Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 103
Futuro - Uma reviravolta inusitada


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo pode ficar ainda melhor,
Apenas ouçam...
https://www.youtube.com/watch?v=lAwYodrBr2Q



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Shara correu mais por instinto do que por qualquer direção específica, uma vez que ela não tinha ideia de onde Antony poderia ter ido. No entanto, permitiu que seu coração a guiasse, levando-a até a torre de astronomia. Este local havia se tornado seu favorito em toda Hogwarts e também foi o último lugar onde ela e Antony discutiram sobre o assunto que agora a preocupava tanto.

Subindo os degraus, a adrenalina percorreu suas veias. Sua intuição estava correta; ele estava lá, de costas para ela, apoiado no parapeito, contemplando a vasta escuridão da noite. Shara aproximou-se, consciente de ser ouvida por ele, posicionando-se com cuidado ao seu lado. Apenas alguns centímetros os separavam agora, e ela evitou assustá-lo, respeitando o momento íntimo que ele vivia.

Antony estava claramente imerso em seus próprios pensamentos, chorando silenciosamente. Vê-lo naquele estado apenas fortaleceu a convicção de Shara em relação à decisão que acabara de tomar.

—Antony – ela hesitou, sem ter certeza por onde começar – Eu realmente sinto muito – a expressão de pesar transpareceu em suas palavras, causando-lhe dor.

—Shara, não se preocupe comigo – ele interrompeu, tentando dissimular as lágrimas que ameaçavam cair – Essa não é a primeira vez; na verdade, já nem sei quantas... Acontece às vezes – suas palavras foram rápidas, mas Shara se importava. Agora, mais do que nunca ela entendia, compreendia perfeitamente o que ele estava sentindo naquele momento.

—Eu quero que saiba que entendo – ela buscava transmitir empatia, desejando que ele percebesse a súbita mudança que havia ocorrido, era diferente agora... a leitura daquela redação e a visão que ela havia tido sobre o passado dele, havia aberto os olhos do seu coração naquele sentido – Agora... eu realmente compreendo, entendo tudo o que você tem enfrentado... todos esses intermináveis anos sem fim, sinto muito que tenha sido dessa maneira, e estou disposta a ajudá-lo – suas palavras fluíam com sinceridade, e Antony parecia tentar processar a informação recém-recebida, sim ela entendia e ela estava disposta a ajudar, e isso significava que ela faria... ela faria por ele, aquele maldito ritual. Uma nova lágrima solitária escapou por seu olho, prendendo-se à confusão em sua mente quando ele elevou uma das mãos, revelando algo que segurava. Era uma esfera dourada, semelhante a um pomo de ouro, mas cerca de três vezes maior. Mesmo assim, suficientemente pequena para caber na palma da mão. Shara não tinha ideia do que poderia ser, nunca tendo visto algo assim antes, mas achava extraordinariamente bonito, os entalhes e tudo mais.

—Sabe, houve um tempo em que detestava pensar nisso – ele murmurou, examinando a pequena esfera com atenção – Pensar no futuro... mas a cada manhã, em cada despertar, a cada novo dia, lá estava ele novamente, se materializando diante de mim. Não era tangível, não... mas ainda assim, era real. O futuro, Shara, sempre esteve e estará lá, zombando de mim, lembrando-me de que nunca me livrarei dele e que estamos ambos fadados a fazer companhia um ao outro para sempre – ele riu, mas não era um riso de felicidade.

—Bem... há uma maneira agora, você sabe – ela conseguiu dizer, querendo levar a conversa adiante, desejando gritar se fosse possível e tirar aquilo do seu peito – Antony, eu queria que soubesse... que demorei, eu sei, não pensei em você ou em como se sentia em relação a tudo isso, mas eu... eu finalmente entendi – agora, ela também chorava, talvez aquele lugar a deixasse mais sensível – Eu vim aqui porque queria te dizer, eu preciso te dizer que...

—Espere – ele a interrompeu, surpreendendo-a, era evidente que ele já havia compreendido a direção da conversa, mas algo parecia mais urgente e significativo naquele momento – Shara, embora eu nunca tenha compartilhado isso antes... antes que avancemos, há algo que também preciso revelar, algo que gostaria muito que soubesse, por favor, permita-me expressar isso... – ele solicitou, e ela concordou positivamente, instigando-o a continuar – Eu renunciei ao meu propósito e a tudo que fui destinado a ser no mesmo dia em que o recebi: um guia – ele parecia recordar-se – Foi assim que me chamaram, e era o papel que eu deveria desempenhar para todas as guardiãs... Mas, na verdade, eu era apenas um jovem tolo aprisionado no corpo de um maldito pássaro negro, com poderes ancestrais à minha disposição, completamente perdido pela eternidade... Eu deveria protegê-la, Shara, afinal, você é meu sangue também... o meu sangue e o sangue dela – ele virou-se, buscando o olhar dela – O sangue de Medusa, o sangue da primeira mulher que amei... E olha que família desajustada formamos – ele sorriu, e Shara não pôde deixar de sorrir também – Sabe, sou muito mais velho do que você, Shara, mas não sei o quanto realmente amadureci nesse tempo todo, e detestar o futuro fez de mim um fracasso completo em minha missão, eu fracassei todos esses incontáveis anos – ele manteve aquele olhar – A magia que você testemunhou naquela noite, o cajado... eu os reprimi ao negar possui-los, sim milhares de anos se passaram, e eu apenas observei, cada guardiã partindo, indo embora sem mim, e o pior... eu não lutei por elas – ele admitiu – não como deveria, não como podia... não com meus poderes, eu simplesmente não fiz.

—Um viajante solitário – ela ecoou aquele título triste, que Draco habilmente atribuíra a ele na redação. Aquela definição capturava com precisão a essência do que ele representava, e ele apenas assentiu.

—Um viajante covardemente solitário eu diria... já que nunca fiz uso dos poderes a mim destinados para esse fim, nenhuma delas os viu ou sabia que eu poderia conjura-los... Apenas reflita, Shara... sim reflita sobre tudo o que se espera de um guia, de um protetor... tenho certeza de que poderá elaborar mentalmente uma lista, com diversas atribuições, e posso afirmar que não os cumpri, eu simplesmente não cumpri nada, independentemente daquilo que puder pontuar, eu não o fiz. E antes que diga aquilo que veio dizer... talvez eu devesse me desculpar... talvez, mas nenhuma desculpa seria suficiente – ele voltou a olhar para frente, envergonhado do que não fez, enquanto ela suspirava.

—Certo, você pode não ter usado seus super poderes ancestrais para lutar pelas guardiãs, não como acha que deveria ter feito – Shara se aproximou um pouco mais dele – Mas você foi muito mais do que isso para elas, você foi um amigo e amigos são tão raros, Antony, e aquele que puder achá-los e puder enxergar isso diria que superpoderes não são nada, não se comparados a uma amizade tão incrivelmente leal e verdadeira como tem sido a sua ao longo do tempo... Nada vale mais do que isso. Então talvez eu devesse agradecer... talvez, mas nenhum agradecimento seria suficiente – ela sorriu, usando as próprias palavras dele – Temos dois pontos de vista completamente distintos da mesma situação – ela enfatizou, desejando que ele pudesse compreender isso. Ele limpou as próprias lágrimas, voltando a prestar atenção na esfera que segurava em sua mão.

—Você é incrivelmente boa Shara – ele disse – Não me surpreende que Poseidon tenha observado todas elas, as guardiãs, e escolhido justamente você. Sabe, os Deuses não são exatamente o que esperamos deles, mas conseguem enxergar aquilo que nós não podemos ver: o coração – ele havia dito, era desconfortável pensar que tudo ali era parte de um grande teatro, onde ela e ele eram os protagonista de uma tragedia com a finalidade sórdida de entreter seres imortais e egoístas, ela havia sido escolhida e não necessariamente havia escolha para ela... certo… as vezes era simplesmente melhor não pensar sobre isso, pelo menos não dessa maneira.

—O que é isso, Antony? – ela ousou perguntar, referindo-se à esfera que ele ainda segurava em suas mãos, Shara estava verdadeiramente curiosa sobre aquele objeto, especialmente porque parecia ter um significado nostálgico para ele, sendo que de alguma forma sobrenatural aquilo a atraia, era uma atração completamente singular.

—Isso... digamos que isso represente o futuro – ele informou. O que ele queria dizer com "representar o futuro"? Era alguma metáfora? Se sim, ela não havia entendido – Sabe, eu não o detesto mais, pelo menos não como detestava antes. Afinal, como diz aquele velho ditado, se não puder vencer seu inimigo, vá lá e junte-se a ele... mas não se iluda, o "juntar aqui" não significa compactuar com as artimanhas e falcatruas dele, mas sim, colar-se a ele a ponto de identificar seu ponto fraco e subjugá-lo – ele parecia explicar parte de um plano complexo - Contudo, o futuro não é o verdadeiro inimigo aqui, não exatamente… o futuro é apenas o desconhecido, pelo menos é assim que ele deveria ser.

—Fala dele, do futuro como se ele fosse... alguém, uma pessoa real... ou talvez algo, uma coisa – ela o observou confusa, passando os olhos pela esfera outra vez, havia magia naquilo… sim Shara podia senti-la – como isso pode representar o futuro? – ele ainda não havia respondido sua pergunta.

—Isso... foi um presente de Atena, a Deusa, foi forjado por suas próprias mãos, é o tipo de artefato que eles, os deuses apreciam criar para se exibir entre os mortais... sim, e isso foi concedido a Elza ainda na sua juventude, um objeto imbuído por magia ancestral, algo tão raro, tão poderoso e, consequentemente, tão perigoso quanto a própria pedra filosofal, aquela que o diretor mencionou ter sido destruída. Contudo, isso é algo que não se pode aniquilar – ele foi direto. Shara encarou aquele pequeno artefato agora com ainda mais interesse – Essa esfera permite que o portador dela vislumbre pequenos fragmentos do seu futuro, como uma viagem no tempo... apenas para observar, é claro – Ele explicou, e Shara se lembrou que naquela noite com Elza, seu pai havia mencionado algo sobre Atena com Elza, mas aquilo não foi algo que Shara se atentou, não quando havia tantas outras coisas acontecendo ali. Mas então era verdade; a própria Deusa havia visitado Elza no passado e a presenteado com algo assim... bom era exatamente esse o dom que Elza possuía... era ali onde ela tinha alguma vantagem, ver fragmentos do futuro, Shara podia se lembrar da sua viagem ao Beco Diagonal e da forma como o Sr. Olivaras falou de Elza ali, de quando ninguém a conhecia, e ela era apenas a bruxa desconhecida que prévia o futuro… um dom único... ou talvez... oh Merlin, a menos que não fosse um dom…

—Nunca foi um dom – ela afirmou surpresa – Atena... mas por que? – As peças do quebra cabeça pareciam se encaixar agora, quase como num passe de mágica, Elza teve ajuda, sim esse tempo todo… ela teve vantagem… por que Atena estava interferindo, por que Atena a estava ajudando em algo assim?

—Elza teve um impulso, sim, e você está certa, nunca foi verdadeiramente um dom – ele confirmou – e foi assim que Elza passou a ter visões fragmentadas do futuro. Ela usava o artefato... E acredito que ela o tenha feito de forma excessiva, nada muito apropriado, eu diria. Sabe, é muito fácil sucumbir a algo assim, e é por isso que um objeto como este pode se tornar tão perigoso, principalmente nas mãos de alguém como ela, que ambiciona o poder... Elza fez coisas terríveis para sustentar cada nova visão – Shara o encarou, completamente perplexa com aquilo que acabara de ouvir. Nunca teria imaginado algo assim. Era impressionante como, a cada novo passo, reviravoltas eram dadas em toda essa loucura que era a história da sua vida.

—Antony e você.... Você a usou? – Shara queria aprofundar-se naquilo, afinal, ele detinha a peça agora. Talvez ele a tivesse usado também, assim como Elza fez. Então ele saberia que ela o estaria procurando essa noite. Sim, talvez ele já soubesse tudo o que ela tinha a dizer para ele ali, e por isso a tenha impedido de continuar... Era estranho pensar, mas talvez ele já soubesse tantas outras coisas... ele guardou a esfera no bolso antes de responder à sua pergunta.

—Não vou ser hipócrita ao dizer que não tentei – ele admitiu – mas não posso, eu sinto a magia fluir e tudo mais, mas simplesmente não posso usa-la, demorei a entender o motivo, e depois ficou óbvio até, mas para usá-la existe um preço, preço esse que eu simplesmente não tenho e jamais terei como pagar – ela o estudou confusa, um preço? Aquilo fazia ainda menos sentido… que preço seria esse que Elza podia pagar, mas que ele simplesmente não? E por que Atena exigiria um valor?

—Se for dinheiro... eu tenho algum – ela ofereceu, ainda havia o pacote de galeões que Draco havia lhe dado, talvez servisse para alguma coisa, mas ele riu daquilo.

—Os Deuses... bem, eles não precisam do nosso dinheiro, mas se existe um preço, e se esse preço foi algo imposto por Atena, como já sabemos que foi, acredite, ela não pediria qualquer coisa, então o valor é alto... sim, algo muito valioso, algo que o dinheiro jamais poderá comprar, a maior dádiva que um ser mortal pode possuir – Shara franziu a sobrancelha, tentando entender aquilo – me refiro ao tempo Shara, o seu tempo de vida... Para cada previsão é necessária uma oferta, essa deve ser dada de livre vontade. E a oferta em questão é entregar a ela... a Atena, alguns anos da sua vida. Eu não chamaria isso de pagamento, mas sim de uma troca... mas uma troca nada justa, pode ver? Afinal, de que adianta saber o futuro se não se terá tempo o bastante para experimentá-lo? - Shara refletiu sobre isso. Agora fazia sentido, sim...

—E você não pode pagar... por que o seu tempo é ilimitado – ela parecia ter entendido a lógica por trás daquela oferta.

—Justamente – ele confirmou – neste caso não me custaria nada, e se não custa, bem… não é um preço, perspicaz não acha? – ela assentiu, sim era de fato inteligente, mas quem em são consciência estaria disposto a pagar por algo tão caro assim? E não é como se Atena precisasse dessa oferta para alguma coisa, sendo ela igualmente imortal… aquilo era uma armadilha, armadilha cruel que pelo visto Elza havia caído, e caiu por muitas vezes… mas pensando bem e seguindo esse mesmo raciocino, havia algo de errado... afinal como ela poderia ter vivido por tanto tempo assim?

—Mas Antony, ainda assim não faz sentido – ela disse se lembrando do quanto Elza estava debilitada naquela noite – Elza, ela era bem velhinha, se ela usou a esfera tanto quanto afirma que ela tenha feito, ela deveria ter morrido a muitos anos atrás... sei lá morrido jovem eu diria – aquilo era uma consideração válida, talvez o tempo não fosse a única moeda de troca.

—Bom sobre isso… – Ele voltou a encarar o lago negro e a escuridão daquela noite de maneira desconfortável – talvez devêssemos apenas parar por aqui... É o bastante, e tudo isso está no passado agora e não mudará nada aqui, Elza está morta e Atena fracassou… devíamos deixar passar – era mais do que obvio que havia algo muito errado e por algum motivo Shara sabia que isso estava completamente relacionado a consideração feita por ele a alguns minutos atrás “Elza fez coisas terríveis para sustentar cada nova previsão” mas honestamente tudo em Elza era terrível, cada pequeno movimento dela, causava dor e destruição e não é como se Shara não soubesse disso, ou tivesse pensamentos bondosos em relação a sua infeliz ancestral, e definitivamente Shara se perguntou, o  que poderia ser ainda pior do que tudo que ela já sabia e conhecia sobre Elza a ponto dele achar que ela não pudesse suportar algo.

—Ela é má, estou mais do que convicta disso… apenas diga o que Elza fez… – ela insistiu, não se importando com sua recusa descarada – Antony… como foi que Elza conseguiu envelhecer tanto, mesmo após ter feito todas essas previsões? – ela queria saber, ficar as cegas não era mais uma opção, fazia tempo que não era mais uma opção, algo que ele deveria saber.

—Shara…  quando digo que é ruim - ele estava nervoso… - acredite é ruim... você é apenas uma criança... e isso tudo é um caos – ele suspirou.

—Eu acredito… digo, acredito quando você diz que é ruim - ela afirmou – mas sendo criança ou não, o que muda Antony? Honestamente... o que muda pra mim? – nada mudava, Shara nunca havia tido uma infância de fato, ela não era do tipo que se achava superior a alguém, mas era evidente que seu nível de maturidade comparado a qualquer outro aluno de sua idade era muito maior, a vida, a sua história... enfim, foram os responsáveis por um amadurecimento precoce, ela sequer se lembrava de ter brincado com um boneca em toda a sua vida, isso não lhe cabia, nunca lhe coube – e de qualquer forma, dissemos que seríamos honestos uns com os outros, se lembra? - ela o encarou, e aquele argumento parecia tê-lo vencido, ele suspirou.

—Existe uma forma – ele respondeu – existe uma única forma de recuperar o tempo ofertado, e isso é feito através de um sacrifício – ele entregou.

—Um sacrifício? - ela repetiu. Já havia lido sobre Deuses mitológicos e também sobre sacrifícios em sua escola trouxa. Shara recordava-se de ter feito anotações em seu material sobre os diversos tipos de sacrifícios, algo que parecia realmente agradar essas divindades, pois era assim que os povos antigos as cultuavam. No entanto, o contexto mencionado por Antony não era o mesmo em que ela imaginava que esses rituais ocorreriam - Realmente não me soa muito bem - concluiu ela, refletindo sobre aquela observação.

—Nada bem, Elza fez o sacrifício… pense nela, como uma bruxa capaz de fazer qualquer coisa para obter aquilo que deseja - ele informou, o que francamente não era nenhuma novidade - agora, o que você ainda não sabe Shara, e que até alguns dias atrás eu também não sabia, é sobre Atena ter sido a grande responsável por articular tudo aquilo que Elza tramou e fez em vida - Atena? Shara pensou naquilo… era completamente improvável, e sendo assim não deveria surpreende-la, já que improbabilidades eram tão raras em sua vida assim como viver para sempre era para a vida de Antony.

—O que quer dizer com… Atena ser responsável, a tudo aquilo que Elza tramou? - Shara questionou, dito daquela forma, fez com que parecesse que Elza estava apenas seguindo ordens.

—Absolutamente tudo que Elza fez aqui, as tramas... foi elaborado por um ser que podia enxergar além do tempo presente, um ser que conhecia com perfeição o passado por ter sido parte dele, as condicionantes e as imposições por ter sido a responsável por decreta-las – ele se referia a Atena, e então Shara entendeu como Elza podia saber tanto, sobre tudo sem ter as visões, e sem ter percorrido o caminho que Shara percorreu, Elza sabia muito sobre o colar, sabia sobre a poção no colar... ela como Dumbledore havia dito certa vez, havia sido a guardiã a ir mais longe, mas a verdade é que ela havia de certa forma sido privilegiada com tantas informações -  Elza contudo se achava esperta... mas a verdade é que esse tempo todo Atena nada mais fez do que a manipular… a esfera foi um presente demasiadamente tentador, Atena sabia que Elza aceitaria… justamente por conhecer seu coração, o desejo de vingança e ambição era algo comum entre elas... e esses sentimentos são combustíveis altamente inflamáveis e destrutíveis, basta uma pequena faísca... e nada mais, para... “bum” - Antony fez um ruído de explosão - Atena foi a grande responsável por aquilo que Elza se tornou, ela fez Elza queimar no meio da destruição – Shara absorveu aquilo, embora não respondesse a sua pergunta de como Elza poderia ter se preservado por tantos anos, mas ela entendeu algo, ela entendeu que Atena não era nem de longe o tipo de Deusa que Shara achava ser, talvez a mitologia devesse ser reescrita, toda ela.

—Achei que Deuses estivessem banidos da terra, pra começo de conversa… – Shara considerou, aquilo era algo que Antony havia dito certa vez.

—Eles foram, mas você não tem ideia de quantos riscos uma mulher com sede de vingança é capaz de correr – Antony advertiu.

—Estou falando de Atena – Shara reforçou, tentando desvincular Elza por um instante.

—Eu também – Shara estreitou o olhar, estava começando a ficar difícil distinguir quais das duas mulheres poderia ser a pior.

—O que Atena ganha com tudo isso? - Shara perguntou, tentando entender qual era o objetivo dela naquela situação. Por mais sem sentido que fosse todo aquele enredo, aquilo ainda era sobre como as coisas chegaram ao ponto que chegaram. Elza, bastante velhinha, tentando raptá-la, matá-la, roubar o colar e realizar o tal ritual, usando seu sangue para quem sabe, viver eternamente. Então, sim, aquela era uma pergunta crucial para compreender os motivos por trás de tudo aquilo.

—Destruir Poseidon, é claro – ele disse, como se fosse a coisa mais óbvia – afinal enquanto as guardiãs existirem, sempre haverá uma esperança para que ele e Medusa se reconectem de alguma forma, se Atena às destruir, as guardiãs, ela frustraria qualquer expectativa da parte dele, imagino que ela não tenha mencionado desta forma a Elza é claro… - ele observou.

—Seria mais fácil se ela não tivesse sido tão irracional e simplesmente não tivesse lançado maldição nenhuma sobre ninguém naquele dia - Shara cuspiu.

—Sim, está certa... contudo, Atena foi acometida por ciúmes...- Ele disse, visivelmente constrangido - Um sentimento bastante ruim, se quer saber. É algo que ofusca a sua visão e te toma qualquer razão. Me parece que Deuses também podem ser bastante instáveis nesse sentido. A única diferença entre os mortais é que suas ações, as consequências delas no caso, percorrem eras - Ele ponderou, reconhecendo sua própria participação na situação. Ambos haviam sido acometidos pela mesma falha ali, e ele não necessariamente a estava defendendo, mas Shara entendeu o que ele queria dizer.

—A verdade é que Atena soube que Poseidon havia intervido em sua sentença, e isso certamente tornou tudo ainda pior. Atena sabia que ele estava esperando pelo momento em que uma guardiã no futuro cumpriria os requisitos, uma guardiã predestinada. Então, Atena esperou sutilmente... ela esperou até agora, e bem, estamos falando de você, Shara. Você é a esperança de muita coisa... consegue ver? Não estamos falando unicamente de mim aqui. Você cumpre as exigências dela, algo quase impossível, e bem, você está aqui, não está? - Ele explicou emocionado. Shara nunca havia ouvido aquilo daquele ponto de vista, e ela não sabia dizer se isso ajudava ou colocava um fardo ainda mais pesado em suas costas.

—Bom... que ótimo então, e eu aqui achando que meus problemas haviam... digamos que parcialmente sido resolvidos, Elza está morta e tudo mais... mas que ilusão a minha, que ao me deparar com a verdade descubro que ela não era a autora da peça principal, e sim uma mera marionete como eu e todos os demais – Shara podia rir de sua própria desgraça, acontece que não tinha graça alguma – Atena é imortal, uma deusa e ela meio que me odeia, eu deveria comunicar o senhor Malfoy e a senhora Diaz para que eles simplesmente saiam da frente – Shara disse dando de ombros, definitivamente não havia nada a fazer naquele sentido.

—Atena não pode interferir – Antony lembrou, tentando acalma-la.

—Claro, e ela fez exatamente o que com essa... essa coisa no seu bolso – não podia intervir era uma piada ótima – agora, basicamente todos esses milhares de anos se passaram, desde Medusa e Poseidon, a maldição e tudo mais... E Atena, que estava com ciúmes, e quer vingança... está me dizendo que ela ainda não sabe a verdadeira história sobre eles, sobre o fato deles serem... tipo pai e filha? – ela perguntou atônita – talvez alguém pudesse contar... seria de grande ajuda não acha? – Shara empregou ironia – se eu simplesmente me sentar no chão, no meio de uma floresta e queimar uns matos... isso é um sacrifício? Posso mandar um recado... sei lá, alguém pensou nisso? – agora ela estava visivelmente aborrecida.

—Não é como se eu mesmo não tivesse descoberto a apenas alguns meses atrás, então acho que o mesma para ela, embora os Deuses aparentem ser muito poderosos, eles não são oniscientes... então a menos que Poseidon tenha dito, o que não acho que ele fez, não... ela não teria como saber, ou pelo menos não sabia  – ele disse ao encara-la – mandei um recado por Elza, talvez ela já tenha recebido - Shara achou melhor não perguntar como isso seria - mas não podemos negar que a sua maneira Atena fez tudo o que fez por ama-lo – Antony suspirou, e Shara bufou, claro uma bela demonstração de amor essa, onde os pobres mortais tem mais uma vez que pagar pelas insanidades amorosas de Deuses completamente egocêntricos...

—Não é amor - Shara disse com convicção.

—Às vezes as pessoas fazem coisas terríveis quando amam - ele a corrigiu - Elza também alegou ter feito tudo o que fez… a incluir o sacrifício, que infelizmente não se trata de queimar gravetos na floresta, isso por amor, por amar Aurora - ele informou, e aquilo os trazia de volta ao cerne de sua dúvida, que sacrifico era esse?

—Não é amor - ela repetiu - de qualquer forma... qual seria o sacrifício? – ela perguntou de forma direta.

—Sangue, Elza precisava conseguir e beber o sangue de uma de suas descendentes – Shara congelou... Então era por isso que Elza havia invadido a escola aquele dia, sim ela havia ido até ela apenas para beber o seu sangue... Elza parecia mesmo desesperada ali, o seu tempo... sim, Shara se lembrou, ela havia dito que o seu tempo estava se esgotando, Shara achou que ela falava apenas do colar, mas a verdade é que ela precisava beber o seu sangue para repor algo que estava perdendo, o pouco tempo que ainda lhe restava… Elza estava com idade avançada, foi quando tudo absolutamente tudo fez ainda mais sentido, Shara se lembrou do que seu pai havia dito naquela noite, ao acusá-la de ter assassinado a própria  filha, e depois bebido o seu sangue, ele estava certo sobre isso… esse era o sacrifício então, por isso ela havia ido tão longe, Shara estava certa sobre isso não ser amor.

—Aurora – ela disse o nome da sua avó com alguma dificuldade – foi por isso que Elza a matou, não foi? – Shara perguntou, embora ela soubesse a resposta, ela tinha certeza agora.

—Sim – ele confirmou, fechando os olhos, Shara sabia o quanto aquilo era difícil para ele, muito mais do que podia ser para ela, afinal ele a havia conhecido, a visto crescer e certamente se afeiçoado a ela, ele era um viajante solitário... envolto a um ciclo de tristes despedidas, mais uma prova de que Draco estava coberto de razão ao descreve-lo assim – Atena a iludiu e Elza tinha esperanças de trazê-la de volta a vida, por isso ela precisava do colar… Elza sabia sobre a necromancia no colar… e ela estava disposta a fazer o ritual para resgatar Aurora do mundo dos mortos, talvez Aurora tenha sido a única pessoa que Elza foi capaz de amar algum dia, mas Elza dependia unicamente de você para abri-lo, já que ela jamais seria capaz de fazê-lo, ela precisava acessar a poção do colar, por isso que ela teve que esperar todos esses anos, tramar e esperar, era importante que ela vivesse, sem o sacrifico ela não teria conseguido e Atena a orientou nesse sentido, contudo as coisas parecem ter fugido um pouco do controle na reta final e isso a assustou... o futuro Shara estava diferente... o futuro estava mudando, o futuro não é um inimigo – Antony sorriu, ao usar um tom esperançoso, aquilo era de fato curioso, Elza havia dito algo nesse sentido.

—Como isso pode ser possível? – ela perguntou – como eu posso ter mudado algo? – era uma pergunta honesta – como?

—Amor – ele sorriu ainda mais – a única coisa capaz de mudar qualquer circunstância é o amor.

—Amor! – ela exclamou - Antony isso é utopia, as coisas não se resolvem amando... – ele estava sendo irracional, completamente irracional... ele tinha milhares de anos nas costas, ele havia visto tantas histórias tristes... ele, antes de qualquer outro ali deveria ser o primeiro a saber... ela desviou o olhar, o amor... era apenas um sentimento como qualquer outro.

—Atena havia dito para Elza se livrar dos pais da menina – Antony soltou – Elza fez... quer dizer ela se livrou sim... de Maeva – ele vacilou ao dizer, talvez por perceber que o motivo dela ter desviado o olhar, era pelo fato de estar agora chorando, ou talvez por dizer o nome da sua mãe em um contexto tão ruim, ou talvez por se sentir triste, enfim não importava mais... a sua vida havia sido completamente miserável e nenhum amor havia sido suficientemente grande para mudar isso e resgata-la dali... embora seu pai não soubesse sobre ela, não naquela época... espera Antony havia dito pais? pais no plural?

—Oque disse? – ela voltou a encara-lo, não se importando em demonstrar sua fraqueza.

—Que Elza não cumpriu à risca o que Atena havia pedido... Elza não se livrou do pai da menina, ela achou talvez que ele não fosse descobrir, ou que não fosse se importar, ela achou que ele não pudesse amar, não é o que todos pensam sobre ele? – Merlin, Elza havia dito isso para ele na sua frente aquele dia, Elza não achava que ele pudesse amar... sim ninguém acreditava que ele pudesse... mas ele podia, e Shara sabia disso, ela podia revisitar aquela cena, o olhar de espanto dela ao vê-lo se jogar na sua frente, morrendo em seu lugar, Elza havia desistido naquele momento de tentar... Antony estava certo – Severo mudou o futuro – Antony confirmou – a única certeza que Atena tinha, era de que as pessoas elas podem ir suficientemente longe ao amar – ele deu de ombros - ela estava certa sobre isso.

—Obrigada por me contar... – ela balbuciou – quer dizer, não que você quisesse faze-lo... – Ela o havia obrigado, mas de certa forma aquilo havia sido uma experiencia incrível... era terrível, sim tudo que ela descobriu ali era suficientemente terrível, mas ela havia aprendido algo naquela noite sobre o poder e o alcance do amor, tendo esse sentimento o poder de inspirar atos nobres quanto nefastos, revelando que as pessoas podem ser impulsionadas por essa força a cometer atrocidades quando suas inclinações forem ruins, não que justificasse, não justificava, mas ainda assim não deixava de ser real.

—Shara tem mais uma coisa... – Antony considerou – o que assustou Elza no final da sua vida, não foi apenas o fato de ter perdido e não poder mais ver a filha uma outra vez, mas foi perceber que Aurora, que ela jamais teria concordado com tudo aquilo que Elza fez, então de qualquer maneira Elza a havia perdido, dessa vez para sempre...

—Aurora, ela jamais… - Shara tinha certeza… e por mais que Shara detestasse Elza e tudo que ela representou em sua vida, Shara não pode deixar de sentir pena dela naquele momento.

—Jamais - ele afirmou - Elza, ela entendeu isso… e por essa razão ela me entregou a esfera, sim ela o fez livremente...  foi ela que me contou grande parte disso tudo que estou te contando aqui, o seu tempo... havia acabado ali, ela sabia… e nos últimos instantes de vida, ela percebeu, e eu posso ter contribuído com isso, mas sim ela percebeu que havia fracassado miseravelmente, e não me refiro a você, nem sobre Maeva, ou sobre Snape ou sobre todos os planos mirabolantes que ela orquestrou durante toda a sua vida infeliz... Mas ela fracassou da mesma forma como eu sinto que fracassei Shara, ela fracassou em seu propósito de existir, ela fracassou na sua missão mais nobre, mais memorável como guardiã, como filha, como mãe, como avó... como qualquer coisa, então ela morreu... sentindo culpa – ele contou – culpa... – ele sussurrou.

—Deve... deve ser horrível, morrer assim… - e mais uma vez o fato de detesta-la com todas as forças, não fez Shara se alegrar por saber que ela morreu assim...

—Deve – ele fraquejou – e é por isso... que eu precisava dizer Shara... antes que você me dissesse qualquer coisa essa noite, eu precisava pedir desculpas por ter fracassado com você, com Maeva, com Aurora, com Elza, com Amalia, com Serena, com Alba... – cada nome dito por ele ali, parecia ter um peso e uma dor diferente, ele podia mesmo se lembrar de cada uma delas dessa forma? muitos daqueles nomes eram completamente desconhecidos por Shara, mas não eram menos importantes para ele, ele conhecia suas histórias, seus medos, suas dores, Antony era de fato um viajante corajosamente solitário...  e então Shara entendeu aquela urgência absurda que o havia acometido, ele sentia culpa, uma culpa avassaladora, assim como Elza sentiu... uma culpa de milhares de anos, de tantas guardiãs...  – com Krisa, com Medusa... um total de cinquenta guardiãs – ele disse, ele estava contando? ela havia perdido muitos nomes ali, mas não importava.

—Antony – seu olhar era vago agora - Está perdoado, em nome de todas as cinquenta guardiãs, está completamente perdoado e isento de qualquer culpa que possa sentir – ela reforçou, visivelmente emocionada, entendo a importância daquele perdão, assim como o perdão que havia sido liberado por ela aquele dia na sala precisa... Antony havia levado as duas mãos ao rosto, e Shara achou que aquele era um bom, aliás um excelente momento para fazer aquilo que ela havia se disposto a fazer ali essa noite, ela tirou o colar da sua mãe do bolso – Antony... – ele a olhou, seu rosto marcado pelas lagrimas – eu estou disposta a fazer o ritual – ela lhe estendeu o colar – sei que encontrará o lugar adequado, se é que já não o tenha feito – ela tentou sorrir, por Merlin... como era difícil, deixa-lo ir... Antony estaria partindo pra sempre – quero que fique com ele até lá.

—Shara... isso... isso é realmente, o que você quer? – ele oscilou – eu entendo que a redação tenha provocado algo... mas não quero que seja apenas emocional...

—Não foi apenas a redação – ele a encarou – “O que não tem a menor graça é passar a minha vida aqui sem você” isso te diz alguma coisa? – ela perguntou, sendo honesta sobre a visão, ele certamente se lembraria.

—Sim – ele fechou os olhos parecendo recordar – enquanto ela depositava o colar em sua mão, agora estendida para ela... Shara estava prestes a abraça-lo com forças se não fosse... o que era aquilo? ela tinha certeza que ambos podiam sentir, já que ele abriu os olhos imediatamente, um vento sobressalente fez com que seu cabelo balançasse, a energia, a vibração e a luz que irradiou do colar assim que Antony o tocou... os olhos de ambos agora completamente fixos na peça, mal podiam acreditar naquilo que estavam vendo acontecer ali...

—Antony – ela sussurrou seu nome - isso... isso já aconteceu antes? Alguma vez nesses milhares de anos? – ela perguntou visivelmente assustada – por favor diz que sim...

—Não... nunca – ele disse, a cor da poção havia mudado completamente, antes aquele verde esmeralda, agora havia se transformado num laranja vivo...

—Uma poção... ela não pode simplesmente mudar de cor – Shara estava perplexa – a menos que as propriedades dela tenham mudado...

—Mu... mudado? – ele gaguejou

—Sim – isso não era bom, por Merlin isso não podia ser bom... quando isso acontecia durante as aulas de poções o seu pai simplesmente bania todo o conteúdo produzido, e o aluno bem... além da humilhação pública, levava um zero...  – O que a gente fez? – ela colocou as duas mãos na cabeça, ela precisava pensar... pensar rápido, tinha que ter uma forma de concertar aquilo.

—Tem certeza, digo sobre esse negócio de mudar as propriedades? – ele estava nervoso.

—SIM... ISSO É PRÉ REQUISITO DA MATÉRIA DE POÇÕES – ela gritou para ele, não por estar braba com ele ou coisa do tipo, mas sim por que ela estava nervosa também.

—Não é como se eu soubesse disso, mini Snape – ele disse levantando as mãos em sinal de autodefesa.

—Snape... – ela disse... – Antony, é isso... é claro – ela o puxou pela mão – precisamos da ajuda dele, ele certamente saberá como consertar... – e agora ela o estava arrastando escada abaixo – apenas torça pra que ele possa – ela suspirou – do contrário temos um problema aqui – sim, aquele seria um problema dos grandes, afinal não é todo dia que se consegue arruinar uma poção milenar como aquelas, altamente protegida por uma capsula magica e repleta de magia ancestral, algo feito e forjado pelas próprias mãos de Poseidon, ninguém mais ninguém menos que o Deus das águas... e como ela havia passado de ser a esperança do mundo para uma arruína completa, bem nem ela sabia... era improvável, sim... e portanto ela já deveria estar acostumada, sim, acontece que ela não estava, era melhor eles se apressarem.  


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Notas finais do capítulo

Um capitulo, apenas para colocar todos os pontos nos "i"
Uma conversa altamente madura entre os personagens, um desabafo muito sincero de Antony, faz com que Shara tenha mais a oferecer do que achava que teria

Não há muito mais a ser dito, já que parcialmente conhecíamos a trama, mas Shara ainda não... e da forma como foi dito, Antony tem meu coração.

E o que esperar dessa mudança da poção? (sei não... to achando que é bom)
O próximo capitulo promete... será que papai Snape vai conseguir concertar?

Reta final meu povo, aguenta coração!



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