O acordo Dramione escrita por Aline Lupin


Capítulo 12
Capítulo 12




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808859/chapter/12

Eles aparataram em frente ao Largo Grimmauld. Talvez, ali conseguisse preparar uma poção para reverter os efeitos da poção do amor. Ela só precisava ver se tinha os ingredientes em casa. Esperava que sim. Ela tinha alguns ingredientes estocados, para outras finalidades, como para poção de esfriado, anticoncepcional, para os cabelos, para dor de dente, para dor de estomago, dor de cabeça, entre outras. Esperava que encontrasse alguma coisa em seu estoque que a ajudasse a tirar Malfoy daquele estado apaixonado e louco. Pois, ele não parava de murmurar palavras doces em seu ouvido. Ela sentia o estomago se retorcer. Tanto pelo remorso quanto pelo medo de que quando ele acordasse disso, estaria furioso. E ela queria estar bem longe dele e da sua irá.

— Você me trouxe para sua casa, docinho? – ele perguntou, parecendo satisfeito – O que pensa em fazer ai?

Ela revirou os olhos. O tom dele era malicioso, como se mal esperasse para tê-la em seus braços de forma muito intima.

— Vamos encontrar uma poção que preciso – E ela desejava que tivesse. Ou teria que fazer outra coisa com ele.

Eles entraram na casa, passando pelo corredor cheio de quadros. O reconhecimento de Malfoy foi imediato.

— Sabe, nunca imaginei que entraria aqui de novo – ele disse, soltando a mão dela e parando para fitar os quadros. Alguns eram de paisagens, outro dos ancestrais Black. Alguns dormiam, outros o fitaram assombrados. Outros diziam que conheciam um Malfoy, mesmo que não tivessem visto por séculos um entrando por aquelas portas.

Hermione notou o quanto ele parecia curioso com a casa e o deixou sozinho, para subir ao seu quarto, no segundo andar. Quase tropeçou nos degraus de madeira, mas estava ansiosa para preparar a poção e resolver seu problema maior. Malfoy apaixonado era um grande problema.

Enquanto buscava em seu baú ingredientes e seu livro de poções avançados, escutou o chão de madeira ranger. Olhou para cima, vendo Malfoy no arco de entrada do quarto, com os braços cruzados, estranhamente atraente com o sobretudo que descia até seus joelhos. Ela segurava o livro com força, sentindo a respiração presa na garganta. Ele realmente era bonito demais para seu próprio bem. Se fosse uma pessoa ruim, iria se aproveitar disso, apenas para sentir mais uma vez o gosto dos seus lábios. Mas, não poderia fazer isso. Não se aproveitaria de uma pessoa em estado vulnerável.

— O que está fazendo? – ele perguntou, em tom lento e sensual – Não pensei que viesse para seu quarto...pensei que conversaríamos apenas.

Péssima ideia ter subido para o quarto. Ele entrava no quarto, tirando o sobretudo, deixando-o sobre a cama dela, deixando entrever seu colete e camisa branca.  Tinha um olhar predatório. Ela se levantou, segurando o livro com força.

— Eu não o chamei para isso, Malfoy – ela tentou falar um tom calmo – Eu estou procurando alguns ingredientes, para uma...uma poção.

As sobrancelhas claras dele se arquearam. Mas, seu sorriso era malicioso. Se aproximou dela rapidamente, tirando o livro de suas mãos, deixando o sobre a cama.

— Por que não fazemos isso depois? Aposto que consigo ajuda-la com isso – ele então, a puxou para um beijo lento, que a deixou tonta. Segurava sua nuca com uma mão, enquanto a outra segurava sua cintura, aproximando seus corpos de forma muito intima e escandalosa para os padrões dela. Nunca ninguém a beijara assim. Estava quase cedendo, quando se lembrou que ele estava enfeitiçado e que ele a odiaria no dia seguinte. Empurrou-o, com força. Ele a soltou, contrariado.

— Eu não quero nada disso, Malfoy – ela explicou, de forma calma, mesmo que seu coração estivesse batendo com força dentro do peito e sua respiração rasa. Sentia as bochechas queimando – Eu preciso...fazer a poção – E fazer você voltar ao normal, antes que me lance um Avada Kedrava, pensou consigo mesma.

Ele a fitou com um ar divertido então, cruzando os braços sobre o peito.

— Tem certeza que a poção é mais interessante do que eu? – O sorriso dele era um pecado. Como ele poderia ser tão bonito?

Merlin! Ela pensou, passando a mão pelo rosto.

— Viu, nem você quer fazer isso. Por que não admite que se sente atraída por mim?

Ela era, de fato? Não poderia ser. Era apenas carência. Fazia tempos que não era beijada direito. O que era mais irônico, o fato de receber o beijo do seu inimigo número um.

— Eu não sou...atraída por você – ela tentou frisar isso, mas nem ela se convenceu disso.

Voltou-se para a cama, pegando o livro sobre ela. A poção deveria estar ali, descrita, para que ela pudesse fazê-la e depois, se livrar do Malfoy.

— Tem certeza? – ele insistiu, agora, atrás dela, perto demais. Seu hálito tocava sua nuca, enviando arrepios por seu corpo.

— Malfoy! Se afaste – ela disse, entredentes.

— Eu sei que você não quer isso tanto quanto eu – ele a provocou, mas deu um passo atrás para que ela se afastasse da cama.

Ela abriu o livro, sobre o olhar atento dele. Respirou fundo, tentando não se concentrar nos olhos cinzentos nele e na forma como seu olhar percorria todo seu corpo, queimando como brasa. Santo Deus, ela teria sérios problemas, realmente. Como poderia olha-lo de novo, sem pensar naquele incidente? De fato, não poderia mais cruzar com ele, em sua vida, sem se lembrar daquilo. Sem se lembrar do seu beijo e do seu olhar. Focou sua atenção no livro, procurando o antidoto para poção do amor. Lá estava. Ela precisava de alguns ingredientes. Olhou em seu estoque dentro do baú, de agachando. Mas, não tinha tudo que precisava. Suspirou desanimada. Voltou seu olhar para Malfoy, que estava apoiado na coluna da cama, com um olhar curioso, fitando o baú.

— Por que é tão importante a poção? O que você tem? Está mal? Quer que eu faça para você? – ele perguntou, solicito. Nunca escutou qualquer nota de preocupação em sua voz em relação a ela. Aquilo era tão estranho.

— Não é necessário. A não ser que tenha alguns ingredientes em sua casa.

— Depende. O que seria? – Ele perguntou.

Ela se levantou e entregou o livro a ele, sem cerimônia. Ele precisava lembrar que ela não tinha relação com o que estava havendo consigo. Ele leu rapidamente e pareceu confuso.

— Precisava fazer um antidoto para poção do amor?

Ela anuiu com a cabeça, esperando, expectante.

— Eu não tenho esses ingredientes – ele respondeu, devolvendo o livro para ela, que o fechou, frustrada – Mas, por que precisa disso?

— É pra você – ela respondeu, se agachando para guardar o livro e fechou baú, ficando de pé novamente. Ele a fitou com o cenho franzido – Vai, me diga, em algum momento você pensou em mim com amor ou carinho? Já se sentiu atraído por mim?

— Eu não...- ele parecia pensar – Não sei. Sempre a achei bonita. Não posso negar. Mas, você me deixava com raiva. Sinto muito por isso, mas eu sei que te amo agora. E sei que vou ama-la pra sempre.

— Está vendo? Você sentia raiva de mim e estranhamente, está me amando agora? Não é estranho isso acontecer em um dia? – Ela tentou explicar esse fato a ele.

Mas, isso não parecia convence-lo.

— Eu amo você, Hermione. Por que é tão difícil aceitar isso?

O olhar dele era cheio de devoção. Ela quase acreditou. Quase. Mas, revirou os olhos, sobre o olhar atento dele.

— Por que você não vai pra casa e descansa, Malfoy? Amanhã, quem sabe você acorda melhor – ela sugeriu.

Ele a fitou com magoa.

— Tem certeza que me quer longe? – Ele perguntou, se aproximando dela, perto demais, mas sem toca-la. Seu olhar intenso recaiu sobre ela, como se desejasse convence-la do contrário. De que ele a amava e estaria ali para protege-la. Ela sentiu o estomago saltar, de repente – Quer mesmo que eu fique longe?

— É melhor assim. Amanhã você vai me agradecer. Nós nos odiamos. Nunca tivemos apreço um pelo outro.

— Eu não odiei você e nenhum momento – ele esclareceu, com um sorriso – Eu apenas...- ele parecia pensar, então –Eu apenas não suportava sua presença. Mas, agora entendi que era amor. Eu amo você.

Ela sentiu-se enjoada. Não suportava mais ouvir aquilo. Não quando era uma mentira tão doce. Talvez, precisasse de um namorado, urgente, para ficar tão vulnerável com aquelas três palavras tão fortes.

— Que tal eu levar você pra casa? Você não pode aparatar, então, vou te levar e amanhã conversamos. Tudo bem?

Ele não parecia convencido disso. Nem um pouco feliz pela ideia dela.

— Está bem - ele aceitou – Mas, posso lhe dar um beijo de boa noite.

— Não!

— Está bem, está bem – ele suspirou, parecendo triste – Um dia vou fazê-la me amar, Hermione. Quando esse dia chegar, vou fazê-la a mulher mais feliz do mundo.

Ela riu, sem humor. Aquilo estava passando dos limites do aceitável.

**

Depois que o deixou em seu apartamento, descobrindo que ele morava com Camus, mas para sua sorte, o rapaz irritante não estava, ela voltou para casa. Quase que ele a segurava a força ali, tentando beija-la mais uma vez. Mas, ele aceitou de bom grado ficar, para vê-la amanhã, bem cedo, para tomarem café juntos. É claro, aquilo nunca iria acontecer. E ela esperava estar em outro lugar na manhã seguinte. De preferência, longe do alcance dele.

Voltou para casa, subindo para seu quarto, pensando em apenas descansar, mas notou que o casaco de Malfoy estava sobre a cama. Deixou-o sobre a cadeira, sentindo o aroma característico dele. E quase não conseguiu dormir devido ao cheiro do perfume. Era como se ele realmente estivesse ali, a rodeando, a abraçando, de verdade. O que a deixou ainda mais confusa em seus sentimentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O acordo Dramione" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.