Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 20
Capítulo 20 - Os candidatos: parte 3




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Era o ano de 2007, e os sobreviventes da ilha emergiram do avião da Agira no aeroporto de Los Angeles, prontos para voltar à vida normal. Claire observava ao redor, maravilhada por estar novamente em terra firme. Seu coração transbordava de esperança, ansiando pelo reencontro com seu filho. Ela foi a primeira a descer da aeronave, seguida por Kate, James, Miles, Richard e Frank, o piloto.

Naquele pouso clandestino, todos se apressaram em desembarcar e se afastar rapidamente, enquanto Frank se preparava para explicar por que o voo retornou apenas com aqueles tripulantes, deixando os outros na ilha ou presumivelmente mortos. Eles seguiram em direção à saída de emergência do aeroporto.

Kate estava extremamente irritada com James, principalmente por ter deixado Jack para trás. Seus olhos se encheram de lágrimas quando James se aproximou.

— Sardenta, me ouça. O doutor decidiu ficar — ele tentou se explicar.

— Nós poderíamos ter fazer algo por ele, Sawyer. Não foi justo deixá-lo lá para enfrentar tudo sozinho.

James segurou o braço de Kate e disse: — Escute aqui. Eu sei que você ama o doutor mais do que eu, mas estou aqui agora, não ele. Entendeu?

Kate optou por não responder, forçou James a soltar seu braço e seguiu seu caminho.

À medida que deixavam o aeroporto, cada um tomou seu rumo. Claire estava a caminho de encontrar sua mãe, com Kate ao seu lado. A jovem estava transtornada devido ao tempo que passou na ilha, mas, no fundo, confiava que Kate a levaria até seu filho. Chegaram ao hotel onde Carole estava hospedada e caminharam até sua porta. Claire estava completamente nervosa.

— Está tudo bem — disse Kate.

— E se ele não me reconhecer? — indagou Claire. — Estou com medo, Kate.

— Escute, eu sei que não será fácil, mas você precisa ser forte agora.

Claire hesitou por um momento, mas finalmente bateu à porta. "Já vou!" gritou Carole do outro lado, e Claire ficou em choque ao ouvir a voz de sua mãe. Ela abriu a porta e, por alguns segundos, Carole ficou paralisada ao ver sua filha.

— Claire. Meu Deus! — exclamou Carole, envolvida pela emoção, abraçando sua filha com toda a força possível. — Obrigada, Kate — disse ela, extremamente emocionada e grata.

Claire também não conseguiu conter as lágrimas. — Onde está ele? — perguntou Claire, referindo-se a Aaron.

— Venha, querida, entre — disse Carole, acenando para Claire entrar. Ao perceber que Aaron brincava no chão da sala, Claire ficou emocionada. Aproximou-se dele, desejando abraçá-lo, mas Aaron a rejeitou por um momento.

— Aaron? Sou eu, sua mãe — disse Claire, frustrada.

Kate percebeu a situação e entrou na sala. Quando Aaron a viu, correu para abraçá-la.

— Mamãe! — exclamou ele, deixando Kate desconcertada. Claire ficou atordoada com aquilo.

Kate abraçou Aaron por alguns segundos, mas logo disse: — Querido, precisamos conversar.

Aaron ficou emocionado com a expressão de Kate, e ela disse: — Eu não sou sua verdadeira mãe. Aquela mulher ali é.

Dizendo isso, Aaron ficou confuso. — Como assim, mamãe?

Os olhos de Kate se encheram de lágrimas, enquanto Carole apenas observava, extremamente emotiva.

— Aquela mulher ali é sua verdadeira mãe. Eu só cuidei de você para ela, está bem? Eu preciso ir agora. Eu te amo, meu príncipe — disse Kate, antes de sair imediatamente de perto de Aaron. Claire olhava-a, espantada. Carole assentiu e percebeu que Aaron estava prestes a chorar.

Kate disse: — Me desculpe por tudo, Claire. Estou indo e prometo nunca mais me intrometer em sua vida.

Ao dizer isso, Kate partiu, abandonando-os. — Mamãe! — exclamou Aaron, tentando segui-la, mas Kate já tinha ido embora.

No presente, Aaron encontrava-se sentado à beira da praia, perdido em pensamentos enquanto segurava o diário de sua mãe. Hugo, abandonando momentaneamente Roger e Bernard na pescaria, aproximou-se de Aaron e se acomodou ao seu lado.

— Como você está, cara? Tudo bem? — Hugo perguntou com um toque de preocupação.

— Eu acho que estou bem. Tenho refletido muito sobre como fui injusto com minha mãe. E o que vocês passaram aqui na ilha é simplesmente inacreditável — Aaron comentou, com olhos cheios de admiração e perplexidade.

— É bom ver que você está entendendo, cara.

— Mas e agora? Se eu aceitar essa responsabilidade de ser guardião, nunca mais verei minha mãe? Nunca mais voltarei para o continente? — Aaron indagou, sua voz carregada de ansiedade.

— Entendo a sua inquietação, meu amigo. Sabe, eu também tenho uma família lá fora, e não tenho mais notícias deles. Tenho um pai, uma mãe, um irmão, um grande amigo e uma ex-namorada. Mas, entendi que meu dever aqui é crucial — Hugo comentou, compartilhando um pouco de sua própria angústia.

Aaron olhou para Hugo, com um sorriso sincero no rosto. — Eu julguei você errado, Hugo. Peço desculpas — disse Aaron, estendendo a mão em um gesto de reconciliação. Hugo retribuiu o sorriso e deu um abraço caloroso em Aaron.

Enquanto isso, Walt permanecia imóvel diante da figura de John Locke. Locke o observava atentamente, esperando alguma reação do rapaz.

— Não vai dizer nada? — John indagou.

Walt finalmente quebrou o silêncio. — Você não está realmente aqui. Você está morto, Minuts — declarou Walt com firmeza.

A figura de Locke começou a se transformar diante dos olhos de Walt, assumindo uma aparência de um homem negro, com olhos profundos e espelhados, quase como se Walt pudesse se ver neles.

— Interessante que você saiba meu nome, Walt. Eu não esperava que alguém da sua época soubesse como eu era chamado — disse aquele homem, com um sorriso enigmático.

De repente, o cenário ao redor de Walt se tornou todo branco, enquanto o homem se apresentava. — Meu nome é Minuts. Assim como Hanbal, fui guardião desta ilha por muito tempo — declarou, deixando Walt perplexo.

— Que belo show. Parabéns. Não faço ideia de quem seja Hanbal. — Walt perguntou, tentando entender.

— Como você deve saber, eu fui morto. Jack me matou quando tentei deixar a ilha. Você não faz ideia do que é passar uma vida inteira preso aqui. Mesmo sabendo que sair daqui traria Taurus, eu desejava sair. Odiava este lugar — Minuts comentou.

— Espera, você é o verdadeiro fumaça preta? — Walt indagou, com os olhos arregalados.

— Esta é minha verdadeira forma. Eu sempre fui humano. Assim como Hanbal. Se eu te contasse tudo, você não acreditaria — Minuts explicou.

Walt percebeu que a conversa estava ocorrendo apenas em sua mente, era uma visão. Nada do que estava acontecendo era real, e aqueles ao seu redor estavam vivos. Frank observava Walt, paralisado, enquanto os soldados ao redor também olhavam com preocupação.

— Walt?! — Frank exclamou, preocupado.

— Ele está bem? — Um dos soldados perguntou a Frank.

— Eu espero que sim — Frank respondeu, intrigado.

Enquanto isso, Walt continuava sua conversa com Minuts, que prosseguiu contando sua história.

— Digamos que Taweret escolheu a mim e Hanbal para proteger a ilha, e nos concedeu dons especiais. Meu amigo recebeu o poder de moldar os destinos das pessoas, e eu recebi o poder de assumir a identidade de qualquer pessoa que tenha morrido. Assim, eu permaneci aqui, assumindo diferentes identidades ao longo do tempo: Esau, Christian Shephard, Yemi, John Locke... Mas cansei dessa vida aqui. A única maneira de sair da ilha seria matando Hanbal, mas Taweret impôs um código, sabendo do meu desejo de deixar este lugar. Qualquer um que ajudasse Taurus seria incapaz de matar Hanbal ou qualquer um de seus candidatos.

— Isso esclarece muita coisa — Walt comentou, absorvendo a informação.

— Uma vez, há muitos anos atrás, cheguei muito perto de matar Hanbal e escapar da ilha. Planejei uma emboscada com o povo Decalo para derrotá-lo e sair daqui juntos. No entanto, antes de sumir para sempre, Hanbal realizou um ritual com sua filha, passando o cargo para ela. Eu, por trair a confiança de Taweret, fui aprisionado no coração da ilha, esperando que alguém me libertasse e eu pudesse assumir sua identidade. O povo Decalo foi dizimado por Taurus devido a essa traição.

— Me diz, Minuts, por que está me contando tudo isso? — Walt perguntou, intrigado.

— Estou morto. Sair da ilha não importa mais para mim, pois nunca mais sairei daqui. Sou apenas uma alma perdida na ilha, e é por isso que preciso que você não traga Taurus de volta. — Minuts declarou, olhando intensamente para Walt.

— Do que você está falando? Eu não tenho ideia de quem é esse tal de Taurus.

— Taurus tem percorrido o mundo humano sob a aparência de um homem. Hoje em dia, atende pelo nome de Alvar Hanso. Mas já foi chamado de Tovard Hanso, Magnus Hanso, Fredderick Hanso e muitos outros nomes ao longo dos milênios. Ele tem tentado roubar o poder da ilha de diversas maneiras, sem precisar retornar aqui fisicamente. Mas agora, com a notícia da minha morte, a única coisa que o impede de voltar é o novo guardião de Hanbal e seus candidatos.

Aquela revelação deixou Walt em choque.

— Por que eu? — Walt perguntou, nervoso.

— Você foi o responsável por toda essa confusão, meu amigo. Tudo começou no dia em que você decidiu deixar a ilha após ouvir a alma penada de seu pai — Minuts explicou. — Se Taurus tomar o poder de Taweret, será o fim do mundo que você conhece, e eu deixarei de existir. Nossas almas só permanecem aqui devido ao poder no centro da ilha. Se isso desaparecer, também desapareceremos. É claro que não quero deixar de existir.

— E agora, o que devo fazer? — Walt perguntou, sentindo a pressão da responsabilidade.

— Procure Hugo. Ele é o novo guardião de Hanbal. Ele saberá o que fazer. — Minuts disse, antes de desaparecer. De repente, tudo ao redor de Walt voltou ao normal, e ele estava de volta diante de Frank, que o encarava com perplexidade.

— Você voltou? — Frank indagou.

— O que está acontecendo? — Walt perguntou, confuso.

— Me diga você. Você ficou parado como uma estátua até agora — Frank comentou.

— Precisamos encontrar Hugo. Cometi um grande erro — Walt disse, determinado.

Em 2007, Walt estava se divertindo com seus amigos na quadra de basquete, quando, de repente, uma sensação avassaladora tomou conta dele e ele começou a gritar no meio da quadra. Seus amigos correram para ajudá-lo.

— Keith, o que está acontecendo? — Um dos amigos perguntou, usando o nome falso que Walt adotara para esconder sua sobrevivência.

Walt olhou fixamente para eles e, com a respiração ofegante, respondeu:

— Eu tive uma visão, meu pai me chamando para voltar à ilha.

— Do que você está falando? — Outro amigo indagou, perplexo.

— Esqueçam, vocês não entenderiam. — Walt disse resignadamente, enquanto seus amigos saíam rindo da quadra, deixando-o sozinho com a intensidade da visão ainda reverberando em sua mente.

Quando chegou em casa, Walt jogou sua bola de basquete no sofá e subiu apressadamente as escadas. Sua avó, preocupada, logo o seguiu e o interpelou:

— Ei, para onde você está indo, meu rapaz?

Walt, ainda abalado pela visão, respondeu de forma evasiva:

— Não quero falar agora. — E continuou subindo as escadas para seu quarto.

Alguns minutos depois, sua avó subiu com o jantar e o encontrou deitado na cama, visivelmente perturbado.

— O que está acontecendo, querido? — Ela indagou, preocupada.

Walt respondeu de forma monossilábica:

— Nada.

Sua avó decidiu tomar uma medida mais drástica.

— Eu agendei uma consulta com a Dra. Diana para amanhã de manhã. Você vai. Não podemos continuar assim.

— Não vou. — Walt respondeu, teimoso.

— Keith Johnson, você vai. Você tem tido muitos sonhos estranhos com essa ilha. Não é normal. Pode ser algum trauma não resolvido.

— Pare de me chamar de Keith Johnson. Esse não é o meu nome.

Walt demonstrou sua frustração batendo no prato, fazendo com que toda a comida se espalhasse pelo chão. Sua avó saiu do quarto, deixando-o sozinho.

No dia seguinte, Walt estava no consultório da Dra. Diana, que o questionou:

— Por que você acredita que seu pai está chamando você de volta para a ilha?

— Meu pai está morto. Nem sei por que estou aqui.

— Keith, estou aqui para te ajudar.

— Me ajudar? Ninguém acredita em mim. Acham que estou louco, por isso, estou aqui.

A Dra. Diana ficou em silêncio por um momento, observando Walt, antes de anotar algo em seu caderno. Walt saiu do consultório, deixando a médica para trás, e se sentou nos corredores do hospital, perdido em seus pensamentos.

De repente, James saiu de um dos consultórios e viu Walt sentado no banco.

— Não posso acreditar. Walt?! — James exclamou, um sorriso surgindo em seu rosto.

— Sawyer. — Walt respondeu, sorrindo sinceramente.

Poucos minutos depois, os dois estavam lado a lado do lado de fora do hospital, conversando:

— Então, foi assim que conseguimos sair. — James comentou.

— E agora, o que você vai fazer? — Walt perguntou.

— Não é óbvio? Vou procurar minha filha. Estou aqui na cidade com a Kate. Widmore está cuidando de tudo agora. — James explicou, com um sorriso nos lábios.

— Vocês estão juntos? — Walt indagou.

— Não exatamente. Digamos que estamos nos adaptando à vida fora da ilha.

Walt parecia preocupado. James o questionou:

— O que está acontecendo?

— Ninguém acredita em mim. Sinto que meu pai está me chamando de volta para a ilha.

— Esqueça aquela ilha, rapaz. É o melhor a fazer. Ela já nos tirou o suficiente, não acha?

Walt assentiu, agradecido pela conversa com Sawyer.

— Obrigado por isso, Sawyer. Eu preciso ir.

— Foi bom te ver vivo, Walt. É reconfortante saber que Ben cumpriu sua parte na promessa.

Os dois se despediram, cada um seguindo seu próprio caminho.

No presente, Aaron estava visivelmente emocionado com a situação em que se encontravam. Ele se levantou ao lado de Hugo e tomou uma decisão ousada:

— Eu aceito. — Sua voz soou firme e determinada.

Hugo olhou para Aaron, surpreso e indagou:

— Tem certeza?

Aaron respondeu com confiança:

— Sim, tenho. O que precisamos fazer?

Hugo se levantou e fez um sinal para Aaron o seguir. Ele se aproximou de Roger e Bernard e revelou a gravidade da situação:

— Precisamos retornar ao centro da ilha. Não estamos seguros aqui. Walt está a caminho com os soldados de Wilbert, e eles não têm boas intenções.

Bernard ficou surpreso e comentou:

— Walt? Pobre garoto. Ele está confuso, apenas.

Hugo cortou a discussão com uma urgência evidente:

— Não temos tempo para essa conversa. Devemos agir rápido antes que algo pior aconteça.

Enquanto isso, não muito longe dali, Ben adentrava o buraco escavado pela equipe que estava trabalhando na orquídea. Ele se dirigiu ao fundo do poço, onde estava a roda que usaria para mover a ilha. Navegando pelos túneis complexos que levavam ao ponto mais profundo da caverna, Ben enfrentava um desafio assombroso.

Fora do buraco, Clementine estava sentada com Zach e Emma. Os três conversavam sobre suas experiências únicas e a incrível coincidência de serem sobreviventes do voo 815.

— Então, vocês dois também estavam no voo 815? — Clementine indagou, demonstrando perplexidade.

— Nós estávamos na cauda do avião. — Zach explicou, relembrando aqueles momentos angustiantes.

— É estranho que vocês tenham sobrevivido tanto tempo aqui na ilha. — Clementine comentou, preocupada.

— Não foi tão simples quanto parece. — Emma disse, com uma expressão séria.

— Eu não imaginei que fosse. — Clementine respondeu, com um sorriso no rosto. — Mas essa história de Ben mover a ilha me intriga muito. O que ele quis dizer com isso?

Zach confirmou com um aceno de cabeça:

— É exatamente o que você ouviu.

A revelação deixou Clementine atônita, ansiosa para descobrir o que estava acontecendo na ilha.

Em 2007, James chegou com determinação a um apartamento em Nova York onde Kate estava morando, tudo bancado pela Widmore. Ele bateu com força na porta, ansioso para ser atendido o mais rápido possível. O grito impaciente de Kate ecoou de dentro do apartamento:

— Já vai. Calma.

Kate se apressou para se vestir, arrumou os cabelos às pressas e, finalmente, abriu a porta, exibindo uma expressão irritada:

— O que você quer, Sawyer? — Ela perguntou, demonstrando impaciência.

James a encarou com um sorriso provocador:

— Por favor, me chame de James. Vamos começar com o pé direito. Você sabe que eu sempre gostei de você, sardenta.

Kate arqueou uma sobrancelha, percebendo que ele claramente não estava sóbrio:

— Você está bêbado.

James admitiu, com um suspiro:

— Ainda estou me adaptando à vida fora da ilha. Depois de tanto tempo...

Kate o observou atentamente, sem saber exatamente como reagir. Ele a desafiou:

— Não vai me convidar para entrar?

Sem mais hesitação, Kate o deixou entrar e James começou a tirar a roupa, surpreendendo-a:

— O que está fazendo? — Ela perguntou, confusa e desconfortável.

James, determinado, respondeu:

— Pare com isso. Eu sei que você também gosta de mim.

Kate rejeitou suas investidas com firmeza:

— Não vou preencher o vazio que Juliet deixou no seu coração. Desculpe.

James abaixou a cabeça, vestiu a roupa novamente e se preparou para sair. No entanto, Kate o deteve:

— Espere. Fique.

Ele se virou rapidamente, e num gesto impulsivo, a agarrou pelos braços e a beijou. Kate não resistiu, cedendo ao momento. Em seguida, eles foram para a cama.

Horas depois, os dois estavam deitados na cama, compartilhando confidências:

— Eu vi Walt hoje. Ele está mais velho agora. É estranho reencontrar as pessoas dessa maneira. — James comentou, sorrindo.

Kate refletiu sobre suas próprias experiências:

— Entreguei Aaron para Claire. Ela não parecia feliz comigo. Eu entendo que ela estava sendo controlada por John Locke. Mas sinto que ela me odeia não apenas por isso.

James tentou confortá-la:

— Vai ficar tudo bem agora. Vamos construir nossas vidas, Kate, eu e você.

Kate o olhou com gratidão e sorriu, e eles se beijaram novamente, mergulhando no momento íntimo. No entanto, a interrupção abrupta de alguém batendo à porta os fez suspirar de frustração.

— Droga, deixa bater. — James murmurou.

Kate decidiu ir atender a porta:

— Não, James. Deixe-me lidar com isso.

Ela se levantou rapidamente, vestindo-se enquanto James a observava com curiosidade e preocupação.

Ao abrir a porta, uma figura surpreendente apareceu. Era Alvar Hanso, acompanhado por dois seguranças, sentado em sua cadeira de rodas. Ele ofereceu um leve sorriso e perguntou:

— Olá, Kate. Posso entrar?

Kate, confusa e desconfiada, olhou para o homem que não reconhecia. Incerta sobre se deveria ou não permitir sua entrada, ela hesitou por alguns segundos. Nesse momento, James apareceu, revelando um certo grau de surpresa.

— James Ford. Um prazer conhecê-lo. Meu nome é Alvar Hanso. Estou atrapalhando alguma coisa?

— Não, imagina. Estávamos apenas deitados na cama dormindo. — Comentou James, arrancando um sorriso de Alvar.

Ambos, James e Kate, estavam perplexos com a visita inesperada. Mesmo assim, decidiram não hesitar e permitiram a entrada do misterioso visitante. Alguns minutos depois, Kate e James estavam sentados no sofá da sala de recepção do apartamento dela. Alvar Hanso bem a sua frente observando os dois, quando comentou:

— Impressionante como os candidatos de Jacob simplesmente saíram daquela ilha ilesos. — Comentou Alvar.

— Como sabe disso? — Indagou James.

— Eu apostava em você James. Sempre achei você o mais engraçado do grupo. Mas a vaga era com certeza do Jack. Era o mais preparado. — Comentou Alvar, fazendo James dar um sorriso sarcástico.

— Por que está aqui? — Indagou Kate, irritada.

— Me digam, só uma coisa, ele está morto? — Indagou Alvar.

— Quem está morto? — Indagou James.

— Minuts. Como não sabem quem é? — Indagou Alvar.

— Desculpa não conhecer alguém com esse nome esquisito. Bom, se nos der licença, estamos num momento de privacidade. — Comentou James, rindo.

—Bom, se vocês não vão me responder, ao menos, trabalhem para mim. — Comentou Alvar.

— Não estamos colocando currículo no momento. Talvez depois. Mas agradecemos a oferta. — Comentou James. Um dos capangas de Alvar se aproximou de James e apontou a arma para cabeça dele. Kate ficou desesperada.

— Não me importo em estourar seus miolos aqui e agora, James. Mas não se preocupe com isso. Existem outros a quem eu posso explorar e que veio contigo naquele avião. — Comentou Alvar, acenando para o capanga abaixar a arma. E então, eles foram saindo.

Kate ficou olhando-os saindo e James estava completamente irritado com aquela situação.

— Não temos um minuto de paz. — Comentou ele.

— Pelo visto, ainda não acabou. — Comentou Kate.

Alvar, na parte de baixo do prédio, sorria satisfeito quando um dos seus capangas perguntou:

— Quem iremos visitar agora?

— O nome dele é Ricardus, mais conhecido como Richard Alpert. Tenho uma boa proposta para ele que não tem como ele recusar. — Comentou Alvar, enquanto saia juntamente com seus homens.

No presente, Hugo liderava o grupo composto por Aaron, Roger, Ji Yeon e Jessy em direção ao centro da ilha. Seu objetivo era claro: entregar a Aaron o papel de guardião da ilha. Enquanto caminhavam, eles foram surpreendidos por Walt, Frank e os soldados que os encurralaram. Roger, também armado, apontou sua arma na direção deles, preparado para o que pudesse acontecer.

— Esperem. Não viemos aqui para um confronto. — Walt tentou acalmar a situação.

Hugo, cheio de desconfiança, perguntou:

— O que você está fazendo aqui, Walt?

Walt explicou com seriedade:

— Que bom te ver também, Hugo. Depois de tanto tempo. — Comentou Walt, com ironia. Aaron, Jessy e Ji Yeon se entreolharam. Walt continuou: — Tive uma visão, Hugo. Eu vi John Locke. Ou algo parecido. Vi Minuts. Ele me alertou sobre o perigo de trazer Taurus para a ilha.

Ji Yeon, incrédula, comentou:

— Pronto. Mais um maluco.

Aaron, ainda desconfiado, recordou:

— Ele me sequestrou junto com Clementine. Não podemos simplesmente ignorar isso.

Walt esclareceu:

— Clementine está com Ben agora. Não está mais sob meu controle.

Roger respondeu de maneira irônica:

— Ah, ótimo, agora estou bem mais “tranquilo” que ela está com aquele psicopata.

Hugo, buscando entender a situação, questionou Walt:

— Walt, o que exatamente Minuts te disse?

Walt resumiu a mensagem que recebeu:

— Ele disse que se Taurus vier, estaremos perdidos.

Ji Yeon tentou argumentar:

— Pessoal, por favor, vocês não percebem o quão absurdo isso tudo soa? Parece que estamos vivendo em um conto de fadas.

Jessy expressou suas dúvidas:

— Concordo com ela, mas depois de tudo que vivemos aqui...

Hugo tomou uma decisão pragmática:

— Galera, chega desse impasse. Quem não acredita, siga em frente e saia daqui; quem acredita, apenas nos siga.

— Pra mim, chega. — Disse Roger.

Roger decidiu partir, deixando para trás Aaron, Ji Yeon e Jessy. No entanto, os soldados que estavam com Walt prontamente apontaram suas armas para Roger.

— Você não vai a lugar nenhum. — Walt afirmou com firmeza.

Hugo tentou acalmar os ânimos:

— Não é necessário chegar a isso, Walt.

Mas Walt estava irredutível:

— Ninguém vai sair daqui até que o ritual seja concluído.

A tensão no grupo estava claramente aumentando, e Hugo percebeu a gravidade da situação que se desenhava diante deles. — Ah, droga — suspirou.

Enquanto isso, nas escavações da Orquídea, Ben conseguiu chegar até onde estaria a roda que moveria a ilha. O local era frio, mas Ben estava certo de que iria fazer aquilo, mesmo com toda aquela temperatura do local. Havia uma espécie de vela dentro de uma rocha, e do buraco, uma luz era emitida, a mesma luz vista na gruta e debaixo do templo dos decalos.

— De novo aqui. — Comentou Ben, quando uma voz bradou:

— Não faça isso.

Ben reconheceu aquela voz que era muito parecida com a voz de Jacob. O homem que ele matou quando Minuts, na aparência de John Locke, o convenceu de fazer aquilo.

— Você?! — Indagou Ben.

— Olá Ben. Bom revê-lo.

— Como pode estar vivo? Eu te matei.

— Não estou vivo. Como ainda não sabe que essa ilha tem uma força mística capaz de manter as almas aprisionadas aqui. Sem céu, sem inferno. Uma espécie de purgatório criado por Taweret.

— O que você quer desta vez?

— Se fizer isso, não sabemos o que vai ocorrer desta vez. Desde a morte do homem de preto, tudo ficou meio estranho por aqui.

— Eu sei que você não é o Jacob. Não tenho a habilidade de Hugo ou dos candidatos de ver as almas perdidas na ilha. Se revele para mim, seja quem você for de verdade.

De repente, Jacob tomou a forma de um homem loiro, alto e com olhos azuis. Usava trajes de guerreiro da antiguidade. Era o mesmo homem visto por Hugo anteriormente. Então, o homem tirou seu capacete e parecia muito com Aaron, porém, mais velho.

— Meu nome é Hanbal. Sou o primeiro guardião. Conversei com Hugo naquele dia no templo. Você não me viu, mas eu vi você.

— Sabia que não era uma alma penada. É um viajante do tempo. Como pode parecer tanto com Aaron?

—Isso não é importante agora, Ben. O importante é que precisamos derrotar Taurus nesse tempo. Se mover a ilha, poderá levá-la para o futuro ou para o passado. Não sabemos em que época pode parar. Pode ser pior que agora.

— Mas ainda é o caminho mais fácil.

— Sempre teimoso. Por isso nunca o escolhi para ser o guardião. Pela milésima vez, pare de seguir suas próprias vontades achando que é o que a ilha quer. A ilha não tem querer. Apenas manifesta o poder de Taweret. Você foi manipulado por Minuts para matar Jacob.

— Você não pode me impedir. Quem garante que você não é outro querendo me manipular para fazer a vontade de Taurus como Michael fez com Walt?

— Ben, seu idiota. Me escute, desta vez.

Bem, ignorando totalmente os alertas de Hanbal, se aproximou da roda e começou a rodá-la. Hanbal desapareceu completamente e, logo em seguida, apareceu do lado de Aaron, assustando-o.

— Quem é você? — Indagou Aaron, perplexo. Todos viram o homem diante de Aaron. Hugo, reconheceu.

— É o primeiro guardião. — Comentou Hugo, intrigado que todos ali conseguiam vê-lo.

— Ele se parece com Aaron. — Comentou Ji Yeon. Todos ficaram espantados com que acabara de acontecer. Como aquele homem poderia ter chegado ali do nada? Até que Hanbal disse:

— Não me pareço com Aaron. Eu sou o próprio Aaron. Já se faz anos que não uso esse nome. Neste momento, a ilha irá se mover no tempo e levarei Aaron comigo para o tempo dos decalos para tudo reiniciar. Esse processo já aconteceu diversas vezes e em todas perdemos a batalha. Desta vez, precisamos fazer tudo diferente.

Aquelas revelações deixaram todos espantados, mas não havia tempo para explicações. Antes que Aaron questionasse Hanbal, o céu foi colorido com um tom branco com um brilho muito forte que fez todos fecharem seus olhos. O barulho foi tão agudo a ponto de todos taparem seus ouvidos. Todos na ilha e ao redor da ilha ouviram o som que ecoava livremente por todos os lados junto com aquela luz branca pulsante. Yan que estava num barco salva-vidas junto com Bianca, afinal eles haviam conseguido se soltar das cordas, também foram afetados pelo barulho e a luz. Clementine que estava do lado de fora das escavações na orquídea também foi afetada. O helicóptero com Miguel, Wilbert e os demais também foi afetado. Assim, a ilha desapareceu, levantando todos consigo.

Naquele mesmo instante, alguém acordava no susto no hospital do Novo México. Era Richard Alpert. Estava vivo. Ao seu lado, estava Alvar Hanso em sua cadeira de rodas. Estava observando Richard em seu leito.

— O que faz aqui? — Indagou Richard, desnorteado.

— A gente poderia ter te matado, mas você foi socorrido há tempo. — Comentou Alvar.

— Por que não me deixou morrer? — Indagou Richard, extremamente exausto.

— E perder meu melhor escravo? Não se esqueça que você foi vendido a mim. Jacob te salvou fazendo o Black Rock naufragar na ilha, mas agora está em minhas mãos novamente, então, tem que fazer o que eu mandar você fazer. — Comentou Alvar.

— E o que você quer que eu faça? — Indagou. — Saia dessa cadeira, eu sei que você não precisa dela, Magnus. — Richard completou sua fala, fazendo Alvar levantar-se da cadeira de rodas.

— Quero que se infiltre na expedição de Charlie Hume para a ilha, e lá, ajude Wilbert a projetar meu retorno a ilha. — Comentou Alvar, se aproximando de Richard. — E me chame de Taurus, afinal, eu sou um deus — ao ouvir isso, Richard ficou pensativo se seria ou não uma boa ideia ajudar aquele à sua frente.


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