“**In another liiiiiiife, I would be your giiiiirl! We'd keep all our promises, be us against the wooooorld! In another liiiiiiife, I would make you staaaaay! So I don't have to say you were the one that got away. The one that got awaaaaaay!” Uma menina de cabelos vermelhos cantava calorosamente.

“Caralho, Karin, muda essa música, você tá me enlouquecendo com essa merda tocando o dia todo!” Suigetsu disse em tom irritado.

“Cala a boca, seu girino de vala! Você não sabe o que é estar com o coração partido!” Karin esbravejou com a voz chorosa.

O shinobi revirou os olhos, mas não revidou à ofensa. Dessa vez ele estava realmente preocupado com a amiga. Ela sempre ficava chorosa quando Sasuke partia após uma visita, mas nunca deixava isso atrapalhar seu trabalho. Após o Uchiha aparecer no esconderijo de Orochimaru pedindo ajuda para conseguir um antídoto para uma planta venenosa, Sasuke resolveu pernoitar. Suigetsu viu quando o shinobi adentrou o quarto de Karin, ficando lá praticamente a noite toda. No dia seguinte, Karin se afundou em tristeza.

“Tem algo que eu possa fazer por você?” Ele perguntou hesitante, prevendo uma nova saraivada de ofensas.

A kunoichi respirou fundo e não respondeu de imediato. Em qualquer outro momento, Suigetsu teria acertado em sua previsão, mas não hoje. Ela estava se sentindo sozinha e perdida demais pra arrumar uma briga com o amigo.

“Não sei, Suigetsu. Arrancar meu coração fora?” Ela disse ironicamente enquanto enxugava as próprias lágrimas.

“Karin...” Ele disse gentilmente. “Vamos encerrar o trabalho por hoje, ok? É sábado, a gente pode dar um pulo na cidade e fazer alguma coisa para você se distrair um pouco. O que acha?”

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“Bom, Sasuke pediu para que os encontrássemos em um ponto seguro de alguma fronteira à nordeste do nosso país.” Shikamaru disse enquanto olhava para um grande mapa pendurado na parede direita da sala do Hogake.

Na sala, encontravam-se Naruto, Sakura, Iruka, um Kakashi que lutava para disfarçar que ainda estava visivelmente embriagado e um agente da ANBU.

“Dê as coordenadas da aldeia Sunomono. É perto do Vale do Fim, ele vai saber chegar lá.” Comandou a voz embargada do Rokudaime.

“Mas que merda é essa?” Sakura cochichou no ouvido de Naruto.

“Nem me fala, eu to puto com ele!” O loiro disse em tom de revolta enquanto lançava um olhar fulminante em direção ao Hokage.

“Certo.” Shikamaru concordou e fez um aceno de cabeça para o agente da ANBU, que fez uma reverência e se retirou da sala. “Sakura, você poderá mesmo integrar a equipe?”

“Claro!” A Haruno respondeu tentando conter seu misto de angústia com excitação.

“Eu e Sakura-chan damos conta.” Naruto interveio.

“Não. Você vai chamar muita atenção.” Kakashi disse.

“Nem pensar!! Se o Sasuke não está conseguindo dar conta disso sozinho, é porque a merda é grande. Eu não vou ficar aqui de braços cruzados!” Naruto retrucou enfurecido.

“Ei Naruto, mais respeito com o nosso Hokage!” Iruka repreendeu seu ex-aluno.

Kakashi esfregou as mãos no rosto e respirou fundo. Tudo o que ele queria era apenas um fim de semana tranquilo.

“Yare yare, mas você estará subordinado à Sakura. Ouviu Sakura? Faça o que for preciso para controlar seu amigo.” Ele respondeu.

“Pode deixar, Hokage-sama!” A kunoichi respondeu seriamente.

 “Tá bom, agora sumam todos da minha frente e não me tragam mais problemas, só soluções.” Finalizou Kakashi.

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“Você está bem?” Sasuke perguntou assim que ele e Hinata pousaram nos galhos de uma árvore.

A pergunta era quase retórica. Era óbvio que ela não estava bem. Assim que receberam as instruções de Konoha, eles saíram da caverna utilizando as árvores como rota de fuga. Porém, Hinata estava visivelmente lenta e com dificuldades de manter o Byakugan ativado.

“Podemos parar um pouco? Estou com falta de ar.” Ela respondeu.

“Claro. Mas será que você consegue enxergar algum abrigo para nós? Está amanhecendo e não é prudente ficarmos muito tempo parados aqui. Estamos ainda perto demais da caverna.” O Uchiha propôs.

“Há um amontoado de árvores caídas a 10 metros daqui, sentido noroeste” Informou a Hyuuga.

“Ótimo. Suba nas minhas costas, não vamos perder tempo.” Sasuke disse.

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Já havia uma hora desde que Naruto e Sakura saíram da vila. A ninja médica mantinha uma expressão muito séria e não havia proferido nenhuma palavra desde então.

“Ei, Sakura-chan, vai ficar tudo bem.” Naruto disse após ter mais uma vez falhado em puxar assunto com a amiga.

“Você sabia que a missão dele era com o grupo da Hinata?” A kunoichi disparou.

O loiro notou que a amiga corria ao seu lado com os punhos fechados.

“Erm...não.” Ele respondeu confuso.

“Eu descobri semana passada que ele tentou pegar uns soros antitóxicos no hospital. Foi num dia em que eu estava de folga.” Ela continuou.

Naruto agora via bem aonde Sakura queria chegar.

 “Você sabe que ele nunca conta toda a verdade pra nós.” Ele respondeu.

“Pois é. E eu estou farta disso. Nós somos as pessoas mais fiéis a ele e, mesmo assim, somos os últimos pra quem ele se abre ou pede ajuda.” A kunoichi desabafou.

O Uzumaki não retrucou. Ele sabia que a amiga tinha razão.

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Hinata observava silenciosamente enquanto Sasuke colocava armadilhas em volta do abrigo. A cena de poucas horas atrás repetia-se ininterruptamente em sua cabeça. O barulho das flechas. O olhar de completo pavor dos seus companheiros. A neve manchada de sangue. Seus corpos já sem vida no chão.

O Uchiha retornou para dentro do abrigo e sentou-se ao lado dela. Eles permaneceram em silêncio enquanto alguns poucos feixes de luz solar começavam a despontar nas pequenas frestas que haviam por entre o emaranhado de galhos, folhas e troncos que os recobriam.

“Pode dormir um pouco, se quiser.” Sasuke disse após alguns minutos.

“Obrigada, mas não estou com sono.” A kunoichi respondeu de forma apática.

“Bom, eu vou descansar um pouco, então. Temos que acelerar o nosso passo quando sairmos daqui.” Ele disse já se deitando.

A Hyuuga não respondeu. Ela sabia o que o colega queria dizer. Eles deveriam já ter conseguido ao menos sair do País da Geada, mas ela os estava atrasando. O sentimento de inutilidade ficou ainda mais reforçado dentro dela com aquela constatação.