Portões Solares

O entardecer iluminava o entre sol da cidade, as vielas e avenidas movimentadas daquele sábado primaveril. Todos os caminhos levavam aos grandiosos portões solares, o maior marco de divisão das cidades gêmeas.

Centenas e mais centenas de pessoas vinham dos dois lados do rio Pilt se aglomeram nos portões solares, uma grande estrutura com muitos equipamentos de hexacustica e quintec amontoados envolta do palco, músicos visivelmente zaunitas faziam últimos ajustes finais em seus instrumentos, homem corpulento com uma grande pinça metálica no lugar da mão direita fazia a segurança próxima ao palco

Um dedilhado calmo em uma guitarra se ouvia pelos alto falantes, a tecnológica hextec oscilava seu brilho junto das notas do instrumento. Logo a jovem que dedilha a guitarra subiu ao palco, as roupas brilhantes e longo e volumoso cabelo rosa logo chamou atenção do público cada vez maior

A garota logo chegou ao microfone isolado no meio do palco e falou para comemoração do público — Olá portões solares!

Os gritos e saltos dos fãs mais fervorosos se destacavam na multidão principalmente num grupo de mechas de cabelos rosa centrados em uma pequena garota com acessórios brilhantes

— Um sonho está sendo realizado hoje — cantora se sobressaiu ao barulho do público com bom humor — espero que gostem, vou pagar por esse show pelas próximas décadas

Risada melódica de Seraphine casava perfeitamente com o dedilhado que nunca foi interrompido na guitarra

— Estamos aqui para nós unir, na divisa, nos portões que dividem as cidades, que dividem os continentes e runeterra — como mágica a concentração da multidão acompanhava os auto falantes hexcusticos com cada palavra da garota sendo absolvida — mas não somos nem dos ladaltos nem do subterrâneo, Shurima ou Valoran

— Somos a união de tudo isso, deuses, guerras sem sentido, poderosos clãs mercantis e barões químicos não vão separar o povo único das cidades gêmeas de Oshra Va'Zaun — recuperou um pouco do fôlego sorrindo pacificamente antes de frisar — e eu posso escutar todos vocês

— Aguda hora da música — imediatamente a mulher de perna quintec e a banda claramente zaunita colocaram o show na estrada com som logo ecoando pelos portões solares com as vozes das duas cantoras

Nós lutamos para manter nossa cabeça levantada
E vencer por aquilo que amamos?
Arriscar para uma queda, oh nós já sentimos
Tudo desabar por cima
Estrelas crescentes, incontáveis mundos em colisão
Apenas um vai levar tudo
Nós podemos derrubar os gigantes
Podemos fazer a chamada final ...

...

Vi sentiria falta daquele dia de folga, estar no meio de uma multidão com Caitlyn não era seu sonho para um dia de descanso mas ver o olhar despreocupado da xerife Kiramman enquanto estava fã girl da pilt cantora era estranhamente cativante e satisfatório

— Cupcake sempre soube que você tinha algo com cabelo rosa — claro que causar o rubor da companheira mais alta com provocações durante caminho para o palco também seria muito satisfatório — estou com ciúmes

— Vi! — riu da tentativa de Caitlyn de se manter seria na multidão do portões solares — você só veio para tirar sarro de mim

— Talvez cupcake — respondeu a não pergunta com sorriso irônico — vai se querer se juntar ao fã clube?

Caitlyn ficou calada constrangida com a namorada apontando para grupo de mechas rosas que ela não podia fingir que não conhecia, mas apesar das provocações se acomodaram no meio da multidão onde a altura de Caitlyn ajudaria a ter uma boa visão do palco

Logo dedilhado da guitarra veio junto da ídolo da sua companheira no palco, o discurso da jovem rosada dava uma sensação de calma e sentimento de entendimento. Vi sempre suspeitou que tivesse relação com a magia da garota além do que ela falava ao público

Vi olhou ao redor quando a música começou, alguma coisa no discurso apaixonado da cantora a incomodava, ela não sabia o que

— Caitlyn — falou perto dos ouvidos da mulher para ser escutada no meio da música — você viu defensores de plantão no caminho para cá?

— Agora que você fala — aquele olhar analítico deixava claro, ela entrou no modo xerife — porque Vi?

— Algo na conversa da garota me incomodou — a mesma no palco ia para próxima música para delírio da multidão — como soubesse de algo, e falta de pessoal e muita coincidência

— Vi — Caitlyn engasgo se interrompendo percebendo antes de Vi e todo público

Caitlyn e Vi correrão à direção do palco em caminho contrário a multidão, o motivo? A música tinha parado e a brilhante roupa da cantora agora tinha uma tonalidade vivida de vermelho líquido que escorria do lado esquerdo da garota que logo caiu: sangue

...

— Um dia você deveria reconhecer que ela é sua amiga — Zeri ignorou a conversa fiada do garoto de cabelos brancos no meio do show bem próximo dela

— Desgruda Ekko, você consegue ser chato sem estar no meu cangote — afastou um pouco o líder dos fogolumes tentada a empurrar ele no meio dos chireanos que pulam no ritmo da música

— Muito público? — ele sabia usar aquele sorriso irônico para irritar ela

— Você sabe que quem segura as rédeas sou eu, e pare de brincar me deixa assistir — ela não conseguia segurar o bico que sabia era motivo da risada dele

— Ok, desculpa — ele apertou o ombro dela — vamos só curtir o momento

Ela concordou com ele mas não reconheceria em voz alta que realmente iria aproveitar o show, ter começado com teres músicas zaunitas foi uma boa escolha da cantora depois do seu discurso idealista

Mas tão rápido quanto uma ideia o ambiente tinha mudado, correria começou e ela não conseguia mais ver Seraphine, Ekko a puxou a desviando da multidão. Ela sentiu o corpo inteiro gelar quando viu Seraphine caída no palco sendo pela cantora zaunita que parecia fazer usar corpo como escudo

Zeri correu deixando em ouvidos surdos os fogolumes e os portões solares

...

— ... e eu posso escutar todos vocês — ela sabia que estava aqui, aquela intenção ela podia escutar até no meio dessa multidão

Ela foi avisada que pisar nos calos dos clãs mercantis causaria isso, que os barões algum momento iriam se cansar da sua mensagem assim como cansaram do Ekko

Mas se você quer mudar o mundo, não peça permissão.

Ela conseguiria evitar isso sem recuar? Ela não desistiria mesmo se tivesse que se martirizar por essas cidades, só esperava que o pai a perdoa-se

Porque acalmar o próprio coração era tão mais difícil que os dos outros? Sua magia sempre foi estranha

Escutar todos foi sempre seu sonho, não teria forma melhor de realiza-lo.

Ela sentiu, ela não parou de cantar imediatamente por causa da surpresa de não ser onde esperava, ela escutou aquela linda melodia caótica e percebeu quem evitou que a bala fosse imediatamente fatal

Ela agradeceria, logo a dor veio no peito perto do ombro esquerdo a visão ficou embaça antes de cair, conseguiu distinguir o loiro neon, logo dois. A preocupação era palpável antes de tudo escurecer

...

Ela ajudou a garota se deitar com pequeno grunhido de dor que ela soltou, esperou ela se acomodar e se sentou na cadeira da bancada dela e cruzou os braços olhando fixamente para Seraphine que desviava o olhar, Zeri sabia que a garota sentia o ódio dela, não precisava de poderes empáticos para isso

— Vamos terminar isso antes que seu pai suba com a comida — ela quase se sentiu mal quando garota estremeceu com seu tom — por Janna o que você estava passando pela sua cabeça?

— Eu não tinha muito o que fazer — ela se calou com o olhar da mais nova

— Talvez sair do palco e ajudar a acharem a pessoa com intenção assassina — Zeri não gritou por muito pouco respirando fundo antes de continuar — você e muito idiota

— Zeri eu sei que foi idiota

— Foi, com certeza foi — ela se aproximou da garota com peito enfaixado — você tem que viver para mudar as coisas não morrer pelos outros e não mudar nada

— E muito difícil tratar uma pilt bem, mesmo filha de zaunitas, mas só pessoas sem salvação não ficam tocados com sua bondade limítrofe

— Então continue viva pra melhorar essas cidades e para viver esse sonho — cutucou o lado bom da garota — de preferência sem uma bala atravessada no peito perdendo litros de sangue

— Combinado faísca — Zeri bufou fingindo desgosto — você a viu?

— Sim, nada feliz com você e nem com o atirador que fugiu — Zeri sorriu ironicamente — você tem os anjos da guarda mais estranhos o possível

— Funcionam não funcionam? — as duas riram apesar de doer na rosada