Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 47
O Mal à Espreita


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! O capítulo de hoje está grande, porém, bem equilibrado... Com boas doses de drama, romance, suspense e whisky! ♥

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/47

Era uma linda manhã ensolarada e, na casa dos amigos, estavam apenas Adie e Jake. Os demais haviam ido para seus trabalhos, o que deu liberdade para Adie trabalhar na sala de jantar. Ela estava sentada à mesa e com o notebook aberto à sua frente, enquanto analisava um laudo psiquiátrico. Após alguns instantes, seu celular começou a tocar e ela o pegou, notando ser uma chamada de vídeo do Dr. Ulric Barret e clicou para atender. Após estabelecer a conexão, a imagem do médico apareceu em metade da tela de seu telefone, mas Adie manteve sua câmera desligada.

              Chamada de Vídeo

(Dr. Ulric) - Olá, Adie. Como vai?

(Adie) - Bem, doutor. E o senhor?

(Dr. Ulric) - Estou ótimo. Estive conversando com a paciente Sophia Martinez ontem e estou impressionado com o progresso do tratamento. Confesso que não acreditei que seria eficiente a hipnoterapia feita a distância. 

(Adie) - Eu entendo o seu ceticismo com os meus métodos à distância, mas já é a segunda vez que eles funcionam. 

(Dr. Ulric) - Não encare como ceticismo, nós só temos terminologias diferentes para definir tais métodos. 

(Adie) - Sim, eu sei. Bom, o motivo da minha urgência em falar com o senhor, é porque preciso enviar os dois laudos mais recentes.

O Dr. Ulric se intrigou.

(Dr. Ulric) - Mas porque tão rápido? O tratamento já foi finalizado?

(Adie) - Não, doutor. Bom… É uma questão de… prevenção.

(Dr. Ulric) - Prevenção?

(Adie) - É que… Bom… – Ela suspirou e desviou o olhar, tentando encontrar as melhores palavras. - Eu estou vivendo uma situação de perseguição, parecida com a de Hannah Donfort, mas, diferente dela, não se trata de alucinações.

O doutor se intrigou ainda mais.

(Dr. Ulric) - Está dizendo que tem uma lenda te perseguindo, de verdade?

(Adie) - Sim.

(Dr. Ulric) - Bom, você mesma me disse que um dos amigos da Hannah havia dado vida a essa alucinação que a acometia, mas, um tempo depois, ele faleceu na explosão de uma mina, certo?

(Adie) - Sim, era o que todos acreditavam, mas, de acordo com algumas pistas que eu obtive recentemente, parece que ele sobreviveu à explosão e agora me persegue, usando o mesmo disfarce.

(Dr. Ulric) - Nossa… Eu sinto muito, Adie.

(Adie) - Obrigada, doutor. Bem, dada a essa circunstância, cada dia é incerto para mim. Principalmente, se tratando de dias em que eu preciso sair de casa. Hoje irei trabalhar normalmente, mas precisarei sair mais tarde e, caso o pior aconteça, quero deixar os laudos dos dois últimos pacientes, com algumas atualizações, em suas mãos, para que os mesmos não fiquem sem o devido tratamento. 

O doutor desviou o olhar e ficou pensativo por alguns instantes.

(Dr. Ulric) - Tudo bem, Adie. Eu entendo e admiro seu cuidado com os pacientes, mas aconselho que peça suporte a polícia para se manter segura, antes de sair de casa.

Ela suspirou, com pesar.

(Adie) - Infelizmente, o policiamento daqui é muito fraco e não garante a segurança de ninguém, assim como em vários outros lugares. Bem, eu irei enviar os laudos neste exato momento e peço ao senhor, por gentileza, que confirme se os recebeu. Tudo bem?

(Dr. Ulric) - Sim, tudo bem.

Adie abriu o seu e-mail e anexou os documentos. Em seguida, ela digitou o e-mail do Dr. Ulric e os enviou.

Alguns instantes depois, ela ouviu pela chamada de vídeo a notificação de e-mail chegando no celular do doutor, que logo se certificou de que eram os documentos enviados por ela.

         Chamada de Vídeo

(Dr. Ulric) - Acabei de receber o e-mail. 

(Adie) - Ótimo. 

(Dr. Ulric) - Confesso que estou triste por saber sobre sua situação. Pensei que você tivesse se restabelecido aí.

(Adie) - Eu também acreditei que isso seria possível, doutor… Mas a tranquilidade durou pouco. – Ela ficou com o olhar distante por alguns segundos. - Bem, eu não irei mais tomar o tempo do senhor. 

(Dr. Ulric) - Imagina, Adie. Você é minha parceira de trabalho e é sempre um prazer conversar com você.

Ela suspirou.

(Adie) - Muito obrigada por tudo, doutor. 

(Dr. Ulric) - Não me agradeça. Você é brilhante. 

Ela sorriu sutilmente, mesmo que ele não visse seu sorriso.

(Adie) - Se eu voltar para casa, amanhã entrarei em contato com o senhor.

(Dr. Ulric) - Tudo bem, mas pense positivo. 

(Adie) - Eu vou tentar. Tenha um ótimo dia, doutor.

(Dr. Ulric) - Você também, Adie. E tenha cuidado.

(Adie) - Sim, senhor. Eu terei.

O Dr. Ulric sorriu sutilmente e encerrou a chamada de vídeo. Em seguida, Adie deixou seu celular sobre a mesa e voltou sua atenção para o trabalho. Mas, embora seus olhos parecessem focados em tudo que lia, seus pensamentos estavam agitados. Ela suspirou e passou as mãos no rosto, mas, apesar de sua dificuldade para se concentrar, insistiu em voltar seu foco para o trabalho. Dessa vez, ela conseguiu se manter focada por alguns minutos, até que uma notificação de mensagem em seu celular a fez desviar o olhar. Ao ver que se tratava de Dan, ela pegou o celular e abriu o chat.

CHAT:

            Dan

(Dan) - Oi, senhorita Black Label.

(Adie) - Oi, Jack Daniels.

(Dan) - Me atende aí.

(Adie) - Mas eu estou trabalhando.

(Adie) - Ou pelo menos, tentando.

(Dan) - Faça uma pausa e me atenda logo.

(Adie) - Aconteceu alguma coisa?

Dan não respondeu e iniciou uma chamada de vídeo. Adie revirou os olhos, mas aceitou a chamada e, após a conexão ser estabelecida, o rosto dele apareceu na tela. Dan trabalhava como segurança de supermercado e ele estava com o uniforme, que era de cor azul escuro, e estava com os cabelos presos em um coque. Diferente de quando Adie falou com o Dr. Ulric, dessa vez, ela ligou sua câmera e Dan logo viu surgir na tela de seu celular a imagem do rosto dela, com uma expressão levemente indignada. 

           Chamada de Vídeo

(Adie) - Eu espero que, no mínimo, você esteja em perigo. 

(Dan) - Que nada, eu estou ótimo! – Ele piscou para ela, com deboche.

Ela revirou os olhos novamente.

(Dan) - Aí, acho que é a primeira vez que te vejo por vídeo.

(Adie) - Sim, é. E por que decidiu me ligar por vídeo, sendo que você me vê pessoalmente todos os dias?

(Dan) - Não. Eu não a vejo todos os dias. Inclusive, não a vi ontem. 

Ela suspirou.

(Adie) - É… E provavelmente não me veria hoje também, se não fosse por essa chamada.

Ele franziu o cenho.

(Dan) - Não sei se você se lembra, mas eu fiquei do seu lado o tempo todo.

(Adie) - Eu sei disso. 

(Dan) - Então porque está agindo assim?

(Adie) - Assim como?

(Dan) - Me evitando, ora.

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Adie) - Como eu estou te evitando, se acabei de atender sua ligação e estou aqui, conversando com você?!

(Dan) - Ah, não me venha com essa! Eu não aceito menos do que um drink na varanda, hoje a noite.

Ela revirou os olhos novamente e ficou em silêncio por alguns segundos.

(Adie) - Hum… – Ela colocou a mão no queixo, como um pensador, e voltou a olhá-lo. - Eu tive uma ótima ideia! – Ela se levantou e foi até a cozinha, segurando o celular em frente ao rosto.

(Dan) - Hum, pressinto que não virá coisa boa.

Ao entrar na cozinha, Adie foi até a geladeira, a abriu e começou a procurar por algo.

(Adie) - Ah, você vai ver que se trata de uma coisa muito boa! Vejamos… Achei! – Ela pegou uma garrafa.

(Dan) - Achou o que?

(Adie) - Isso aqui. – Ela mostrou para ele uma garrafa de whisky, Jack Daniels.  - Porque esperar a noite para beber? 

Dan ficou surpreso.

(Dan) - Porque esperar?! Eu vou te dar um motivo… Eu não estou aí para beber com você!

(Adie) - Ah, isso não é um problema, eu bebo por você. – Ela piscou para ele, com deboche, e pegou um copo no armário.

Dan arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Dan) - Adie, são 9:00 da manhã!

(Adie) - E daí? Sinceramente, eu estou mesmo precisando de algo que acalme meus pensamentos e me ajude a concentrar no trabalho. E para não desrespeitar sua proposta, eu irei beber na varanda, enquanto converso com você por chamada de vídeo.

(Dan) - Nossa, estou agraciado por sua consideração. – Ele ironizou.

Adie sorriu, com deboche e, segurando o copo, a garrafa e o celular, mesmo que de uma forma meio desajeitada, ela seguiu até a porta da casa e foi para a varanda. 

                   Chamada de Vídeo

(Adie) - Espere um pouquinho. – Estando do lado de fora, ela deixou o celular, a garrafa de whisky e o copo sobre a mesa da varanda e voltou para fechar a porta da casa. 

(Dan) - Cara, eu não posso acreditar no que estou vendo. 

Em seguida, ela se aproximou da garrafa, tirou a tampa e serviu um pouco de whisky em seu copo. Tendo feito isso, ela pegou seu celular, se sentou em uma das cadeiras e, após colocar a garrafa de whisky mais próxima, de frente, ela apoiou o celular na mesma. 

               Chamada de Vídeo

(Adie) - Prontinho. – Ela ergueu o copo e simulou um brinde em direção ao celular. - Saúde! – Ela virou um gole.

Dan estava inconformado, com a testa franzida e balançando a cabeça em negação.

(Adie) - Aaah! O café da manhã está delicioso!

(Dan) - O que?! Esse é mesmo o seu café da manhã?!

(Adie) - Claro que não. Eu não sou tão maluca assim. – Ela virou outro gole de whisky.

(Dan) - Ah, diz a garota que está bebendo whisky em plena 9:00 horas da manhã.

(Adie) - Não seja invejoso. – Ela debochou.

Dan desviou o olhar, levemente irritado.

(Adie) - Bem, mas apesar de tudo, ainda considere vir até a varanda para conversarmos, mais tarde. Você tem razão, eu não tenho motivos para evitar você. – Ela desviou o olhar.

(Dan) - Sabe, é por isso que eu amo o whisky. A capacidade dele de clarear as ideias dos consumidores, é incrível.

Adie deu uma leve risada.

(Adie) - É, não posso discordar. – Ela permaneceu encarando seu copo por alguns segundos.

(Dan) - Aí, eu sei que você está triste por conta daquele showzinho dos outros.

(Adie) - Eu não estou triste. Apenas me sinto completamente perdida. – Ela suspirou. - Tudo me fez cogitar até mesmo ir embora dessa casa. 

(Dan) - O quê?! Você ficou maluca de vez?!

Ela o olhou.

(Adie) - Entenda, com exceção de você, da Hannah e do Jake, ninguém mais está preocupado com o que está acontecendo comigo. Quando trouxemos a possibilidade do Richy estar por trás de tudo novamente, eles exigiram a revelação dos segredos de todos, mas na verdade, tudo foi um pretexto para que eu revelasse meus possíveis segredos e, dependendo do que eu revelasse, eles avaliaram se minhas descobertas eram mesmo confiáveis. É como se fosse mais fácil desconfiar de mim, do que acreditar que o Richy é um criminoso.

(Dan) - Eu sei que tudo realmente indicou isso, mas foi um mal entendido. Lilly conversou comigo e reconheceu que errou. Ela até mesmo nos ajudou a procurá-la, quando Jake nos informou que você havia saído e deixado um bilhete de despedida.

Adie desviou o olhar.

(Dan) - A propósito, onde você se meteu naquele dia?

(Adie) - Eu saí por aí, sem rumo. Eu precisava ficar sozinha e pensar um pouco. – Ela bebeu mais um gole de whisky.

(Dan) - E pelo que percebi, você acabou com o Black Label que estava na geladeira. 

Ela voltou a olhá-lo, com uma de suas sobrancelhas arqueada.

(Adie) - Você sabe que eu comprei aquela garrafa, não é?

(Dan) - Sim, eu sei. E eu estava pretendendo tomar pelo menos uma dose dela, mas quando fui procurar, a garrafa tinha desaparecido e eu tive que abrir essa daí. 

(Adie) - Hum... -- Ela olhou para o seu copo de whisky. - Não foi tão trágico assim. Acredita que naquele dia eu fiz a mesma idiotice que você? Tomei metade da garrafa e dirigi até em casa. Porém, meu carro continua inteiro e agora podemos tirar a conclusão de quem tem o melhor senso de direção. – Ela sorriu com deboche.

(Dan) - Haha, que engraçadinha você. – Ele ironizou. 

Adie deu uma sutil risada.

(Dan) - Eu odeio admitir, mas estou preocupado com você. 

(Adie) - Eu estou bem.

(Dan) - Não, não está. Você está bebendo muito mais do que antes, tem se alimentado mal e agora, está se isolando. 

(Adie) - Mas eu nunca estou sozinha. Jake está sempre comigo.

(Dan) - Ah, é? E onde está o homem hacker agora?

(Adie) - Ah, eu não preciso de supervisão em tempo integral. 

(Dan) - Temos pontos de vista diferentes. 

Adie bufou e revirou os olhos. 

(Adie) - O que eu preciso é continuar investigando. Hoje mesmo, eu irei ao Aurora.

(Dan) - E pra que?

(Adie) - Tentar descobrir alguma coisa sobre essa amizade do Richy com o marido da Lucy.

(Dan) - E você acha mesmo que o Phil sabe alguma coisa sobre isso?

(Adie) - Não sei e vou até lá para descobrir.

Dan revirou os olhos, balançando a cabeça em negação.

(Dan) - Ah, tanto faz. Espere aí, eu já volto. – Ele se levantou.

(Adie) - Resolveu ir trabalhar?

(Dan) - Hum, não seja boba. – Ele virou a câmera, mostrando estar se aproximando de uma máquina de café. - Enquanto você bebe whisky, eu bebo café. 

Adie deu uma sutil risada. Dan pegou um copo ao lado da máquina e a ligou, mostrando seu copo enchendo de café. 

(Dan) - Prontinho. – Alguns segundos depois, ele desligou a máquina e pegou seu copo.

Em seguida, ele voltou a se sentar à mesa e redirecionou a câmera para o seu rosto.

(Dan) - Um brinde? – Ele ergueu seu copo.

(Adie) - Claro. – Ela ergueu o copo de whisky, simulando um brinde. - Tim tim!

(Dan) - Tim tim!

Em seguida, os dois viraram um gole de suas bebidas.  

(Dan) - Hum… Não é tão bom como eu gostaria, mas, é… – Ele olhou para a imagem de Adie na tela de seu celular e notou algo estranho, parecia uma pessoa parada, um pouco mais atrás, observando-a. 

(Adie) - Mas é o que? 

Dan ficou em silêncio por alguns segundos e continuou observando aquela pessoa, até que se assustou, ao notar que a mesma parecia usar uma máscara. Adie se intrigou com sua expressão.

(Adie) - Dan? O que foi? Porque está com essa cara?

Ele não respondeu e continuou observando a imagem daquela pessoa, que continuava estática.

(Adie) - DAN?

Ele se assustou e voltou a focar seu olhar em Adie.

(Adie) - O que aconteceu para você ter ficado com essa cara de bobalhão de repente?

(Dan) - Adie, entre na casa agora. – Ele pediu com calma, controlando seu temor.

(Adie) - O quê?! Mas porque?

(Dan) - Por favor, faça o que estou te pedindo.

Ela se intrigou extremamente e moveu seu corpo, endireitando-o para frente e tapando a imagem da tal pessoa que lhe observava.

(Adie) - Pelo menos me dê uma explicação para essa sua mu... 

(Dan) - Por favor, entre logo para a droga da casa, Adie! – Ele se alterou e disse com rispidez.

Ela se assustou e se intrigou ainda mais.

(Adie) - Não! Eu não vou entrar! Idiota! – Ela se irritou e desligou a chamada com Dan.

Dan se surpreendeu e ficou ainda mais aflito.

(Dan) - Mas que merda!

Ele rapidamente procurou pelo contato de Jake e, ao encontrá-lo, iniciou uma chamada de voz.

Enquanto isso, Jake estava concentrado na tela de seu computador, até que seu celular começou a chamar e ele logo olhou em direção.

(Jake) - Dan? – Ele se intrigou com a chamada recebida, mas pegou o celular e atendeu. - Alô.

(Dan) - Jake, pare tudo que estiver fazendo e vá até a varanda, agora!

Jake se intrigou ainda mais.

(Jake) - Mas porque? O que aconteceu?

(Dan) - Ela está na varanda sozinha e aquela coisa mascarada está à espreita. Adie está em perigo!

Jake arregalou os olhos e, sem dizer nada, se levantou imediatamente e saiu do quarto, apressado.

Enquanto isso, Adie continuava irritada e intrigada com a mudança repentina de Dan. Estando com o semblante irritado, ela bufou e balançou a cabeça em negação. Porém, depois de alguns segundos, ela suspirou, se acalmando, e ligou novamente para ele. Após chamar uma vez, Dan atendeu e, enquanto a conexão se estabelecia, ela escorou o celular na garrafa de whisky novamente. Depois de alguns segundos, a imagem de ambos apareceu na tela.

        Chamada de Vídeo

(Adie) - Certo… me desculpe por desligar. Mas será que você pode me explicar o que aconteceu?

(Dan) - Sabe, pessoas em filmes de terror, na maioria das vezes, morrem por serem teimosas!

Ela franziu o cenho.

(Adie) - Mas do que diabos você está falando?! Cara, você está mesmo tomando café?

(Dan) - Adie, é sério, você não está entendendo…

(Adie) - Eu realmente não estou entenden… – O celular dela escorregou e caiu na mesa, com a tela para cima. - Merda! – Ela logo o pegou e o escorou na garrafa novamente, porém, quando ela tirou a mão de frente da lente, havia alguém se aproximando dela pelas costas.

(Adie) - Eu realmente não estou entendendo essa sua maluquice!

Dan arregalou os olhos e a pessoa estava muito perto de Adie.

(Dan) - A-Adie… Atrás de você… – Ele sussurrou, aterrorizado.

(Adie) - O que? 

(Dan) - OLHE PARA TRÁS!

Adie se assustou, mas antes que ela pudesse se virar para olhar do que Dan estava falando, aquela pessoa tocou seu ombro.

(Adie) - AAAHHH! – Ela tomou um baita susto, se levantando e se virando imediatamente.

Com o susto, seu celular escorregou novamente e Dan não pôde mais ver o que acontecia.

(Dan) - ADIE! – Ele colocou as mãos na cabeça, ficando sem reação. - Ai, caralho!

Porém, apesar de toda aflição, Adie pôde respirar aliviada ao ver quem era.

(Adie) - Jake?! 

(Jake) - Me desculpe, minha linda. Eu não queria te assustar, por isso cheguei devagar.

(Adie) - Oh, céus! – Ela colocou a mão no peito, em direção ao coração. - Você… Você quase me matou do coração!

Ele se aproximou um pouco mais e acariciou o rosto dela com as duas mãos.

(Jake) - Me desculpe. 

Adie fechou os olhos e respirou fundo, se acalmando.

           Chamada de Vídeo

(Dan) - Aham... – Ele raspou a garganta.

Adie logo olhou em direção ao seu celular e o pegou. 

         Chamada de Vídeo 

(Adie) - Oi.

(Dan) - Você acaba de aprender uma importante lição. Se tivesse sido o homem corvo, você estaria na merda agora, mas, felizmente, era o homem hacker.

Ela franziu o cenho.

(Adie) - E que importante lição isso me trás?

(Dan) - Que você precisa ouvir seu amigo aqui, logo de primeira, ao invés de ficar questionando tudo.

Ela se intrigou e olhou para Jake.

(Adie) - Vem cá, vocês combinaram isso? – Ela voltou a olhar para Dan, através do celular.

     Chamada de Vídeo

(Dan) - Ah, não seja boba! Eu tenho mais o que fazer.

(Adie) - Hum, estou vendo. – Ela ironizou.

Dan arqueou uma de suas sobrancelhas e depois, revirou os olhos.

(Dan) - Bom, vou deixar vocês ficarem de namorico em paz. O trabalho me chama.

(Adie) - Certo. Porém, ouça meu conselho primeiro: não beba em serviço. 

(Dan) - Hum… – Ele deu uma leve risada. - O  famoso, faça o que falo, mas não faça o que eu faço. Entendi. Levarei em consideração. 

(Adie) - Ótimo. – Ela sorriu, com deboche.

(Dan) - Tchau. – Ele desligou a chamada.

Adie colocou seu celular no bolso e pegou seu copo de whisky, que estava sobre a mesa. Ela virou o que ainda restava da bebida e olhou para Jake, que a olhava de volta.

(Adie) - Sim, eu sei. Beber enquanto trabalho é totalmente antiético.

Jake sorriu sutilmente.

(Jake) - Eu não estou aqui para julgá-la. Porém, devo ressaltar, que ainda é de manhã.

(Adie) - É… Eu sei. – Ela desviou o olhar.

(Jake) - Bem, mas o motivo da minha vinda até aqui… – Ele colocou parte do cabelo dela atrás da orelha e acariciou seu queixo. - É saber se você está bem.

Ela voltou a olhá-lo. 

(Adie) - Acho que posso melhorar, com a sua ajuda.

(Jake) - Ah, é? E o que eu posso fazer por você?

Adie se aproximou um pouco mais e o beijou. Jake logo correspondeu à aquele beijo, que logo se tornou mais envolvente e apaixonado. Enquanto se beijavam, Jake acariciou o pequeno rosto de Adie com as duas mãos, alternando as carícias em seus cabelos. 

Depois de alguns segundos, os dois afastaram seus lábios devagar, mantendo as testas encostadas.

(Adie) - Obrigada. – Ela sussurrou.

Jake sorriu sutilmente e lhe deu um selinho.

(Jake) - Sempre que precisar, estou à disposição.

Adie sorriu e os dois se afastaram devagar.

(Jake) - Vamos entrar?

Ela assentiu com a cabeça, ainda sorrindo e ele pegou em uma de suas mãos. Em seguida, os dois foram até a porta e Jake a abriu para que Adie entrasse primeiro. Após ela entrar e enquanto também entrava, ele passou uma breve olhada à sua volta, com preocupação, tentando ver se ainda havia alguém à espreita, mas ele logo fechou a porta para que Adie não percebesse qual havia sido o real motivo dele tê-la convidado a entrar para a casa.

Enquanto isso, Thomas estava em seu trabalho, também concentrado na tela de seu computador. Porém, apesar de sua aparente concentração, seus pensamentos estavam distantes.

Flashback on

Após o resgate de Hannah, Thomas fazia companhia para ela na casa dos pais dela e de Lilly. Thomas havia ajudado ela a tomar banho e, estando no quarto que era dela e de Lilly, quando ainda moravam lá, ele secava os cabelos de sua amada com uma toalha branca. Hannah continuava com o olhar distante, desconexa do mundo e após secar seus cabelos, Thomas se sentou de frente para ela, olhando-a com pesar.

(Thomas) - Meu amor… – Ele acariciou o rosto dela. - Eu sinto muito por vê-la tão triste.

Hannah o olhou e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

(Hannah) - Tudo que eu quero… É que essa tristeza acabe. – As lágrimas desceram dos olhos dela. 

Thomas suspirou e seus olhos marejaram, por vê-la tão abalada. Em seguida, ele a envolveu em um abraço acolhedor.

(Thomas) - Eu estou aqui com você e tudo vai ficar bem. Eu te juro. – Ele acariciou os cabelos dela.

Flashback off

Após se lembrar daquele dia, Thomas suspirou e, estando com o olhar distante, se recostou em sua cadeira.

 

Na casa, Jake e Adie estavam no quarto, ambos trabalhando. Adie em seu notebook e Jake em seu computador. Em certo momento, Adie fez uma breve pausa e suspirou, enquanto alongava o pescoço para o lado esquerdo. Em seguida, ela olhou para Jake, que continuava concentrado em diversos códigos em sua tela. 

(Adie) - Meu amor...

(Jake) - Sim, minha linda. – Ele respondeu sem olhá-la. 

(Adie) - Acho que está na hora de começarmos a preparar o almoço. 

(Jake) - Hum… – Ele digitou alguns números. - Certo. Me dê apenas mais cinco minutos. 

(Adie) - Tudo bem. – Ela deixou o notebook sobre a cama e se levantou. - Eu vou indo e te espero na cozinha. 

Jake logo a olhou. 

(Jake) - Ah, me espere. São só cinco minutos. – Ele implorou, sutilmente manhoso.

Adie o observou por alguns segundos, com ternura, e não pôde resistir ao seu pedido.

(Adie) - Certo. Eu te espero. – Ela sorriu sutilmente.

Ele também sorriu sutilmente e voltou sua atenção para a tela de seu computador.

Enquanto isso, era o horário do almoço de Cleo e Hannah, e elas foram até um restaurante próximo ao trabalho. Ao chegarem, elas escolheram uma mesa no canto, à direita, e se sentaram. O garçom logo se aproximou e deixou o cardápio.

(Cleo) - Obrigada. – Ela o agradeceu.

O garçom assentiu com a cabeça e se retirou. Hannah estava com o semblante ainda abatido e Cleo a observou por alguns segundos, entristecida.

(Cleo) - Ai, amiga… Eu detesto te ver assim.

(Hannah) - Eu gostaria muito de conseguir disfarçar, mas… – Ela desviou o olhar e suspirou. - Não dá.

(Cleo) - Olha, eu tenho certeza que em breve tudo vai se ajeitar. Você vai ver.

Hannah ficou cabisbaixa e não disse nada. Depois de alguns segundos, Lilly chegou ao restaurante e se aproximou delas.

(Lilly) - Oi. Desculpem o atraso.

Hannah foi indiferente à presença de sua irmã, que a olhou com pesar.

(Cleo) - Não se preocupe. Nós chegamos a pouco tempo.

Lilly se sentou à mesa.

(Lilly) - A Jessy me mandou uma mensagem, dizendo que já está a caminho também.

(Cleo) - Ótimo.

Lilly ficou encarando a irmã, que permanecia sem olhá-la.

(Lilly) - Ei… – Ela tocou o braço dela. 

Hannah a olhou.

(Lilly) - Como você está?

Hannah não disse nada e apenas balançou a cabeça em negação, o que fez Lilly suspirar, entristecida. Em seguida, Hannah voltou a ficar cabisbaixa e Lilly olhou para Cleo, que também a olhava, entristecida.

Enquanto isso, na casa, Jake e Adie estavam na cozinha, iniciando o preparo do almoço. Ambos usavam avental e Adie, que estava próxima ao fogão, acendeu uma das bocas. Jake, que estava na pia, se aproximou segurando uma panela com água e colocou sobre a boca acesa. 

(Adie) -  Bem, enquanto essa água ferve, temos alguns minutos para separar os outros ingredientes.

(Jake) - E do que vamos precisar?

(Adie) - Hum… Você prefere o macarrão com queijo tradicional?

Jake pareceu confuso.

(Jake) - Há outro que não seja o tradicional? 

Adie deu risada.

(Adie) - Bem, alguns cozinheiros costumam usar queijos de diferentes tipos e até acrescentam alguns outros ingredientes.

(Jake) - Hum… Entendi. Nesse caso, deixo a seu critério.

Ela sorriu sutilmente.

(Adie) - Então, vamos ver o que temos na geladeira. 

Os dois se aproximaram da geladeira e Adie a abriu.

 

No restaurante, Jessy chegou e avistou a mesa onde as garotas estavam. Cleo e Lilly conversavam, enquanto Hannah mexia em seu celular. 

(Jessy) - Oi, meninas. – Ela se aproximou.

(Lilly) - Oi, Jessy.

(Cleo) - Que bom que chegou, Jessy. 

Hannah continuou indiferente e Jessy a olhou, enquanto se sentava à mesa.

(Jessy) - Como está, Hannah?

Hannah a olhou por alguns segundos, até que suspirou e deixou o celular sobre a mesa.

(Hannah) - Levando.

(Jessy) - Entendo.

(Cleo) - Bem, o meu objetivo ao chamá-las para almoçarmos juntas, é falar sobre nossa situação. Eu compreendo que tudo tenha tido um grande impacto para todos, mas precisamos nos entender. Somos um grupo de amigos que moram na mesma casa e precisamos ter maturidade para resolver nossas diferenças. 

(Jessy) - Acontece que é tudo mais complicado do que realmente aparenta ser, Cleo.

(Cleo) - Eu estou completamente ciente disso, Jessy. Mas até quando ficaremos assim?

(Jessy) - Olha, tudo aconteceu a apenas um dia e meio. Precisamos de tempo para assimilar as coisas.

Cleo suspirou.

(Cleo) - Eu entendo. Mas eu insisto que devemos nos esforçar mais para resolvermos isso, pois estamos sendo egoístas. 

(Lilly) - Você tem razão. Agimos muito mal e fomos egoístas com a Adie.

(Hannah) - Vocês foram egoístas com todos e não pensaram nas consequências. Simplesmente não havia tempo para isso e agora… Todos se distanciaram.

Lilly suspirou e ficou cabisbaixa e o silêncio tomou conta da mesa.

Enquanto isso, na casa dos amigos, Adie e Jake estavam próximos à bancada. Ela estava ralando a muçarela, enquanto Jake estava tentando cortar uma cebola. Em certo momento, Adie notou que ele estava segurando a cebola de forma desajeitada e tendo dificuldade para contá-la. Depois de alguns segundos, ele a olhou, notando que ela o observava.

(Jake) - O que foi? Eu não estou fazendo certo? 

Ela sorriu.

(Adie) - Posso te dar uma dica?

(Jake) - Claro.

(Adie) - Se você apoiar a cebola na tábua, ao invés de segurá-la assim, na palma da mão, você conseguirá cortá-la ao meio com mais facilidade. 

(Jake) - Ah… – Ele colocou a cebola sobre a tábua no balcão e posicionou a faca em seu centro. - Assim?

(Adie) - Sim. 

(Jake) - Certo. – Ele desceu a faca cuidadosamente, seguindo a dica de Adie, e partiu a cebola ao meio.

(Adie) - Perfeito. Agora, faça três cortes horizontais, com um pequeno espaçamento entre eles, mas não desça a faca até o fim, partindo a cebola. Leve até próximo ao caule. Em seguida, faça mais dois cortes verticais, também com esse espaçamento e isso lhe permitirá cortá-la em cubos simetricamente perfeitos.

(Jake) - Ok. 

Ainda desajeitado, Jake fez o que Adie o instruiu e enquanto isso, ela foi até o fogão para verificar a fervura da água. 

(Adie) - Bem, está na hora de cozinharmos nosso macarrão. 

Jake estava extremamente concentrado no corte da cebola. Depois de alguns instantes e após ter colocado o macarrão para cozinhar, Adie se aproximou dele, que fazia o último corte vertical na cebola, mas parou por sentir seus olhos arderem.

(Jake) - Espere um pouco… – Ele deixou a faca sobre o balcão e quase levou a mão para enxugar os olhos, mas Adie a segurou.

(Adie) - Ei… Eu faço isso para você. 

(Jake) - Nossa, isso arde muito. 

Adie passou os dedos cuidadosamente envolta dos olhos dele, enxugando-os.

(Adie) - Fique tranquilo, daqui a pouco você sentirá alívio.

Ela passou os dedos em volta dos olhos dele novamente e Jake piscou algumas vezes, sentindo um pouco de alívio da ardência.

(Jake) - Obrigado, minha linda.

Ela lhe deu um selinho.

(Adie) - Disponha. 

Ele sorriu sutilmente e voltou a atenção para a cebola. 

(Jake) - Agora só falta este último corte vertical. – Ele fez o corte cuidadosamente. - Pronto. – Ele mostrou a cebola cheia de cortes.

(Adie) - Ótimo. Agora, deite a cebola e corte os cubos.

(Jake) - Hum… – Ele deitou a cebola. - Assim?

(Adie) - Sim. E corte assim. – Ela posicionou a mão dele com a faca.

(Jake) - Ok.

Ele acreditou que seria simples, mas quando tentou cortar os primeiros cubos, percebeu que seria um desafio.

(Jake) - Bom, Eu… Eu acho melhor você fazer isso. 

(Adie) - Mas você está indo bem.

Ele deu uma leve risada.

(Jake) - Não. Eu não levo jeito algum para isso. – Ele entregou a faca para ela.

Adie também deu uma leve risada e pegou a faca.

(Adie) - Certo. – Com habilidade e agilidade, ela cortou a cebola em pequenos cubos, enquanto Jake a observava admirado. – Prontinho.

(Jake) - Uau… Você é fantástica!

Adie deu risada e pegou um pano para limpar as mãos.

(Adie) - Me chame de gênio da cebola.

Os dois riram juntos. 

(Jake) - Eu sou péssimo em tudo relacionado a cozinha.

Ela deixou o pano sobre o balcão e o olhou. 

(Adie) - E como você sobreviveu todo esse tempo sozinho?

(Jake) - Digamos que eu sou um grande apreciador dos meios digitais que fornecem serviços de entrega de alimentos já preparados.

Adie riu.

(Adie) - Eu esperava por essa resposta.

Jake sorriu e Adie permaneceu encarando-o, apreciando aquele sorriso lindo que só ela tinha o privilégio de ver. Apesar de estarem juntos a alguns meses, Jake continuava tendo como característica principal sua timidez, o que o fez olhar para baixo por um breve momento. Adie, porém, continuou olhando-o com ternura, até que pareceu se assustar.

(Adie) - Ah, Deus! O macarrão! – Ela correu até o fogão.

Jake tomou um leve susto e a acompanhou com os olhos. Ela rapidamente pegou uma colher e mexeu o macarrão.

(Adie) - Ufa! Ainda bem que não passou do ponto. 

(Jake) - O que temos que fazer agora? – Ele se aproximou dela.

(Adie) - Apenas esperar terminar o cozimento, para usarmos os outros ingredientes que separamos.

(Jake) - Hum, entendi.

Enquanto isso, no restaurante, Jessy, Cleo, Hannah e Lilly foram servidas. O clima continuava pesado e elas permaneciam caladas. Por alguns instantes, todas se concentraram apenas em seus pratos, até que Cleo levantou o olhar e observou cada uma.

(Cleo) - Meninas…

Todas a olharam.

(Cleo) - E se realmente for o Richy, por trás da lenda novamente?

Jessy suspirou.

(Jessy) - É exatamente essa possibilidade que tem me perturbado desde o momento em que eu ouvi o Dan mencionar que ele está vivo.

(Hannah) - Sinceramente… Eu tenho evitado pensar sobre isso. – Ela voltou a olhar para o seu prato.

(Lilly) - E eu não sei exatamente o que pensar. Por qual motivo ele atacaria a Adie?

(Jessy) - Esse, definitivamente, não seria o Richy que nós conhecemos.

(Cleo) - Acontece que o Richy que nós conhecemos, sequestrou a Hannah para se livrar de uma culpa.

(Lilly) - E quanto a Adie? Do que ele se livraria se a sequestrasse?

(Jessy) - Essas são perguntas sem respostas. 

(Hannah) - Acho que a questão maior aqui é: estaremos lá para livrá-la disso? 

Todas ficaram pensativas e Jessy ficou cabisbaixa.

(Hannah) - Eu me pergunto se, na concepção de vocês, Adie realmente faz parte do nosso grupo de amigos. Será que vocês precisam vê-la sendo levada para se darem conta do quanto ela é importante para cada um?

Todas continuavam pensativas, até que Hannah foi interrompida por uma notificação de mensagem em seu celular, que estava sobre a mesa, e logo o olhou. Ao ver quem era o remetente da mensagem, ela se surpreendeu.

(Hannah) - É o Thomas!

Todas a olharam.

(Cleo) - É sério?!

(Hannah) - Sim!

(Lilly) - E o que ele está dizendo?

Hannah abriu o chat.

 

CHAT:

              Thomas

(Thomas) - Oi.

(Thomas) - Podemos conversar hoje à noite?

—____________________________________________

 

(Hannah) - Ele perguntou se podemos conversar hoje à noite. – Ela sorriu, com expectativa.

(Lilly) - Ai, que ótimo!

(Cleo) - Que bom que ele está disposto a te ouvir. – Ela suspirou e sorriu sutilmente.

Enquanto Lilly e Cleo se animaram com a notícia, Jessy voltou a olhar para o seu prato, com o semblante entristecido.

 

Na casa, Jake estava sentado à mesa e Adie saiu da cozinha, segurando uma travessa de macarrão com queijo.

(Adie) - Chegou a hora da verdade… Será que nos saímos bem?

(Jake) - O cheiro está ótimo.

Ela colocou a travessa sobre a mesa e se sentou ao lado de Jake.

(Adie) - Espero que o sabor também esteja. – Ela sorriu.

Em seguida, ela pegou uma colher para servir o macarrão no prato de Jake, mas ele tocou sua mão com carinho e ela o olhou.

(Jake) - Permita-me servi-la primeiro. 

Ela sorriu com doçura.

(Adie) - Claro. – Ela o entregou a colher.

Jake sorriu sutilmente e a serviu. Em seguida, se serviu e os dois começaram a comer juntos. 

(Jake) - Hum… – Ele saboreava a primeira garfada. - Ficou incrível, minha linda! 

Adie sorriu sutilmente, enquanto também apreciava o sabor do macarrão. Depois de alguns instantes, uma notificação de mensagem chegou no celular de Adie, que estava no bolso de sua calça. Ao sentir ele vibrar, ela logo o pegou para ver do que se tratava e Jake a olhou.

(Adie) - Hum, uma mensagem do delegado Blommgate. Vejamos… – Ela desbloqueou a tela de seu celular e abriu o chat.

CHAT: 

      Alan

(Alan) - Olá, senhorita Folsham. Eu sei que da última vez em que nos falamos, não nos entendemos muito bem e, por meio desta mensagem, venho convidá-la para um café amanhã, aqui na delegacia, para conversarmos. Estarei aguardando sua resposta. Tenha um ótimo dia.

Após ler a mensagem, Adie sorriu sutilmente, com uma leve malícia.

(Jake) - O que o delegado quer?

Ela voltou a guardar o celular no bolso de sua calça.

(Adie) - Ele me convidou para um café amanhã, na delegacia. Ele quer conversar sobre algo que não especificou na mensagem.

(Jake) - Hum… E você vai?

(Adie) - Talvez. – Ela comeu mais uma garfada de macarrão. – Hum… A propósito… Hoje eu vou ao Aurora. 

Jake, que olhava para o seu prato, logo a olhou, levemente surpreso.

(Jake) - O que?! Mas porque você vai até lá?

(Adie) - Ainda preciso esclarecer alguns detalhes sobre aquele assunto do Phil com a Lucy. 

(Jake) - E o que mais você precisa entender, além de que ele é um crápula?! – Ele se alterou.

Adie ficou em silêncio, olhando-o, e Jake suspirou e passou as mãos no rosto.

(Jake) - Me desculpe pela alteração. 

Ela desviou o olhar, ficando cabisbaixa por um breve momento.

(Adie) - Você também não confia em mim? – Ela voltou a olhá-lo.

A pergunta de Adie teve um grande impacto em Jake, que a olhou, surpreso.

(Jake) - Minha linda, não se trata disso. É claro que eu confio em você.

(Adie) - Então, qual é a sua preocupação?

Jake ficou pensativo, encarando-a, até que desviou o olhar.

(Adie) - Entenda, o fato dele ser um canalha, não muda o fato de que eu amo você. Na ausência ou na presença dele, eu amo só você, Jacob Hartmann.

Jake voltou a olhá-la e suspirou. Em seguida, ele pegou em uma das mãos dela e deu um beijo.

(Jake) - Daqui em diante, prometo que jamais me esquecerei disso, um segundo sequer.

Adie sorriu sutilmente.

(Jake) - Eu te amo, minha Adie. 

Ela suspirou, olhando-o com ternura. 

Mais tarde, quando estava na hora dos demais chegarem na casa, Adie, que estava arrumada para sair, usando uma calça jeans black, uma camiseta da banda Kiss de cor branca, tênis preto e uma jaqueta também jeans black, descia as escadas, de mão dada com Jake. Ao chegarem na porta da sala, Jake a abriu para que ela passasse e ambos saíram da casa. 

(Adie) - Bem, não me espere acordado. 

Jake fechou a porta e a olhou, com uma de suas sobrancelhas arqueada e Adie sorriu.

(Adie) - Você fica tão lindo quando faz isso. 

Ele balançou a cabeça em negação e não conseguiu conter seu sorriso. Adie se aproximou um pouco mais e acariciou o rosto dele.

(Adie) - Antes de ir, preciso dizer uma coisa.

Ele a abraçou pela cintura.

(Jake) - E o que é?

(Adie) - Você está liberado para me rastrear. 

Jake deu uma leve risada.

(Jake) - Eu agradeço a gentileza, senhorita.

Ela também riu.

(Adie) - Falando sério… Obrigada por tudo hoje, Jake. Já fazia tempo que eu não sorria assim.

(Jake) - Sim. E eu sentia tanta falta desse sorriso. Acho que sou eu quem devo agradecê-la por me devolver o prazer de apreciá-lo. 

Ela sorriu novamente, com ternura, e o beijou. Após o beijo, eles se olharam por alguns segundos, em silêncio, até que Adie suspirou e precisou se afastar. 

(Adie) - Bem, eu vou indo. – Ela ainda segurava a mão de Jake.

Ele sorriu sutilmente e suspirou.

(Jake) - Tenha cuidado, minha linda. 

Ela assentiu com a cabeça e deu alguns passos para trás, se afastando devagar, até soltar a mão dele por completo. Em seguida, ela se virou e seguiu até o seu carro, enquanto Jake a observava. Após ela sair com o carro, ele suspirou e se virou, entrando na casa. 

Depois de aproximadamente 50 minutos de estrada, Adie chegou próximo ao bar Aurora, que estava com apenas uma das portas abertas. Após estacionar, ela saiu do carro, mas antes de entrar no bar, pegou seu celular no bolso de sua calça e abriu o chat, na conversa com o delegado Alan Bloomgate. Com sua distração com o celular, Adie não percebeu que havia uma pessoa espreitando-a atrás de um poste, que não estava muito distante de seu carro. Ela olhou para frente por um breve momento e começou a caminhar com passos lentos, em direção ao bar, e aquela mesma pessoa começou a segui-la. Após alguns passos, ela voltou seu olhar para o celular e começou a digitar uma resposta para o delegado Alan. Aquela pessoa que a seguia, apertou os passos, como se tentasse alcançá-la antes que ela chegasse ao bar. Quando estava prestes a chegar na entrada do bar Aurora, Adie terminou de digitar a mensagem, mas ao aproximar seu dedo do botão de enviar, ela teve seu braço agarrado, o que a fez se assustar e soltar seu celular, que caiu no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.