Callen estacionou seu carro na frente de uma loja diferente no centro da cidade de Los Angeles. Havia algo de especial nesse lugar. Elisa, que estava ao seu lado podia perceber isso.

Era uma loja esotérica. Normalmente, nenhum deles estaria em um lugar desses, mas depois de um comentário fofo da prima de Callen, Elisa sentiu como se precisasse urgentemente ir até lá com Callen.

Para ser justa, ela não acreditava em misticismo, cristais e videntes. Em New Orleans, alguns dos presos que ela enviou eram charlatões e alguns deles provaram terem poderes para o bem, mas ainda assim, ela se reservava o direito de pensar com um pé atrás.

Mas depois de conhecer Callen, Elisa sentiu que era uma das coisas que ela deveria rever. Callen também pensou melhor sobre isso quando sua prima Penelope lhe mostrou um mapa astral.

Parecia incrivelmente familiar para ele e embora ele não soubesse porque, ele pegou o número e endereço da vidente de Penelope.

— Bem-vindos, Callen e Elisa. – A garota estava vestida como uma pessoa normal e por algum motivo, lhes deu paz. – Eu estava esperando por vocês. Entrem.

Eles tiraram os sapatos, mostrando respeito pelo lugar e foram para uma sala onde a parede era decorada com sois, luas e estrelas. Havia uma luz no canto e uma cachoeira feita com cristais e o cheiro de rosas.

— Então, vocês dois finalmente decidiram vir até aqui. – A garota sorriu para ele. – Eu amo receber almas tão gêmeas quanto as suas.

— Eu achei que eu e Lise poderíamos ter uma conexão mais profunda, sabe? – Callen começou. – No nosso primeiro encontro, era como se a gente já tivesse se conhecido. Eu não resisti e a pedi em casamento na nossa primeira vez.

— Grisha e eu temos essa conexão entre a gente que eu acho perfeita e ao mesmo tempo maluca. – Elisa começou a explicar. – Há alguns meses, eu fui sequestrada enquanto estava grávida e as sequestradoras induziram o parto.

— Eu senti que havia algo errado de imediato. – Callen deu um suspiro. – Uma dor insuportável na barriga, como uma dor do parto. E as vezes, eu estou pensando em algo e Elisa pensa a mesma coisa.

— Eu acho que vocês são almas e espíritos gêmeos. – A moça olhou para os dois. – Posso lhe chamar de Grisha?

— Com certeza. – Callen olhou para ela.

— Almas gêmeas são almas que reencarnam de outras vidas. – A moça começou. – Não importa quanto tempo leve, uma hora elas vão se encontrar. Eu posso ver em vocês pelo menos quatro vidas passadas.

— Tantas assim? – Elisa sorriu, impressionada. – Algo que possa dizer sobre uma delas?

— Na verdade, tudo o que eu posso fazer agora é dar uma ajudinha para que vocês se lembrem de uma delas. – A vidente pegou um papel e deu aos dois. – Aqui estão seus mapas astrais. Vocês estarão juntos por mais ou menos mais cinco vidas.

Elisa e Callen tentaram dar algum dinheiro a mulher, mas ela apenas deu um sorriso e recusou. Eles deixaram a lojinha, incrivelmente impressionados.

Depois de uma sessão de troca de fraldas, mamadeiras e brincadeiras adultas entre o casal, Elisa e Callen dormiram. Eles estavam prestes a ter uma experiencia espiritual.

Uma da qual eles nunca se esqueceriam.

Los Angels, 1899

Uma mulher de cabelos morenos corria pelo pasto grande de uma fazenda cheia de vacas leiteiras. Ela estava ansiosa para encontrar um homem que era perfeito aos seus olhos.

Olhos azuis iguais ao céu a saudaram e o rapaz em questão a pegou nos braços e a beijou.

— Eu estava com saudades. – A jovem Elise beijou George em seus lábios e sorriu para ele. – Tantas saudades que vim correndo até aqui.

— Então talvez eu deva levar você comigo agora. – Ele a ajudou a subir em seu cavalo e saiu com ela cavalgando pasto a fora, ouvindo os risos dela. – Eu quero mostrar algo que eu encontrei.

— Você sabe que eu adoro fazer tudo com você. – Ela sorriu enquanto ele os conduzia até uma colina, que tinha um belo rio no fundo. – Uau. Ele é lindo.

— Sim, está aqui há anos pelo o que eu soube. – George a abraçou e sorriu para ela. – Eu acho que eu posso mostrar a você minha outra surpresa.

Se abaixando em seus joelhos, George abriu a caixa da aliança e mostrou o anel em formato de flor para Elise, que ficou sem fala.

Infelizmente, o amor do casal era motivo de ciúmes para a jovem Hanna. Ela era totalmente apaixonada por George e os dois até mesmo chegaram a namorar, mas tudo deu errado no momento que a mulher decidiu tentar matar o homem que ela dizia amar.

— Você não vai ser a senhora Hyatt, Elise. – Hanna tinha uma espada em suas mãos. – Ele é todo meu, queira você entender ou não.

— Hanna, por favor, já chega. – George se colocou na frente de Elise, protegendo a garota que amava da fúria da outra. – Você acha que eu continuaria com alguém que tentou me matar? E agora, pela segunda vez?

— Eu não me importo se você não me ama mais. – Hanna deu um passo à frente e perfurou o ombro de George. – Tudo o que eu quero agora é te matar. E matar essa vadia.

De repente, Eric, o ex de Elise saiu de trás de uma das pedras e começou a correr na direção da jovem. Ele e Hanna estavam juntos na vingança.

Dando um passo para trás, Elisa se desequilibrou e conseguiu se segurar na borda. Suas mãos logo ficando dormentes. Eric tentou segurar a garota, antes de ele apenas conseguir uma das mãos.

— Hanna, por favor. – George implorou. – Não faça isso.

Mas a sede de ciúmes de Hanna cegou a garota e Eric aproveitou para cravar a própria espada no ombro de George.

Ele e Elise sabiam que era o fim. Quando eles mergulharam no lago, a caixa do anel rolou para longe e o anel foi para um canto do lago, caindo entre a areia.

Eles estavam ficando sem ar dentro do lago. Sabendo que era tarde para qualquer coisa, mas felizes que ambos haviam se encontrado novamente.

Acho que se eu pudesse ficar com você, eu ficaria pela eternidade.

Eu ficaria por várias e várias vidas com você, George. Não importasse o tempo que iria levar para a gente se encontrar.

Me promete uma coisa, Elise?

Tudo o que você desejar, George.

A gente vai se reencontrar e ter sete filhos e eu vou fazer de você a mulher mais feliz do mundo.

Eu prometo.

Los Angeles, 2023...

Elisa acordou e olhou para Callen, que ainda estava deitado. Correndo até sua caixa de joias, ela abriu a caixa do anel de noivado que Callen lhe deu. Ele disse que havia sido recuperado em um lago perto de Michigan, onde um casal havia se afogado depois que os ex namorados do casal os feriu e eles acabaram afogados.

Abrindo a caixa, ela viu o anel e sorriu. Era o anel em formato de flor. Era de diamantes e haviam uma inscrição pequena dentro dele. Elise e George.

Callen acordou, suando e olhou para Elisa, que deu um de seus sorrisos mais poderosos e correu até ela, a pegando nos braços e a beijou como se fosse a primeira vez. Ele deslizou o anel no dedo dela e sentiu como se aquele pedido na beira daquele penhasco fosse finalmente feito e aceito.

— Eu acho que a gente cumpriu a promessa. – Elisa sorriu para ele, que a beijou novamente. – Temos que voltar amanhã naquela loja. Eu não consigo acreditar que a gente é literalmente alma gêmeas.

— Bem, parece que a gente vai ficar juntos por muitas vidas. – Ele tirou o robe de seda dela e a deitou na cama. – Talvez a gente possa esperar mais um pouco e fazer mais promessas juntos.

— Droga, eu acho que é perfeito demais. – Elisa o beijou e sentiu a boca dele em seu pescoço, a deixando maluca de prazer. – Me perdoe se eu chamar você de George. Eu só estou pensando em você como Grisha.

— Bem, talvez se quiser, podemos tentar achar a cachoeira e fazer dela uma boa memória. – Callen olhou para ela e sorriu. – Elise.

 - George. – Ela gemeu enquanto ele a beijava. – Grisha.

Os dois fizeram amor mais uma vez, dessa vez banhados pela lua da madrugada. Se Callen não morria de amores eternamente pela garota ao seu lado, agora ele faria.

— Sabe? Eu realmente acho que temos uma conexão forte. – Callen suspirou depois de fazer amor com Elisa pela terceira vez. – E nem é apenas pelo sexo. Eu senti que nossas filhas estavam em perigo e senti que você estava também. E nem a morte separou a gente.

— Somos durões. – Elisa sorriu para ele. – A morte não consegue separar o que eu sinto por você. Sinceramente, eu acho tão lindo que você tenha essa conexão comigo. Mas talvez você possa me explicar porque todas as vezes que eu te vejo, eu só quero tirar a sua calça e te apoiar em algum lugar.

— Eu sou irresistível assim como você. – Callen sorriu. – Um dia quem sabe a gente consiga lembrar de todas as nossas outras vidas.

— E a gente vai comemorar fazendo sexo no luar. – Elisa sorriu para ele.

Assim que o dia amanheceu, Elisa e Callen pegaram o carro, deixando as crianças com seus pais e estacionaram na rua onde a lojinha estava localizada. O lugar parecia incrivelmente diferente da noite anterior.

Callen até checou o endereço três vezes. Mas tudo o que encontraram foram uma loja de pelúcias de brinquedo.

— Loja esotérica? – A dona olhou para os dois. – Não, a loja esotérica fechou há três anos. Mas vocês disseram que se chamam Elisa e Callen?

A mulher que trabalhava na loja pegou uma carta fechada e entregou aos dois. Elisa a pegou e os dois compraram alguns ursinhos de pelúcia para seus filhos.

“Callen e Elisa.

Vocês devem estar se perguntando se tudo foi um sonho. Na verdade, tudo foi real. Vocês devem ter percebido que eu não aceitei dinheiro pela consulta. Eu na verdade sou uma enviada especial do céu. Minha missão era trazer uma de suas muitas vidas à tona.

Não se preocupem, eu sou do bem. Tudo tem um motivo para acontecer e em breve vocês irão entender. Eu quero que vocês digam a Penelope para ter cuidado com algumas amizades fora do círculo dela.

Eu precisava dar esse aviso, pois em breve, algo pode acontecer e vocês precisarão ajudar ela. Sejam felizes. “

Callen guardou a carta e suspirou, sabendo que se a emissária do céu usou uma carta deles para avisar sobre perigos iminentes para sua prima, ele seria um dos afetados, mesmo que indiretamente.

Mas por enquanto, ele ficaria de olho e encontraria o lago que ele e Elisa se lembraram de sua vida passada. E talvez Elisa fosse muito a favor de fazer novas memorias na vida atual.