Dinastia 3: A Rainha de Copas escrita por Isabelle Soares


Capítulo 25
Capítulo 25




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— Você não deveria estar aqui, querida. – Esme falou baixinho para a neta ao seu lado.

— Eu não poderia estar de fora da reunião de planos, vovó.

A Rainha preferiu não responder no momento. Entendia bem que Renesme tinha um grande senso de responsabilidade. Na sua primeira gravidez, trabalhou com muita disposição até quase o nascimento de Isabella. Na época, Edward fez de tudo para diminuir a agenda dela, até meio forçadamente. Isso a deixou furiosa e dessa vez, ele apenas a dirigiu um olhar irritado, mas nada disse para não estressá-la. A princesa podia ser teimosa quando queria.

— Então, ficamos decido assim? – Edward perguntou olhando para a filha. – Essa divisão lhe satisfaz?

— Concordo com tudo. Acho que todos que ficaram com os meus compromissos vão me representar muitíssimo bem. Eu sei que não estamos num momento muito fácil, muitos compromissos e pouca gente. – sorriu. – Mas eu voltarei logo após as festas de fim de ano.

— Como foi a ultrassom, filha? – Edward saltou o assunto antes que soltasse alguma reclamação.

— Foi tudo bem. O meu garotinho aqui está super saudável! – falou acariciando a grande barriga.

— Tem previsão para o nascimento? – O rei perguntou limpando os óculos e Esme sorriu. Sabia que o filho estava dividido entre um orgulho exacerbado e preocupação com a sua primogênita.   

— Em outubro. – Renesme falou de forma quase encantada. – Provavelmente bem pertinho do aniversário de William.

— Poderemos confirma-la para as comemorações de aniversário da rainha, alteza? – perguntou a secretária da princesa.

— Claro! Estarei em todos os eventos. Não perderia por nada um momento tão especial feito esse. – Renesme acariciou a mão enrugada de sua avó.

— Não vai não. – Edward falou com uma expressão séria. – Tem noção que o meu neto estará quase nascendo a essa altura?

— Não vejo problema algum nisso. Se ele nascer bem na sacada do palácio é bom que todos o vejam logo. – ironizou.

— Eu vou ligar para o William. Ele também não deve estar satisfeito com isso.

— Querida. – Esme interveio antes que a neta explodisse. – É melhor que descanse mesmo. Entendo as suas boas intenções e sua responsabilidade com os compromissos, mas seu pai tem razão. Será muito desconfortável para você.

— Mesmo assim, vovó. Eu quero participar.

— Então, que fique combinado assim, você vem apenas para a parada oficial, sim? – A rainha intermediou, antes que a guerra fria entre pai e filha explodisse.

Renesme virou a cabeça concordando, mesmo não a agradando. Edward se deu por satisfeito.  Esme mais uma vez ficou com vontade de rir. A genética era algo mesmo incrível. A sua neta puxou a tamanha teimosia dos seus pais. Ficava até difícil controlar duas mentes que não conseguiam chegar num acordo.

— Seu parto será onde, alteza? – falou a secretária mais uma vez, mudando a pauta. – Acredito que seja bom já termos essa discursão. É necessário reservar o quarto do hospital com antecedência. Assim, se irá participar das celebrações do aniversário de vossa majestade, você já ficará aqui no palácio no aguardo.

— Não será necessário.

Todos olharam para a princesa espantados, incluindo Esme.

— O meu bebê nascerá na minha cama em Broken Hall.

— Você só pode estar maluca? – Edward falou com um tom avermelhado no rosto.

— Qual o problema de eu ter um parto humanizado em minha casa?

Antes que Edward respondesse, as portas do escritório abriram e a pequena Isabella entrou chorando pelo recinto e foi direto para os braços da mãe. Renesme a recebeu e olhou para a babá tentando entender o que estava acontecendo.

— O que está acontecendo, meu amor? – perguntou Renesme limpando as lágrimas do rosto da filha.

— Tetê mamãe. – a pequena falou enquanto tentava tirar a blusa de Renesme

— Não Bebela. O que a mamãe disse sobre o tetê?

— Eu quelo! – falou enquanto Tossia. O chiado saído de seus pulmões claramente indicava uma gripe.

— O tetê agora é do seu irmãozinho, sim? Está sentindo ele se mexer na barriga da mamãe?

— Si.

— Então! Agora o seu tetê é a mamadeira.

— Não!

— Renesme, vamos encerrar essa reunião por aqui. A Bebela precisa mais de você agora. – sugeriu Esme. Em sua mente lembrava dos velhos momentos em que muitas vezes teve que deixar os cuidados dos filhos em momentos essenciais em suas vidas para se dedicar a sua função, antes mesmo de ser a rainha do país.

— Mas...

 - A família em primeiro lugar. – afirmou com toda a firmeza que podia.

Tremia quando sentia o remorso bater em suas memórias. Todas elas voltavam a um tempo em que sentia que precisava ter se dedicado mais a sua família. A culpa lhe abatia quando lembrava da tempestade que envolveu os seus filhos, que por mais que tenha sido num passado longínquo, as consequências ainda afloram.

Por diversas vezes, reviveu aqueles momentos, onde teve que escolher entre o trabalho e a maternidade. Não muito diferente do que outras mulheres tinham que viver na vida real. Lembrava-se de sua mãe se desdobrando para cuidar da casa, de suas filhas, do casamento, enquanto corrigia inúmeros trabalhos da escola. Por mais que dissesse a si mesma, você fez tudo que pôde pelos seus filhos, nunca era o suficiente. Queria voltar no tempo e se balançar e dizer ao seu eu do passado o mesmo que disse para a sua neta.

— Por que está tendo essa memória agora. – William perguntou olhando bem para a rainha. Os seus cabelos grisalhos e seus óculos grandes a lembravam dos terapeutas que convivera.

— Me lembrou de mim mesma. Chega um tempo em que você vive num looping de trabalho que se torna quase parte do que você é.

— Entendo. Mas não significa que Renesme se importe menos com os nossos filhos. Ela só é perfeccionista demais. – sorriu. Esme notava que o semblante dele era de adoração quando se referia à esposa.

— Claro. Conversei com ela sobre isso e tenho certeza que a minha neta compreende. Eu já tive uma larga experiência nesses anos todos dentro da realeza. Tanto para quem veio de fora quanto para quem nasceu dentro dela não há compreensão do que é pessoal ou obrigação. As coisas se confundem muito na sua cabeça.

— Foi o que aconteceu em 1994 em diante? Pra mim parece que foi um período chave.

— Claro que sim. Naquela época, eu já via as coisas um tanto diferente, entende? Eu não era mais aquela garota rebelde que queria mudar mundo. Estava com os pés no chão.

— Verdade? Por que diz isso?

Esme se ajeitou na cadeira e tentou focar a mente para o ano de 1994. Onde um verdadeiro buraco negro afogou a sua vida e a de sua família.

Esme: Sua Verdadeira História – Capítulo 25: O Futuro é o agora

— Esse é o momento! – o nosso secretário falou com entusiasmo. – Temos que rejuvenescer a cara da monarquia belgã.

Balancei a caneta entre os dedos. Não há preparo algum para quando a hora de sentar no trono chega. Certo, que não era exatamente o momento de botar a coroa definitivamente. Mas estarmos como regentes era como um estágio.

Quando meu pai trabalhava em seu comércio, eu observava bem os garotos de 12 ou 13 anos que ajudavam nas pequenas coisas. Eram jovens demais para assumirem grandes responsabilidades, observavam mais do que qualquer coisa. Ganhavam um trocado e outro quando separavam os grãos ou empacotavam as compras dos clientes. Alguns deles cresceram ali naquele comércio. Aos 16 já trabalhavam como estagiários e faziam de tudo um pouco até ganharem de vez a confiança do meu pai. Era dessa forma que eu me sentia. Carlisle e eu éramos como eles. Passamos um bom tempo observando e a hora do estágio chegara.

Quando me volto para a metade da década de 90, especificamente quando meu marido se tornou regente do país, eu diria que foi um período de reconstrução, de amadurecimento mesmo.

A primeira coisa que percebi que passei anos vivendo numa espécie de mundo paralelo. Representar o país verdadeiramente, como a esposa de um chefe de Estado em exercício me gerou várias reflexões. Foi um mergulho de baixo para a superfície, muito necessário. Principalmente, que muitas coisas não chegam até nós quando somos apenas meros “observadores”. Estivemos lá cumprindo nossos compromissos, mas representantes apenas. Não tínhamos decisões a tomar, e teoricamente, apenas obedecer e seguir os protocolos. Quando você entra em ação. Tudo muda.

— Temos que começar a preparar o terreno. – Carlisle falou com determinação enquanto tocava a minha mão. Eu só pensava em como iriamos fazer aquilo.

O futuro era a nossa prioridade. Naquele instante, era necessário passar uma postura mais responsável até para que as pessoas reconhecessem que tínhamos crescido e naquela altura já éramos adultos o suficiente para levarmos Belgonia para outro patamar, para um novo milênio que estava nascendo.

Lembro de sentir um susto e tanto nos primeiros compromissos. Era como se flutuasse sob uma plataforma de vidro que poderia quebrar a qualquer instante e tudo desmoronar. Era uma grande responsabilidade. Trabalhávamos tanto quanto antes, a diferença é que tudo era essencialmente protocolado. Cansativo por que estávamos sob a ótica de uma régua sem poder demonstrar erro.

Eu sei que pode parecer confuso, mas eu posso explicar. É algo parecido de quando nos tornamos pais. A partir daquele momento temos que ser responsáveis por outro ser. Quando somos jovens ainda queremos seguir com nossas vidas. Ir a festas, dormir até tarde, não ter preocupações com o futuro, porém tudo muda. Olhamos para aquela vida e percebemos que queremos ser alguém diferente para aquela pessoa. Especialmente que ele nos veja como bons exemplos. Versões melhores do que somos.

É sobre isso. Por anos passamos a imagem de grande reformadores. Populares, sorridentes, pop stars, o objeto de interesse dos tabloides. Mas chegara a hora de crescer. Mas como fazer isso sem que perdêssemos a simpatia daqueles que nos amava? Era uma luta constante entre o que precisávamos nos tornar e permanecer como as pessoas queríamos que fossemos.

A princípio Carlisle e eu queríamos mudar tudo. Enxugar a família real, organizar tudo, diminuir as finanças e aplicar nossos projetos como a muito planejávamos. Acho que naquele momento, passamos mais tempo com um lápis e papel na mão reunidos no nosso escritório do que no quarto entre quatro paredes. Sonhávamos, escrevíamos, apagávamos, amassávamos papéis e num estalar dos dedos, as ideias apareciam.

Porém, com o passar dos dias descobrimos que boa parte daquilo que estava em nossa caderneta não poderia ser aplicado. Haviam deputados de dois partidos sempre em conflito. Um primeiro ministro popular, da classe trabalhadora que achávamos que seria um bom aliado até nos darmos conta que aqueles sorrisos que recebíamos nos nossos encontros eram uma máscara de amabilidade. A Realidade era que para ele quanto mais à imagem da família real caia, mas ele poderia crescer na popularidade dos belgãos. Havia uma campanha muito forte contra a realeza sendo formada com palavras de lutas que nós mesmos usamos em outra hora. Estávamos sendo confrontados com uma versão de nós mesmos do passado.

— A verdade Carlisle é que ele tem a imprensa ao seu lado. – Falei enquanto desligava a TV que passava uma matéria com acalorado discurso na inauguração da nova estação de metro no centro de Belgravia.

— The Sunday, Reflect, The Belgravia News todos ele como patrocinador. Não é a toa que papai e mamãe estavam sempre sendo alvos de críticas desses jornais. Eu ainda não consigo acreditar que temos que bater boca com um primeiro ministro.

— E nós dos tabloides que tem essas empresas como donos laranja. O pior de tudo é como descobrimos essas informações todas. É impressionante o quanto você pode conseguir dando grãos às galinhas da corte.

— Um bando de hipócrita com títulos de nobreza! Lixo puro!

— É louco dar-se conta disso agora, não?

Carlisle esfregou a cabeça com irritação. A coisa que ele mais odiava era ter que entrar no jogo “das trocas de favores” para conseguir algo. Mas estávamos percebendo que era necessário, principalmente para obter aprovação de nossos projetos e fazer uma limpa na imagem da monarquia. Se antes pensávamos que a “firma” real comandada por Elizabeth e Pierino eram os nossos únicos empecilhos, que tínhamos o povo e o parlamento ao nosso lado com nossas boas intenções e popularidade estávamos redondamente enganados. Era apenas a ponta do iceberg num grande jogo de poder.

Em uma manhã eu observava a minha sogra, que no passado eu havia tido tantos embates, e comecei a ter uma visão diferente. Talvez ela fosse apenas o fruto do que teve que se tornar para ser a rainha em meio a leões. Me dei conta que existiam mil versões da mesma história que se quer nos damos conta. Lá estava ela tão fragilizada, empurrando a cadeira de rodas de seu marido, tão preocupada com a saúde dele. Nem ao longe lembrava aquela mulher superior e cheia de prepotência.

Encostei a cabeça no vidro. Será que eu tinha vivido a realidade verdadeira nesses mais de 10 anos de convivência? Louco pensar assim, não é? Você questionar todos os acontecimentos da sua vida. De repente, estando na posição dela, eu via as coisas de um modo bem diferente. Isso me deixava um tanto confusa, culpada até.

— O que tanto pensa, meu bem? – Carlisle me perguntou enquanto beijava o meu pescoço e me abraçava por trás.

— Estou pensando nos seus pais.

— É mesmo? Sobre o que especificamente?

— Acho que não o conhecemos de verdade.

Carlisle balançou a cabeça discordando. Parecia um absurdo eu estar dizendo aquilo para ele naquela altura do campeonato. Eu o compreendia, mas ele não. Eu estava um pouco mais a frente no choque de realidade.

— Se sente culpada, não a julgo. Eu também me sinto. Mas não pela forma que tentamos trabalhar e viver a nossa vida. Meu bem, mudanças são sempre necessárias.

— Acho que a gente levou muito a ferro a fogo, sabe? Formos rebeldes além do ponto. Isso nos impediu de enxergar as coisas com mais clareza.

— No modo como os tratamos? Sim, acho que temos um ponto nesse caso. Mas nunca me arrependerei de algumas portas que tivemos que chutar. Ganhamos muito respeito dos nossos súditos lá fora.

Me recostei no ombro dele. Tudo tinha que ser uma batalha constante?

— Só receio que talvez a gente não tenha tentado olhar para outro ponto da história. Ficamos tão focados nos nossos anseios e problemas que esquecemos de pensar pelo outro lado da moeda. Não quero que isso venha a se repetir. Precisamos pensar com mais clareza daqui em diante.

— Não pense que todas aquelas provocações e atitudes agressivas, especialmente de mamãe, foi tudo uma invenção da nossa cabeça por que não foi. Mas concordo que agora é o momento de união. Deixemos o passado pra trás e tentemos seguir em paz.

Era o que mais queria. Não tínhamos outra alternativa também. Até posso dizer que aprendi de vez a ser da realeza a partir desse momento. Ok. Eu sei que você pode estar se perguntando: “Tá? O que foram esses mais dez anos, então?”. O livro poderia ter começado por aqui? Não poderia. Por que também o que seria de mim ou de nós dois, Carlisle e eu, sem toda a bagagem que construirmos? Era necessário apenas deixar a impulsividade e utopia um tanto de lado e pensar mais friamente.

Primeiro de tudo, sempre estivemos essencialmente em todos os tabloides e palco para quase todas as notícias sobre a família real. Sendo verdadeiras ou não, isso quebrava a nossa liberdade e formava, muitas vezes uma carapaça que não era necessariamente a que representávamos. Nesse tempo todo formos um joguete para as intenções alheias. Éramos necessários quando convinha. Então, comecei a perceber que a gente também podia manipular a mídia. Deixar vazar apenas o que queríamos, o que representava 5% de nossas vidas. Deixarmos sermos flagrados de vez em quando, ao mesmo tempo que selecionávamos apenas o que nos agradava para estar em circulação. Ou seja, o casal equilibrado, a família margarina, o exemplo para o futuro.

Como isso se dava? Era hilário! Carlisle e eu muitas vezes fazíamos testes com o nosso séquito da nobreza que estava a nossa volta nos eventos sociais da corte, que naquele momento eram quase infindáveis. No nosso quarto antes de darmos as caras, inventávamos uma coisa ou outra para ser dita aos sussurros, algumas verdades e outras nem tanto. Era divertido saber o que iria aparecer nos jornais nos dias seguintes. Sentávamos todas as manhãs para tomar o café e gargalhávamos ao ler as notícias. Isso nos divertia, mas nos deixava ligados para mais tarde selecionar apenas aqueles que podíamos realmente confiar. Ao longo desse tempo, formos desconstruindo aquela noção infantil que a gente tinha sob o mundo em nossa volta.

Carlisle e eu nunca estivemos tão juntos como naquele momento. Éramos um casal e também uma ótima dupla. Antes que quisessem me por em segundo plano, ele já dizia: “não existe o príncipe herdeiro, sem a sua duquesa.”. Assim seguimos construindo a nossa própria narrativa, desbravando caminhos e fazendo tudo do jeito que queríamos com muito trabalho.

Confesso que até gostei. Na verdade, até demais. Eu descobri uma Esme diferente, uma que gostava de mexer com os pauzinhos. Passei a me sentir forte como nunca antes e isso me motivou muito a crescer profissionalmente também. Eu não queria que ninguém me diminuísse. Eu podia muito bem exercer qualquer função que me encarregassem. Passei a estudar várias línguas. Fiz um curso de política social e pública. Contratei um fonoaudiólogo para melhorar o meu modo de falar e um psicólogo para tratar as minhas inseguranças. Eu estava determinada a ser a futura rainha perfeita! Andando bem, me vestindo ainda melhor e sendo firme nas decisões. Era o foco e a minha principal ambição. Fiquei seduzida pelo que eu podia me transformar.

Até porque aquele momento não era apenas de transição, mas de transformação. Os anos 90 foram agitados, todos estavam em busca de mudanças para o novo milênio. A cada tecnologia que aparecia, mais tornava as pessoas viciadas no atual, o velho era antiquado. Tal como a monarquia. Esse era o discurso do governo eleito ao ministério. Era pauta para o partido trabalhador e mais do que nunca tínhamos que pôr a camisa e evitar conflitos. Éramos uma família real e tínhamos que lutar pelo que representávamos.

O problema foi a nossa própria distração. Trabalhamos tanto, focamos tanto na imagem que queríamos construir, nos nossos objetivos que esquecemos daqueles que estavam debaixo do nosso nariz.

Um desafio para mim e para Carlisle era nos aproximar da juventude daquele momento, principalmente nos aproximarmos deles. Eram jovens tão descompromissados, dependentes de tudo, mas ao mesmo tempo não queriam nada. Tão diferente do que tínhamos sido. Ora, quando temos mais de 40 fica difícil olhar pra trás.

Os jovens eram republicanos. Não porque achavam mais democrático, eles nem ao menos sabiam o que aquilo significava, eram apenas peças utilizadas para a luta de uma ideologia. Bebiam demais, se drogavam, consumiam e pouco procuravam um futuro. As estatísticas mostravam uma geração perdida que tínhamos que olhar com mais afinco. Acontece que o nosso erro não foi olhar para os nossos próprios filhos e não perceber que eles estavam se configurando a própria imagem de sua geração. Quando percebemos já era tarde demais. A tempestade já estava formada.

Mais uma vez fica o conflito. Trabalho? Poder? Figuras Públicas? Pais? Conjugues? Como ser tudo isso de uma vez. Como segurar o mundo em quatro mãos?

Se pudesse voltar no tempo, com certeza eu voltaria e saberia bem qual seria a resposta. COMENTEM POR FAVOR!


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