Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 32
Capítulo 32 - A purgação




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Era 1992 na ilha, Ben e seu pai Roger Linus estavam equipando a kombi da Dharma com uma carga de cerveja que seria levada até a estação Pérola. Seu pai, enquanto ajeitava tudo olhou para Ben e disse:

— O que está havendo hoje? Você é sempre tagarela de manhã.

— É meu aniversário. — Disse Bem. Seu pai o olhou e abaixou sua cabeça. — Não sei porque eu fico me enganando achando que você uma vez na vida vai se lembrar.

Seu pai assentiu. — Sabe de uma coisa? Hoje a gente vai entregar isso na estação pérola, vamos até as montanhas, tomar umas cervejas e... curtir, sei lá, essa coisa de pai e filho.

Ben o olhou com um olhar sínico. — Eu ia adorar. — Disse ele.

— Ta bom. — Disse seu pai, fechando a kombi.

Algumas horas depois, ambos jaziam a caminho da estação pérola. Seu pai dirigia a kombi enquanto Ben o observava. Uma música antiga tocava na rádio. Seu pai parou o veículo em um local estratégico. Ben tirou seus óculos, enquanto seu pai dizia abrindo uma cerveja para tomar:

— Olha, não dá para dizer que isso não é bonito.

Ao dizer isso, tomou sua cerveja e Ben o olhou friamente. — Você me culpa mesmo? — Indagou Ben, deixando de olhar para seu pai e olhando para frente.

— O quê? — Indagou seu pai, perplexo.

— Acha que ela ter morrido foi culpa minha? — Indagou Ben, referindo-se a sua mãe.

— O que é que eu sei?! — Indagou seu pai, com um sorriso sínico no rosto e bebendo a cerveja logo em seguida.

Ben olhou seu relógio, era exatamente 16h.

— Por que fica olhando o relógio? — Indagou seu pai. — Tem um encontro?

Ben deu um leve sorriso. Seu pai continuou após suspirar e olhar para Ben: — Olha, se faz você se sentir melhor, eu vou fazer o possível para me lembrar do seu aniversário no ano que vem.

Ben o olhou e disse: — Acho que isso não vai acontecer, pai.

— Como assim?

— Eu senti falta dela, talvez tanto quanto o senhor, mas a diferença é que, desde que eu me entendo por gente, eu tive que aguentar o senhor, e fazer isso exigiu uma quantidade imensa de paciência. — Disse Ben, segurando uma máscara de gás. — Adeus papai. — Disse ele, colocando-a, abrindo uma lata de gás venenoso.

Rapidamente, seu pai começou a inalar o gás. — Ben? — Indagou Roger enquanto seu nariz sangrava.  Começou a tossir sangue. Tentava o tempo todo se livrar daquilo e sair da kombi, mas não conseguia, não tinha força. Ben apenas observava seu pai falecer ao seu lado com olhar de ódio.

Após abandoná-lo ali, caminhou de volta pela estrada, e dentro as árvores até chegar ao acampamento da Dharma e encontrar todos os funcionários e membros da Dharma mortos pelo gás que os chamados “hostis” soltaram da Tempestade, uma estação da Dharma.

Ben caminhou entre os corpos e aos poucos os hostis foram aparecendo com máscaras de gás no rosto, e dentre eles estavam Richard Alpert, que foi o primeiro a tirar a máscara, seguido pelos demais.

— Quer que a gente vá pegar o corpo dele? — Indagou Richard, sobre o corpo do pai de Ben.

— Não, deixa lá. — Disse Ben, olhando friamente para Richard.

— Tá. — Concordou Richard, enquanto os demais carregavam os corpos dos membros da Dharma mortos.

Em 2034, Wilbert marchava pelos corredores sombrios da fortaleza da Dharma, seu coração fervendo de ódio. A conversa com Ben havia acendido uma fogueira de raiva dentro dele, uma chama que ameaçava consumi-lo por completo. Ele queria esmagar Ben com suas próprias mãos, mas sabia que a proteção de Taweret sobre ele e os guardiões de Aaron não permitiriam tal ato. Frank, um dos poucos que se atrevia a se aproximar dele, o abordou com cautela.

— Senhor, o que está acontecendo? — perguntou Frank.

— Não é hora para fazer essa pergunta, Frank — respondeu Wilbert com uma voz carregada de irritação. — Estou irritado demais. Você não tem nada para fazer além de me importunar?

— Você foi falar com Ben de novo, não foi? — Frank perguntou, ignorando a advertência implícita na resposta de Wilbert.

— Não é da sua conta — retrucou Wilbert, sua voz um grunhido baixo.

— Ouvi dizer que Roger e ele não se suportam. Por que não o manda matá-lo? — sugeriu Frank, um sorriso sinistro brincando em seus lábios. — Afinal, Aaron não contou a Roger a verdade sobre Ben e sua importância nesta ilha. Talvez seja hora de experimentar a tese de só eles mesmos podem se matar.

— Como você sabe disso? — Wilbert perguntou, surpreso com a informação que Frank possuía.

— Aaron não me deu detalhes, mas estou sempre de ouvidos abertos — respondeu Frank com um encolher de ombros. — Além disso, também não sou fã de Ben.

— Por que não me disse isso antes? — perguntou Wilbert, sentindo-se traído pela falta de transparência de Frank.

— Você raramente me ouve, principalmente quando se trata dos meus desejos de voltar para casa... para minha família. — explicou Frank, com um tom resignado.

— E, de alguma forma, Alvar decidiu que você deve ficar aqui, ao meu lado. Já me perguntei várias vezes porque ele ainda não te matou e trouxe de volta. Seria uma lealdade sem questionamentos.

— Como ele fez com você? — Indagou Frank, olhando friamente para Wilbert.

Wilbert lançou um olhar cheio de veneno para Frank, bufou com força e se afastou rapidamente, deixando Frank para trás, com suas próprias dúvidas e amarguras.

Retornando a 1992, no recinto do hotel onde estava abrigado, Wilbert recebeu o devastador golpe da notícia do falecimento de seus pais e do colapso da iniciativa Dharma. O impacto da perda acendeu em Wilbert um desejo avassalador pela própria morte. Então, pegou os medicamentos que havia em cima do seu criado mudo e tomou todos de uma só vez.

Enquanto os medicamentos tomavam conta de seu corpo, uma insistente batida na porta interrompeu seu sombrio devaneio. Ignorando-a inicialmente, Wilbert finalmente se levantou da cama, dirigindo-se à porta do apartamento onde estava hospedado.

Ao abrir, deparou-se com a figura imponente de Alvar Hanso, acompanhado por seguranças robustos e armados até os dentes.

— Olá, Wilbert. Posso entrar? — perguntou Hanso, sua presença austera em contraste com o sorriso gélido estampado em seu rosto.

— Como soube que eu estaria aqui? — indagou Wilbert, mantendo uma ponta de desconfiança em sua voz.

— Seus pais costumavam passar um tempo nesse hotel. — Comentou Alvar, ainda sorrindo. —- Bem, com o naufrágio da Dharma, boa parte dos recursos investidos pela Hanso foram por água abaixo. O fim do império dos DeGroots. Vim oferecer minhas condolências. — respondeu Hanso, sua voz soando calculada e fria.

— Se é só isso, agradeço. — respondeu Wilbert, já virando-se para fechar a porta. No entanto, um dos seguranças impediu seu movimento.

— Há uma última coisa. — disse Alvar, sua voz cortante atingindo Wilbert como um golpe. Os efeitos dos medicamentos começavam a se manifestar, fazendo-o cair sem forças no chão.

Enquanto Wilbert jazia no chão, Alvar se aproximou com sua cadeira de rodas e algo em mãos.

— O homem responsável pela purgação tem um nome: Benjamin Linus. — anunciou Alvar, atirando uma foto de Ben ao lado de Wilbert, cujos olhos já começavam a perder o brilho da vida.

Com a última reserva de forças, Wilbert agarrou a foto e contemplou o rosto de Ben.

— Ele é um dos culpados pelo fim da Dharma e pela morte de seus pais... — sussurrou Alvar, parecendo que estava se divertindo ao ver os últimos momentos de Wilbert.

— Por favor... me ajuda... — implorou Wilbert, deixando a foto cair enquanto sentia a pulsação enfraquecendo.

Alvar se ergueu de sua cadeira, um sorriso sinistro se espalhando em seus lábios. — Eu vou ajudar. Mas por agora, é só isso. — respondeu, virando sua cadeira e deixando Wilbert entregue aos cuidados de seus seguranças.

Nos últimos suspiros, Wilbert deixou escapar suas últimas palavras: — Mate... Benjamin Linus... por mim... — sussurrou, sua voz um mero sopro de vida.

— Não se preocupe. Você mesmo fará isso no futuro. — respondeu Alvar, enquanto Wilbert sucumbia à escuridão eterna. Os olhos ainda abertos, a vida abandonando lentamente seu corpo.

O segurança abaixou-se e fechou os olhos de Wilbert, enquanto Alvar ditava suas últimas instruções.

— Levem o corpo dele para a Estação a Linha. No momento certo, eu o trarei de volta à vida. — ordenou Alvar, enquanto seus seguranças obedeciam, cumprindo as ordens de seu implacável líder.

Voltando ao presente, em 2034, Yan e Bianca regressavam ao acampamento, prontos para compartilhar as informações recolhidas. Emma, avistando-os à distância, apressou-se em chamar Aaron, que estava absorto em meditação dentro de sua tenda.

— Yan, Bianca voltou — anunciou Emma, conduzindo Aaron até onde os dois se aproximavam. Clementine, Ji Yeon e Jessy logo se juntaram ao grupo, ansiosos para ouvir as novidades.

— Bem-vindos de volta — cumprimentou Aaron.

— Só estivemos fora apenas três dias — explicou Yan.

— E então? — perguntou Aaron, curioso.

— Executamos suas ordens, mas estou com algumas preocupações, Aaron — disse Bianca, visivelmente inquieta.

— Se for sobre seus poderes novamente, já conversamos sobre isso — interveio Aaron, antes de ser interrompido por Bianca.

— Não confiamos plenamente nele, Aaron. Foi o que conseguimos, mas talvez ele não cumpra sua parte do acordo. Ele não parecia assim tão leal a você. — disse ela.

— Talvez eu não tenha pensado direito, mas foi a única estratégia que me meio a mente. — admitiu Aaron.

— Também queria te perguntar algo — disse Yan, abaixando a cabeça.

— Diga — encorajou Aaron.

— Sobre Benjamin Linus. Por que escolhê-lo? Todos sabemos que ele não é confiável — disse Yan, incerto.

— Eu já disse que a ilha o quer vivo, pelo menos por enquanto. Ele tem um papel a desempenhar. Vocês ainda questionam minhas decisões? Cinco anos se passaram, e vocês ainda duvidam de como as coisas funcionam aqui? — Aaron perguntou, irritado.

— Ainda não temos certeza se conseguiremos vencer. Estamos com medo — admitiu Yan. Todos concordaram com a cabeça, deixando Aaron intrigado.

— O exército de Taurus é muito maior e mais poderoso que a Dharma. Se esta missão falhar, não temos chance — acrescentou Aaron.

— Você é mais poderoso do que todos nós juntos. Por que não foi você em vez de enviar mensageiros? — Ji Yeon questionou, direta.

Aaron refletiu por um momento antes de responder. — Não os preparei para terem dúvidas. Se acham difícil realizar uma tarefa simples como essa, como poderão enfrentar um exército de mortos-vivos de Taurus?

Vendo que todos estavam assustados, compreendendo a gravidade da situação e de foi um pouco rude com eles, Aaron suavizou seu tom. — Escutem, peço desculpas. Foi imprudente enviar apenas vocês dois. Mas é crucial que acreditem mais em si mesmos.

— Está bem — concordou Yan, enquanto os outros assentiam em acordo.

O ano era 2007 quando Frank habilmente pousou o helicóptero na Estação a Linha. A bordo estavam Alvar e seus leais seguranças. Assim que desembarcaram, adentraram o local com determinação.

— Onde exatamente estamos? — indagou Frank, ansioso por respostas.

— Em Alexandria. — respondeu Alvar, com uma pontada de ironia.

— Isso eu sei. Falo dessa estação da Dharma, parece abandonada. — Disse Frank.

— Pergunte menos. É melhor assim. — disse Alvar, deixando Frank inquieto com suas evasivas.

Ao se aproximarem do elevador que os conduziria ao necrotério, encontraram quatro casacos já preparados.

— Pegue um, vai precisar. — ordenou Alvar a Frank, cuja testa franzida denunciava sua perplexidade diante da situação.

Conforme o elevador começou a descer, a temperatura caiu abruptamente. — Está realmente frio. — comentou Frank, vestindo o casaco. Os outros seguiram seu exemplo.

Finalmente, o elevador parou no último andar. Ao saírem, Frank ficou chocado com a quantidade de gavetas etiquetadas que se estendiam à sua frente.

— Isso é um necrotério? — indagou ele, impaciente.

— Para você, parece um necrotério? — retrucou Alvar, ainda irônico. Frank se calou percebendo que Alvar não responderia suas inquietações.

Ao encontrarem a gaveta etiquetada com o nome de Wilbert DeGroot, Alvar fez um sinal para que o segurança a abrisse. Dentro, o corpo de Wilbert estava lá conservado.

— Quando você disse que iríamos encontrar um homem chamado Wilbert DeGroot eu pensei que encontraríamos um homem vivo. — expressou Frank, surpreso.

— Em nenhum momento eu disse que ele estaria vivo. — respondeu Alvar, seu sorriso gélido refletindo a sombria verdade.

— Então, qual é o plano afinal? — questionou Frank, já frustrado com a série de eventos desconcertantes.

— Apenas observe. — disse Alvar, antes de tocar em Wilbert e trazê-lo de volta à vida em um piscar de olhos.

Os olhos de Frank se arregalaram de espanto enquanto recuava, só para ser contido pelos seguranças.

— Onde estou? — perguntou Wilbert, confuso.

— Bem-vindo de volta à vida, Wilbert. — saudou Alvar, com um sorriso satisfeito.

— Mas o que diabos está acontecendo aqui? — interveio Frank, incapaz de conter sua confusão.

— Para alguém que já esteve na ilha duas vezes, você deveria saber que nada é impossível, Frank. — provocou Alvar, jogando com a mente de Frank.

— Mas não estamos na ilha. — contestou Frank.

Enquanto Wilbert lentamente se orientava à sua nova realidade, Alvar prosseguiu com sua explicação.

— Cadê ele? — Indagou Wilbert, tentando colocar a cabeça no lugar.

— Ele quem? — questionou Alvar, aguçando a curiosidade de Wilbert.

— Benjamin Linus. — vociferou Wilbert, seu ódio transbordando. Frank franziu a testa, pois aquele nome ele conhecia muito bem.

— Não se preocupe, você terá sua chance. A partir de hoje, vamos planejar o retorno da Dharma. — anunciou Alvar, lançando um olhar significativo para Wilbert.

— Quero nomes, um por um, dos responsáveis e cúmplices. Vou erradicar todos os envolvidos na purgação, sem exceção. — declarou Wilbert, com uma determinação feroz. — Benjamin Linus será o último para fechar com chave de ouro. — disse ele, com um sorriso maléfico no rosto enquanto Frank apenas observava, atônito diante do poder e da implacabilidade que testemunhava.

Voltando ao presente, em 2034, na fortaleza da Dharma na ilha, Wilbert caminhava apressadamente até a cela de Roger, desta vez sem escolta. Ao chegar perto das grades, ele perguntou:

— Você quer matar Benjamin Linus?

Roger, completamente confuso, respondeu: — O quê?

— Você entendeu minha pergunta, não foi claro? — insistiu Wilbert.

Roger riu. — Por que agora?

— Não questione. Esta é sua chance. Eu o tenho sob custódia. Sua oportunidade de matá-lo é agora — disse Wilbert, acenando para os dois soldados que estavam com Roger na cela. Os soldados abriram a cela e pegaram Roger pelo braço.

— Vamos — disse Wilbert, guiando Roger pelos corredores. Roger caminhava pensativo, enquanto Wilbert sorria satisfeito. Passaram por Frank, que tomava café, e ao ver Wilbert passar com Roger sob escolta em direção à cela de Ben, ele deu um leve sorriso. Frank sabia o que estava prestes a acontecer.

Ao chegarem em frente à porta onde Ben estava, Wilbert acenou para um dos soldados entregar sua arma para Roger, enquanto o outro soldado apontava a arma para ele.

— Não tente nenhuma gracinha. Sua missão é matar Benjamin Linus, apenas — alertou Wilbert, fazendo sinal para o soldado desarmado entregar a chave e abrir a porta. — Ao fazer isso, arrumarei um jeito de você sair da ilha.

Ben estava sentado num canto escuro. Roger caminhou até ele com passos curtos, parando no meio do caminho e apontando a arma para Ben.

— Então, ele conseguiu te fazer de fantoche? — provocou Ben.

— Fique calado e tudo acabará mais rápido — respondeu Roger.

Ben se levantou e se aproximou de Roger, que estava prestes a disparar o rifle. Com um sorriso, Ben comentou: — Você sabe que não deve fazer isso.

Roger começou a suar frio, lembrando do dia em que fez o ritual e sentindo que não deveria seguir adiante. De repente, a alma de Julia, sua falecida ex-namorada, apareceu ao seu lado.

— Não faça isso — disse ela.

— Julia... — murmurou Roger, olhando para ela.

Wilbert, sem entender, ficou chocado. — O que está acontecendo? Quem é Julia? Mate-o logo ordenou Wilbert, impaciente.

Ben sorriu. Embora não pudesse ver Julia, ele sentia sua presença. — Você não deve me matar, Roger. Você é um guardião — disse Ben.

A alma de Julia abraçou Roger, dizendo: — Você sabe o que fazer. — Em seguida, desapareceu. Roger fechou os olhos, enquanto Ben observava, maravilhado. Os mistérios da ilha ainda o surpreendiam, pois ele não conseguia ver Julia, mas sentia sua presença.

Wilbert, chocado, tentou intervir, mas Roger se virou para ele com a arma apontada e disse: — Não há nada lá fora da ilha que me faça querer ir embora mais. — Disse Roger, com um sorriso estampado em seu rosto. Continuou: — Nós vamos sair daqui, e vocês não podem nos impedir.

Ben sorriu satisfeito. Wilbert e os soldados, rendidos, levantaram as mãos em sinal de rendição. Eles sabiam que não podiam matar nem Ben nem Roger.

Frank, que observava tudo, sorria. — Idiota. Ele realmente colocou a arma na mão dele. Bianca e Yan estavam certos — disse, divertido.

Wilbert, enfurecido, gritou com Frank, mas Roger o interrompeu. — Cale a boca. Entregue sua arma, soldado — ordenou ao soldado que ainda estava armado. Rendido, o soldado entregou a sua arma a Ben.

Roger e Ben saíram apressadamente da fortaleza, deixando Wilbert e os soldados para trás. Frank os seguiu.

— Então você realmente não mentiu sobre estar do nosso lado? — perguntou Roger a Frank, enquanto caminhavam.

— Agora confia em mim? — perguntou Frank.

— Talvez — respondeu Roger, sorrindo.

— Vamos logo — disse Ben, apressando-os. Juntos, eles foram até as celas de Marcel e Juan, rendendo os soldados pelo caminho.

— É incrível como eles não reagem. Que loucura — comentou Juan, fascinado. Todos estavam armados agora. Chegaram finalmente ao portão de saída da base da Dharma, onde centenas de soldados os esperavam.

— Se não nos deixarem passar, mataremos vocês. Sabem que não podem nos matar — ameaçou Roger, mas já sabia que aqueles soldados, grande parte eram da frota que veio com eles no navio.

Os soldados rapidamente se renderam, abriram o portão, e os cinco saíram. Roger virou para trás e disse: — Venham, vocês estão perdoados pela traição, mas ainda precisamos da ajuda de vocês.

Aqueles soldados que eram seus subordinados automaticamente foram se levantando e se ajuntando ao grupo. Ben olhou para Roger e disse: — Ainda falta o Miguel.

— Não estou preocupado com ele. Você está? — perguntou Roger, rindo. Assim, eles caminharam até certo ponto, onde esperariam por Miguel. Wilbert permaneceu na fortaleza, bufando de ódio. Miguel passou por ele, sorrindo, e continuou seu caminho até sair da fortaleza e se juntar ao grupo do lado de fora.

Enquanto isso, no acampamento, Aaron estava em sua cabana quando a alma de Julia apareceu para ele. Ele agradeceu silenciosamente, e ela desapareceu.

Na fortaleza da Dharma, Wilbert sentiu o fracasso pesar sobre ele. Levantou-se abruptamente e deixou o local para pensar. Os soldados que estavam com ele o acompanharam, chocados com o tamanho do fracasso. Wilbert ordenou que não dissessem nada sobre o ocorrido à Alvar, mas aquela falha ficaria marcada na história da Dharma para sempre.


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