado nenhuma refeição, o professor Snape estava lá na maioria das vezes e ela podia sentir o olhar dele sobre ela as vezes, algo que ela até tinha se acostumado, eles ainda não tinham se encontrado desde o final de semana, mas a aula de poções dessa manhã havia fluido bem e ele nem havia tirado pontos de Gina ou feito qualquer comentário com o fato delas estarem trabalhando juntas e Shara achou isso um bom sinal.

—Ei Shara - ela olhou era Draco - você parece distraída ultimamente.

—É… talvez só pensando, eu nem acredito que sobrevivi ao meu primeiro mês aqui - ela disse honestamente, e apesar do que Harry e Rony haviam dito sobre Draco, ela não tinha muito do que se queixar até o momento, ele era gentil na maioria das vezes, ele arqueou a sobrancelha.

—Não pode ser tão ruim, pode? - ele perguntou curioso.

—Ah não de forma alguma - ela sorriu e ele enrubesceu ela notou.

—Como foi sua aula de poções hoje? - ele perguntou a deixando confusa, ele deve ter notado pois explicou - soube do imprevisto na semana passada, sabe o caldeirão… e tudo mais.

—Ahhh bem... quanto a isso, ocorreu tudo bem, digamos que quando não tem ninguém sabotando sua poção as coisas sejam muito mais promissoras - ela disse olhando para Carla que estava sentada com as amigas a uma boa distância não notando.

—É, sabe Shara andei pensando e caso precise de algo - ele disse baixando o tom de voz - qualquer coisa, um susto ou algo assim, bem eu posso ajudar - Shara achou aquilo divertido.

—Agradeço, honestamente, mas por hora estou deixando passar Draco, essa foi uma semana tranquila e quero manter assim - ele deu de ombros

—Hoje a noite vamos jogar Snap explosivo se quiser pode se juntar a nós - ele disse finalmente

—Obrigada Draco – ela sorriu para o garoto que retribuiu, parecia divertido e por incrível que pareça Shara tinha pelo menos algum aliado dentro da sua própria casa, as coisas realmente estavam melhorando.

—Srta. Epson - Shara ouviu a voz forte atrás dela aquela voz fria e sem emoção.

—Senhor - ela respondeu se virando, mas não deixando de reparar em Draco que baixou a cabeça imediatamente sem encara-lo e aquilo chamou sua atenção.

—Me acompanhe - ele disse lançando um olhar desconfiado para Draco e saindo de forma estoica, balançando sua capa como de costume, ela se despediu rapidamente de Draco, e se levantou tentando acompanhá-lo e eles foram até o escritório particular dele - sente-se Epson - ela obedeceu - como prometido, aqui está o seu colar - ele o tirou de uma caixa preta e colocou em cima da mesa.

—O senhor descobriu alguma coisa? - ela perguntou curiosa e depois de um tempo a analisando, ele finalmente respondeu.

—Você estava certa sobre o material não ser sólido - ela sorriu com aquele comentário, não devia ser fácil para ele admitir aquilo - contudo, depois de algumas pesquisas e análises não identifiquei qual o tipo de poção que foi utilizada em seu interior, é um colar bastante antigo de fato e não queremos prejudicá-lo com qualquer método que seja mais invasivo então achei por bem encerrar minhas pesquisas até o momento, já que é preferível que o colar esteja novamente com seu dono e que você o use.

—Certo - ela pegou o colar outra vez mas estava pensativa, talvez não fosse uma poção ela tinha outras suspeitas -  talvez não seja mesmo uma poção e sim… - ele a cortou

—Epson, como já disse anteriormente isso é uma lenda e lendas não existem - ele tinha sido enfático - pare de dar atenção a essas besteiras, não quero que perca seu tempo com esse tipo de tolice - Shara sabia que não era besteira, ela lançou mais um olhar para o colar que estava na sua mão, de qualquer maneira ela não podia deixar de se sentir vitoriosa, ela havia descoberto algo que tinha pego o professor de surpresa então ela chegaria lá.

—Eu vou provar que o senhor está errado - não era uma afronta, mas era exatamente isso que ela iria fazer, ela estava determinada a descobrir a verdade, afinal ela sabia de alguma forma que não era apenas uma lenda, ela podia sentir já que tudo isso era sobre ela e seu passado.

—Epson - ele segurou a sua mão e ela sentiu um choque entre eles naquele contato, era uma sensação estranha era como se ela pudesse sentir a magia dele, e ele parecia ter sentido também por que ele a soltou imediatamente, havia uma expressão no rosto dele que ela não soube identificar e por um momento ele parecia ter perdido aquilo que ele estava prestes a dizer, isso não era algo comum, mas recuperando a postura segundos após o ocorrido - Escute - ele falou sério - você vai fazer uma única coisa enquanto estiver nessa escola e debaixo da minha autoridade e isso é se concentrar nos estudos, unicamente aos estudos - ele levantou um pouco mais a voz, aquilo a teria assustado mas ela ainda estava tentando entender o que teria causado aquele choque entre eles, certo ele nunca a havia tocado daquela maneira antes, o que aquilo significava? Ela o olhou e lá estava aquela expressão hostil de sempre, mas ela não se deixou abalar com essa mudança brusca entre eles, afinal ele ainda era o temível professor de poções e nada mudaria isso - não quero mais ouvi-la falando sobre esse assunto ou fazendo pesquisas pessoais a respeito, está entendido? E tenha certeza de que eu saberei.

—Sim senhor - ela sabia que essa era a resposta certa no momento, mas tanto ela como ele sabiam que não era isso que ela iria fazer, ele a estava encarando agora e ela havia retribuído o olhar a altura tentando decifrar o que ele poderia estar pensando.

—Epson vejo uma certa afinidade com o Sr. Malfoy surgindo e meu dever como professor é alertá-la de que ele pode não ser exatamente aquilo que parece - espera isso sim foi uma mudança radical de assunto, como isso se tornou algo sobre o Draco?

—Bem Draco só estava sendo gentil - ela disse - mas não que ele seja meu amigo ou algo assim.

—O Sr. Malfoy não é gentil, não sem que haja algum interesse envolvido - ele refutou, isso soava parecido com o que Harry e Rony haviam comentado e desde quando Harry e o professor Snape concordariam com algo? Aquilo soava completamente fora do contexto.

—Eu… tudo bem - ela não sabia muito bem o que dizer a respeito disso, quando alguém bateu na porta entrando e de certa forma ela agradeceu aquela interrupção, aquela conversa estava começando a ficar estranha.

—Como imaginei - era o diretor - espero não estar interrompendo algo - ele disse de forma carismática.

—Na verdade não diretor, encerramos aqui - o professor Snape disse mantendo o olhar sobre ela - está dispensada Epson - e ela estava prestes a se levantar quando o diretor interveio.

—Na verdade gostaria da presença dos dois - Shara arqueou a sobrancelha o que podia ser, que teria haver com ela.

—Se for sobre o acidente Alvo, já tenho tudo sob controle - o professor Snape disse.

—Eu tenho certeza que sim, mas na verdade se trata de outro assunto, em caráter de urgência - e Shara notou o olhar de desconfiança do professor Snape - bem Shara digamos que o atual diretor da casa de acolhimento onde você mora não justificou de forma adequada a sua ausência para a escola tradicional que você frequentava antes daqui e sendo assim um dos seus antigos professores com a ajuda de uma moça deram o seu sumiço como um caso de desaparecimento de menor e alertaram as autoridades trouxas locais o que bem vocês podem imaginar causou uma certa bagunça e precisamos corrigir antes que Hogwarts seja exposta mais do que deveria - o diretor disse colocando um jornal trouxa em cima da mesa do professor Snape, com a foto dela estampada intitulado como "De menor desaparecida" o professor foi o primeiro a manifestar sua indignação.

—Trouxa estupido! - ele esbravejou e Shara deu uma olhada melhor na matéria.

—Professor Hertel ele foi meu professor de história, nos últimos dois anos, ele sempre foi tão legal comigo - apesar de toda aquela confusão, Shara não pode deixar de sentir uma onda de dor e tristeza invadir seu peito, algumas pessoas se importavam de verdade com ela e essas pessoas estavam lá naquele mundo - e Catarina, a minha Catie, ela me ajudou com as pesquisas antes de eu vir pra cá, então ela sabe de Hogwarts de uma certa forma porém como até eu mesma não achava ser real e possível nós duas acreditávamos que Noah pudesse ter inventado tudo aquilo apenas para justificar o fato dele me abandonar na plataforma de trem aquele dia e como eu não voltei e nem dei notícias ela deve estar me procurando desde então, eu sinto muito pela confusão Senhor - Shara disse sem saber o que fazer, por um lado ela estava feliz que eles haviam se preocupado com a sua ausência mas por outro aquilo não aparentava ser bom para Hogwarts e ela não queria causar mais confusão.

—Não, não se desculpe criança isso não é culpa sua, já me antecipei e como diretor de Hogwarts terei uma reunião amanhã de manhã com o Sr.Hertel para apresentar a escola, ele me pareceu muito solícito é claro que já nos falamos, porém não devemos mencionar magia - ele piscou para ela - os trouxas jamais entenderiam, mantemos o sigilo quanto a isso, e para casos como o seu temos um extenso material trouxa bastante plausível para discutir e apresentar, mas gostaria da sua presença, eles estão ansiosos para revê-la e atestar por si mesmos que você continua viva - ele sorriu

—Eu vou ver a Catie? Ela vai estar lá? - Shara perguntou animada com aquela observação.

—Com toda certeza - o diretor sorriu de volta.

—Eu… claro, eu irei… eu quero dizer, tudo bem senhor? - ela disse perguntando para o professor Snape.

—Epson isso está acima de mim, qualquer solicitação do diretor você responde prontamente a ele - e ela assentiu

—Obrigada Severo - Alvo disse - Shara logo mas você receberá informações de onde vamos nos encontrar e horário de saída, esteja com seu uniforme completo, queremos deixar uma boa impressão - ele se virou para o professor Snape - por hora gostaria de dar uma palavrinha a sós com o professor Snape.

—Certo - Shara disse se levantando e caminhando até a porta - obrigada Senhor.

—Srta. Epson - ela ouviu o professor Snape chamar e ela se virou prontamente - use o colar, não o tire para nada, está entendido? - ele disse, ela sabia que ele se importava, e ela ainda iria provar que não se tratava apenas de uma lenda, ela sorriu.

—Sim Senhor - e saiu, ela estava feliz e cheia de expectativas em rever sua melhor amiga e por saber que algumas pessoas se importavam a ponto de fazer algum barulho por ela.


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Notas finais do capítulo

Demorei, mas queria inserir aos pouquinhos Draco na história, ele vai ser importante
E o professor Snape e seu dilema, ele certamente não quer soar paternal, mas enfeitiçar um objeto que ele sabia que a criança estaria usando para que ele pudesse saber o seu paradeiro e como ela está se sentindo, é bastante protetor não é mesmo! Admita Severo, você também está se afeiçoando a criança!



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