Plano B escrita por Kuchiki001


Capítulo 5
Sim ou talvez?


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o ultimo cap. obrigada por lerem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808953/chapter/5

Quando digo que o destino é irônico, estou literalmente dizendo que ele está tirando uma com a minha cara e me fazendo de otário.

Rukia começou a rir exageradamente. Me convenci que poderia ser de nervosismo, dado que ela mal me conhecia e eu estava praticamente implorando que ela ficasse comigo.

— Sério Ichigo, não é para tanto. Apenas transamos. Um sexo consensual que pode ou não se repetir. –ela se soltou do meu abraço e caminhou até um pequeno bar e retirando um copo com gelo o preencheu com água. – Achei que por ter morado tanto tempo no exterior estivesse habituado, sabe... –me olhou. - A isso.

Fechei os olhos e respirei me dando conta de que eu tinha sido muito apressado. "Não vá com muita sede ao pote!” esse ditado nunca fez tanto sentido como agora. Dei um sorriso miserável e coloquei as mãos nos bolsos.

— O que você está falando Rukia? Por acaso acha que sou um homem sem caráter? –perguntei disfarçando o quanto eu estava chateado.

Levando o copo de água à boca, ela deu de ombros. – Não sei. Você é? –me perguntou e bebeu.

Massageei as têmporas para pensar em como respondê-la sem parecer ainda mais magoado.

— Eu não costumo levar uma garota para cama sem que eu esteja certo de que quero algo a mais com ela. Eu não sou um irresponsável.

Rukia me olhou circunspecta e eu daria tudo para saber o que se passava na cabecinha teimosa daquela mulher. Depositando o copo sobre o balcão, ela foi até o sofá e se sentou.

— Eu estou grávida.

— Eu sei e não me importo. –garanti.

Ela estar grávida era só um mero detalhe, o que não me impediria de querer aquela mulher.

— Não, você não sabe... –ela mordeu o lábio e desviou seus olhos para as mãos. – Eu não sabia quem era o pai dos meus filhos até recentemente. Estava tudo traçado, eu teria meu bebê, realizaria meu maior sonho e seria feliz sem precisar de um homem em minha vida.

Fui até ela e me ajoelhei tomando suas mãos nas minhas.

— Planos podem ser mudados e se estiver com medo do pai biológico, eu te prometo que farei tudo que estiver ao meu alcance para te proteger.

Ela sorriu minimamente e eu instintivamente a puxei para os meus braços.

— Ichigo, você definitivamente não é um ser paciente.

— Paciência nunca foi meu forte. –eu disse e beijei seus cabelos.

Rukia se afastou e me olhou.

— Você não sabe o que está me pedindo.

— Que você seja minha? –perguntei e continuei. – Que me dê uma chance? Que não quero que isso acabe hoje e que exista um futuro para nós?

Suspirando, Rukia se levantou e se direcionou ás escadas e antes de subir os degraus se virou para me olhar. A manta cobria parcialmente o seu corpo magro e tive que me controlar para não ir até ela e carregá-la pelas escadas para retomarmos o que fizemos mais cedo.

— Você me deu muita coisa para pensar. Diferente de você sou uma pessoa cautelosa... Preciso que me dê um tempo vou me vestir e já volto.

Assenti. Pelo menos ela não me recusou de imediato.

Levantei-me e olhei ao meu redor, a sala onde eu estava era bem ampla, notei que existiam algumas caixas empilhadas abaixo das escadas e vários quadros no chão encostados na parede. Não resisti à curiosidade e olhei um por um, admirando uma Rukia pequena e fofinha, afastei mais um quadro e sorri ao vê-la vestida em uma beca com um buquê de flores nas mãos, em outra foto ela estava abraçada com, uma já conhecida, Miyako muito mais jovem e sorria enormemente.  Em outra foto para a minha surpresa meu tio Kaien estava entre as duas as agarrando pela cintura e Rukia o olhava com olhos que a meu ver pareciam apaixonados, passei o quadro rapidamente, eu não tinha gostado de vê-lo com as mãos em cima da minha baixinha e imaginar que ela em algum momento tenha gostado de Kaien me deixava inquieto. A última foto era a mais recente, Rukia estava comemorando o aniversário de trinta anos de Miyako, as duas estavam com drinques nas mãos e em seus rostos as siglas em inglês para melhores amigas (BFF).

Franzi a testa. Rukia não tinha negado que conhecia Miyako, mas ela não tinha me dito que eram melhores amigas. Conhecer alguém na faculdade era uma coisa e ser a melhor amiga era totalmente diferente.

Arregalei os olhos ao perceber o que aquilo poderia significar.  Miyako tinha me dito que eu doaria meu filho para uma grande amiga dela, que era de confiança e que se a caso a criança precisasse de um transplante eu teria que doar minha medula, os meus rins e o meu sangue se fosse preciso. Eu tinha rido da cara dela, por achá-la louca e psicopata, mas pensando melhor fazia sentindo.

Eu precisava falar com Miyako o quanto antes e descobrir se o que eu estava suspeitando era de fato verdade. Meu coração estava agitado no peito com o pensamento de que a mulher que eu tinha levado para cama estava grávida não de um, mas de dois filhos meus.

Rapidamente procurei a minha camisa e quando eu estava terminando de abotoar, Rukia desceu as escadas e me olhou com a testa franzida.

— Você já está indo embora? –me perguntou confusa. –Pensei que iríamos conversar.

Vesti o terno e olhei para ela me sentindo eufórico.

— Qual a chance de conhecer a mãe dos seus filhos por acidente, ter se interessado por ela e a levado para a cama? –perguntei enquanto dava o nó na gravata.

Ela me olhou com olhos surpresos e percebi que ela prendia a respiração. Parei o que eu estava fazendo e a olhei atentamente.

— Então você sabia... –perguntei intrigado. – Só não entendo por que não me contou.

— Não sei do que você está falando. –ela disse e me deu as costas.

Fui atrás dela, Rukia estava muito nervosa, ela atravessou a sala para a cozinha em passos largos e apressados, depois saiu da casa e foi para uma espécie de gazebo no jardim e se sentou no único banco que tinha ali. A observei e engoli em seco. Vê-la tão linda entre as flores era uma visão de outro mundo.

Aproximei-me devagar e me encostei à pilastra da pérgula e cruzei os braços.

— Você deve estar se perguntando por que um médico trocaria seus futuros filhos por dinheiro. –comecei a falar e quando tive a atenção dela, me desencostei da pilastra com trepadeiras e caminhei até sentar ao lado dela. – Meu pai também é médico e estudei para me tornar um, decidi que seria pediatra e assim eu poderia cuidar das minhas irmãs bebês, mas quando eu percebi, elas já estavam crescidas e não precisavam mais de mim.

Rukia me olhou e sorriu.

— Não acho que elas não precisem. Talvez você tenha entendido errado.

— Por que acha isso? –perguntei.

Observei Rukia jogar o cabelo para trás e fazer cara de pensativa.

— Porque eu tenho um irmão e mesmo achando que ele é um insuportável, eu não imagino minha vida sem a presença dele.

Dei um sorriso e concordei.

— Eu até mesmo abri um restaurante de frango frito para elas, mas não deu certo e depois eu tentei a sorte na bolsa de valores.

Rukia me olhou e tocou meu rosto gentilmente.

— Deve ter sido difícil.

Assenti e coloquei minha mão sobre a dela.

— Eu estupidamente prometi a minha mãe que seria um homem bem sucedido e que cuidaria do meu pai e das minhas irmãs, mas eu falhei.

Negando, Rukia me olhou e disse:

— Você não falhou, só está tentando e errando.

Sorri e fechei os olhos, estranhamente o calor que a mão dela proporcionava em meu rosto me aquecia e me confortava.

— Já pensou que para ser bem sucedido não precisa ir tão longe? –me perguntou.

Sem querer me desfazer do conforto de estar ali com ela apenas meneei a cabeça negativamente.

— Você não precisa ter os bolsos transbordando de dinheiro, só precisa fazer o que gosta e ser feliz o restante é só consequência.

A olhei atentamente.

— Você é incrível! –falei e beijei seus dedos.

Ela corou e eu a achei muito atraente. Eu não pensaria em alguém diferente para ser a mãe dos meus filhos.  Bendita Miyako, eu teria que agradecê-la de alguma forma.

— Ichi...

Meus pensamentos foram interrompidos e minha atenção e pensamentos estavam sobre Rukia novamente.

— Eu só queria ser mãe e não medi esforços para isso.

— Eu sei e por isso, admito que, estou ainda mais fascinado por você.

Rimos e sentindo a brisa fresca da noite não pude deixar de beijá-la, um beijo terno e doce. Separando meus lábios do dela sugiro:

— Vamos nos casar!

Tossindo de nervoso, Rukia se levantou e eu só conseguia rir.

—Estou brincando, mas claro se quiser podemos marcar a data.

Rukia me olhou horrorizada.

— Por favor, Ichigo não brinca dessa forma. Ainda estou pensando se devo aceitar sua primeira proposta.

Levantei-me e a peguei no colo, Rukia passou os braços pelo meu pescoço e me olhou pensativa.

— Vamos nos conhecer e com o tempo você casa comigo. –propus e sei que o que peço é algo imprudente, mas é o que quero.

 Mais calma, ela assentiu e me olhou.

— Aceito nos conhecermos e... –ela parou ao olhar para a minha cara de bobo. – Eu sei que ainda é cedo, mas permito que seja o pai dos bebês e talvez, eu disse talvez, aceite seu pedido.

Sorrindo eu a agradeço com vários beijos.

— Tudo bem, por ora, vou me contentar com o talvez, mas saiba que estou esperando o sim.

Dois anos depois...

Miyako me olhou com um olhar de aprovação. Em seu colo estava meu pequeno menino que dormia como um anjinho. Ela, como madrinha dos gêmeos Kurosaki’s fez questão de ficar com ele durante toda a cerimônia. Meu pai todo bobo estava com a minha menina enquanto brincavam, minhas irmãs babavam na ruivinha e eu só conseguia rir e secar as mãos de nervoso.

Onde estava Rukia? Ela tinha desistido e fugido? Meu coração batia forte no peito com o pensamento.

Tinha sido um sofrimento esperando por dois anos a resposta dela para meu pedido de casamento e agora que ela finalmente tinha me dito que era para esperá-la no altar que ela me responderia, minha mente criava várias respostas e a pior, claro, era que Rukia me responderia com um grande não e me daria as costas.

Suspirei, ela não negaria todo meu amor, mas meu nervosismo me enfiava idéias estranhas na mente.

A marcha nupcial deu inicio e eu me ajeitei. Não demorou muito para vê-la passando pelas portas, fiquei sem ar ao vê-la toda de branco como uma princesa. Minha princesa. Linda e magnífica. Claro que Byakuya estava ao lado dela com caras de poucos amigos e com receio me entregou a irmã. E eu o agradeci.

Rukia sorriu para mim.

E eu para ela.

Todos os nossos amigos e parentes estavam presentes para nos homenagear e ser testemunhas da nossa união.

Pegando em suas mãos sinto que estou tremendo, ela me olha e pergunta:

— Preparado?

— Desde o dia em que a vi no elevador. –respondi sentindo um alívio no peito por ela não ter me abandonado no altar.

Olhei para a mulher que me guiou e me fez pai e que se não fosse por ela eu estaria perdido. Dois anos atrás eu estava me enfiando em um buraco e sendo enganado pelo meu primo Ishida, que, aliás, estava sentado com a noiva na segunda fileira de bancos e ainda estava chateado comigo por não ter cedido suas chantagens e ido trabalhar com ele. Eu ainda não era um homem rico, mas me sentia bem sucedido com minha clínica de pediatria, meus filhos e claro a mulher da minha vida, Rukia.

— Ichi... –Rukia me chamou baixinho enquanto o padre falava.

— Sim, minha deusa.

Rindo ela me olha com carinho.

—Antes de responder aquela frase quero te dizer algo.

Fiquei nervoso.

— Você não está pensando em fazer que nem nos filmes que Miyako gosta de assistir, me dizer que não me ama mais e que estava enganada e sair correndo porta afora.

— Por deus, Ichigo não!

Suspirei aliviado.

— Então... Como devo dizer isso. –ela começou e eu a olhei sentindo que ela estava nervosa. – Vamos pensar em um plano b? –perguntou baixinho.

Franzi a testa.

— Para quê precisaremos de um plano b? Não me diga que está pensando realmente em fugir?

— Eu estou grávida novamente, sabe as despesas vão aumentar já temos dois bebês e se adiarmos o casamento?

Fiquei alguns minutos processando aquela informação até que sorri enormemente.

— Nada disso agora que vamos nos casar!

Olhei para o padre e o apressei a pular toda a falação para a resposta que eu tanto esperei.

— Então Rukia dessa vez vai ser sim ou sim?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Plano B" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.