Diamante bruto escrita por melhoresseriados


Capítulo 2
UM


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capítulo dessa história linda e tão divertida pessoal!
Boa leitura!



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É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.

Clarice Lispector

Narração em Terceira Pessoa

Maria Clara: Então, á que devemos a honra dessa reunião? — Perguntou sentando-se á mesa sendo seguida pelos irmãos.

Cristina: Bom! Devido ao grande sucesso da biografia não autorizada do homem de preto escrita pelo Théo Pereira, recebemos uma proposta está amanhã – Falou, olhando atentamente á todos.

A império sofreu praticamente um ‘golpe de estado’, da empresa com a situação toda com o Maurílio e o tal Fabrício Melgaço, que não demorou muito a revelar-se ser o próprio Maurílio a usar esse pseudo-nome para sí mesmo.

A empresa segurou-se firme no seu bote-salva vidas que veio á seguir de uma nova coleção feita pelas irmãs: Maria Clara e Cristina. O retorno triunfal do comendador, José Alfredo de Medeiros. E a autobiografia não autorizada sobre o mesmo escrita pelo Jornalista fofoqueiro e maior fã da família das jóias, Théo Pereira.

Que por mais incrível que pareça contribuiu muito para alavancar ainda mais a império passando assim pela sua pior fase e as vendas subindo mais do que nunca. Voltando ao topo, novamente.

José Pedro: Que proposta seria essa, Cristina? – Perguntou curioso.

Cristina: A Netflix propôs de realizar uma série nacional sobre a família imperial. Desde o começo até os dias de hoje! – Respondeu sentando-se.

João Lucas: U-A-U! – Exclamou – Já pensou os nossos belos rostos estampando agora na TV, também? – Estava pra lá de animadaço, como diria os jovens no seu dialeto atual.

Maria Clara: Cada look diferente que eu poderia estrear nas telonas – Pensou animadamente. A sua primeira paixão é desenhar coleção de jóias para as pedras preciosas, mas a sua segunda opção era moda. Sem dúvidas!

Zé Alfredo: What the Hell! – Exclamou, repuxando o seu bigode. Fazia isso em sinal de que estava avaliando e repensando a ideia –

José Pedro: Uma série nossa? – Repetiu, pensativo – E o que poderia acarretar não só para a empresa como para nós? – Indagou.

Maria Marta: Se um ser humano qualquer como o Théo Pereira conseguiu realizar o feito de deixar a biografia não autorizada sobre esse cangaceiro no topo da paradas das maiores livrarias do Brasil. Imagine o que não faria uma série? – Pronunciou-se pela primeira vez, fazendo a sua presença ser notada – Temos muito mais a ganhar do que perder! – Disse o óbvio, no momento – Aliás! Não esqueçam que os Medeiros de Mendonça e Albuquerque nunca perdem nada na vida!

Cristina: A Dona Marta está certa, pessoal! – Concordou com a madrasta – Realmente! Acredito que a série só fará aumentar ainda mais á procura por nossas coleções de pedras preciosas e renderá um grande aumento de clientes até. E quem sabe esse não seria o pontapé para expandirmos para o comércio exterior? Seria de uma grande ajuda, não acham?

Zé Alfredo: Já que é assim então está tudo acabado aqui! – Disse – Cristina trate de dar a notícia que aceitamos a proposta. Leia atentamente o contrato antes de assinar! – Deu o seu aval e todos concordaram, pois parecia ser a decisão mais correta e unânime.

Maria Marta: Não assine nada sem a presença do Merival, Cristina – Falou, mas saiu mais como uma ordem. Como a enteada conhecia bem o gênio da Imperatriz das jóias e viu de perto a sua mudança nesse meio tempo, não achou ruim.

O comendador apenas assentiu com a cabeça como concordando sem dizer mais nada.

Estranhamente no dia de hoje estava um pouco mais quieto, assim como também era o mesmo estado de espírito da Imperatriz.

A imperatriz foi a primeira a sair da sala de reuniões e um por um fez o mesmo, sobrando apenas por último o homem de preto e sua filha.

Cristina: Tá tudo bem, pai? – Questionou, um pouco preocupada e estranhando o jeito do mesmo.

O homem de preto levantou-se ficando de costas por um momento para a moça enquanto preparava um pouco de Whisky em seu copo.

Zé Alfredo: Porque não estaria? – Respondeu a pergunta com outra pergunta.

Cristina: Não sei! – Arqueou as sobrancelhas, pela resposta que havia obtido – Parece meio aéreo, talvez – Quando se tratava de falar ou pensar um pouco na personalidade marcante de José Alfredo de Medeiros é um tanto complicado.

Não deixa ser um enigma até mesmo para os mais chegados.

Mas uma das únicas certezas que Cristina tem em sua vida é que a imperatriz seria a única a decifrá-lo e vice-versa.

Até porque a imperatriz seria um enigma em muitos momentos também, apesar de ser muito da famosa expressão: ‘Saber para o que veio’.

Quando Cristina percebeu que não iria conseguir uma outra resposta do comendador decidiu sair em silêncio da sala de reuniões e ir para á sua.

O cangaceiro passou o resto do dia pensativo e quieto em seu canto em seu escritório.

Já a imperatriz resolveu ir para a mansão.

Narração da Imperatriz

Dia 28 de Junho de 2016.

Daqui exatamente 2 dias fará 46 anos de casados.

O primeiro SIM que pronunciei sem ter uma data de validade planejada.

Do começo ao fim desse jogo alucinante que é a vida ao lado desse cangaceiro jagunço as jogadas de forma alguma teve como ser planejadas.

Porque tudo foi sempre tão desconhecido e indefinido.

Nós dois somos como água e óleo. Como doce e salgado!

Misturamos tão bem, mas ao mesmo tempo a composição da receita entra em erupção muitas das vezes.

Sempre foi assim!

Às vezes te odeio por quase um segundo
depois te amo mais
teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo
tudo que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas para te prender
eu tive um sonho ruim e acordei chorando
por isso eu te liguei,
será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

 

Cazuza

Esse trecho nunca fez tanto sentido.

Silviano: Chegou cedo, hoje milady  –  Falou, prontamente retirando o meu sobretudo marrom.

Maria Marta: Sim! Encontro-me um pouco indisposta, hoje  –  Respondi subindo as escadas sabendo que o mesmo estava logo atrás seguindo-me.

Silviano: Estou as suas ordens como sempre, milady! Quer que eu ordene á Claraíde para fazer uma sopa ou vitamina? –  Perguntou.

Maria Marta: Não será preciso no momento! –  Recusei  –  Somente peço que eu não seja incomodada de jeito nenhum! Só em casos extremos  –  Ordenei retirando meus saltos enquanto o mesmo preparava um banho de espumas na grande banheira depositada em meu banheiro.

Silviano: Como quiser, milady! – Indagou  –  Seu banho está pronto! –  Avisou. Pelo cheiro sabia que tratava-se dos sais de banho da Sweet Romance que a fragrância era Oriental flor, composição de óleo de algodão e extrato de morango. O meu preferido!

Maria Marta: Obrigada, Silviano! –  Agradeci e o mesmo retirou-se do quarto.

Quando o tecido de seda verde musgo do vestido caiu ao chão, entrei na banheira deitando-me nela arrepiando todo o meu corpo sentindo a sensação de relaxamento penetrar inteiramente em mim, deixando soltar um suspiro.

Suspiro esse que foi o sinal do meu corpo e minha mente sabendo que ali naquele momento eu poderia pensar, relembrar, falar comigo mesma e principalmente chorar sem ter julgamentos de qualquer parte.

Era o momento de deixar a máscara cair.

Momento esse que a impiedosa Imperatriz dos diamantes sai de cena dando espaço ali para somente a Maria Marta Medeiros de Mendonça e Albuquerque.

Cuja a mulher responsável por criar uma família quase a maior parte do tempo sozinha, pois o marido estava mais interessado em construir um império do que ser pai.

Cuja a mulher que teve que amadurecer rapidamente para tornar-se uma boa mãe, esposa, imperatriz e principalmente uma Woman business como a império precisava e não apenas a mulher do dono.

Teve que lutar para ser tratada igualmente ao marido, pra ter voz.

Mas que no meio disso tudo por mais que não quisesse por um breve momento anuiu a chama apagar em seu relacionamento.

E bastou esse momentâneo período pra tudo ruir.

E ai foram erros atrás do outro...

Consequência que foi tornando-se uma bola de neve feroz.

Que ambos os protagonistas permaneceram machucados e travando uma luta perversa contra o outro.

Maria Marta: Ah! — Exclamou  – Como eu queria voltar no tempo! – Falou consigo mesma ainda escutando o som de Jazz  – Maria Marta Medeiros de Mendonça e Albuquerque e José Alfredo de Medeiros  – Citou  – Éramos considerados imbatíveis, por qualquer um! – Sorriu, deixando uma lágrima cair pelo seu rosto  – Ainda somos nos negócios, mas antes era em todos os campos da vida possíveis  – Disse bebendo um pouco da taça de champanhe  – E era essa a magia da vida.

Narração da Terceira Pessoa

A morena dos olhos verdes passou mais alguns minutos em seu banho pensativa, relembrando como denomina: os bons tempos!

Assim que sentiu seu corpo enrugar por conta do tempo na água, levantou-se enrolando-se em seu roupão e caminhando em direção de volta ao seu quarto.

Após isso serviu-se de mais umas duas taças de champanhe antes de vesti-se com uma fina camisola de seda e deitar-se ainda com lágrimas derramando de seu rosto.

Já na empresa todos realizavam suas tarefas com sucesso.

O mesmo não poderia ser dito do homem de preto que estava em sua sala tentando ler um documento.

Zé Alfredo: Ô SHIT! – Exclamou irritado, quando percebeu mais uma vez que estava lendo o mesmo parágrafo mais de uma vez  – O que está acontecendo com você hoje, José Alfredo? – Indagou para si mesmo.

Virou a sua cadeira para o lado contrário da mesa tendo em seu campo de visão o seu quadro retrato do seu tão conhecido monte.

Zé Alfredo: 46 anos! Quem diria que duraria tanto uma vida ao lado daquela quatrocentona cheia de sobrenome que cruzou o meu caminho toda desesperada e arrogante em Genóvia  – Sussurrou passando um rápido flashback em sua mente.

Antes que pudesse aprofundar-se ainda mais em seus pensamentos, seu celular tocou.

Zé Alfredo: Olá, minha Sweet Child! – Atendeu olhando no visor o nome da jovem ruiva.

Maria Ísis: Olá, meu amor! – Falou  – Eu só queria saber se você irá dormir comigo lá em casa hoje?

Zé Alfredo: Assim que eu sair daqui da império, irei sim  – Respondeu.


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Notas finais do capítulo

O que vcs acharem?? Gostaram??
Comentários são mega bem vindos e tendem a incentivar-me.

Kiss, kiss
Até mais...



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