O acordo Dramione escrita por Aline Lupin


Capítulo 15
Capítulo 15




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O final do expediente demorou para chegar. Hermione estava ansiosa para sair porta a fora e sumir. Não conseguia trabalhar direito. Depois do seu encontro com Malfoy dentro do elevador, parecia que alguns neurônios queimaram. Ela se sentia lenta, tola e ofegante. Era uma droga que seu corpo não a obedecesse. Reviu a cena em sua cabeça, tentando lembrar de Malfoy pronunciou algum encantamento para deixa-la assim, mas nada. Será possível que seu corpo traidor estava ansiando por ele? Se fosse esse o caso, era melhor ficar longe. Nada de bom sairia disso. Ele era um trasgo, grosseirão e além do mais, ela nem gostava dele.

Quando conseguiu sair do escritório, depois de deixar uma documentação sobre o tratado dos duendes com Ministério na mesa de Lewis, ela correu para o elevador lotado, sendo prensada, como se estivesse em uma lata de sardinha. Mary não estava lá. Havia saído mais cedo. David, no entanto, não parava de falar e perguntou se ela queria ir com ele no jogo daquela noite. Ao que parecia, metade das pessoas do elevador iriam no jogo, pois estavam comentando sobre o Harpias de Holyhead. E jogaria contra a Bulgária. Seria entre a fronteira da Inglaterra e da Escócia. Um local ermo, que fora utilizado para camuflar com magia para montar um campo de Quadribol.

Hermione então, decidiu que iria junto com David, afinal, não queria ir sozinha. E ficou ansiosa, pensando que poderia ver Viktor aquela noite. Fazia meses que não trocavam sequer uma carta, mas mesmo assim, pensar no jogador a deixava ansiosa. Não que estivesse apaixonada por ele, mas ele seu primeiro namorado.

Ao sair do elevador, David e Hermione seguiram pelo saguão lotado, procurando uma lareira vazia, o que parecia ser impossível naquele final de tarde.

— Você sabe o que houve com Mary, Hermione? – David perguntou, sem olha-la. Ele era alto demais. Tinha quase dois metros de altura.

— Não, por que? – ela desconversou. Ele nem deveria saber o erro fatal que sua colega cometeu.

— Nada...eu só...ela parecia chorosa – ele comentou, parecendo preocupado – Eu gosto dela, sabe? Ela sempre é tão atenciosa...quero dizer, quando entrei no departamento, eu não sabia fazer nada...você sabe...

Ele passou a mão pela nuca, parecendo envergonhado. Ela notou as bochechas corando. Como Mary não notara que David gostava dela? Pobre David. Se soubesse que ela tentou enfeitiçar Malfoy, ficaria arrasado.

— Granger!

A voz inconfundível de Malfoy ecoou. Ele passava por um mar de bruxos, que lotavam o corredor. Não era tão alto quanto David, mas conseguia ser notado. Ainda mais devido aos cabelos platinados.

— Ah, santo Deus – Hermione passou a mão pelo rosto, pensando em uma maneira de se livrar dele – David, será que consegue uma lareira para nós?

— Acho meio difícil agora – David foi sincero – Mas, o que foi? Tá passando mal?

Ela queria dizer que seu mal estar tinha nome e sobrenome, mas nem precisou responder. Malfoy os alcançou em segundos. Estava com um ar indiferente, como se não tivesse a assedio no elevador. Bom, agora ela tinha uma carta na manga. Se ele queria ameaça-la, ela devolveria de volta o favor.

— Granger, o Ministro quer uma resposta sua, quanto ao cargo – Malfoy disse – Ele está aguardando que você aceite. Mas, você sabe minha opinião.

— E você veio até aqui para me entregar esse recado? Que atencioso.

David riu, de forma estrangulada. Malfoy a encarou com esgar.

— Estamos voltando novamente as sutilezas, Granger? – ele alfinetou, com ironia – Bom, se você quer agir dessa maneira, eu posso lhe dizer uma ou duas coisas sobre fazer parte do time dos aurores. Você não vai aguentar e ainda vai reclamar quando tiver que sair em missão várias vezes no mês. Estou lhe fazendo um favor em esclarecer isso.

— Ah muito obrigada, Malfoy. Que atencioso – ela ironizou. Ele a fulminou com o olhar, mas se calou.

— Hermione, acho que é nossa vez – David disse, parecendo entender o clima de hostilidade entre os colegas, pois havia ficado calado, sem rir – Quer ir para qual lugar, para usar o portal?

— Vamos parar em uma taverna mais próxima. Tem uma perto de Yorkshire, onde podemos parar. Depois, caminhamos um pouco e usamos o portal.

— Ok.

Ela se aproximou da lareira e entrou, usando o pó de flu e falou o nome da taverna.

— Robin Hood – ela jogou o pó de flu no chão e o mundo girou em cinzas, deformando o espaço ao redor, em um redemoinho.

Saiu da lareira, tossindo e limpando as vestes, sacudindo o vestido, com saia tule. Estava coberta de fuligem, como sempre. Olhou ao redor da taverna, vendo o local lotado por bruxos. Saiu da lareira, para o caso de David vir em seguida. O que não demorou muito. A chama verde se acendeu e revelou seu colega de trabalho, igualmente coberto de pó.

— Detesto...coff...essas lareiras – ele disse, tossindo.

Ela usou um feitiço para limpar as roupas e notou que David não iria fazer isso consigo mesmo, depois que saíram da taverna. David havia pegado uma cerveja e cantarolava baixinho. Andaram pelo prado verde e seguiram para uma floresta de coníferas, ao sul.

— David, não quer que eu o ajude a limpar suas vestes? – ela se ofereceu, assim como fazia com Harry, quando precisava consertar seus óculos.

— Ah, não precisa de incomodar – David respondeu, parecendo grato – Estou acostumado com isso.

E realmente, ele parecia mesmo acostumado. Sempre que aparecia no departamento, estava coberto de fuligem. Eles caminharam mais um pouco, em silêncio, passando por entre a trilha, quando alcançaram uma clareira.

— É aqui – Hermione disse – Agora são exatamente 18h30 – consultou o relógio de pulso – Quase que não dá tempo.

Ela tirou a chave enferrujada do bolso. David já tinha a própria chave do portal. Um sapato velho. Então, o mundo girou de forma desconfortável, deixando-a sentir uma sensação de frio na barriga e vertigem. Parecia estar mergulhada dentro de um ciclone, mas tentou firmar os pés, para deslizar, ao invés de cair direto no chão. A força centrípeta do portal quase não permitia que ela se movesse de forma adequada, puxando-a para o centro do vórtice.

Logo, o portal a expulsou para fora do redemoinhou, mas ela conseguiu deslizar de forma mais suave possível, atingindo o chão. David apareceu em seguida, caindo de joelhos. Ele riu, parecendo achar divertido aquilo.

Estavam em um campo aberto, mas devido ao escuro, Hermione não enxergava meio palmo e não sabia onde estava o campo de Quadribol. Ela usou a varinha para iluminar o local e logo notou uma movimentação de pessoas. Bruxos, com certeza, pois vestiam camisas do time da Bulgária e da Harpias de Holyhead.

Ajudou David a se levantar e os dois seguiram o fluxo de torcedores, que usavam cornetas e cantavam o hino dos times. Todos pareciam muito felizes e não havia hostilidade entre os torcedores. O que era bastante incomum para ela, que sempre ouvia no mundo trouxa a hostilidade que havia entre os torcedores de times de futebol. Os chamados hooligans.

Logo, ela divisou luzes e o acampamento de Quadribol ao longe. O local era imenso, com arquibancadas altas. Eles seguiram por uma escada, que os guiava para seus lugares. Procurou algum sinal de Rony ou Harry, mas não os encontrou. As arquibancadas ali eram mistas, o que significava que os torcedores dos dois times estavam juntos, sem separação. Ela torceu para que não houvesse algum ato de violência no local, mas ao que parecia, tudo ficaria calmo, a não ser por bêbados inconvenientes e cornetas irritantes.

Hermione sentou em um banco, ao lado de David e esperou. Os times estavam no campo, no chão ainda, sem estar montados em suas vassouras. Havia um juízo no campo e os capitães de cada líder se cumprimentaram. Hermione tirou da bolsa deu binóculos, vendo os cabelos flamejantes de Gina, segurando uma vassoura. E mirou seus binóculos, despretensiosa, para o time da Bulgária. Viktor estava ali. Era o capitão do time. Ela engoliu a seco, desviando o binóculo, observando as arquibancadas. Ajustou o raio de alcance da lente e pode ver Harry e Rony ao lado do Ministro, Kinglsey. Os traidores nem a convidaram. É claro. Pareciam tê-la esquecido. E passou os binóculos, para ver mais rostos conhecidos. Gui e Fleur, além de George. Ao que parecia, a família Weasley veio prestigiar Gina jogar, como artilheira. Então, seus binóculos captou uma movimentação. Cabelos platinados. Ajustou mais um pouco a lenta. Blazer azul marinho. Mirou o rosto, reconhecendo Malfoy, que parecia procurar algum banco vazio. Ela baixou o binóculo, irritada. O que ele fazia ali?

— Ei, vou pegar uma bebida pra gente. Quer? – David perguntou.

— Trás um refrigerante, por favor – Hermione pediu.

David saiu do seu lugar e Hermione apoiou a bolsa de couro sobre o lugar. Continuou usando o binóculo, adorando ver e não ser pega fazendo isso. Todos faziam igual, também, mas ninguém precisava saber que ela estava olhando para Viktor Krum, em campo. Nos telhões posicionados no alto, era possível ver os rostos de cada jogador. E eles cantaram o hino. Primeiro foi a Bulgária, depois Harpias de Holyhead. Então, o Ministro fez um discurso, tendo seu rosto exibido no telão e logo começou a partida. David ainda não havia voltado, quando a primeira goles entrou em um dos aros do time das Harpias. Hermione xingou, sem perceber. Não queria que sua amiga perdesse.

— Vai Gina!

Nem percebeu que alguém sentou ao lado dela, deixando sua bolsa no colo. Imaginou ser David, mas não olhou, pois estava usando o binóculo e torcendo de forma furiosa, assim como os torcedores em volta.

— David, me passa o refrigerante – ela pediu, sem olha-lo.

— Eu passaria, mas não sou David – Aquela voz era irônica. E foi um balde de água fria para ela.

Girou a cabeça para o lado, se tirar o binóculo. A visão estava desfocada. Ela sabia que era Malfoy. Mas, o que ele queria?

— Você fica engraçada com isso no rosto – escutou a voz debochada dele.

Ela tirou o binóculo, irritada. Ele estava mais bonito que na parte de manhã. Com os cabelos úmidos e um sorriso insolente.

— Mas, com mil demônios – ela praguejou – Não tenho paz para ver um jogo de Quadribol?

O sorriso dele aumentou.

— Acho que a resposta é não – ele zombou – Mas, veja, minha companhia não é tão ruim assim, você sabe.

Ela revirou os olhos, voltando seu olhar para o campo. Somente conseguia ver pontos velozes, riscando o campo. Colocou o binóculo, mas conseguindo acompanhar a jogada. Viktor, que era o apanhador, procurava o pomo incessantemente, sendo seguido de perto pelo apanhador do time contrário.

— Você deveria sair. David está sentado nesse lugar – ela disse, sem olha-lo.

— Parece que ele decidiu trocar seu lugar comigo, para ficar perto de Mary.

De repente, ela se sentiu enjoada. Então, ele havia descoberto quem era Mary.

— Ah, não faça essa cara de surpresa – ele brincou, mas seus olhos pareciam duas chamas acesas. Ele estava com raiva, mas ela não ficaria com medo dele. Não mesmo – Você sabia quem era ela, mas resolveu mentir. Eu fico pensando se isso ainda não é uma armadilha sua, apenas para prejudicar. Mas, saiba Granger, que nesse jogo, você não vai vencer.

Ela trincou o maxilar.

— Sai daqui, ou te jogo dessa arquibancada – ela ameaçou.

Ele riu, sem humor, aproximando o rosto do dela. Ela se esquivou, assustada.

— Você não vai, eu sei que não. Não no meio de uma multidão de testemunhas – ele riu, então, passando a mão pelas madeixas úmidas – Mas, sabe, já que não tenho como provar nada, afinal, Mary jura que é inocente – Hermione abriu a boca para protestar, mas Malfoy colocou o dedo sobre a boca dela. Ela teria mordido, mas seus olhos a paralisaram. Eram profundamente sérios – Deixe-me terminar Granger. Se foi você ou não...

— Não...fui eu! – ela protestou, se afastando.

— Eu não sei se acredito – ele riu, com humor, colocando o braço sobre o ombro dela, que retesou – E já que não sei qual das duas é a culpada, o que não me permite mover uma ação legal contra vocês, eu vou torturar você – Ele estalou um beijo em sua bochecha.

Hermione o empurrou, passando a mão pelo rosto, irritada.

— Você está passando dos limites, Malfoy. Sou eu que vou mover uma ação legal contra você – ela rosnou.

O barulho nas arquibancadas era tão intenso, que ela não sabia se ele a ouviu. Mas, pelo olhar dele, debochado, ele parecia ter ouvido.

— Duvido que alguém acredite em você, já que o nosso departamento nos viu e todos estão especulando um possível relacionamento entre nós – ele piscou para ela, pegando algo dentro do bolso do blazer. Era um binóculo – Bom, agora que tal assistirmos o jogo, namorada?

Ela rangeu os dentes, se afastando ao abraço dele e mal conseguiu prestar a atenção nos jogadores. Harpias estava perdendo. Conseguiu acertar a goles nos arcos do time rival apenas vinte vezes, enquanto que Bulgária estava na frente com 40 pontos. E Krum parecia estar na dianteira do apanhador do time rival, pois havia conseguido localizar o pomo. O radialista narrava cada jogada, como se os times estivessem em guerra um com o outro. E não era para menos. Alguns jogadores foram derrubados de suas vassouras, caindo há mais de 50 metros do chão.

Hermione, pensando que as investidas de Malfoy terminaram, relaxou os músculos e aproveitou para torcer para Gina, que conseguiu mais pontos para seu time. O jogo estava empatado, mas somente terminaria quando um dos apanhadores capturasse o pomo de ouro.

— Que graça você gritando para sua amiga - E lá estava, Malfoy não havia desistido, agarrando uma das mãos livres dela, entrelaçando seus dedos. Ela puxou, com raiva - Não precisa me afastar assim, docinho.

Ela afastou o binóculo, fulminando-o.

— O que é que você quer? - indagou, furiosa. Mas, isso só arrancou um sorriso enorme dele.

— Isso - ele respondeu, beijando o canto dos lábios dela, se afastando. Ele sorria de forma maliciosa e parecia satisfeito consigo mesmo.

Ela queria arrancar seu sorriso de satisfação. Teria acertado um soco nele, ali mesmo, em frente há várias pessoas, mas o grito da torcida foi ensurdecedor. Alguém pegará o pomo. Ela usou o binóculo para ver, mas não precisava. Krum o havia apanhado e aparecia no telão. Ele estava muito bonito, com a barba por fazer, cabelo raspado e um sorriso vitorioso. Ela sorriu, mesmo que não devesse, afinal o time da sua amiga havia perdido.

Hermione se levantou, então, apressada. Para chegar aonde queria, levaria um tempo. Primeiro, queria ver Gina, depois Viktor. Nem deveria tentar, mas eles eram amigos, afinal.

— Aonde você vai? - Malfoy perguntou, atrás dela.

Tentava desviar do mar de pessoas, indo em contrafluxo. Sentiu alguém agarrar sua mão.

— Granger, cuidado - Malfoy se colocava a ela agora - Você pode se machucar.

— Como se você se preocupasse com isso - ela zombou - E quer me soltar.

— Não posso. Você é minha única opção para voltar para casa.

Ela bufou, irritada.

— Quando é que vai pedir, por favor?

— Por favor - ele pediu, em tom brincalhão - Você é tão boa em aparatação. Não sei o que faria sem você.

Ela engasgou, rindo. Aquele era mesmo Malfoy ou tinha batido forte com a cabeça e se esquecido que se odiavam. Continuaram andando, ou tentando andar, para sair das arquibancadas em silêncio.

— Você vai me ajudar? - Malfoy insistiu.

— Você vai parar de me assediar? Se não, esquece sua carona.

— Eu vou. Mas, se você queria tirar uma casquinha de mim, Granger, não precisava recorrer a uma poção.

— Eu já disse que não fui eu - ela se indignou. E então, percebeu o que ele disse - Espera um pouco, você está flertando comigo?

— Eu? - ele perguntou - Claro que não.

Ela teria procurado uma resposta para rebater, mas não conseguiu encontrá-la. Ele não soltou sua mão, no entanto. O que estava acontecendo com os dois?

— Sabe, se você quer uma amiga - ela disse, aumentando o tom da voz, pois o barulho da multidão atrapalhava - É só pedir. Eu sei que você disse que não éramos amigos, mas eu sei que você precisa disso...

— O que? Não entendi - ele realmente não parecia ter ouvido - Vamos sair daqui.

Ela o puxou e o mais interessante, ele não soltou a mão dela. Hermione tentou não pensar no contato íntimo, nem no toque quente da mão dele. Tão macio. Será que ele usava creme hidratante?

Quando conseguiram descer as escadas, foi que ele a avistou. Viktor Krum. Ele estava no gramado, em uma coletiva de imprensa. Os olhos deles se encontraram. Ela sentiu-se ruborizar. O jogador tinha uma beleza exótica e impossível de não ser notada.

Quando chegaram no gramado, ela soltou a mão de Malfoy.

— Espera um pouco aqui, vou cumprimentar algumas pessoas.

— Não vou esperar aqui - ele retrucou, mal humorado - Você com certeza vai sumir e eu vou voltar como para casa?

Ela revirou os olhos. Como Malfoy podia ser tão insuportável?

— Então vamos juntos. Mas, não reclama.

— Isso eu não posso garantir - ele brincou.

— Sabe, até que você não é insuportável - ela zombou, enquanto procurava Gina na multidão que se formava no gramado.

— Isso foi um elogio? Por que é péssimo - ele falou no mesmo tom - Quem você está procurando?

— Minha amiga, Gina. Está vendo ela em algum lugar?

— Não, mas vai ser impossível acha-la aqui. Que tal irmos pra casa?

— Não até eu encontrá-la.

Ela pensou ter escutado ele resmungar, mas não deu atenção. O que mais a irritava era que ele andava quase colado nela. Tanto que algumas vezes, os dois trombavam.

— Granger, para de pisar no meu pé.

— Você que está colado em mim, se afasta.

— Se eu me afastar, você vai desaparecer por aqui. Você que não é tão alta.

Ela riu, sem humor. Então, seus olhos encontraram os dele de novo. Viktor estava perto agora.

— Hermioni-ni.

A voz dele era grave e ele vinha na direção dela, desviando de um jornalista ansioso. Ela sentiu-se nervosa. Fazia muito tempo que não o via. Nem imaginava que ele se daria o trabalho de vir atrás dela.

Krum sorriu para ela assim que se encontraram. Ele a tirou do chão, abraçando-a com força. E a tirou dali, sem o menor esforço, se afastando da multidão. Estavam em um local vip, rodeado por seguranças. Ao que parecia, Malfoy ficaria de fora disso. E ela conteve o riso.

— Viktor, que jogo maravilhoso - ela o elogiou.

Ele sorriu para ela, tímido.

— Me esforrcei muito, mas o time da sua amiga é muito bom.

Ela se surpreendeu por ele se lembrar de Gina.

— Você ainda lembra da Gina?

— Clarro. Foi um ano difícil para esquerrcer em Hagwarrts - então, ele pigarreou — Non querro que pense que gosto dela, porrque non é assim...

Ele estava vermelho, envergonhado. Ela sorriu.

— Eu entendi. É claro e não dá pra esquecer o que aconteceu em Hogwarts.

O silêncio então pairou sobre eles. Era sempre assim que as conversas deles acabavam. E ela tinha dificuldade de preencher os vazios e hiatos. Krum não era um homem de falar, mas de agir.

— Herrmioni-ni — ele interrompeu o silêncio - Eu iria escrreverr parra você. Mas, que bom que veio. Querro convidá-la parra um jantar.

— Oh - ela ficou sem fala.

— Granger, vai demorar aí? Achei a Weasley.

Malfoy estava perto, não passando do limite da área vip.

— O que ele faz aqui? - Krum perguntou, em tom de raiva.

— Ele é meu colega de trabalho - ela se apressou em dizer. Viktor a fitou incrédulo - Eu sei, é difícil acreditar, mas...

— Granger - Malfoy a chamou de novo.

— Querr que eu me livrre dele? - Viktor se dispôs - Afinal, ele semprre a trratou mal.

— Não é necessário, mas preciso ir.

— E o jantarr? - ele perguntou, enquanto ela se afastava.

— Eu aceito. Eu escrevo para você.

Ela se virou, encontrando um Malfoy impaciente, com os braços cruzados.

— Já acabou? A Weasley está do outro lado do campo e quero ir embora.

Hermione revirou os olhos, dando as costas para ele.

— O que o cara de buldogue teria com você? - ele perguntou, em tom irônico.

Ela não respondeu. Daria o tratamento do silêncio a ele.

— Não vai responder? - ela mordiscou os lábios, contendo o riso - Tá bom. Você quer fazer desse jeito, então vamos fazer do seu jeito.

Ele agarrou a mão dela, dessa vez, liderando o caminho.

— Malfoy, o que está fazendo?

Ele ficou quieto e ela tentou soltar a mão, mas ele segurou com mais força.

— Você é louco, sabia? - ela zombou.

Isso o fez rir.

— Já me chamaram de coisas bem piores.

Eles seguiram até Gina, em silêncio. Hermione não tentou soltar mais sua mão. Até que estava se divertindo com toda aquela situação.


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