O acordo Dramione escrita por Aline Lupin


Capítulo 2
Capítulo 2




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Uma semana passou sem novidades. A não ser pelas exigências do senhor Lewis. Ele havia pedido dessa vez biscoitos.

— Biscoitos, senhor? – ela perguntou, tentando não pensar em mil formas de assassiná-lo ali mesmo.

— É biscoitos, sabe? – ele respondeu, tomando um gole do café, fazendo uma careta – Está muito forte, senhorita Granger. Você poderia usar menos pó, na próxima vez? Ah, os biscoitos precisam ser amanteigados. Pode comprar no Beco Diagonal. Se puder ir hoje mesmo. Pegue o dinheiro com Imelda. Ela é tão prestativa.

E voltou a ler seus documentos. Quase que Hermione disse que poderia acrescer uma colher de chumbinho ao passar o café. Assim, ninguém mais teria que ver o senhor Lewis.

Ela saiu da sala, tentando não bater à porta atrás de si. Mas, é claro, ela não precisava batê-la. A porta simplesmente se abria e fechava sozinha. Foi até a senhora Beachump, explicando a situação, tentando não explodir.

— Ah, claro. Aqui está. É melhor aparatar até lá. Demore o tempo que precisar – ela piscou para Hermione, deixando com ela uma bolsinha de couro.

Hermione saiu do departamento, soltando resmungos. Todos que estavam em volta poderiam juraria que fumaça saia de seus ouvidos, pela raiva que sentia. Ela rumou para fora do Ministério, aparatando em seguida, já que em um órgão governamental, não poderia aparatar ou desaparatar. Apareceu em frente ao Caldeirão Furado e usou o local para fazer a passagem para o Beco Diagonal. Não sem antes cumprimentar Tom, o dono da taverna. Ele e seu sorriso de dentes podres a deixavam arrepiada, mas ele era simpático.

Em seguida, passou pela passagem de pedras, adentrando o beco diagonal. O local estava vazio pelo horário. Ainda eram nove horas da manhã. Procurou a loja indicada pela senhora Beachump para comprar os biscoitos e escutou um estrondo. O chão tremeu sobre seus pés. E pelas barbas de Merlin, havia um dragão ali. Quase era como se estivesse vendo um filme dela mesma saindo do banco Gringotes, montada em um dragão, acompanhada de Rony e Harry. O que aquele dragão fazia ali?

— Um rabo córneo – ela sussurrou.

— Sim, exatamente – alguém falou ao lado dela.

Havia um rapaz de cabelos loiros, encaracolados, vestindo roupas que deveriam pertencer ao seu bisavô. Usava casaca preta, colete de brocado verde, calças de montaria bege e botas hessian.

— Sou Bartolomeu Corbyn – ele disse, sem que Hermione pedisse – Estou atrás dessa criatura há bom tempo. Fugiu de um cativeiro.

Havia algumas pessoas no local, tentando conter a criatura. Com certeza, faziam parte do Ministério.

— O senhor doma dragões? - ela perguntou, curiosa.

— Na verdade, eu tenho o lugar ideal para eles viverem – Corbyn respondeu, com um sorriso contente, apontando para a maleta – Assim como a família Scamander, também protejo os animais. Até mais ver, senhorita.

Ele se afastou, indo em direção a confusão. Havia várias pessoas nas ruas, assustadas. Alguns exclamando e gesticulado para o dragão que soltava fogo pela boca, balançando suas asas com e o rabo, que destruía as lojas do local.

Hermione deu um passo para trás, pensando em voltar, mas esbarrou em alguém, de costas.

— Me desculpe – ela pediu.

— Agora estamos na fase das desculpas. Isso parece promissor.

Ela se virou para trás, vendo Malfoy, empunhando uma varinha.

— O que faz aqui? Está me seguindo? – ela reclamou.

Ele lhe deu um sorriso cínico.

— Não costumo perseguir ninguém, Granger. Talvez, você seja a perseguidora aqui. Eu trabalho no ministério. Sou agente de campo.

— Não pode ser – ela murmurou, quase sem voz. E desiludida. Ele estava ali fora, para ajudar a conter criaturas mágicas e ela ficava o dia todo no departamento arquivando.

— Ossos do ofício – ele disse, dando de ombros e se afastando dela.

Depois de muito estrago, a criatura foi contida pelos agentes do Ministério. Hermione olhava de longe, sentindo-se impotente. Até mesmo Malfoy tinha um cargo interessante, enquanto ela não fazia absolutamente nada de relevante.

Voltou para o Ministério sem biscoitos e avisou a senhora Beachump sobre o ocorrido. O senhor Lewis já estava do lado de fora da sala, entusiasmado por saber que um dragão estava em Londres, esquecendo totalmente do que tinha pedido a ela. Ele apenas pediu que ela lhe contasse em detalhes o que viu.

Logo o departamento se encheu de pessoas. Os agentes de campo, incluindo Malfoy e o senhor Corbyn.

— Sou a pessoa mais indicada para ficar com dragão – ele parecia estar em uma discussão ferrenha com um dos agentes.

— O que ele ainda faz aqui? – Malfoy resmungou.

Hermione, que estava ao lado de um senhor Lewis muito feliz, observou toda a confusão. Lewis entrou no meio, falando com o senhor Corbyn. Tentava argumentar de todas as maneiras possíveis que Corbyn deveria ter uma licença para criar dragões e que aquele espécime seria levado a Romênia, para ser tratada pelos criadores de dragões.

— Isso é um absurdo! Eu sou o mais indicado. Fui aprendiz de Newt Scamander...

— Veja bem, senhor. Não podemos liberá-lo a cuidar de uma criatura dessa. É ilegal...- Lewis argumentava com paciência.

Hermione notou que deveria tomar nota do que houve com os agentes. Se aproximou de alguns, mas seus colegas já estavam fazendo isso. Quase esbarrou em Malfoy, que a fitou com um ar petulante. Não queria ficar perto dele.

— Não vai tomar notas, senhorita Granger? – ele alfinetou.

— Não, já que estava lá e meus colegas já estão fazendo isso – ela retrucou, sem olhá-lo.

Foi para a própria mesa, juntando a papelada para arquivar. Ele a seguiu com os olhos, de forma enervante. Se pudesse, apagaria com aquele sorrisinho prepotente. Equilibrou os documentos, usando a varinha e seguiu adiante, para fora da confusão que era o departamento.

Seguiu para a sala de arquivos e escutou passos atrás de si. Olhou para trás e viu Malfoy. Tentou não entrar em pânico, porque ele poderia estar de saída. Entrou na sala de arquivos e seguiu adiante. Ele estava atrás de lá, quando olhou para trás.

Arquivou todos os documentos, no andar de baixo. Ele estava no andar de cima, olhando para ela. Como se esperasse que ela saísse. Ela segurou a varinha com força, sentindo o coração disparado. Seguiu pelas escadas e encontrou no andar de cima, barrando a sua saída.

— Precisamos conversar sobre o que você fez – ele disse, em tom ameaçador.

— O que eu fiz mesmo? Não me recordo – ela provocou.

— Não se faça de ingênua, Granger. O que fez comigo não vai ficar impune – ele rosnou.

Ela apertou a varinha com força. Poderia azara-lo, para tirá-lo do caminho. Mas, será que isso não repercutiria negativamente para ela?

— Ah, é mesmo? E o que você fez contra nós na guerra? E o que você fez a vida inteira, me chamando de sangue ruim?

A expressão dele esmoreceu. Estava mais pálido do que era. Logo um sorriso convencido estampou seu rosto aristocrático.

— Acha mesmo que me importo com isso, Granger? Você se meteu no meu caminho, agora vai pagar caro.

Ele levantou a varinha, mas ela foi mais rápida:

— Expelliarmus!

O efeito do feitiço foi mais forte do que esperava. Ele voou longe, batendo contra o chão. Ela tampou a boca, assustada. Foi até ele, se agachando ao seu lado, tocando-o onde podia. Nas costas, no peito, no braço.

— Eu sinto muito. Sinto muito.

— Tá, sai de cima de mim – ele a empurrou.

Ela ficou de pé, apavorada pelo que fez. Naquele momento, sua vida estava nas mãos dele. Ele se levantou em seguida, com uma careta de dor.

— O que você...você vai fazer? – ela gaguejou.

— O que eu vou fazer? – ele indagou, confuso, passado a mão pelo maxilar – Ah sim – Os olhos dele brilharam – Ah, sim. Vou garantir que você seja demitida.

— Você não pode fazer isso. Você iria me atacar primeiro.

— Eu não fiz menção de fazer isso. Nem tocar em um fio do seu cabelo, Granger – ele revidou, de forma irônica – Mas, você, por outro lado, me machucou. Vai receber o castigo merecido.

— Por favor, não faça isso – ela pediu, agarrando a manga do paletó dele.

Ele a fitou, olhando-a de cima a baixo. Puxou o braço, como se ela o tivesse sujado. Então, analisou-a atentamente.

— Quer saber, acho que não vou fazer isso – ele disse, com um sorriso maligno.

— E...e o que pretende fazer? – ela gaguejou, tentando antecipar o que ele faria.

— Que tal, você fazer tudo o que eu mandar?


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