O Curioso Relacionamento Entre A Fada E O Dragão 2 escrita por V P Santos
Notas iniciais do capítulo
Olá! Essa é a segunda parte da história, espero que gostem!
Boa leitura!
Oh, olá! Você está aqui novamente. Deve ter se interessado pela curiosa história da fada reclamona e do dragão amaldiçoado, certo? Tudo bem, vou continuar contando bem de onde paramos...
***
— O que foi isso? – Perguntou o príncipe Crolse, alerta, ao ouvir um grande estrondo do lado de fora do palácio. O rei Daemint se levantou e olhou pela janela.
— São eles! Finalmente estão aqui! – Anunciou. O príncipe herdeiro levantou-se nervoso e se colocou ao lado do pai. O rei e a rainha dos dragões estavam de pé sobre suas quatro patas, rugindo e ameaçando qualquer fadinha que estivesse por perto.
Todos corriam e gritavam enlouquecidos, enquanto os dragões chamavam Crolse, proferindo todo tipo de maldição contra ele. O jovem príncipe e o rei se entreolharam.
— Bem, chegou a hora. – O rei estalou a língua. – Vamos torcer para que dê certo...
***
— Apareça, Crolse! Ou vamos destruir todo esse lugar! – Gritou Zhigmahand, o rei dragão. Sua cauda gigantesca movia-se violentamente, destruindo o jardim da frente recém cuidado. A rainha rugia e soltava rajadas de fogo terríveis, derretendo por completo a entrada do palácio.
— CROLSE! APAREÇA!
— Eu estou aqui! Parem de destruir minha casa! – Berrou o príncipe, furioso. Ele flutuava acima dos dragões, deixando-os ainda mais nervosos. Vestia sua armadura, sua espada mágica se encontrava embainhada na cintura e o rei Daemint parou ao seu lado.
— Zhigmahand! Vamos resolver isso civilizadamente! – Gritou o homem ruivo.
— Devia ter pensado nisso antes do seu filho estúpido quebrar o acordo! – Seaniyek respondeu no lugar do marido. – Temos sentindo a presença de Zartaxes várias vezes ultimamente, como se sua magia estivesse falhando!
— Sim, várias vezes fomos obrigados a mandar alguém verificar, mas ele sempre estava lá... – Completou o rei dragão. – Mas estávamos com um mal pressentimento e descemos nós mesmos para verificar! Que humilhação! Que lástima!
— Nosso filho sumiu! E a culpa é sua! – Vociferou a rainha. Até parece que é com ele que estão preocupados... Pensou Crolse. Estão é com medo que descubram que existe um príncipe dragão que vira humano.
— Escutem, majestades. – O príncipe das fadas tomou a fala, suprimindo a raiva que sentia. – Vamos esclarecer as coisas aqui: Temos culpa, sim, pois deixamos nossa amada princesa Anllye entrar na floresta. Mas o filho de vocês sequestrou uma princesa do Reino das Fadas, como ficará a reputação dos dragões se os outros reinos souberem?
— Está nos ameaçando? – Rosnou Zhigmahand. A rainha Seaniyek parecia chocada com a informação.
— Estou apresentando os fatos, majestade. Se estamos numa situação difícil por ter quebrado o acordo mágico, vocês estão numa ainda pior por causa do sequestro da princesa Anllye Gerurk! – Gritou Crolse.
— As nossas consequências são bem menores que as suas, garoto fada, acredite! – A rainha revirou os olhos. A expressão de Crolse era sombria e nada amigável.
— Tem certeza, rainha Seaniyek? – O príncipe cruzou os braços, encarando-os friamente. – Temos boas relações com quase todos os reinos conhecidos, tenho certeza que não ficarão nada felizes de saber que um dragão sequestrou uma princesa fada...
— O que está insinuando, seu moleque insolente? – Berrou o rei Zhigmahand.
— Se acontecesse de estourar uma outra guerra, quantos reinos apoiariam vocês? – Perguntou Daemint. Os dragões ficaram em silêncio. – Vocês são fortes, mas não podem contra todos os reinos unidos. Então é melhor se acalmarem, para podermos resolver isso pacificamente.
— Vocês se acham muito espertos, não é? – Gritou Seaniyek. – Sei muito bem que tem algo errado nessa história, Daemint. Ainda não conseguimos sentir a presença de Zartaxes. Tem dedo de vocês nisso!
— Nos acusam sem provas! Acham mesmo que sacrificaríamos nossa Anllye e a deixaríamos com o filho de vocês? Enlouqueceram?
Os dragões rugiram, deixando as fadas desnorteadas.
— Você não nos engana! Vamos descobrir o que está acontecendo, e vocês vão pagar caro por isso! – Berrou Zhigmahand. O rei e a rainha dragão cuspiram uma grande rajada de fogo em direção à Daemint e Crolse, que cortaram as chamas desembainhando rapidamente suas espadas. – Você entrou para nossa lista negra, garoto fada!
— Não ficará por isso mesmo! Nós vamos voltar! – Prometeu a rainha, ardendo em fúria. Os dragões se teleportaram para os céus.
— Não foi tão ruim quanto imaginei que seria... – Antes que Crolse pudesse terminar sua fala, uma bola de fogo gigante atingiu o palácio, abrindo um enorme buraco no escritório do príncipe, que frustrado, revirou os olhos e abaixou a cabeça. – Argh, ótimo... Mais trabalho para fazer!
***
Depois de três dias de caminhadas, acampamentos desconfortáveis — ou pousadas meia estrela — e brigas constantes, Anllye e Zac chegaram à última aldeia, a que fazia fronteira com o Reino dos Humanos, Mieroth.
— Certo, segundo o mapa, só precisamos seguir a estrada. – Disse Zac, observando o grande pedaço de papel.
— Ótimo. – Anllye estava distraída, observando as pessoas ao redor. Durante aqueles dias, a princesa entendeu que a magia de Crolse não os escondia totalmente, mas mudava sua aparência aos olhos dos outros. Várias vezes se referiram a dupla como "casal de irmãos fadas, ruivos e sardentos". No geral, as fadas eram bem amigáveis e os tratavam bem, mesmo com a personalidade irritável da dupla.
— Como você sabe ler mapas? – Perguntou Anllye, de repente, interessada em Zac.
— O Crolse me ensinou, idiota. – Respondeu Zartaxes, concentrado nas linhas desenhadas, indicando por onde deviam seguir. Anllye parou e cruzou os braços.
— Por que você sempre me ofende gratuitamente? Eu só te fiz uma pergunta!
— Você fez uma pergunta idiota, de que outro jeito eu teria aprendido? – Zac parou também, virando-se para a princesa e franzindo o cenho. Anllye ficou vermelha de vergonha.
— Bem, você está certo, foi uma pergunta boba. – Admitiu Anllye. Zac franziu o cenho, desconfiado. Ela concordou comigo, será que está bem? Pensou.
— Desculpe se te ofendi. É que eu meio que já me acostumei a te xingar, nanica. – Falou Zac, encabulado. Anllye revirou os olhos, furiosa.
— Você está fazendo de novo, imbecil! – Gritou a princesa.
— Eu já pedi desculpas, feiosa! É involuntário!
— Você é terrível! – Anllye bateu o pé, com raiva. Zac a ignorou e voltou sua atenção para o mapa. Estavam perto da saída da aldeia, os moradores os olhavam com curiosidade e indignação, pois Zac e Anllye eram barulhentos demais.
Andaram rapidamente, queriam chegar ao local marcado o mais rápido possível. Crolse disse que estava investigando a masmorra, mas ainda não teve tempo de entrar nela. Suas fontes confiáveis disseram que aquele lugar pertencia à um antigo bruxo humano muito poderoso que ficou com a varinha depois de seu dono original morrer.
Depois de mais algumas horas seguindo o mapa, a dupla irritante chegou à Mieroth, milagrosamente sem se perder. Por mais que Crolse tivesse o ensinado a ler mapas, o jovem humano-dragão possuía um péssimo senso de direção, chegando a errar o caminho algumas vezes — mas nunca errou o caminho para a cozinha.
— Aparentemente, chegamos em Mieroth. Agora a tal masmorra...
— O que quer dizer com aparentemente? – Anllye franziu o cenho. Zac a ignorou, sem tirar os olhos do mapa, traçando linhas imaginárias com o indicador, procurando o próximo caminho a ser tomado. – Zac, estamos perdidos de novo?
— Cale a boca, An, você está tirando minha concentração. – Respondeu, mudando sua rota. De repente, Zartaxes parou e farejou o ar. – Que raio de cheiro nojento é esse?
— O quê? Que cheiro? Não sinto nada. – Anllye imitou o garoto, a procura de algum odor estranho. Zac andou rapidamente, tentando achar o suposto cheiro incômodo, mas sem sucesso.
— Ah, está ficando mais forte... Isso não é bom! ATCHIM! – Zartaxes espirrou, virando a tempo de não queimar o mapa. Anllye arregalou os olhos e correu em direção ao menino dragão.
— Oh, céus, você está bem? – Perguntou a princesa fada carinhosamente. Zac coçou o nariz, fungando.
— Acho que minha alergia está atacando de novo, mas eu estou bem, não precisa... – Explicou Zac, fanho. Anllye arrancou o mapa de suas mãos e o abraçou.
— Não estou falando com você, seu mané! – A fadinha franziu a sobrancelha e voltou sua atenção para o mapa, com um tom de voz dramático. – Você está bem, amigo? Aquele dragão feioso machucou você? Não podemos ir à lugar algum sem sua ajuda, por favor, sobreviva!
Zartaxes fechou a cara numa carranca e tentou pegar o mapa de volta, mas Anllye se esquivou rapidamente.
— Me devolva, sua estúpida! ATCHIM! – Zac virou o rosto ao espirrar, jogando uma bola de fogo no chão à sua esquerda. – Você não sabe ler mapas.
— Não pode ser tão difícil, se você conseguiu... Bem, mais ou menos, né? – Debochou Anllye. – E qual é o seu problema? Por que está espirrando de novo?
— Porque sua droga de magia fedida é tão eficiente... Pena que não tem cobertura internacional! – Ironizou Zartaxes, indignado por não conseguir pegar o mapa das mãos de dela. Como esse toquinho pode ter essa velocidade? – Sem contar que esse cheiro é pior do que o seu, está me afetando demais! ATCHIM!
O menino dragão virou a tempo de não queimar Anllye novamente, mas não pôde evitar de incendiar os arbustos perto da estrada. Com um grito estridente, — e para a surpresa de de ambos — uma outra dupla saiu de trás dos arbustos queimados, ambos tentavam desesperadamente apagar as pequenas chamas em suas roupas. Os quatro se olharam, confusos.
— A-Ahn, olá! – Disse a garota humana, arrumando as vestes chamuscadas. Ajeitou seus cabelos pretos e tentou passar um ar de confiança, falhando miseravelmente. Ela apontou para o garoto loiro ao seu lado e para si mesma.
— Desculpe incomodá-los, somos Neil e Blacy, aventureiros. Não queremos causar problemas! – Explicou. Zac e Anllye franziram o cenho, desconfiados, porém o garoto dragão aproveitou o momento de distração para tomar o mapa de volta das mãos de sua amiga fada, que em vão tentou o impedir. Zac voltou os olhos desconfiados para a garota humana, Blacy.
— O que vocês querem? Não temos pão velho.
— Ah, não! Não queremos nada! Estamos procurando um lugar, mas não sabemos onde fica... Vimos que você tem um mapa, então gostaríamos de perguntar... – Blacy continuou. O garoto, Neil, continuava em silêncio. Zac deu vários passos para trás, puxando Anllye junto, protetor.
— E eu tenho cara de bússola, por acaso? Guia turístico? ATCHIM! – Zac virou para o chão ao seu lado. Os jovens humanos deram um passo para trás, assustados. – Não é difícil de achar um mapa nas aldeias, procurem por lá, você e o mudinho aí.
— Você não entende. Não podemos... – Dessa vez, era Neil que falava, aproximando-se de Zac e Anllye. Zartaxes franziu o nariz. É ele! Esse fedor de pólen é pior que o da An, é insuportável...
— ATCHIM! – Zac espirrou tão forte que quase queimou tudo ao seu redor, felizmente,
nada foi torrado. Nada exceto...
— O mapa! – Anllye ajoelhou-se no chão sobre a pilha de cinzas, dramaticamente. – NÃO!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentários são bem vindos!