Sorry. escrita por Baby Kaulitz


Capítulo 1
Único capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Bill é meu as vezes só, mas hoje ele não é.
Espero que tenham uma ótima leitura!



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Não perguntarei se está tudo bem porque seria muito ridículo da minha parte sabendo que não está. De qualquer forma não posso vê-la.

Desculpe-me por não ter sido franco o bastante contigo. Eu deveria ter lhe dito que não seria fácil a nossa vida, mas eu não consegui. Desde o início venho me apresentando como o “Bill - romântico” ou “Bill - vítima sem namorada” e dizendo que acreditava no amor eterno, mas quando você apareceu, eu vi que era real e não apenas palavras, porém, percebi que não era a mulher da minha vida. Aquela que eu vivo falando que quero para sempre. Nós fomos felizes nos poucos tempos em que ficamos juntos, não sei você, na verdade sei sim. Nós éramos felizes. Enquanto esse sentimento tinha vida.

Desde o início, eu e você, sabíamos perfeitamente que isso não andaria. Curtíamos, mas sabíamos que não seria longo. Eu achava assim. Até perceber que a coisa estava pior do que imaginava, eu estava completamente apaixonado por ti e aparentemente era recíproco.

Cada noite em que passávamos juntos que eu omitia para seu pai dizendo que estava passando mal apenas para dormir contigo e dizer  “eu te amo, meu anjo” ou simplesmente “durma bem e sonhe comigo”, cada tarde fria em que ficávamos sozinhos e fazíamos coisas gostosas e excitantes que ninguém jamais imaginou, cada vez que nós discutíamos e eu iria atrás de você, cada presente, cada abraço, cada beijo, cada noite, nosso amor. São lembranças que nem a morte apaga. Não apaga.

Eu queria ter vivido mais com você, eu queria ter concretizado todos os seus sonhos e desejos, eu estava disposto a tudo para te ver feliz. Eu estava disposto a largar a minha vida por você, deixar meus camaradas e meu irmão por sua causa, eu amava você.

Lembro do dia em que você apareceu lá em casa em um dia de chuva, obviamente ensopada de água pedindo perdão por ter discutido comigo por coisa besta, sem dúvida aquele dia foi dolorosamente marcante para mim, eu quase perdi a mulher que eu amava por besteira. Besteira essa que nem era culpa minha. Lembro perfeitamente de como nos beijamos na chuva e depois tomamos banho juntos, calorosamente gostoso, como desculpas.

Mas, o que mais marca a sua presença em minha vida, foi quando partiu meu coração. Dolorosamente tenho que dizer isso, porque as coisas que você fez de bom em minha curta vida desaparecem quando me lembro desse fato.  Eu achava que tu eras uma boa moça e que tudo ocorreria bem entre nós, mesmo no início nós dois duvidando disso. Eu te fazia feliz, eu sei. A imagem de você por baixo do corpo de outro homem sendo possuída por ele, eu ouvindo-te gemer e gritar o nome do imbecil, beijá-lo na boca com luxúria e arranhar as costas do rapaz doíam como facadas múltiplas em meu coração.

Todo o sentimento bom que eu sentia por você havia sumido no exato momento em que sai da sala de sua casa e joguei as lindas rosas que demoraram a crescer em meu jardim no chão. Fui direto para casa nem prestando atenção se aconteceria algum acidente comigo no trânsito ou não. Tudo o que eu mais amava era você e simplesmente fui apunhalado. POR VOCÊ.

As noites escuras, as tardes frias, os beijos deliciosos, tudo isso não fazia mais sentido para mim. Todas as vezes que eu te encontrava dolorida já tinha um óbvio motivo para o “por que”. Você me traia todas as noites com um filho da puta qualquer e se satisfazia com isso. Você era uma vadia comigo e com o rapaz. Passei a odiar-te por isso, em questão de segundos.

Na mesma noite você apareceu em casa, sem saber que eu tinha descoberto tudo, com a mesma desculpa de que estava com dor. Meu sangue fervia tanto que eu o sentia borbulhar em minhas veias e uma vontade de te bater tomou conta de mim, mas me contive, não o fiz.

Estávamos na sala, você falando comigo e eu percebi uma marca roxa em seu braço que com certeza não tinha sido eu. Jamais faria isso com você. Os flashes que por longos minutos eu presenciei de ser traído por ti estavam passando em minha mente, segurei-me mais uma vez para não te atacar e fui para a cozinha, beber um chá. Você me seguiu e não era para ter feito isso. Se não tivesse, nada teria acontecido, de fato.

Minha respiração estava descompassada e eu com certeza estava irado com tudo isso, você se fazendo de sínica a todo instante e querendo me beijar, mas eu não conseguia. Estava com nojo de você. Lembro que quando colocava o chá, minhas mãos tremiam e faziam com que todo o líquido caísse fora da xícara. No exato momento em que você disse que eu não estava lhe dando atenção e iria me trocar por outro, meu sangue subiu para a cabeça e meti com força o bule em sua cabeça, te fazendo cair no chão de dor.

Seus chingamentos estavam me enfurecendo ainda mais, a ponto de fazer com que atacasse mais e mais o bule em sua cabeça e você parasse de gritar. E foi o que fez. Em alguns minutos a casa parecia estar vazia. Ao olhar para você caída no chão, um desespero tomou conta de mim e eu comecei a te chacoalhar e nada de você reagir.

Coloquei meus dedos direto em seu pescoço e o pior tinha acontecido. Eu havia te matado. Meu Deus, eu havia matado a mulher que eu amo. Comecei a chorar em prantos, não sabia o que fazer, eu estava louco com medo, queria que você acordasse. Mas nada. Você já estava morta. Um arrependimento constante tomou conta de mim, mas eu tinha que fazer alguma coisa.

Coloquei seu pequeno no carro, levando para qualquer lugar distante. A enterrei bem longe de casa, dentro de um baú que ficava fotografias minhas e de meu irmão. Voltei pra casa com uma enorme vontade psicopata de me matar, mas ainda assim, limpei tudo do jeito que estava e fui tomar um banho. Adormeci daquele jeito, com pesadelos. Acordei no dia seguinte com o barulho ensurdecedor da campainha. Ao abrir a porta, deparei-me com a sua mãe, seu pai e você. Não poderia ser você. Estava morta.

Quando você abriu a boca e começou a falar, eu soube que não era você. Parecidas, mas não era. Tudo o que saia de dentro daquela moça era podre, era feio, nada parecido contigo. Depois que essa garota começou a dizer coisas como “minha irmã gêmea sumiu e eu nem aproveitei o tempo que voltei de viagem porque estar transando com qualquer cara que encontrei na rua” eu tive vontade de morrer. Eu queria enfiar uma faca em mim. Você, meu amor, era inocente e eu fui um idiota de ter te confundido. Qualquer namorado em meu lugar conheceria sua menina, mas eu não. Estava cego achando que fui traído. Sua irmã é uma puta que sai com qualquer um e ainda é idêntica a você. Eu deveria matá-la por isso. Eu acho que sou maníaco. Queria matar todos.

Imediatamente falei que não havia te visto e eles foram embora, deixando-me sozinho e arrependido para trás. Minhas lágrimas caiam com força, chegava a doer. Sei que isso era emocional, mas eu sentia que eu estava morrendo. Morrendo por ter te matado, minha menina.

Desde o início eu disse que não seria fácil para nós, eu nem ao menos acreditei. Mas, eu te amava e mesmo assim foi difícil. Difícil enquanto durou. Aos poucos fui ajuntando as coisas e percebi que suas dores eu que causava, que seus roxos eu que fazia, nós ficávamos assim por amor, nas tantas noites em que éramos um só, completamente.

Eu não peço para que venha visitar-me algum dia, porque sei que não viria. Queria pedir perdão por tudo o que fiz para você e queria dizer que sem você eu não vivo. Tenho vida, meu coração bate e meu cérebro funciona, mas eu não sinto nada.

Perdoe-me por não ter sido o que você sempre mereceu, por não ter sido o que você sempre quis e por ter tirado de você aquilo me mais me fazia viver: sua vida. Talvez um dia nos encontraremos, mas eu te amarei eternamente. Só há única coisa que peço no momento. A mais importante. Desculpe-me, Bill.

 

Deixei o papel em cima da grama daquele lugar que jamais esquecerei, o lugar onde eu guardei o meu tesouro, somente meu.


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Notas finais do capítulo

Elogios e críticas são SEMPRE bem vindos.



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