Descobrindo o Amor escrita por Thay Paiva


Capítulo 8
Capítulo 8 - Dias atrás.


Notas iniciais do capítulo

Ei, como estão?

Mais um capítulo quentinho saindo ;)



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Entrei na cantina e de longe avistei, Carla quase em cima do André falando algo que o fazia rir, e o pior, ele deixava no maior descaramento. Olhei ao redor procurando algum lugar em que eu pudesse me sentar, avistei Marcos sentado sozinho, fui até ele.

— Posso ficar aqui? – Ele estava com fone, tirou um lado e me olhou.

— Hum, claro. Não vai ficar com o seu pessoal?

— Hoje não. – Me sentei então ao seu lado, com um rápido olhar vi que André tinha me visto, e não sei o que deu em mim, me aproximei mais de Marcos. – Posso? – Apontei pro seu fone, ele fez que sim.

— Conhece? – Tentei ver se reconhecia a música, mas acho que nunca tinha a ouvido.

— Não, mas ela é legal. – Olhei novamente pra mesa mais distante, e eles tinham saído.

— Você está bem? – Me olhou confuso, olhando para trás, tentando ver o que eu tanto olhava.

— Sim, er.. ficou sabendo de uma festa que vai ter mais tarde?

— Por alto, por quê? – Mexi um pouco na minha comida, não sabendo se estava fazendo a coisa certa, mas perguntei mesmo assim.

— Você quer ir? – Me encarou por um tempo. – Você conhece pouca gente, pode ser legal. – Tentei. – Minha amiga Débora vai também.

— Tá querendo me juntar com sua amiga? – Estreitou os olhos em minha direção. Falei apressada, apressada demais.

— Não. – Ele segurou o riso.

— Eu estava brincando. Pode ser.

— Certo, tá bom então. – Sorri e depois de um tempo fui pra aula.

Depois da aula, fui a cafeteria. Minha mãe ainda não tinha chegado então chamei a Débora para vim, estava sentada na mesa com ela tentando convencê-la a ir à festa.

— Por que você disse que eu iria?

— Não sei, foi a única coisa que me veio à mente. – Tentei fazer a cara de cachorrinho.

— Nem vem com essa cara, você sabe que eu não gosto dessas festas na casa dos amigos do André. – Ela olhou pra xícara de café, tirei da sua frente.

— Não vou mais te dar café grátis. – Ela me olhou incrédula. – Certo, eu não estava falando sério, por favor?

— Amiga, fala com ele, não fica nessas de ciúmes porque não vai dar certo, é sério. – Suspirou antes de dizer. – Tá bem, eu vou, mas se eu quiser ir embora você vem comigo. – Cruzei os dedos.

— Na mesma hora. Vou me arrumar na sua casa. – Disse já me levantando. Organizei algumas coisas na cafeteria e pedi para sair mais cedo com a desculpa de que iria estudar.

— E o que sua mãe disse? – Débora quis saber quando já estávamos em sua casa.

— Nada. – Levantou a sobrancelha. – Eu disse que iria a sua casa para estudar. – Dei de ombros, me encarou séria.

— Helena, primeiro jogo de ciúmes e agora mentindo, sabe que você não é assim né.

— E sério que você vai ficar assim, tá chato. – Murmurei, por mais que eu soubesse que ela estava certa, eu não era assim. Minhas atitudes estavam totalmente ao contrário do que eu era, mas mesmo assim eu escolhi continuar com a minha decisão.

— Como a gente vai? – Ela quis saber quando já estávamos prontas.

— Ele vai de moto, então vamos nos encontrar lá. Já chamei um táxi.

Em pouco tempo chegamos à festa, ficamos esperando-o chegar na porta, para entrarmos todos juntos, alguns segundos depois ele chegou.

— Moto legal.

— Obrigada, você deve ser a Débora. – Disse a cumprimentando.

— Sim, prazer Marcos. – Depois de se cumprimentarem ele me olhou.

— Oi, esta bonita, as duas. – Completou quando percebeu minha amiga o encarando.

— Obrigada. Vamos?

— Você viu o jeito que ele te olhou? – Me fiz de desentendida.

— Ele me olhou normal, deixa disso. – Sussurrei de volta.

Depois de cumprimentar o pessoal da festa fomos enfim se sentar.

— Vou pegar algo para beber, vocês querem? – Dissemos que queríamos suco e ele foi buscar.

— Você viu o André? – Perguntei procurando com o olhar.

— Não, acho que ele nem vem. Não chegou até agora. – Foi quando o vi com ela.

— Olha quem chegou, não acredito que ele veio com ela. – Falei indignada.

— Assim como você veio com o Marcos? – A olhei com tédio.

— E diferente. – Falei decidida.

— Hum, sei. – Fingir não a ouvir. Não conseguia tirar os olhos deles, foi quando ele me percebeu, parecia que vinha falar comigo, mas o Marcos chegou e ele parou no meio do caminho.

— Espero que gostem de morango, só tinha esse. – Agradeci o suco sem tirar os olhos da dupla um pouco mais a frente.

— Você quer dançar? – Soltei de repente, ele franziu o cenho.

— Agora? – Os dois me olharam sem entender.

— Sim, agora. Vem. – Sai o puxando para o meio da sala, onde várias pessoas já dançavam.

— Desculpa. – Disse depois de pisar no seu pé pela milésima vez.

— Tudo bem, eles já estão dormentes. – Brincou, sorri empurrando seu ombro de leve, ele segurou minha mão. – Assim. – Colocou minhas mãos ao redor de seu pescoço e me olhou como se perguntasse com o olhar se podia colocar as dele ao redor da minha cintura, fiz que sim.

— Nossa, você é bom. – Sorriu de canto. Continuamos assim por mais um tempo, nem sei quando tempo passamos assim, quando eu vi já estava aproximando meu rosto do seu. Ele me parou e fiquei um pouco constrangida.

— Me desculpa, eu... – Não sabia nem o que dizer, eu estava com raiva do André por estar com a Carla e ali estava eu, quase beijando outro. Me afastei. – Eu vou ao banheiro. – Sai apressada.

Quando eu saí do banheiro quase me barroei com alguém parado ao lado da porta, André.

— O que está acontecendo, Heleena. – Falou arrastado.

— Você andou bebendo? – Ele chegou mais perto, me prendendo na parece. - O que está fazendo? – O olhei séria.

— Eu não gosto de te ver com aquele cara, você está com ele agora? – Fiz cara feia por conta de seu bafo de álcool.

— André, vamos pra casa, você não está bem. – Tentei segurar seu braço, mas ele o puxou de uma vez resmungando em seguida.

— Eu não vou pra casa, e você vai ficar comigo. – Segurou meu pulso com um pouco mais de força.

— Para com isso, vem comigo. – Insisti novamente.

— Não. – Tentou me beijar, mas eu virei o rosto. – Por que você está assim? – Colocou a mão na minha bochecha e me deu um selinho. – Eu te vi com ele.

— A gente é amigo. – Tentei me afastar, mas ele segurou na minha cintura com a mão livre.

— E mentira. – Eu já estava ficando assustada, ele nunca tinha ficado assim, e o pior acho que eu tinha causado isso, devia ter ouvido a Débora.

— A gente pode falar depois? Você está bêbado e... – Ele deu um soco na parede, fechei os olhos pelo susto. De repente senti meu corpo mais leve, quando abri os olhos vi que Marcos o segurava pela gola da blusa, fui em sua direção apressada.

— Não Marcos, está tudo bem, solta ele. – Ele me olhou por um tempo, com o olhar tentei transmitir um por favor. Ele o soltou aos poucos.

— Está tudo bem? – Me aproximei de André, mas com a mão ele me empurrou para o lado.

— Quem você pensa que é. – Gritou com ele meio cambaleando. – Eu sabia que você estava dando em cima dela, da minha Namorada. – Enfatizou a última palavra. Marcos só o olhava sem dizer nada. – Diz alguma coisa. – Gritou.

— Você que ir embora? – Perguntou me olhando, eu acho que fiquei meio atômica porque não consegui responder, quando ele tentou me puxar pela mão, aconteceu rápido demais, ele cambaleou um pouco para trás, André o tinha dado um soco.

— Aí meu Deus. – Corri em sua direção. – Porque fez isso, André. – Coloquei a mão sobre o rosto do Marcos. – Você está bem? – Ele fez que sim, mas continuou com a mão sobre o nariz.

— Porque não conta para ele por que o chamou para a festa. – André falou, o olhei com raiva.

— Para com isso. – Mas ele insistia.

— Por que me chamou Helena? – Marcos quis saber, nem percebi que segurava a respiração.

— Porque queria me fazer ciúmes, ela te usou para me fazer ciúmes. – André falou por mim e depois riu em seco. O olhar que Marcos me lançou, me fez me sentir uma idiota.

— Achei que éramos amigos. – André riu novamente. – Mas você é só mais uma garota mimada. – Decepção, foi o que vi em seus olhos. Queria sair correndo, mas eu decidi fazer aquilo, e ali estava a consequência.

— Me desculpa. Eu não quis te usar, eu só...

— Achou que eu era mais um babaca, que fica aos seus pés.

— Exatamente, pelo menos não é burro. – André dizia.

— Cala a boca André. – Marcos saiu me deixando com ele. – Porque você é assim, hein?

— Assim como? – Se aproximou me dando um selinho forçado, e eu fiquei lá, completamente sem reação enquanto ele saia.

Encontrei Débora conversando com umas pessoas e fui em sua direção.

— Está tudo bem? Vi o Marcos sai apressado.

— Mais ou menos, mas não quero falar agora. Vamos pra casa? – Me avaliou por um minuto antes de dizer.

— Claro, tchau pessoal. – Me acompanhou até minha casa e depois foi para a sua.

Quando cheguei em casa, estava tudo escuro e minha mãe novamente estava dormindo no sofá, desliguei a TV.

— Helena? – Se acordou de repente, fiquei a olhando sem dizer nada e ela percebeu algo em meu rosto, porque veio em minha direção. – O que aconteceu filha? – Me sentei ao seu lado no sofá.

— Mãe eu... – E comecei a chorar em seus braços.

— Quer me contar o que aconteceu? – Fiz que sim enquanto tentava enxugar os olhos, ela me esperou pacientemente.

—... Eu juro que tinha visto alguém em seu carro. – Tentei contar desde o começo. -... Aí, eu os vi na escola e fiquei com muito ciúmes, então chamei o Marcos. – Eu já tinha contado para ela quem ele era. – Porque queria que ele também sentisse o que eu senti, mas no fim saiu tudo fora de controle e... – Contei o que aconteceu na festa.

— Ele te machucou? – Perguntou alarmada.

— Não, ele não me machucou, mas eu nunca tinha o visto assim antes. Foi tudo minha culpa.

— Não, Helena não foi tudo sua culpa. – Ela levantou meu rosto. – Você agiu pelos sentimentos e sim, isso foi errado, principalmente porque envolveu alguém que não tinha nada a ver. Mas não tente justificar o que ele fez como sendo sua culpa, ele não deveria ter agido dessa forma com você de jeito algum, foi totalmente abusivo. – Ela me olhou antes de continuar. – Eu queria poder decidir isso, mas é você quem tem que me dizer, o que vai fazer agora?

— Eu não sei, acho que ainda gosto dele, não quero terminar.

— Entendi, e como se sentiu quando ele agiu assim com você?

— Horrível. Me senti alguém incapaz, acho que humilhada também.

— E você quer continuar um relacionamento com alguém que te faz se sentir assim? – Perguntou com a voz bem calma.

— Eu não sei, estou confusa.

— E está tudo bem, se sentir confusa é normal. Vocês estão juntos a bastante tempo, sentir um afeto por ele é muito normal, você não quer magoar ele, não tem problema, mas você não pode aceitar que ele te magoe, um relacionamento é construído por duas pessoas que se respeitam e se uma delas já não age assim, não adianta continuar.

— Entendi. Era assim com você e o papai? – Ela sorriu, seu olhar brilhava quando falava.

— Era exatamente assim. Filha, escute. – Prestei atenção. – Você não pode aceitar nada menos do que alguém que te respeite, e te aceite do jeito que você é, claro que devemos evoluir, mas nunca ser alguém diferente para agradar alguém, você vai encontrar alguém que vai querer estar do seu lado. E se não achar, seja a melhor para si mesma.


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