O Curioso Relacionamento Entre A Fada E O Dragão 2 escrita por V P Santos


Capítulo 6
Zac É Facilmente Irritável, Pérolas Jornaleiras e Uma Cura Venenosa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Atravessaram o corredor com certa dificuldade, pois as celas da frente também estavam abertas. Haviam zumbis, esqueletos, feras obscuras e vários tipos de criaturas malignas tentando impedir a passagem do grupo.

— Olhem, outra porta com runas! – Apontou Anllye, após derrubar outro morcego gigante que tentava puxar o cabelo de Neil. – Vamos logo sair daqui!

— Eu vou abri-la, segurem as criaturas! – Gritou Blacy. Antes que a garota chegasse ao destino, uma clava de metal acertou a porta com força e caiu inerte no chão. Blacy se encolheu com o susto, e Brierg rugiu outra vez atrás do grupo.

— Matar! Matar! – Berrou o orc.

— Anda logo, Blacy! – Neil atirava flechas mágicas em qualquer coisa que se movesse em sua frente. O orc rugiu e correu com ímpeto, derrubando criaturas malignas como se fossem pinos de boliche. Zac soprou uma rajada de fogo, mas o orc usava as criaturas como escudo. Anllye tentou pará-lo com suas heras, mas Brierg destruía todas e não parava por nada.

— Blacy! – Berraram os três adolescentes. Blacy, que lia as runas rapidamente, suspirou aliviada.

— Abriu! Corram! – Avisou a garota, adentrando a nova sala da masmorra. Todos a seguiram e Anllye fechou a passagem com plantas, enquanto Blacy recitava as runas para fechar a porta novamente. Os meninos se sentaram ofegantes no chão e se entreolharam.

— Sua mira é realmente impecável, pirralho... Mas por que você estava mirando no chão e no nada? – Debochou Zac. Neil deu uma risada falsa, com raiva.

— Você se acha muito engraçado, não é?

— Não precisa ficar chateadinho, com certeza você acertará o alvo na próxima vez... – Zac abriu seu sorriso arrogante.

— Não vai ter próxima vez, Zartaxes, e se tiver, vou te empurrar pra cima deles e sair correndo. – O garoto híbrido levantou revirando os olhos e limpando a roupa, olhando em volta. – Que raio de lugar é esse?

— Tem algo muito poderoso aqui, eu sinto o cheiro... – Zac olhou em volta, farejou o ar e levantou do chão.

— Espero que não seja outra coisa mortal. – Blacy franziu o cenho.

— Caramba, que lugar bonito! – Disse Anllye, totalmente distraída com a sala. Era um lugar enorme, com pouca luz, exceto a luz da lua em um grande buraco no teto, bem acima de uma gigantesca estátua quebrada e levemente inclinada de um homem que parecia apresentar algo com as duas mãos. Tudo era feito de pedra lisa, inclusive a ponte que levava a estátua.

— Uau, olha essa queda! – Assobiou Zac, olhando para um dos lados da ponte. Os outros três se juntaram a ele para olhar a infindável escuridão abaixo da ponte.

— O que será que tem lá em baixo? – Perguntou Neil. Zac olhou para o garoto e sorriu malignamente.

— Quer descobrir?

— Ok, vamos procurar... Uh... O que viemos procurar. – Intrometeu-se Anllye, flutuando um pouco e puxando Zartaxes consigo.

— Esse moleque me irrita! – Sussurrou Zac, quando estavam longe o suficiente dos outros. Anllye invocou duas flores azul luminosas e entregou uma a Zac, para que pudessem enxergar melhor.

— Tudo te irrita, Zac! Esses dias você estava brigando com um idoso por causa do bigode dele! – Anllye bateu o pé no ar.

— Quem corta metade do bigode e pinta as pontas de roxo? – Zac olhou para Anllye incrédulo por ela não compreender.

— Mas isso não é da sua conta! O bigode é dele e ele faz o que quiser! – A princesa fada apoiou a mão na cintura, com raiva. Zartaxes revirou os olhos.

— É da minha conta quando é tão feio que agride minha visão!

— Você é um idiota, Zartaxes Renéet. Vamos, parece que... Ei, olha isso! – Anllye apontou para uma sacola de seda púrpura entreaberta com algumas pérolas dentro. Ela pegou a sacola e tirou algumas pérolas para olhar mais de perto.

— O que é isso? Parecem pérolas normais, mas tem cheiro de magia. – Indagou Zac.

— Crolse não te ensinou? São pérolas jornaleiras!

— Vendem jornais?

— Encurtam jornadas, Zac. – Riu Anllye. – São valiosíssimas, é uma sorte encontrar isso aqui. Tome, guarde com você. Podemos trazer alguém aqui, caso precisarmos de ajuda.

— Eu não sei usar, idiota, não é melhor ficar com você? – Retrucou Zac, enquanto Anllye puxava seus bolso e jogava as pérolas dentro.

— Eu não tenho bolso, bobão. E é fácil de usar, é só quebrar a pérola e dizer o nome da pessoa que quer encurtar a jornada enquanto pensa no rosto dela.

— Certo, e se eu tentar agora? – Perguntou o garoto, pegando uma das pérolas. Anllye tomou-a de sua mão e colocou de volta em seu bolso.

— Não, são raríssimas, tem poucas, é melhor não desperdiçar. – Anllye franziu o cenho. – Deixe para ocasiões especiais.

Zartaxes bufou, frustrado. Voltou a olhar em volta, tentando farejar de onde vinha aquele cheiro tão forte de magia. Encontrou vários artefatos, como uma manopla com jóias incrustadas que emanava poder, asas mágicas que faziam qualquer um voar, um elixir da vida eterna, mas nada da varinha ou qualquer outra coisa minimamente interessante. Não preciso de nada disso...

— Zac! – Sussurrou Anllye. – Acho que encontrei algo!

No canto da parede, perto do chão, uma placa de pedra com um botão em cima tinha os seguintes dizeres entalhados:

O maior tesouro do bruxo, foi encontrado na amizade da fada.

— Eca, que brega! – Zac fez uma careta.

— Realmente, acho que tenho que concordar com você... – Anllye franziu o cenho.

— Então isso está muito ruim mesmo, se a gente está de acordo. – Sorriu Zartaxes, fazendo a princesa das fadas sorrir também.

— Seu bobo! Certo, vamos ver o que isso faz. – Anllye apertou o botão e com um grande estrondo, as mãos da estátua se moveram, erguendo-se sobre a cabeça de pedra, mas sem se separarem. Agora algo flutuava nas palmas.

— Anllye, ali! O cheiro de magia vem de lá, deve ser a varinha! – Disse Zac, impressionado.

— O que está acontecendo? – Blacy perguntou, com Neil ao seu lado. – A estátua de moveu e agora tem essa luz verde...

— Aquele é o motivo de termos vindo até aqui! – Sorriu Anllye. Colocou a mão sobre o queixo, pensativa. – Agora só precisamos que alguém escale a estátua...

— Você é burra assim naturalmente ou faz esforço? – Zac colocou a mão sobre os olhos, incrédulo. Os irmãos olhavam para a princesa fada, como se fosse algo óbvio.

— Ah, é verdade, eu tenho asas... Certo. Pare de me chamar de burra, seu imbecil! – Gritou Anllye, estapeando o braço de Zac.

— Au! Pare de me bater, coisinha! – Disse Zac, dando um peteleco na testa da princesa, que choramingou e correu para atrás de Neil. Os meninos trocaram outro olhar mortal enquanto Neil acariciava os cabelos de Anllye.

— An, vai lá, você é a única que consegue pegar aquilo facilmente. – Pediu Neil, apontando para as mãos da estátua. O garoto híbrido ainda acariciava os cabelos da princesa, fazendo-a corar e Zac rosnar.

— T-tudo bem... – A fada desvencilhou-se e voou até as mãos da estátua, exclamando impressionada. – Uau! Está realmente aqui! Parece tão poderosa...

Anllye esticou a mão para pegar a varinha envolta de uma forte luz esverdeada. Quando a segurou, houve um tremor e um impacto mágico atingiu as paredes da sala. Anllye sentiu seus poderes atravessarem a varinha e os poderes da varinha inundar seu corpo, estava claramente mais poderosa, somente ao tocá-la. Era tão leve quanto uma pena. Anllye balançou para testar, mas nada aconteceu. A princesa das fadas sacudiu, chacoalhou, fez de tudo, mas nada aconteceu.

— Er, Zac? Acho que está com defeito...

— Você pegou, An? – Perguntou Neil, inclinando a cabeça. Anllye desceu um pouco, sacudindo a cabeça afirmativa.

— Sim, mas...

— Ótimo. – A voz de Neil mudou. Era fria e entediada. O garoto estalou os dedos e Zac caiu no chão, contorcendo-se.

— GAH! – Ele gritava. Anllye se aproximou, desesperada.

— Zac! Zac, o que está acontecendo? – Perguntou a princesa, com os olhos arregalados.

— Não se preocupe, An, ele vai morrer agonizando lentamente e não vai nos atrapalhar. – Disse Neil, com um sorriso sinistro.

— O quê? Seu louco! O que fez com ele? – Anllye ajoelhou-se ao lado de Zac que chorava e arfava no chão.

— Nada de mais... Lembra quando eu o curei mais cedo? Da alergia, lembra? Na verdade, eu também injetei minha magia de veneno nele e deixei desativada até agora. Acho que devo ter injetado o suficiente pra matar um cavalo... Ops! – Riu Neil sadicamente, enquanto se distraía limpando as unhas com a unha do polegar. – Ele é um híbrido bem resistente até... Se fosse outra pessoa, já teria morrido. Ah, é melhor não tentar curá-lo, mais magia só vai acelerar o processo.

— An... V-você pegou a varinha? – Zartaxes sussurrou com dificuldade. Anllye sacudiu a cabeça afirmativa, com os olhos cheios de lágrimas.

— Olha só, Blacy! Ele até consegue falar! Deve ser um garoto muito especial... – Falou Neil, com um tom de voz dócil. E então, sua voz mudou, estava carregada de inveja e ódio. – E isso só me faz odiá-lo ainda mais!

— Você devia ter matado ele logo, quando eu mandei. – Blacy revirou os olhos. Anllye olhou para a garota, furiosa.

— Você também? Eu sabia que vocês não eram confiáveis! – Berrou Anllye. Blacy e Neil fizeram uma careta.

— E mesmo assim ficou grudada no Neil? – Riu Blacy. A princesa das fadas desviou o olhar.

— Ah! Que fofa, ela também não consegue resistir aos meus encantos... – Disse Neil, enrubescido de forma genuína. – Não se preocupe, An, eu não vou te matar, estou completamente apaixonado! Você é tão linda! Vou te levar comigo pra casa pra se tornar minha esposa e serva leal!

— Você se apaixona tão rápido, Neil... Toda vez é isso. E elas sempre fogem antes do casamento.

— Sim, e se tornam uma caça divertida! – Riu Neil, com uma expressão maligna. – Mas Anllye é diferente, eu estou apaixonado de verdade... E ela não vai fugir de mim, certo, An?

— Cale a boca, seu lunático! – Berrou Anllye. Virou-se para Zac e sussurrou novamente: – Zac, onde estão as pérolas?

Zartaxes olhou para cima. Todas haviam caído, espalhadas pelo chão.

— Eu! Eu estou falando! Não olhe para ele, Anllye, olhe para mim! – Gritou Neil, fora de si. Esticou a mão e Zartaxes começou a gritar novamente.

— Pare! Pare com isso! O que vocês querem? – Chorou Anllye. Blacy revirou os olhos, esticou a mão esquerda e cruzou a direita sob o peito. A partir da ponta de seus dedos, sua pele começou a mudar de cor, até que ficasse totalmente verde, assim como seus cabelos. Seus olhos ficaram maiores e sua aura era bizarra. Ah! Ela é uma quimera!

— Não é óbvio, garota estúpida? Nós queremos a varinha!


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Notas finais do capítulo

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