O Cordeiro e o Tigre escrita por Miss DeadEye


Capítulo 6
Capitulo 5 - Caminhos estreitos


Notas iniciais do capítulo

É curto, não responde muito, mas prometo que a postagem será mais frequente.



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No exato momento em que o som da porta se fechando reverberou pelo espaço, Victoria lançou um olhar inquisitivo ao seu redor, girando suavemente sobre seus calcanhares. A imponente porta de madeira que se fechou atrás dela formava um contraste marcante com as paredes e o chão de pedra que a cercavam, evocando a sensação de estar dentro de uma caverna. A ideia de uma residência oculta em tal lugar parecia pertencer mais ao reino da fantasia do que à realidade.


 A sua frente existe três direções, uma a direita, uma a esquerda e uma central.

O homem passa a frente e vai em direção ao caminho da esquerda, ela se pergunta o para onde os outros caminhos levam, mas não ousou abrir a boca para perguntar.

— Ande perto de mim, Victoria –  a voz do homem cortou o silêncio – o caminho aqui é um pouco traiçoeiro e é bem escuro nesses corredores.

Victoria acena com a cabeça e se esforça para seguir o homem.

Após alguns metros o mascarado diz:

 – Sua habilidade no piano é realmente muito boa, apesar de acreditar que falta uma coisa em sua execução. – O homem mascarado diz em determinado momento de sua jornada.

Curiosa, Victoria pergunta em um tom baixo.

— Você me ouviu tocar?

— Claro, todos esses anos, ouso dizer que você até me ensinou a tocar o instrumento de certa forma.

O caminho se estreita forçando-os a mover-se com cautela, alguns passos a diante e eles se encontram em outra bifurcação, o homem então vira à direita.

— Como? – Victoria pergunta.

— Nunca me interessei tanto pelo piano, meu coração sempre pertenceu ao violino, mas ouvir você tocar... aquilo me inspirou.

Surpresa com a declaração, Victoria não percebe um pequeno desnível no chão e acaba tropeçando para frente. Ela esbarra nas costas de Sayeh que se vira tão rapidamente quanto pôde para segurar os braços dela.

— Cuidado onde pisa – ele diz, acomodando-a no lugar, toda a essa ação foi tão rápida que Victoria mal teve tempo de processar ela sussurra um pedido de desculpas e eles continuam o caminho.

O homem então acelera o passo e Victoria se vê quase correndo para conseguir acompanha-lo.

A jornada se tornava cada vez mais intensa, com o caminho ascendendo e se ramificando em diversas direções. Victoria, apesar de seu excelente senso de orientação, sentia-se perdida sem a guia de Sayeh.

—  Toda essa jornada pode ser exaustiva – ele mencionou, preparando-a para os desafios à frente. Victoria, apesar de seu excelente senso de orientação, percebe que jamais encontraria a saída deste local.

Agora ela entendia o que ele quis dizer com “...todo o exercício que está prestes a fazer irá te fazer mal de estomago vazio”. Ela realmente estava começando a se sentir tonta com todo aquele esforço.

— Victoria – o mascarado começa a falar parando após virar à direita, fazendo com que ela fosse de encontro a ele, batendo direto em seu peito. Ela se desculpa e dá um passo para trás.

— Eu sinto muito que você tenha que passar por essa situação – ele continua – eu prometo que farei de tudo para te proteger.

As palavras dele trouxeram um misto de conforto e incerteza ao coração de Victoria, que ansiava por respostas sobre o envolvimento de seu pai nessa história.

— Eu só quero entender melhor tudo o que está acontecendo. Não entendo como meu pai se envolveu nessa bagunça.

— Prometo que iremos repassar todo o passado do seu pai para descobrirmos o que pode ser. Quando eu acabar irei sumir da sua vida completamente. Será como se nada tivesse acontecido, eu prometo.

Victoria apenas acena e o mascarado continua sua jornada.

Em certo ponto, e algumas curvas depois, o túnel em que estavam deu diretamente em um caminho sem saída.

— Parece que você acabou se perdendo. – Victoria diz se encostando em uma das paredes, totalmente cansada da caminhada.

— Você não enxerga além do que vê, senhorita Victória. – Com um sorriso enigmático, Sayeh passa a mão em um ponto da rocha, fazendo ela se arrastar para o lado, abrindo uma estreita passagem.

Ele passa e estende a mão sugerindo que ela passe também.

Ela passa com certa dificuldade, e então percebe que o ambiente havia mudado, o que antes era uma caverna com chão irregular, cheio de terra e pedregulhos agora era uma biblioteca com um chão de madeira encerada.

Victoria para por um instante, totalmente confusa com o que está vendo. Estantes cobertas de livros até o teto, uma grande escrivaninha de madeira maciça com muitas anotações espalhadas. Ela se vira para a parede onde acabara de passar e percebe que ela também é uma grande estante cheia de livros desse lado.

O mascarado está parado em uma porta, do lado oposto ao que entraram, aparentemente se divertindo com o espanto dela.

— Essa é a casa de Arash. – Ele diz se escorando no batente da porta.

— Você mora na casa de Arash? Como...? – Victoria diz fazendo gestos com a mão que indicavam o quão perdida ela estava.

Ele balança a cabeça em negação e diz:

— Minha casa tem muitas entradas e saídas. Esta é apenas uma delas. Ela é a mais próxima de sua residência, por isso estamos aqui.

— Mas onde você mora? Quero dizer, você mora em uma casa, certo? – Victoria diz caminhando lentamente em direção a porta onde o homem estava.

Ele olha para o chão, aparentemente envergonhado por algum motivo.

— Não pareceu uma casa para você? Achei que o quarto, sala e cozinha indicavam isso.

— Não, não foi isso que... – o homem estende a mão, sinalizando para ela ficar quieta o que ela prontamente fez.

 Ele puxa algo do bolso da calça, ela não consegue ver muito bem, mas percebe seu punho cerrado, como se estivesse segurando alguma coisa.

Por um tempo ela não ouve nada, mas então estava lá. Passos. Passos e um som de algo batendo no chão.

E eram passos muito rápidos. Seu anjo mascarado havia dado alguns passos se distanciando da porta e indo em direção a Victoria, ele visivelmente estava se pondo a frente do perigo, agora ele estava entre ela e a porta.

Mas Victoria nunca adivinharia o que aconteceria a seguir.

Um pequeno ser humano carregando uma pequena bengala adentrou na biblioteca.

— John, é você? – A criança perguntou.


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