Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 26
Similaridades


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Trago mais um capítulo para vocês e espero que gostem! ♥

Desejo a todos um ótimo final de semana e uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/26

Antes…

 

CHAT:

              Jaden

(Private) - Cara…

(Private) - Porque você fez isso?!

(Private) - Não era esse o plano!

(Jaden) - Está reclamando de que?

(Jaden) - Eu não disse nada sobre você

(Jaden) - Deveria me agradecer por isso.

(Private) - Como eu vou te agradecer se você fez mal a uma das pessoas mais importantes da minha vida, seu imbecil?!

(Jaden) - ???

(Jaden) - O quê?!

(Private) - Como eu esperava…

(Private) - Mesmo sendo um gênio, há coisas que você não foi capaz de compreender.

(Jaden) - O que está dizendo?!

(Private) - Esqueça que um dia fomos amigos

(Private) - Eu jamais vou te perdoar por isso

(Private) - E tenha em mente que se ousar falar sobre mim, você terá grandes problemas.

                      Private está agora offline

 

Agora…

 

Era madrugada e todos na casa pareciam já estar dormindo, exceto Phil, que estava em seu quarto, deitado em sua cama e esperava o sono chegar, enquanto mexia no seu celular. Estando distraído com um jogo de igualar peças da mesma cor, ele tomou um leve susto ao ouvir alguém bater três vezes na porta de seu quarto.

 

(Phil) - Entre. – Ele disse com seu olhar concentrado no celular.

 

A pessoa entrou e deixou a porta entreaberta.

 

(Adie) - Com licença, Phil. 

 

Ao ouvir a voz dela, ele se surpreendeu.

 

(Phil) - Adie?! – Ele se levantou rapidamente, ficando sentado na cama.

 

Ela estava vestida com as mesmas roupas de mais cedo, uma blusa branca de botões e calças pretas.

 

(Adie) - Está ocupado?

 

Ele imediatamente travou a tela de seu celular e o deixou em cima da cama.

 

(Phil) - Para você, jamais. – Ele sorriu como um galanteador.

 

Adie sorriu sutilmente. 

 

(Adie) - Bom, é que… de repente, eu fiquei curiosa para saber sobre… sobre o que você ia me contar naquele dia. – Ela desviou o olhar com timidez. 

 

Phil a olhava atentamente e se distraiu ao perceber que a blusa dela estava com os primeiros botões abertos, mostrando sutilmente o seu decote.

 

(Phil) - É… – Ele voltou a olhá-la no rosto. - Sobre o que? 

 

Ela o olhou por um breve momento e depois desviou o olhar com timidez novamente.

 

(Adie) - Sobre seu interesse em mim…

 

Phil ficou surpreso e ela se aproximou um pouco mais e se sentou na ponta da cama.

 

(Adie) - Acontece que… eu me lembrei do que aconteceu no dia da festa e… bom… seus beijos e carícias, não saem da minha mente, Phil. – Ela o olhou de uma forma diferente, com sensualidade. - Eu estou um pouco confusa, mas acho que também sinto algo… por você.

 

Phil ficou ainda mais surpreso, mas uma voz soou do lado de fora e os interrompeu.

 

(Jake) - Adie? – Ele chamou do início do corredor, provavelmente da porta de seu quarto.

 

Ela se assustou e se levantou rapidamente.

 

(Adie) - Eu preciso ir. 

 

Ela caminhou rapidamente até a porta, mas Phil se levantou e foi até ela.

 

(Phil) - Espera, Adie. – Ele segurou em um de seus braços com carinho.

 

Ela o olhou estando tensa.

 

(Phil) - Você não precisa dizer que está aqui. 

 

Ela se virou de frente para ele e permaneceu olhando-o nos olhos. Estando perto, Phil tocou o queixo dela com carinho, enquanto ela continuava tensa e agora, constrangida. Ele acariciou o rosto dela e se aproximou de seu ouvido.

 

(Phil) - Que tal me deixar te ajudar a compreender melhor os seus sentimentos? – Ele cochichou.

 

Adie se arrepiou e ficou sem reação. Phil aproximou seu corpo um pouco mais do dela e voltou a olhá-la nos olhos, o que fez com que seus lábios também ficassem mais próximos.

 

(Adie) - P-Phil… a porta… ela ainda está aberta. – Ela disse tensa.

 

Ele olhou sutilmente para a porta e colocou a mão na cintura de Adie. Em seguida, pressionando levemente seu corpo ao dela, ele a induziu a dar passos vagarosos para trás, até que chegou na porta e com a leve pressão dos corpos a fechou, deixando Adie recostada. Ele tirou a mão de sua cintura e novamente tocou o queixo dela com carinho, enquanto se escorava na porta com o outro braço.

 

(Phil) - O que me diz? – Ele sussurrou perto dos lábios dela.

 

Adie o encarou por alguns segundos, dividida entre o desejo e a timidez, até que assentiu levemente com a cabeça. Após ter feito isso, ele sorriu com uma certa malícia e virou o rosto dela com carinho para o lado esquerdo. Ele beijou o rosto dela e desceu seus lábios lentamente até o pescoço. Ela se arrepiou e mordiscou o lábio inferior e Phil virou o rosto dela novamente com carinho, agora de frente para ele. Ele ficou bem perto dos lábios dela, mas ao invés de simplesmente beijá-los, para demonstrar todo aquele desejo que ardia dentro de si, ele beijou o queixo dela. Após beijá-lo, subiu devagar, deixando os lábios novamente quase encostados nos dela e a olhou nos olhos. Adie não pôde se conter e colocou uma de suas mãos na nuca de Phil e o puxou para um beijo. Os dois se envolveram completamente naquele beijo intenso e suas línguas se encontravam em completa harmonia, enquanto o desejo se tornava cada vez maior. Seus corpos pressionados um ao outro lhes permitiam sentir as respirações pesadas e o beijo os envolviam cada vez mais, era como se eles tivessem feito aquilo várias vezes. Phil interrompeu o beijo e a olhou nos olhos novamente, até que sentiu as mãos dela tocar levemente sua barriga e percebeu que ela estava levantando sua camisa para tirá-la. Phil manteve seu olhar fixo nela, até que foi interrompido por um breve momento, quando a camisa foi passada por sua cabeça e levantou os braços para que ela a tirasse.

 

Ele a olhou por mais alguns segundos e a beijou novamente. O beijo agora tinha a intensidade alternada, era romântico e ao mesmo tempo, sensual. As mãos de Adie deslizavam por suas costas e, depois de alguns segundos, ela começou a empurrá-lo levemente para trás, em direção a cama. Phil se deixou conduzir por ela e ao chegar na cama, se sentou, olhando-a enfeitiçado e logo se deitou. Adie se sentou em cima dele com carinho e voltou a beijá-lo. Depois de mais alguns segundos, ela ergueu seu corpo, olhando-o de cima e começou a desabotoar sua blusa devagar. Ao chegar no último botão, ela tirou a blusa e Phil admirou cada detalhe de seu corpo, mesmo que ainda não estivesse totalmente despido. Ele colocou as mãos em sua cintura e com um movimento cuidadoso, a virou, ficando por cima dela, entre suas pernas. Tendo feito isso, a beijou devagar enquanto ela o abraçava e intercalava carícias em suas costas, em seus cabelos e em seus braços. Phil desceu o beijo para o pescoço de Adie e ela mordiscava o lábio enquanto apertava de leve seus braços e ombros. Ele explorou seu pescoço ao máximo, com beijos quentes e leves mordidas. Ela, sem conseguir conter, soltou um gemido baixo enquanto passava suas unhas de leve nas costas dele, e Phil começou a descer o beijo. Ele beijou entre sua clavícula, depois seus seios, que ainda estavam vestidos, depois sua barriga, seu umbigo, e ela delirava a cada beijo. Quando chegou embaixo, ele levantou o olhar e a viu encarando-o com expectativa, acompanhada de um leve sorriso malicioso, o que o fez também sorrir com malícia. Em seguida, ele começou a desabotoar a calça dela e, após desabotoar, ele começou a tirá-la devagar, passando-a pelas coxas, depois pelos joelhos e apreciando cada centímetro do corpo dela, até que a tirou por completo. Após jogar a calça para o lado, ele voltou a se posicionar sobre ela, com o rosto mais próximo às suas coxas e logo começou a beijá-las. Adie respirava pesadamente e delirava conforme ele ia subindo os beijos, mas quando seus lábios estavam prestes a subir um pouco mais, um barulho alto o fez parar. Phil olhou à sua volta procurando pelo que poderia ser aquele barulho, que parecia uma música muito alta, mas não encontrou nada… Até que, de repente, tudo ficou escuro.

 

Ele começou a sentir que estava deitado e seus olhos foram se abrindo devagar. Estava tudo embaçado, até que ele se deu conta de onde estava. Ele levantou a cabeça para olhar a sua volta, ainda estando confuso e, ao olhar para o lado direito, viu seu celular tocando uma música alta. Era o seu alarme e, ao se dar conta de que tudo aquilo não passou de mais um sonho, ele esfregou a mão no rosto desapontado e o desativou.

 

(Phil) - Mas que merda! – Ele suspirou irritado.

 

Depois de alguns segundos encarando o teto e sentindo aquela frustração, ele decidiu se levantar e ir até a cozinha para beber água.

 

Após descer as escadas e chegar próximo a sala de jantar, Phil notou as luzes acesas e logo se intrigou. Saber que tinha alguém misterioso espreitando um dos membros da casa fazia com que eles vivessem constantemente cautelosos. Ele começou a se aproximar com passos lentos, tentando não fazer barulho, até que chegou na porta e espreitou cuidadosamente. Naquele momento, ele percebeu que não havia com o que se preocupar, era Adie. Ela estava sentada à mesa, com um notebook fechado à sua frente, uma garrafa de whisky e segurava um copo com uma dose do mesmo. Ela parecia distraída, pois olhava o nada enquanto fazia leves movimentos circulares com o copo. Após observá-la por alguns segundos, Phil se aproximou com cuidado, para não assustá-la. Ele caminhou até onde ela poderia vê-lo, e ela logo notou sua presença e o olhou.

 

(Phil) - Sem sono?

(Adie) - É… digamos que sim.

Ele observou a garrafa de whisky por um breve momento.

(Phil) - É uma boa ideia misturar bebida com os analgésicos que você toma para o tornozelo?

Ela virou o último gole de whisky que havia em seu copo e o deixou sobre a mesa.

(Adie) - Bom, raramente preciso deles agora e, hoje eu não tomei nenhum.

Ela tirou a tampa da garrafa e serviu mais whisky para si.

(Adie) - O que é uma pena, pois quando eu tinha que tomá-los todos os dias, eu dormia mais rápido… mas agora, só me resta os velhos costumes. – Ela ergueu o copo como em um brinde e virou um gole de whisky.

Phil sorriu sutilmente.

(Phil) - Posso dizer que é uma excelente troca.

Adie sorriu sutilmente.

(Phil) - Bem… você se importa se eu lhe fizer companhia?

(Adie) - Claro que não, fique à vontade.

(Phil) - Ótimo. Vou até a cozinha e já volto.

Ela assentiu com a cabeça.

Depois de alguns minutos, Phil voltou da cozinha com um copo de água na mão e se sentou de frente para Adie. Ao notar a água, ela arqueou uma de suas sobrancelhas

(Adie) - Água? Você está bem?

Ele deu uma leve risada.

(Phil) - Calma, é só para começar.

Adie também riu e desviou seu olhar para o copo que segurava, enquanto Phil continuava observando-a.

(Phil) - Sabe… eu te admiro muito, Adie.

Ela o olhou e ele virou o último gole de água que havia em seu copo.

(Adie) - E porque você me admira tanto se mal me conhece?

(Phil) - Bom… – Ele pensou por alguns segundos, ainda encarando-a. - Você é linda, inteligente, tem uma personalidade marcante, é divertida e, assim como eu, aprecia coisas muito boas. – Ele pegou a garrafa de whisky para se servir.

Ela o encarou em silêncio por alguns segundos, enquanto ele terminava de se servir e tapava a garrafa.

(Phil) - Acredite, eu jamais imaginei que enxergaria alguém dessa forma. Nunca conheci uma pessoa que despertasse em mim o que você desperta.

(Adie) - Hum… e o que eu desperto em você?

 Ele bebeu um gole de whisky.

(Phil) - Naquele dia em que conversamos na varanda, eu estava prestes a falar sobre isso, mas a Jessy nos interrompeu. – Ele revirou os olhos. 

Os dois ficaram em silêncio e Phil permaneceu olhando-a, enquanto Adie olhava para o copo que segurava.

(Adie) - Então, você me acha inteligente?

(Phil) - Sim, muito inteligente.

(Adie) - E acha que uma pessoa inteligente se interessaria por você mesmo depois de ver seu modo de agir com sua própria irmã?

Phil se surpreendeu com a pergunta e ficou sem palavras por alguns segundos.

(Phil) - É diferente, Adie… minha história com a Jessy é outra.

(Adie) - Hum, isso é o que você pensa.

Ele desviou o olhar e suspirou, levemente irritado.

(Phil) - É diferente. Bom… o que eu queria dizer naquele dia é que… eu… eu me apaixonei por você, Adie. 

Apesar de já saber do que se tratava, Adie ficou levemente surpresa e desviou o olhar constrangida.

(Phil) - Você é muito diferente da Jessy e de qualquer outra mulher que já conheci. Você é perfeita! E eu me sentiria o homem mais feliz do mundo se… – Ele pegou em uma das mãos dela. - Pudesse tê-la comigo.

Adie ficou sem reação, enquanto intercalava seu olhar entre ele e a mão dele que segurava a sua. Depois de alguns segundos, ela suspirou e arredou sua mão, pegando seu copo com a mesma e virando mais um gole de sua bebida.

(Adie) - Aprecio o seu carinho, Phil, mas eu nunca lhe dei nenhum tipo de esperança para desenvolver tal sentimento.

Ele suspirou e continuou olhando-a.

(Phil) - É… eu sei. 

Ele desviou o olhar e pensou por alguns segundos, até que pareceu se dar conta de algo e voltou a olhá-la.

(Phil) - Por um acaso o Jake tem a ver com isso?

Ela se surpreendeu.

(Adie) - O quê?!

(Phil) - Bom, é que… – Ele suspirou e desviou o olhar novamente.  - Esquece. 

Adie o observou por alguns segundos, até que escorou os braços sobre a mesa. 

(Adie) - Posso te perguntar uma coisa?

Ele voltou a olhá-la.

(Phil) - O que quiser.

(Adie) - Qual é a sua história com a Jessy?

Ele ficou levemente surpreso.

(Phil) - Bem… isso… isso não importa. – Ele desviou o olhar e virou um gole de whisky.

(Adie) - É claro que importa, Phil.

Ele pensou por alguns segundos, até que voltou a olhá-la.

(Phil) - Olha, se você estiver insegura por acreditar que vou tratá-la da mesma forma, fique tranquila, eu jamais faria isso com uma mulher como você.

(Adie) - Eu não estou insegura. Apenas gostaria de entender seus motivos para tratar uma mulher como a Jessy com hostilidade. 

Phil ficou claramente tenso e balançou a cabeça em negação, hesitando a falar sobre a irmã. Ele encarou o copo de bebida que segurava e ficou com as pernas inquietas, até que suspirou e virou mais um gole de whisky.

(Phil) - Acontece que meu problema com a Jessy vem de muito tempo. – Ele disse sem olhá-la, voltando a olhar o copo que segurava. - Quando eu era criança, minha mãe e meu pai não se davam muito bem, mas, mesmo sendo muito pequeno, eu já havia me acostumado com isso e a Ângela também. Depois de um tempo, meu pai nos abandonou e não demorou muito para que minha mãe se casasse de novo. Alguns meses depois dessa união, veio a Jessy. Eu até aceitei bem a ideia de ter uma nova irmã, mas... era estranho. Tudo ficou aparentemente bem por alguns anos, até que minha vida mudou drasticamente quando minha mãe descobriu que foi trocada por outra por aquele imbecil. Quando minha mãe descobriu a traição, ela decidiu que seria melhor nos trazer para Duskwood para vivermos com nossa avó e ficou apenas com nossa irmã, Ângela, até se recuperar de tudo. Eu não tive escolha senão aceitar minha nova realidade e, minha avó nos criou muito bem, mas… era evidente sua preferência pela Jessy, e… – Ele se perdeu em suas lembranças por alguns segundos e balançou a cabeça em negação novamente, enquanto tentava encontrar palavras para expressar sua dor e inconformidade, até que bebeu mais um gole de sua bebida.

(Adie) - Certo, eu já entendi.

Ele tomou um leve susto, voltando ao presente, e a olhou.

(Adie) - Bom… de certa forma, você culpa a Jessy por tudo, certo?

Phil levou um choque de realidade com a pergunta de Adie e pareceu se assustar.

(Phil) - Não! Bom… Eu não sei. – Ele virou mais um gole de whisky.

(Adie) - E o que reforçou esse sentimento de inconformidade com toda a situação, foi o fato de sua avó ter demonstrado mais apreço pela Jessy, o que fez você condená-la, de certa forma.

(Phil) - Bom… – Ele ficou pensativo e olhou para Adie. - Condenar é uma palavra muito forte. Eu apenas… gostaria de ter recebido mais atenção... Mas parece que ninguém entendia que não era legal ter sido deixado de lado pela minha própria mãe, assim como meu pai também fez. Pensavam que a Jessy era a única a estar sentindo alguma coisa. –  Ele desviou o olhar e novamente balançou a cabeça em negação, indicando inconformidade, e virou o último gole de whisky que havia em seu copo.

Adie o observou por alguns segundos em silêncio, até que também virou um gole de whisky.

(Phil) - Sabe…para ser sincero, em alguns momentos eu já me peguei pensando em como teria sido diferente se minha mãe nunca tivesse conhecido o pai da Jessy… – Ele ficou cabisbaixo e suspirou entristecido. - Teria sido tudo tão diferente.

(Adie) - Ou não.

Ele a olhou.

(Adie) - Agora a pouco você disse que sua mãe e seu pai também não se davam bem, e isso quer dizer que o problema não foi apenas o pai da Jessy, e muito menos a Jessy. O problema estava nas escolhas da sua mãe, no padrão de homens que ela se envolvia, o que consequentemente apresenta um problema nela mesma. 

(Phil) - É… pode ser.

(Adie) - Mas… Entenda que isso não significa que ela seja uma pessoa ruim. Provavelmente ela só esteve perdida, assim como todos nós já estivemos em algum momento da vida. Numa tentativa de preencher vazios presentes dentro dela mesma, ela acabou se envolvendo com pessoas desse tipo.

Phil ficou em silêncio enquanto era levado por várias lembranças, até que colocou uma das mãos no bolso de sua calça.

(Phil) - Você se importa se eu fumar aqui? – Ele tirou um cigarro do bolso.

(Adie) - Não, fique à vontade.

Ele colocou o cigarro na boca e pegou também um isqueiro no bolso de sua calça. Após acender seu cigarro, ele pegou a garrafa de whisky e se serviu. Enquanto isso, Adie o observava fixamente.

(Adie) - Sabe, Phil… Por mais que eu não possa te explicar agora, temos outra coisa em comum, além do gosto por whisky. 

Phil, que estava distraído enquanto tapava a garrafa de whisky, logo a olhou.

(Adie) - Acredite, eu entendo como você se sente em relação a Jessy. – Ela suspirou e olhou para o copo em sua mão. -  Sua dor deveria ter sido enxergada… Mas, as coisas aconteceram de outra forma e isso já não pode mais ser mudado. 

Ele desviou o olhar e tirou o cigarro da boca, soprando a fumaça para o lado direito.

(Adie) - Quanto a sua avó… Vamos pensar que, talvez, a Jessy tenha demonstrado mais o que estava sentindo naquela época, afinal, ela é uma pessoa claramente sensível, e isso fez com que sua avó desse mais atenção a ela. Eu sei que pelas circunstâncias era esperado que ela também imaginasse seu sofrimento, mas nós humanos tendemos a nos guiar apenas pelo que vemos claramente e não cogitamos os gritos silenciosos de quem está ao nosso redor. 

Phil continuou perdido em seus pensamentos, enquanto fumava seu cigarro.

(Adie) - Quer um exemplo? 

Ele a olhou.

(Phil) - Claro.

(Adie) - Você soube que a Jessy ficou com raiva de todos nós quando descobriu que, depois da sua prisão, cogitamos a possibilidade de você ser mesmo o sequestrador da Hannah? 

Ele a encarou por alguns segundos, até que desviou o olhar.

(Phil) - Não, eu não soube disso.

(Adie) - Como estávamos em meio a uma investigação, precisávamos olhar as coisas de uma forma racional, mas por se tratar do próprio irmão, ela não conseguiu continuar sendo objetiva, o que fez com que nós aceitássemos que ela ficasse de fora das investigações. Ela chegou até mesmo a pedir demissão da Roger's ao descobrir que o Richy acreditava na mesma possibilidade que nós, você soube disso?

Ele a olhou levemente surpreso.

(Phil) - …Não.

(Adie) - Bom, mas apesar de tudo, ela voltou atrás e se desculpou com todos. Ela decidiu seguir com as investigações até o fim, afinal, a Hannah também era amiga dela, mas, ao mesmo tempo, ela não deixou de lutar para ver você livre e me pediu ajuda para provar sua inocência. Ela confiou em você e demonstrou o quanto te ama, mesmo que, talvez, você nunca soubesse de nada disso.  

Phil ficou pensativo e com o olhar distante, e Adie voltou a olhar para o copo que segurava.

(Adie) - Confesso que ao ver o amor incondicional que ela sente por você, eu pude entender muitas coisas sobre... – Ela tomou um leve susto e logo voltou a olhá-lo, pois se deu conta de que ia falar algo sobre si mesma e que ninguém mais sabia. - Enfim… – Ela suspirou. - Você tem uma ótima irmã, Phil. Mas além disso, preciso ressaltar o quanto você também é forte. Essa é uma característica que vocês dois possuem, a força e a capacidade de ajudar, mesmo nos momentos em que vocês também estejam clamando por socorro internamente. – Ela pegou em uma das mãos de Phil. - Vocês têm a minha admiração por isso. 

Ele a olhou e acariciou a mão dela, sorrindo sutilmente.

(Phil) - Obrigado, Adie.

Adie também sorriu sutilmente.

(Phil) - E quanto ao que eu sinto por você? Me dê uma chance de provar que com você as coisas serão diferentes.

(Adie) - Bom, eu acho que antes de qualquer outra pessoa, você precisa entender melhor seus sentimentos por sua irmã.

(Phil) - Eu a amo, Adie. É só que… ela… ela me irrita profundamente!

(Adie) - E porque? 

(Phil) - Bom… – Ele desviou o olhar, pensando em uma resposta. - É que…

Ele a olhou, sem conseguir verbalizar uma razão, até que suspirou.

(Phil) - Certo… eu entendi. – Ele ficou com o olhar distante.

Adie sorriu sutilmente.

(Adie) - Que bom.

(Phil) - Eu só queria que você acreditasse no que sinto.

(Adie) - Eu acredito em você e aprecio o que sente, mas não posso enganá-lo fingindo sentir o mesmo. Exatamente porque não quero lhe causar nenhuma dor.

(Phil) - Você gosta de outra pessoa?

Adie o encarou em silêncio por alguns segundos e ele desviou o olhar irritado.

(Phil) - Tudo bem, eu já entendi. É aquele imbecil do Jake, não é? É por ele que você está me rejeitando? – Ele disse levemente alterado.

Ela continuou olhando-o em silêncio.

(Phil) - Hum, o seu silêncio já disse tudo. – Ele desviou o olhar e colocou o cigarro na boca. 

(Adie) - Phil… 

Ele tirou o cigarro da boca e soprou a fumaça, mas permaneceu sem olhá-la.

(Adie) - Eu não estou rejeitando você. Eu estou apenas lhe dizendo que não posso corresponder os seus sentimentos, mas isso não quer dizer que eu não possa continuar na sua vida. 

Ele a olhou, levemente surpreso.

(Adie) - Eu não estou apaixonada por você, mas eu posso te oferecer minha amizade sincera. Só me resta saber se você me aceita em sua vida como amiga. 

Phil ficou pensativo por alguns segundos, enquanto a encarava.

(Adie) - Mas se você preferir que nos tornemos apenas dois conhecidos… eu vou respeitar.

Ele continuou pensativo e, pela primeira vez, ele sentiu que havia encontrado alguém que queria ter por perto sempre, seja como for.

(Phil) - Não, isso nunca. Eu seria louco se dispensasse a sua amizade. 

Adie sorriu sutilmente.

(Phil) - Mas… vai levar um tempo para que eu te olhe de outra forma, pois uma mulher como você, é raridade e eu jamais poderei deixar de admirá-la.

Adie sorriu levemente constrangida.

(Adie) - Tudo bem.

Ele a olhou por alguns segundos com ternura e um leve sorriso, até que olhou para a garrafa de whisky e a pegou.

(Phil) - Mais uma?

Adie sorriu e estendeu seu copo.

(Adie) - Por favor.

Ele a serviu e os dois continuaram ali por mais um tempo, conversando sobre coisas aleatórias.

Mais tarde, Phil voltou para o seu quarto e Adie ficou sozinha ali por mais alguns minutos. Ela já não estava mais bebendo, estava apenas sentada à mesa e encarava o nada, estando pensativa. Depois de muito pensar, ela se levantou, pegou seu notebook e foi até o apagador para apagar a luz da sala de jantar. Em seguida, ela saiu e caminhou até as escadas. Após subir, ela seguiu até o seu quarto, mas no meio do caminho, ela parou e pensou por alguns segundos. Após pensar, ela se virou e olhou em direção ao quarto de Jake. Em seguida, ela seguiu até lá e, ao chegar em frente a porta, ela tentou abrir e sorriu sutilmente por estar destrancada. Ela entrou de fininho e fechou a porta atrás de si, com cuidado para não acordá-lo. Ela tirou o tênis e caminhou com passos leves até a mesa onde ficava o computador dele e deixou seu notebook. Em seguida, ela seguiu até a cama e viu que ele dormia profundamente estando de bruços. Após admirá-lo, ela levantou a coberta e se deitou ao lado dele. Jake continuou dormindo, mas Adie permaneceu olhando-o com carinho por alguns segundos, até que começou a acariciar o rosto dele cuidadosamente e ele se mexeu. Após se mexer, Jake suspirou, acordando de um sono profundo e, ao abrir os olhos, ele a viu e logo sorriu. Após ter visto ela, ele se virou para o lado e se aproximou dela, dando um beijo em sua testa e abraçando-a, para voltar a dormir. Adie suspirou ao sentir o abraço dele e se sentiu em paz, pois ele era tudo que ela precisava para recuperar as forças e seguir em frente. Depois de alguns minutos, os dois adormeceram abraçados.

No dia seguinte, Alan estava em sua sala, recostado em sua mesa e com os braços cruzados, enquanto conversava com três policiais antes de irem para a busca na floresta. 

(Alan) - Bem, eu vou direto ao assunto… um hacker entrou em contato comigo ontem.

Os policiais eram Brandon, Jason e Carter, e os três se surpreenderam.

(Alan) - Como vocês já sabem, eu suspeito muito dos integrantes daquele grupo e por conta disso, é importante que todos mantenham a atenção em cada um. Haverá um momento em que eu vou fazer um teste.

(Brandon) - Que tipo de teste, senhor?

(Alan) - Vocês saberão no momento certo. Tudo que peço é que fiquem de olho em todos do grupo. Posso contar com vocês?

Carter e Jason se olharam, e depois, Jason olhou para Brandon, que continuou com os olhos fixados em Alan.

(Jason) - Claro, senhor.

(Carter) - Sim, senhor.

Brandon ficou em silêncio por alguns segundos, parecia distraído.

(Alan) - Brandon?

(Brandon) - Hum? O que? Me desculpe, eu me distraí por alguns segundos.

(Alan) - Eu posso contar com você nisso?

(Brandon) - Mas é claro, senhor! – Ele respondeu com firmeza.

(Alan) - Ótimo. Então vamos lá. 

Os três saíram da sala do delegado, mas antes de segui-los, Alan pegou seu celular no bolso e checou se havia alguma mensagem do hacker. Até o momento, não havia nada, mas ao invés de achar isso ruim, Alan sorriu com malícia, pois isso facilitaria seu plano. Depois de alguns segundos, ele guardou o celular no bolso de sua calça e também saiu de sua sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.