Meu anjo da guarda,

Por onde andas agora? Meu coração está aflito, tamanho é o fardo que carrego em minhas costas. Minha mente anda nublada e perdida em tormentos e lembranças cruéis, enquanto sinto toda a esperança e vitalidade que guardava em minha alma se esvaírem.

Apenas tu és capaz de curar minhas feridas abertas e sanar todas as minhas dúvidas com sua aconchegante presença. Sua aura calorosa afugenta todos os males e preenche o meu vazio com tua luz tão resplandecente como o princípio da alvorada.

Meu fiel protetor, sinto tua falta. Não te vás da minha vida sem ao menos uma despedida. Não me abandones no meio desta noite fria. Sinto-me debilitado na sua ausência e estremeço frente à possibilidade de não mais ver-te.

Verdades sejam ditas, tu tomaste meu coração por inteiro e tua partida me deixas deprimida. Meu espírito está a se fragmentar em incontáveis cacos pelo chão a se espalhar. Sinto-me, então, ser atingida pela vida com um doloroso choque de realidade. O passado fica para trás e não iria retornar. Só restava me resignar.

Enfim posso ver uma luz no fim desse túnel de amargor. Em um lampejo de coragem abandono meus ressentimentos e sigo trilhando meu caminho sem olhar para trás. Talvez tenha sido essa lição que tu pretendias me ensinar?

Portanto, torno a te perguntar, meu velho amigo,

De onde quer que estejas, sentes a minha falta?