Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 40
Intenções não Definem Reações


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Espero que gostem do capítulo de hoje ♥

Tenham todos uma ótima leitura!



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Depois de finalizar sua conversa com Dan, Adie saiu do quarto, ainda estando com um semblante pasmo. Com passos lentos e o olhar distante, ela andou pelo corredor e, ao chegar em frente ao quarto de Jake, parou e olhou para a porta. Depois de pensar por alguns segundos, ela se aproximou e, com um certo receio, bateu três vezes na porta. Depois de alguns segundos, Jake abriu, mas, ao contrário de todas as outras vezes, ele não sorriu ao vê-la e seu semblante era extremamente sério.

(Adie) - Eu… eu só queria ver como você está, antes de ir.

Ele ficou cabisbaixo por um breve momento e suspirou, voltando a olhá-la em seguida.

(Jake) - Eu estou bem.

Era evidente que ele estava mentindo, e Adie ficou cabisbaixa por alguns instantes, até que, depois de um suspiro entristecido, voltou a olhá-lo.

(Adie) - Eu posso entrar para conversarmos?

Jake assentiu com a cabeça e se arredou para o lado, abrindo espaço para que ela entrasse em seu quarto. Após ela ter entrado, ele fechou a porta e se aproximou dela, ficando de frente.

(Adie) - Bem, eu sei que te magoei por não ter sido totalmente sincera sobre a marca do corvo, mas eu não fiz por mal. 

Ele virou o rosto, olhando para o lado esquerdo.

(Adie) - Minha intenção era apenas proteger você e aos outros, mas deu errado… – Ela virou o rosto dele com carinho, fazendo-o olhá-la novamente. - Por favor, me perdoe. 

Ele a encarou em silêncio, por alguns segundos e suspirou.

(Jake) - Eu entendo sua intenção e não quero que você pense que sinto raiva por conta disso, mas… eu preciso de um tempo para assimilar tudo. 

Ela suspirou, entristecida.

(Jake) - Talvez, para mim, sua atitude tenha tido um impacto diferente do que para os outros. Houve uma quebra de nossa promessa de nunca guardar segredos ou mentir um para o outro. E, se tratando de algo que coloca você em risco, me faz pensar que eu poderia ter evitado que acontecesse tanta coisa com você, mas… você mesma não confiou em mim para isso.

(Adie) - Jake, não é isso…

(Jake) - Eu sou inteligente para entender essas coisas, Adie. 

Ela fechou os olhos e suspirou, ficando cabisbaixa.

(Jake) - Eu posso compreender que você queira proteger seus amigos, mas comigo é diferente. Eu gostaria que você parasse de me julgar como fraco, pois eu sobrevivi estando em fuga há mais de três anos e, agora, estou aqui, me colocando em risco, de certa forma, com um único objetivo… que é protegê-la. Porém, estou sendo forçado a vê-la sendo perseguida por criminosos, sendo colocada sob pressão pela polícia e tudo pelo simples fato de que você decidiu não confiar em quem só está aqui, por você. 

Ela voltou a olhá-lo e seus olhos marejaram.

(Jake) - Você tem ideia do quanto eu me sinto impotente diante de tudo isso? 

Ela o encarou por alguns instantes, com pesar, até que balançou a cabeça em negação. Ele fechou os olhos por alguns segundos e suspirou, entristecido.

(Jake) - Enfim… está ficando tarde e eu não quero atrasar você. – Ele deu dois passos para trás, se afastando dela - Não se preocupe comigo e se concentre nas pistas. 

Os dois se encararam por alguns segundos, em silêncio, até que ele olhou para baixo.

(Jake) - Bem, boa sorte com o delegado… e com o Phil.

Ele a olhou mais uma vez, por um breve momento, e deu mais dois passos para trás, até que se virou e foi até seu computador. Ele se sentou em sua cadeira e ficou completamente focado em seu computador, enquanto Adie continuou encarando-o com pesar, até que suspirou e ficou cabisbaixa. Em seguida, ela se virou e saiu do quarto.

Após fechar a porta atrás de si e já estando do lado de fora, seus olhos estavam cheios de lágrimas, que estavam prestes a descer pelo seu rosto. Ela se recostou na porta por alguns segundos, numa tentativa de se recompor e respirou fundo, enxugando a pálpebra inferior dos olhos e evitando que as lágrimas descessem. Em seguida, ela se desencostou da porta e seguiu em direção às escadas. 

Dentro do quarto, Jake ainda encarava seu computador, pensativo. Na tela de seu computador, estava aberto o software de rastreio que ele usava para acompanhar a localização do celular de Adie, pois, apesar de estar magoado, ele queria se certificar de que ela estaria bem. O Software mostrava que ela havia acabado de sair de casa. 

(Jake) - Por favor, volte bem para casa. Você é tudo para mim… e eu morreria se algo lhe acontecesse. – Ele suspirou.

 

Duskwood City, 16:25 pm

Na delegacia, Alan estava próximo a recepção, juntamente com Carter e Brandon. Carter estava na porta da delegacia e Brandon estava sentado na mesa da recepção, mexendo em um notebook, enquanto tomava um café. Já Alan, estava sentado em uma das cadeiras de espera, enquanto mexia em seu celular.

(Carter) - Foi uma boa ideia ter marcado a análise das pistas para um domingo, senhor? Eu acho que ela não vai vir. – Ele olhou para o delegado.

Brandon logo o olhou, enquanto Alan continuou mexendo em seu celular.

(Alan) - Ela vai vir sim, pois o caso requer urgência. Portanto, é melhor sermos pacientes. 

Carter deu de ombros e logo voltou sua atenção para a entrada da delegacia. Depois de alguns instantes, ele se atentou a um carro que chegou e parou no estacionamento.

(Carter) - É, o senhor tinha razão. Ela acabou de chegar.

Alan e Brandon logo olharam em direção a porta.

Depois de alguns segundos, Adie saiu do carro, segurando sua bolsa e o envelope das pistas e se aproximou da entrada.

(Carter) - Boa tarde, senhorita! Como vai? – Ele estendeu a mão para cumprimentá-la.

(Adie) - Boa tarde! Vou bem, obrigada. – Ela apertou a mão de Carter.

Em seguida, ela entrou na delegacia e Alan se levantou para cumprimentá-la.

(Alan) - Boa tarde, senhorita! – Ele estendeu a mão.

(Adie) - Boa tarde, senhor Blommgate! – Ela apertou a mão de Alan.

(Alan) - Bem, sem perda de tempo, vamos entrar. 

Ele logo começou a caminhar em direção ao corredor que os levaria até sua sala e Adie deu alguns passos, acompanhando-o, mas parou por um breve momento ao ver Brandon na recepção, notando que ele também a encarava.

(Brandon) - Boa tarde, senhorita! – Ele sorriu sutilmente.

(Adie) - Boa tarde, senhor policial. – Ela disse séria, sem entusiasmo.

Em seguida, ela desviou o olhar e logo voltou a caminhar, enquanto Brandon a acompanhou com os olhos. Quando não era mais possível vê-la, ele suspirou e desviou o olhar. 

Já estando na sala do delegado, Adie havia acabado de se sentar e Alan foi até a máquina de café, servir um pouco da bebida para ambos.

(Alan) - A senhorita parece estar muito melhor hoje. – Ele estava de costas.

(Adie) - É, uma noite de sono bem dormida faz toda diferença. 

(Alan) - Sim, de fato. Mas eu também penso que o fato da senhorita ter falado de seu passado comigo, possa ter lhe trazido um certo alívio, ou estou enganado?

Ela deu uma leve risada.

(Adie) - Sim, o senhor tem razão.

Ele a olhou por cima do ombro e sorriu sutilmente. Depois de alguns segundos, ele se virou, segurando as duas xícaras de café sobre dois pires. Ele se aproximou de Adie e deixou sua xícara de café sobre a mesa.

(Adie) - Obrigada.

(Alan) - Disponha. – Ele sorriu sutilmente.

 Em seguida, segurando a xícara de café que era para si, ele seguiu para o outro lado de sua mesa e se sentou.

(Alan) - Então, vamos começar. Quais as novidades que a senhorita me trás? – Ele tomou um gole de café.

(Adie) - Bem, não é muita coisa. – Ela abriu o envelope e tirou as folhas de dentro - Duas das quatro frases parecem não ter sentido, mas as outras duas, precisamos investigar a fundo e acredito que, talvez, encontraremos alguma coisa que nos ajude a chegar até o homem sem rosto.

(Alan) - Hum… a quais frases a senhorita se refere quando diz que “parecem não ter sentido”?

Adie olhou as folhas e separou duas das demais.

(Adie) - Essa, que foi encontrada pelo policial Carter, na companhia de Hannah Donfort e Thomas Miller. E essa… – Ela entregou as folhas para o delegado.

Alan pegou as folhas e as olhou com atenção. Ao olhar a primeira, ele não se surpreendeu com o conteúdo, pois já o conhecia. Ele colocou a folha sobre a mesa e começou a observar o verso da segunda. Depois de alguns segundos, ele se intrigou e voltou a olhar para Adie.

(Alan) - Eu não me lembro de ter visto essa frase antes. Quem a encontrou?

(Adie) - Ninguém. Essa eu recebi dias depois de chegar a Duskwood.

Ele ficou extremamente surpreso.

(Alan) - O quê?!

Ela suspirou.

(Adie) - É… é isso mesmo que o senhor ouviu.

Alan olhou para a folha por um breve momento, levemente boquiaberto, e depois voltou a olhar Adie.

(Alan) - Porque a senhorita está me mostrando isso só agora?

(Adie) - Sinceramente, eu não pretendia mostrá-lo, mas mudei de ideia.

(Alan) - Mudou de ideia?! Tem ideia do quanto isso poderia ter nos ajudado se tivesse me mostrado quando recebeu?

(Adie) - Senhor delegado, em minha defesa, eu cheguei a digitar uma mensagem para enviá-lo no exato momento em que recebi essa folha, mas pensei melhor e preferi manter em segredo.

(Alan) - E o que a motivou a tomar essa inteligentíssima decisão?  

(Adie) - O senhor sabe muito bem o motivo. O senhor só estava interessado em encontrar o Hacker naquela época.

Ele arqueou uma de suas sobrancelhas, estando irritado.

(Alan) - Não seja leviana, senhorita! Continuo interessado em encontrar aquele hacker maldito, mas estou trabalhando arduamente em seu caso desde que tomei consciência dele, o que não teria sido diferente naquela época. 

(Adie) - Me desculpe, mas é difícil acreditar nisso. O senhor sempre buscou informações sobre o hacker através de mim. O que o senhor pensaria quando eu lhe contasse que recebi uma folha de um remetente misterioso? E contendo a seguinte frase: Há pecados que jamais poderão ser esquecidos.

Ele deu uma leve risada, estando ainda mais irritado.

(Alan) - A senhorita pensa que eu sou um amador, não é? Eu sei muito bem diferenciar as coisas! – Ele virou a folha, mostrando-a o sinal do corvo. - Há um sinal aqui que, certamente, eu não ignoraria, ainda mais por também estar ligado ao caso da senhorita Donfort. – Ele olhou para o verso da folha novamente. - Além de conter um PS, que diz: “Cuidado, ele já não espera mais pela lua nova.”

(Adie) - Então deixe de perder tempo me questionando do porque não mostrei a folha antes e vamos investigar agora! Eu assumo que errei ao ocultar isso do senhor e de todo mundo e me arrependo… mas não posso voltar atrás.

Alan a encarou por alguns segundos, ainda irritado, e suspirou.

(Alan) - Sinceramente… você não é a única arrependida neste momento. A confiança que começou a nascer depois de nossa última conversa, acaba de ser estremecida e eu já não sei mais se foi uma boa ideia aceitar sua ajuda nessa investigação. 

Adie arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Alan) -  A partir de agora, passo a me perguntar se a senhorita de fato está sofrendo por ser vítima de tal coisa ou se só está me fazendo perder tempo.

Adie deu uma leve risada e revirou os olhos.

(Alan) - Agora eu sempre vou me perguntar se a senhorita não estará ocultando mais coisas e, quem sabe, até mesmo trabalhando com aquele hacker.

(Adie) - Nossa, seria uma grande novidade o senhor pensar isso a meu respeito. – Ela ironizou.

(Alan) - A senhorita está agindo como uma amadora, o que não é estranho, pois é isso que a senhorita de fato é. – Ele deu uma leve risada. - E eu que pensei estar lidando com uma pessoa extremamente inteligente, e até cogitando aceitar a sua ajuda em mais um caso. 

Adie suspirou, levemente irritada, e ele se inclinou para frente, escorando os braços na mesa.

(Alan) - Que bom que a senhorita me revelou isso antes que eu cometesse mais um erro.

Ela continuou olhando-o nos olhos, até que sorriu sutilmente.

(Adie) - Pois bem… como eu disse a alguns minutos, temos mais o que investigar. Devido a sua reação exagerada e sem sentido diante de uma coisa que eu escondi, mas vim até aqui para contá-lo, seguirei investigando do meu jeito e sozinha, afinal, eu nunca precisei do senhor, e o caso da Hannah prova isso. 

Alan deu risada.

(Alan) - Você se orgulha de não ter precisado de um delegado de polícia, mas sente orgulho de ter sido cúmplice de um bandido.

Adie deu uma leve risada.

(Adie) - Graças a esse “bandido”, minha amiga foi resgatada viva. O que eu não poderia garantir, se tivesse deixado o caso nas mãos do delegado de Duskwood, a cidade esquecida pelo resto do mundo. –  Ela se levantou para ir embora.

Alan ficou extremamente furioso.

(Alan) - Nós ainda não acabamos, senhorita!

(Adie) - Eu não tenho porque ficar aqui escutando bobagens. – Ela se virou, seguindo em direção a porta.

(Alan) - Você não tem minha autorização para investigar esse caso sozinha!

Ela parou e o olhou por cima do ombro.

(Adie) - Eu não preciso de autorizações.

Em seguida, ela saiu da sala do delegado. Após ela fechar a porta, Alan suspirou, irritado, e amassou a folha que ela havia lhe entregado. Quando Adie chegou na recepção, Carter não estava mais na porta, apenas Brandon permanecia na mesa e ainda mexia no notebook. Ela seguiu apressada até a porta e sem olhar para os lados, mas Brandon logo a notou.

 (Brandon) - Ei, espere.

Ao ouvi-lo, ela parou de andar, mas continuou de costas, e Brandon se levantou e se aproximou dela.

(Brandon) - Eu… eu preciso te agradecer por não ter dito nada ao delegado sobre o que lhe confidenciei. 

Ela pensou por alguns segundos, até que se virou, olhando-o.

(Adie) - Você não tem que me agradecer, pois eu não fiz isso por você. Eu fiz pelos meus amigos e por mim. 

Brandon ficou em silêncio e direcionou seu olhar para o braço dela, que estava ferido, mas estava coberto pela jaqueta de couro.

(Brandon) - Como está o ferimento?

Adie suspirou, controlando sua irritação.

(Adie) - Eu não tenho tempo para conversar, com licença. – Ela se virou e começou a andar em direção a saída.

Brandon a seguiu e segurou o braço dela com delicadeza, fazendo-a parar.

(Brandon) - Adie, não seja assim.

Ela continuou de costas para ele e ainda tentava controlar sua irritação.

(Brandon) - Minha intenção foi a melhor possível e… eu…

Ela se virou, olhando-o nos olhos.

(Adie) - Senhor policial, vou repetir o que eu lhe disse naquele dia… A partir daqui, tudo o que aconteceu está excluído. Simplesmente esqueça e volte a fazer o seu trabalho, como deve ser. Do mesmo modo, eu seguirei trabalhando do meu jeito e não falemos mais sobre isso. – Ela o encarou por alguns segundos, em silêncio, até que deu uma leve risada e ficou cabisbaixa. - Por um breve momento, minha opinião sobre vocês havia mudado, mas, agora, mais do que nunca…– Ela voltou a olhá-lo - Sei que vocês são todos iguais e não se importam nem um pouco com os sentimentos alheios. Tudo que lhes interessam é o ofício e nada mais.

Brandon a olhava com tristeza, enquanto ela olhava-o com raiva. Depois de alguns segundos, ela se virou e saiu da delegacia. Brandon, dessa vez, não a impediu de ir, apenas continuou olhando-a, até que ela entrou em seu carro e saiu, sumindo de seu campo de visão. 

Dentro do carro, Adie dirigiu em alta velocidade, se afastando o mais rápido possível da delegacia. Era possível enxergar a tamanha raiva que ela sentia e, depois de alguns minutos, ela parou o carro e começou a respirar pesadamente. Seus olhos marejaram e depois de alguns segundos, ela tapou o rosto com as duas mãos e começou a chorar. Em meio ao choro e movida pela raiva, ela socou o volante.

(Adie) - IMBECIS! VOCÊS SÃO TODOS IMBECIS! – Ela chorava copiosamente. - PORQUE EU ACREDITEI EM VOCÊ? PORQUE? – Ela tapou o rosto com as duas mãos novamente. 

Depois de alguns segundos, em meio a soluços daquele choro intenso, ela enxugou o rosto.

(Adie) - Eu nunca mais vou acreditar em você… nunca mais. – Mais lágrimas escorreram pelo seu rosto e ela se inclinou para frente, encostando sua cabeça no volante. 

Ela chorava copiosamente, como uma criança quando é separada de alguém que tanto ama. Depois de alguns instantes, ela desencostou a testa do volante e ergueu o corpo, enxugando seu rosto. Em seguida, ainda estando com a respiração pesada, ela escorou um dos cotovelos na janela e colocou a mão na testa.

(Adie) - Tudo só serviu para me desestabilizar. – Ela disse com a voz trêmula e uma lágrima desceu de seu olho, mas ela logo a enxugou. 

Depois de alguns instantes, ela esfregou as mãos no rosto, limpando os olhos. 

(Adie) - Chega… eu preciso me manter firme. – Ela respirou fundo. - Ainda temos o que fazer hoje, Adie… se acalme. – Ela respirou fundo novamente.

Depois de respirar fundo mais algumas vezes, ela começou a se acalmar. Ela respirou fundo mais uma vez e, estranhamente, um sorriso se formou em seus lábios. Após o sorriso, ela deu uma leve risada, mas uma lágrima desceu de seu olho novamente e ela logo enxugou. Após enxugá-la, ela deu risada novamente, e sua risada foi aumentando de intensidade, se tornando gargalhadas. Após gargalhar por alguns segundos, ela respirou fundo mais uma vez.

(Adie) - Ah, delegado… mesmo que não queira, você vai continuar trabalhando comigo. – Ela riu novamente. - Estúpido! – Ela sorriu com malícia.

Quando estava começando a escurecer, Phil estava a caminho do Aurora para iniciar os preparativos para o trabalho de mais uma noite. Estando em seu carro, ao chegar perto do bar, notou um carro preto parado bem em frente e se intrigou. Além de intrigado, ele ficou levemente irritado, pois não era permitido parar na entrada. Após estacionar seu carro, ele saiu do mesmo e seguiu em direção ao carro preto. Os vidros eram escuros e estavam fechados, o que tornava impossível enxergar se havia alguém lá dentro. Ao se aproximar, Phil bateu três vezes na janela do carro e, depois de alguns segundos, parte do vidro foi aberto, mas ainda não foi possível enxergar quem estava lá dentro.

(Phil) - Aí, será que você poderia tirar o carro da frente do meu bar?

O vidro foi totalmente aberto e ele se surpreendeu.

(Adie) - Me desculpe. Eu só estava esperando você chegar.

Ele ficou levemente boquiaberto e sorriu ao vê-la.

(Phil) - Adie?! 

Ela sorriu sutilmente e logo saiu do carro. 

(Adie) - Como você está? – Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo.

Phil pegou sua mão e deu um beijo.

(Phil) - Muito feliz por te ver! – Ele sorriu como um galanteador.

Adie olhou para baixo por um breve momento, um pouco constrangida.

(Phil) - Vem, vamos entrar. 

Ele seguiu até a porta de seu bar e, depois de pensar por alguns segundos, Adie o acompanhou.

Enquanto isso, na delegacia, Brandon estava na sala do delegado e encarava o verso de uma folha, que havia sido desamassada e estava sobre a mesa. Era a mesma que Adie havia recebido, que continha o sinal do corvo e a frase misteriosa. Mesmo tentando disfarçar, ao ler a frase, a expressão de Brandon indicava preocupação.

(Alan) - Eu reconheço que posso ter exagerado nas minhas palavras com ela, mas fiquei irritado. Essa garota acha que sabe de tudo e pode bancar a esperta comigo.

Brandon o olhou.

(Brandon) - E o que o senhor pensa em fazer a partir daqui?

(Alan) - O que mais eu posso fazer, se não continuar investigando? Porém, estou decidido a não contar mais com a ajuda dela.

(Brandon) - Mas, senhor… ela deve ter tido algum motivo para ter escondido essa pista.

(Alan) - Motivo sem nenhum fundamento! Eu estou de saco cheio de ter que lidar com os joguinhos dela. Sinceramente, eu não sei onde estava com a cabeça para aceitar a me aliar com uma…

(Brandon) - Meça suas palavras para falar dela, senhor Blommgate! – Ele disse levemente alterado, em um tom que nunca havia falado antes com o delegado.

Alan tomou um leve susto.

(Brandon) - O senhor sabe muito pouco sobre ela… assim como eu. Portanto, é melhor que não a julguemos mal.

Alan se intrigou e Brandon se levantou.

(Brandon) - Com licença. – Ele se virou e saiu da sala do delegado.

Após Brandon fechar a porta, Alan continuou intrigado por alguns instantes. 

(Alan) - Hum… – Ele deu uma leve risada. - Como se não bastasse tudo, ainda tenho que lidar com um policial apaixonado. – Ele riu novamente e balançou a cabeça em negação.

No Aurora, Adie estava sentada em um dos banquinhos que ficavam em frente ao balcão do barman e olhava tudo com curiosidade. O Bar tinha um visual clássico. O balcão era da cor preta na parte de cima e marrom na parte de baixo e, da mesma forma, eram os banquinhos. Atrás do balcão, havia uma prateleira com algumas garrafas de whisky, vodka, rum, cervejas e cachaças, todos de boa qualidade e as mais populares entre os apreciadores de tais bebidas. A iluminação do local era baixa, como um típico bar noturno, mas havia algumas luminárias exóticas que eram ligadas apenas nos horários de funcionamento. Depois de alguns segundos, Phil retornou da cozinha, segurando uma garrafa de água e um copo com gelo. 

(Phil) - E então, o que achou? – Ele destampou a garrafa e serviu a água no copo.

Ela o olhou.

(Adie) - Do que?

(Phil) - Ora, da decoração do bar. – Ele aproximou o copo de água das mãos dela.

(Adie) - Ah… – Ela sorriu. - Eu adorei! Você tem muito bom gosto. – Ela bebeu um gole de água.

Phil sorriu.

(Phil) - Eu não sou responsável por toda decoração, apenas mudei algumas coisas.

(Adie) - Entendo. 

(Phil) - E então, o que a trouxe até aqui? – Ele escorou os braços no balcão.

(Adie) - Bem, primeiramente, devo me desculpar por ter vindo assim, sem avisar e fora do horário de funcionamento, mas foi por um motivo muito importante.

(Phil) - Aconteceu alguma coisa? 

Adie o observou por alguns segundos, enquanto tomava mais de sua água.

(Adie) - Acontece que… eu tenho que te perguntar uma coisa e preciso que você seja totalmente sincero comigo.

Ele ficou levemente intrigado.

(Phil) - Tudo bem. Pode perguntar.

(Adie) - Quem é Lucy?

Phil ficou extremamente surpreso e paralisado pela pergunta.

Na delegacia, Alan havia acabado de sair e estava a caminho de seu carro no estacionamento. Ao se aproximar e entrar no carro, antes de ir embora, ele pegou seu celular no bolso de sua calça para colocá-lo no porta luvas. Porém, antes, ele clicou no botão de ligar, apenas para acender a tela e verificar as notificações por alto, mas, uma notificação de mensagens, que havia chegado a mais ou menos uma hora atrás, o deixou intrigado. Rapidamente, ele desbloqueou a tela de seu celular e abriu o chat para ler as mensagens.

CHAT: 

          ???

(???) - Olá, delegado.

(???) - Tenho algo interessante para lhe mostrar:

         ??? enviou um vídeo

O vídeo era de uma das câmeras de segurança do supermercado, que gravava parte do estacionamento e parte da entrada da floresta. Na imagem, mostrava um homem, que vestia calça e uma blusa de moletom, ambos pretas. Ele andava próximo a floresta e, em certo momento, olhou em direção ao estacionamento e logo se preocupou em colocar o capuz de sua blusa na cabeça. O horário da gravação era 14:06, mas a data era a mesma do dia em que o homem sem rosto gravou as imagens de Adie no estacionamento daquele supermercado.

                ??? enviou uma foto

A foto havia sido tirada do próprio vídeo da câmera de segurança. Era a imagem daquele mesmo homem de roupas pretas, ainda sem o capuz de sua blusa na cabeça. A imagem havia sido aproximada e a resolução foi melhorada. Apesar de não ser possível enxergar bem o rosto dele, por conta do ângulo, ficou nítido que ele era careca e possuía uma tatuagem na cabeça. 

Ao ver as imagens, Alan ficou extremamente surpreso e boquiaberto. 

(Alan) - Essa tatuagem… é-é ele!


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Notas finais do capítulo



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