Quem matou Alana? escrita por Nara Garcia


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Essa é uma fic meio diferente. É apenas um capítulo cheio de mistério e romance. Espero que gostem! :)



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"... O duque Leroy aproximou-se timidamente de Charlotte e pegou sua mão, levando-a até seus lábios. A bela lady, por quem há tempos era apaixonado secretamente, simplesmente sorriu. Ele então a puxou gentilmente até o centro do sofisticado salão real e a trouxe para mais perto, sussurrando em seu ouvido as mais belas palavras enquanto mexiam seus corpos numa incrível sintonia, como se fossem um só.."

Mac terminou de ler o pequeno trecho do livro e correu seus olhos até Stella, que estava sentada na cadeira em frente a sua mesa.

— Fofo. - comentou ela. - E qual é a história desse livro afinal? 

— William Fletcher deu esse livro de presente a sua namorada, Alana Montgomery, no seu aniversário de 22 anos. 1 ano depois ela foi encontrada morta, segurando esse livro em uma das mãos. 

— Quem a encontrou? 

— O namorado. - respondeu, pondo o livro fechado sobre a mesa. - William foi até a casa dela depois do trabalho. Ele iria convidá-la para jantar. Quando chegou, a encontrou próxima a porta, que por sinal estava entreaberta. 

— Algum sinal de arrombamento? - perguntou a perita curiosa, com suas mãos entrelaçadas sobre a mesa. 

— Não. O assassino bateu na porta e ela a abriu, simples assim. 

— Então ela o conhecia. - disse, pensando em possíveis desfechos para o caso. 

— Acredito que não. - Mac suspirou, ajeitando-se na cadeira. - A primeira coisa que eu notei quando cheguei no apartamento foi que o olho mágico estava tampado, então Alana não conseguiu ver quem era. 

— Bom, talvez ela estivesse esperando alguém. O namorado, provavelmente. 

— William disse que sua ida a casa dela seria uma surpresa. Eles não haviam marcado de se ver naquele dia. - Stella respirou fundo, recostando na cadeira. Ela a girou alguns centímetros para lá e outros para cá, enquanto buscava por respostas. 

— Ela pode ter pedido comida. 

Com o semblante levemente confuso, Mac a indagou:

— Por que ela não pode simplesmente ter ido abrir a porta sem saber quem era? 

— Porque não faz sentido! - exclamou, voltando a escorar-se na mesa. - Independente de quem fosse, o porteiro deveria ter avisado. Mas, no caso de um entregador, por exemplo, ou até do próprio namorado... 

— O porteiro poderia ter feito vista grossa, já que Alana estaria esperando. - disse, seguindo o raciocínio da amiga. 

— Exato! - disse ela animada, sentindo que estava no caminho certo. 

— Mas... - começou Mac, desanimando-a consideravelmente. - E se eu te disser que o porteiro não estava presente quando o assassino entrou no prédio? 

— Sendo assim, qualquer pessoa poderia ter entrado sem dificuldade. 

Mac apenas assentiu, limitando-se a sorrir. 

— Vai, desembucha! Sei que está me escondendo informações. 

O detetive cruzou os braços sobre a mesa e a encarou com o cenho levemente franzido.

— A câmera de segurança no corredor. 

Ao ouvir aquilo, Stella o encarou com expectativa. 

— O assassino estava encapuzado, de costas para a câmera. - continuou ele. - Pela posição não conseguimos identificá-lo, mas conseguimos ver Alana abrindo a porta. 

— E qual foi a reação dela ao ver o assassino? - perguntou curiosa. 

— Ela sorriu. 

Stella o olhou boquiaberta. O detetive apenas sorriu, voltando a recostar na cadeira. 

— Então voltamos ao início. Ela conhecia o assassino. - disse ela. - Já descartamos o namorado? 

— Sim. O álibi dele confere. 

Stella suspirou, voltando a girar na cadeira. Após alguns segundos em silêncio, uma nova ideia surgira em sua mente. 

— Posso dar uma olhada no livro? - indagou apontando para o mesmo. Mac apenas assentiu, entregando-o a ela. 

Stella abriu o livro, observando a dedicatória logo na primeira página. 

"Quando estiver lendo este livro, lembre-se que nem mesmo todo o amor representado nele chega aos pés do que eu sinto por você."

A grega leu a dedicatória em voz alta, folheando algumas páginas em seguida. 

— O que tem de tão especial nesse livro que o levou a dar para Alana? 

— Mais especial que todo o amor retratado em cada uma das páginas? - questionou com uma sobrancelha arqueada e um tom levemente debochado. 

— Esse é o básico que se espera de um livro de romance. Deve ter algo nesse que o torna mais especial que os demais. 

— É, você tem razão. Talvez tenha um motivo para William tê-lo dado a Alana. - Mac divagou, desviando seu olhar brevemente para o livro nas mãos de Stella. - O duque Leroy apaixonou-se por Charlotte no momento em que a viu pela primeira vez. Ele ficava encantado com toda a sua beleza, assim como todos daquele reino. - explicou. - Na época em que eles se conheceram, Charlotte mantinha um relacionamento secreto com o conselheiro real, Adrien Delyon. Depois de um tempo, ela e o Duque se aproximaram e começaram a passar muito tempo juntos. Adrien começou a ficar enciumado e acabou discutindo com Charlotte, que terminou seu relacionamento com ele. 

Stella ouvia atentamente a história, tentando relacionar o que ouvia aos acontecimentos reais. 

— Algumas semanas depois, Leroy e Charlotte começaram a namorar. 

— E o conselheiro? 

— Se afastou. - Mac pegou uma caneta e começou a gira-la distraidamente em seus dedos, concentrado em sua história. - Adrien era apaixonado por Charlotte, mas não havia nada a ser feito. Vê-la ao lado de Leroy o machucava, então manter-se próximo não era uma opção. 

— Um triângulo amoroso. - comentou Stella, recebendo um aceno positivo de Mac. - Há algo a mais que eu precise saber? 

— Adrien sempre foi o melhor amigo de Charlotte. A pessoa que ela mais confiava. Isso não mudou depois que ela e Leroy começaram a namorar. Pelo menos não para ela. 

— Adrien seria capaz de fazer algum mal a Charlotte por conta de seu ciúme? 

— Provavelmente. - respondeu Mac. - Adrien aos poucos tornou-se alguém frio. Era nítido que ele não gostava do relacionamento de Leroy e Charlotte, mas por algum motivo isso passou desapercebido por ela. 

— Então Charlotte não mudou seu jeito com Adrien. Para ela os dois ainda eram bons amigos, apesar dele demonstrar o contrário. - disse Stella. Aos poucos tudo começava a fazer sentido em sua cabeça. - Foi por isso que Alana sorriu quando viu o assassino. Provavelmente ele foi trocado, assim como Adrien. Mas ainda era alguém importante para ela. 

Mac assentiu. 

— Assim como Charlotte, Alana vivia em um triângulo amoroso. A diferença é que na história Adrien não a matou. 

— E o que aconteceu com ele na história? 

— Na noite em que Leroy pediu Charlotte em casamento, Adrien decidiu fugir. Claro que antes de sua fuga ele tentaria fazê-la voltar atrás em sua decisão. 

— E como ele fez isso? 

— Adrien escreveu uma carta para Charlotte. Nela ele confessava que ainda a amava e que vê-la com outro homem o machucava. Ele então propôs a Charlotte que ela fugisse com ele. No final da carta havia um endereço e um horário. Caso ela não aparecesse, ele teria sua resposta e fugiria sozinho. Charlotte nunca mais teria notícias dele. 

— O mesmo aconteceu com Alana, não foi? A diferença é que se ela não aceitasse, ele a mataria. - Mac assentiu. - Então agora basta descobrir quem é o ex-namorado assassino. 

— De qual informação você precisa, detetive? - perguntou Mac. 

— Quem era o principal suspeito? 

— Andrew McCartney. Ele e a vítima namoraram por dois anos. Digamos que ele não aceitou muito bem o término. 

— O que ele fez? 

— Ameaças. Alana pediu uma medida protetiva contra ele, mas não adiantou muito. Ele acabou sendo preso por uns 3 ou 4 meses. Depois que saiu da cadeia, desapareceu. 

Stella suspirou, recostando na cadeira. 

— E a arma do crime? Alguma digital no banco de dados? 

— Uma faca. Ele foi cuidadoso em não deixar rastros. 

— Testemunhas? 

— Não! - respondeu simplesmente. 

— Então ele a matou na porta de casa e ninguém ouviu nada? - indagou certamente indignada. 

— Aí é que está! Não havia mais ninguém naquele andar a não ser Alana. - disse ele, cruzando novamente os braços sobre a mesa. - Há 6 famílias morando naquele andar. 2 delas estavam viajando. 3 estavam na casa de amigos e familiares e a outra estava fazendo compras. 

Stella arqueou uma sobrancelha. 

— Não tem como isso ter sido coincidência. O assassino sabia que aquele andar estaria vazio. Mas como? Não faz sentido! 

— Faria sentido se ele fosse um dos moradores daquele andar, ou talvez amigo de um dos moradores. 

— Bom, isso explicaria seu cuidado com as câmeras. Ele já esteve no prédio outras vezes, então sabia exatamente o que teria que fazer. - disse Stella com expectativa. - Certo, vamos voltar ao livro por um momento. 

— Claro! O que quer saber? 

— Você disse que Adrien era um conselheiro real. Por que Charlotte manteve o relacionamento deles em segredo? Não é como se houvesse alguma regra sobre isso, certo? 

Mac deu de ombros. 

— Não, não havia. Talvez Charlotte tivesse medo de ter sua imagem manchada, afinal ela tinha uma reputação a zelar. Namorar o conselheiro real não era exatamente o que sua família queria. Já um duque... 

— Charlotte tinha vergonha de sua relação com Adrien. Talvez fosse o mesmo com Alana. - deduziu. - E se o assassino não era morador, e sim alguém que trabalhasse no prédio? 

— É possível. - divagou. 

— Poderia ser o zelador, ou quem sabe... - Stella encarou Mac com os olhos semicerrados, aproximando-se novamente da mesa. - Onde mesmo você disse que o porteiro estava quando o assassino entrou? 

— Eu não disse. - respondeu ele inexpressivo, levantando-se da cadeira. 

— Não me diga que o ex-namorado assassino é o porteiro? - disse a detetive boquiaberta. 

Mac apenas sorriu em resposta, pegando seu sobretudo do cabideiro. 

— Eu te conto o resto enquanto jantamos, o que acha? 

— Eu adoraria. - disse ela se levantando. - Onde vai me levar? 

— Há um restaurante aqui perto com culinária francesa. Ele é bem romântico e combina com a história. 

— Então o único motivo para você me levar nesse restaurante tão romântico é por causa da história? - perguntou ela em um tom de provocação. 

— Talvez a parte da história seja só pretexto e eu esteja apenas querendo levar minha bela esposa para jantar. - falou, aproximando-se. 

— Só talvez? 

— Eu sei que você gosta quando eu sou misterioso. - disse ele, arrancando uma risada de Stella. - E então, me daria a honra de ter sua companhia esta noite? - com o sobretudo dobrado sobre um de seus braços, Mac estendeu sua mão desocupada em direção a Stella. 

— Você sabe que eu nunca resisto a esses seus convites. - admitiu, pondo sua mão sobre a dele. 

•••

Um tempo depois de terem chegado no restaurante, o garçom aproximou-se da mesa com uma garrafa de vinho e colocou um pouco na taça de Mac, que mexeu o líquido algumas vezes antes de tomá-lo. Em seguida, com um simples aceno, o garçom encheu ambas as taças e se retirou dali. 

— Isso é uma delícia, Mac. - comentou Stella após tomar um pouco. - Que vinho é esse? 

— É um Maison Bouachon, o mesmo vinho francês que Charlotte tomava quando recebeu a carta de Adrien. - disse ele, recebendo um olhar desacreditado de Stella. 

— Não pode estar falando sério! 

Antes que pudesse respondê-la, outro garçom aproximou-se para pegar os pedidos. 

— Gostariam de fazer o pedido agora? - indagou o garçom pacientemente, carregando um pequeno caderninho consigo. 

— Sim, por favor. Gostaria de uma quiche Lorraine. - disse Stella, observando o cardápio que pagara sobre a mesa antes de olhar para o garçom. 

— E o senhor? - perguntou olhando para Mac, que também analisava o cardápio. 

— Eu vou querer um prato de Cassoulet, por favor. 

— Tudo bem. Não hesitem em me chamar caso queiram mais alguma coisa. - disse o simpático garçom antes de se afastar. 

Stella correu seus olhos pelo restaurante. Era um lugar sofisticado, o que a fez pensar quase que instantaneamente se ela estava vestida de acordo. 

— No que está pensando? - questionou a olhando. 

— Acho que eu deveria ter passado em casa antes. - uma leve e tímida risada ecoou pelo ambiente antes da grega levar a taça até seus lábios mais uma vez. 

— Amor, você está perfeita. - Mac esticou sua mão até o outro lado da mesa, pondo-na sobre a de Stella. - Você é a mulher mais linda deste lugar. 

Naquele momento, foi quase inevitável não corar. 

— Está querendo fazer com que eu me apaixone ainda mais por você? Sabe que isso é humanamente impossível, certo? - disse ela em um tom descontraído. 

— Eu não falei com segundas intenções, senhora Taylor. Sabe que eu jamais faria isso. - murmurou, limitando-se a sorrir. 

— Eu acredito em você. Mas, algo me diz que está enrolando para me contar se o tal porteiro foi quem de fato matou Alana. 

— Antes de te contar, preciso terminar a história. - o detetive se afastou, voltando sua posição anterior. Seu semblante logo tornou-se sério novamente, apenas para soar mais como um narrador. 

— Tudo bem. Então, conte-me sobre a reação de Charlotte ao ler a carta de Adrien. Imagino que ela tenha ficado, no mínimo, chocada? Talvez? - perguntou curiosa, debruçando sobre a mesa. 

— Realmente, Charlotte ficou um tanto chocada quanto leu a carta. Mas essa nem de longe foi sua principal reação. - disse, tomando um pouco mais do vinho. - Ler aquela carta fez Charlotte perceber que ainda nutria sentimentos por Adrien. Ela de fato estava apaixonada por Leroy, mas a verdade é que ela ainda amava Adrien, e aquilo a deixou confusa. 

— Não vai me dizer que... 

— Ela aceitou a proposta maluca de Adrien? Não, mas ela com certeza cogitou aquela possibilidade. Mas não fazia sentido trocar tudo que ela tinha construído com Leroy por algo incerto. Sem contar que tudo era mais fácil ao lado dele, então o amor que ela sentia por Adrien ficou em segundo plano. 

— E Leroy sabia que ela ainda o amava? 

— Sabia, ele sempre soube. E é por isso que ele ficou tão furioso quando encontrou a bendita carta no dia seguinte. 

— Imagino que ele tenha ido tirar satisfações com ela?! 

— Não, pelo contrário.. - começou, cruzando as mãos sobre a mesa. - Leroy odiava saber que Adrien e Charlotte ainda se amavam, e mesmo que ela não tenha aceitado fugir com ele, aquela situação provavelmente nunca mudaria. Adrien sempre estaria no coração dela. 

— O que ele fez? - perguntou receosa. 

— Ele cuidou de tudo. Se certificou de que Adrien jamais entraria em seu caminho novamente. - disse. - Leroy tinha o tesouro em suas mãos. Ele sabia exatamente onde e quando Adrien estaria. 

— O endereço na carta.. - sussurrou Stella. - E para quando ele tinha marcado a tal fuga? 

— Para aquele mesmo dia, às 16 horas. 

— E então? 

— Leroy mandou seus homens matá-lo. - disse. - Mais tarde o próprio duque levou a notícia até Charlotte, dizendo que Adrien havia sido encontrado morto. Ela chorou nos braços dele. - Stella o encarou desacreditada. 

— Desculpe interrompe-los. Aqui estão seus pedidos. - disse o garçom pondo os pratos sobre a mesa. 

— Obrigada. - Stella esboçou um belo sorriso, assim como Mac que em seguida também agradeceu. - Então Leroy e Charlotte se casaram? - perguntou ela, dando uma garfada em sua quiche. 

— Infelizmente sim. Com tudo que tinha acontecido, o duque antecipou ao máximo a data do casamento. Ele tinha medo de que Charlotte descobrisse sobre Adrien. No final eles se casaram e tiveram lindos filhos, e blá blá blá. 

O detetive deu de ombros, comendo um pouco do famoso cassoulet. 

— Parece que alguém se envolveu com a história e não gostou do final dela. - provocou-o. 

— Devo admitir que esperava mais um desses clichês em que a moça fica com o rapaz que realmente ama no final. 

— Mas você odeia clichês. - disse Stella o encarando. - Aliás, você não gosta nem desse tipo de livro. 

Mac sorriu levemente, tomando um pouco de seu vinho. 

— Tem razão. De qualquer forma, há uma certa semelhança com o final da história de Alana. - Stella apenas o encarou com expectativa, incentivando-o a continuar. - Alana era apaixonada por Jeffrey, o porteiro. Eles namoravam escondidos há pelos menos dois anos quando William entrou na vida dela. Vê-la apaixonando-se por ele destruiu Jeffrey, mas o que ele poderia fazer? Obrigá-la a ficar com ele? Aquilo não estava em seus planos. Mas aí, depois de uma discussão, Alana confessou seus sentimentos por William e terminou tudo com Jeffrey. 

— Ele deve ter ficado com bastante raiva. - supôs Stella. 

— Ficou, e isso o levou a tirar satisfações com Alana. Novamente eles discutiram, só que dessa vez Alana contou para Will, que assim como Leroy decidiu resolver com as próprias mãos. 

— Ele estaria disposto a matá-lo? - indagou desacreditada. Mac apenas assentiu. 

— William pediu ajuda a um de seus amigos, que também morava no prédio, para descobrir o endereço do porteiro. Então, no dia em que Alana foi morta, ele faltou no trabalho e foi a casa de Jeffrey. 

— Mas Jeffrey não estava trabalhando? 

— Sim, mas junto a descoberta do endereço, o tal amigo de William viu que naquele dia Jeffrey estaria de folga. O que eles não sabiam era que o outro porteiro havia trocado com Jeffrey por conta de um problema familiar. 

— Então enquanto William estava na casa de Jeffrey para matá-lo... 

— Jeffrey estava na casa de Alana. - completou. - A questão é que, inicialmente, o porteiro não estava lá para matá-la, e sim para fazer uma proposta. 

— Ele queria que Alana fugisse com ele, certo? - supôs Stella antes de terminar seu vinho. 

— Exatamente! Foi aí que Alana confessou que ainda o amava mas que não poderia fugir com ele, afinal William era uma pessoa bem sucedida e poderia dar a ela uma vida melhor, vida essa que Jeffrey jamais poderia dar. 

— Jeffrey deve ter ficado com muita raiva quando ouviu isso. 

— Sim. Ele perdeu o controle. Disse que se ela não ficasse com ele, também não ficaria com mais ninguém. - contou Mac. - Eles começaram uma luta corporal. Jeffrey viu uma faca em cima da bancada e a pegou. Alana correu até a porta, mas antes de abri-la o porteiro a alcançou, matando-a em seguida. 

— Nossa! - exclamou Stella estarrecida. - Bizarro como o livro descreve os fatos quase perfeitamente. 

— O mais bizarro é que quando William deu esse livro a Alana, eles ainda estavam no início do relacionamento. 

— Então William ainda não sabia sobre Jeffrey.

— Ele nem imaginava que existia outra pessoa. - afirmou Mac. 

— Mas o livro fala sobre um triângulo amoroso. E você viu a dedicatória dele. 

— E se eu te disser que William nunca leu esse livro? Ele havia esquecido de comprar um presente para Alana e passou numa livraria que tinha perto de sua casa. 

— E comprou logo esse livro? Fala sério! Quais as chances? 

— De acordo com ele, a vendedora disse que era um lindo livro de romance e que Alana iria amar! - disse o detetive, relembrando as palavras de William. - Tudo não passou de uma enorme coincidência. 

Stella riu. 

— E você já investigou essa vendedora? 

— Está na minha lista. - brincou. 

O casal terminou o jantar logo após o término da história. Mac então pediu a conta e logo saiu do restaurante com sua mão entrelaçada a de Stella. 

— Me conta, já trabalhou em algum outro caso bizarro como esse? - eles caminhavam tranquilamente em direção ao carro, que estava apenas há alguns metros do restaurante. 

— Na verdade, sim. Foi um pouco antes de você entrar no laboratório. Acredite ou não, também envolvia um livro. - comentou Mac, parando próximo ao carro. - Eu posso te contar sobre ele se não estiver enjoada de ouvir minhas histórias. 

Stella passou seus braços em volta do pescoço de Mac, colando seu corpo no dele. 

— Eu poderia passar horas e horas te ouvindo falar que jamais enjoaria. É mais um efeito que você tem sobre mim. - sussurrou com seu rosto próximo ao dele. 

— Você é tudo pra mim, sabia disso? - disse ele com as mãos em sua cintura, enquanto olhava no fundo daqueles belos olhos verdes. Era um olhar apaixonado que mostrava o quanto ele estava entregue a todo aquele amor. 

— Me promete uma coisa? - pediu ela, acariciando sua nuca com as pontas dos dedos. 

— Qualquer coisa! - respondeu ele rapidamente. 

— Nós nos casamos há seis anos e você continua sendo meu melhor amigo, meu parceiro. Eu tinha tanto medo de que perdêssemos isso com o passar do tempo, mas a verdade é que você continua sendo o mesmo homem para quem eu compartilhei minhas maiores inseguranças há vários anos atrás. - confessou, sorrindo levemente. - Eu amo tanto você. Amo ser sua esposa, amo tudo que construímos desde o momento em que nos conhecemos. Promete que daqui há 50 anos ainda seremos assim?! 

Mac colou seus lábios nos de Stella, beijando-a profundamente enquanto a envolvia ainda mais em seus braços. 

— Eu prometo. Daqui há 50 anos eu ainda estarei te contando as mais loucas histórias e te amando intensamente. Meu coração é seu, lembra? Isso nunca vai mudar. 

Stella o abraçou, encostando sua cabeça no ombro de Mac enquanto fechava os olhos brevemente. 

— Eu te amo. - sussurrou ela. 

— Eu também te amo. - respondeu, enrolando alguns cachos em seus dedos. - E então, pronta para a próxima história? - perguntou animado. 

Stella afastou-se um pouco, apenas para poder vê-lo. 

— Claro. Essa é sobre quem? 

— Um casal português numa viagem à Coréia do Sul. Eles acabam se envolvendo com alguns mafiosos e, uma semana depois, um corpo é encontrado. Preparada para descobrir quem matou Cristopher Choi? 

The end


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