Retornos e Partidas escrita por Bê s2


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Alguns se vão, enquanto outros retornam... A vida é cheia de idas e vindas, como uma eterna roda gigante que não para de girar. O importante é termos amigos para nos apoiarem ao longo da jornada.

História curtinha de um momento de inspiração. Espero que gostem!



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Uma manhã ensolarada e com clima agradável marcava o ultimo dia de Catherine como CSI no Laboratório de Criminalística de Las Vegas. 

Ela estava liberando sua sala e encaixotando os pertences de sua mesa. Em alguns momentos sorria para objetos antigos que ganhara dos amigos, demorando-se mais no feto de porco em radiação que ganhara de Grissom.

Ah, Gilbert Grissom! Sempre fora o braço direito de seu supervisor e melhor amigo. Sabia que podia contar com ele em todos os momentos; e, como não poderia deixar de ser, estava contando com ele nessa despedida tão difícil. Ligara para ele no Peru e recebera todo o apoio em sua decisão.

Seu celular tocou com uma nova mensagem e ela sorriu ao ler. Terminou de organizar suas coisas e foi se encontrar com Russell. Faltava pouco para o fim do turno.

—DB, preciso ir. –Ela disse assim que o viu.

Ele estava na sala de análises com Sara e Morgan. Os três olharam para ela com tristeza.

—Tem alguém me esperando no Franks. –Ela explicou. –Conto com vocês depois do turno.

—Nós estaremos lá. –Sara disse firme.

Catherine sorriu e saiu.

A loira recebeu cumprimentos por todo o laboratório. Doía sair, mas ao mesmo tempo lhe trazia alívio. Agora ela entendia Grissom e Sara precisarem se afastar por um tempo. E foi pensando em suas boas lembranças no trabalho que ela entrou rapidamente na tradicional lanchonete do Frank.

Catherine parou na entrada e percorreu o lugar com o olhar, encontrando seu grande amigo em uma mesa nos fundos. Seguiu sorrindo até lá e logo ele a notou.

—Que bom que veio, Gil!

Os dois se abraçaram fortemente e ela ficou com os olhos marejados.

—Eu não perderia seu ultimo dia aqui. Sei como é difícil. –Ele lhe sorriu. -E por que eu não acreditarei que você realmente pediu demissão até ouvir isso da sua boca.

—Eu realmente pedi demissão. –A loira confirmou sorrindo. –E ainda não estou arrependida.

Grissom entortou sua cabeça e sorriu de lado.

—Você é uma grande CSI. Se sairá bem aonde quer que vá. O FBI tem sorte por ter você.

Catherine agradeceu com um sorriso emocionado e o observou por um instante. 

—Você parece bem. Está mais magro e bronzeado. Parece mais jovem. –Ela riu.

Grissom sorriu abertamente e comentou:

—As expedições me forçam a ficar fora do escritório. O trabalho é mais pesado, mas vale a pena.

Uma garçonete chegou com café e os serviu. Enquanto adoçava sua bebida, Grissom perguntou:

—Como está a Lindsay?

—Em Nova York. Está na faculdade. Eu vou para lá antes de assumir no FBI para passar uns dias com ela.

Catherine suspirou e continuou:

—Este trabalho me salvou de uma carreira nada promissora, meu amigo, e foi minha vida por anos... E agora eu estou deixando-o. –Cath suspirou. –É tudo tão diferente agora sem você aqui.

—Eu precisei sair. E deixei a equipe em boas mãos.

Catherine abriu um sorriso sincero. Estava mais feliz agora.

—Eu também estou deixando. Você vai conhecer o Russell hoje. Pedi para que o pessoal viesse daqui a pouco.

—Minha esposa também?

Catherine assentiu com a cabeça, deixando-o mais feliz. Grissom bebeu um gole da bebida quente e fechou os olhos para apreciar os sabores.

—Você me parece tão bem! Isso vai acontecer comigo também? -Ela perguntou rindo.

—Se você estiver feliz, sim… Vai acontecer.

—Acho que nunca mais trabalharemos juntos. Num caso complicado, onde não há evidências... Como nos velhos tempos.

Gil sorriu de lado.

—Por que não? O mundo dá voltas. Olhe como nossas vidas estão hoje, Cath…

—Falando nisso... –Catherine olhava pela janela. –Eles chegaram.

Os dois se levantaram da mesa para recepcionar os amigos. Nick foi o primeiro a cumprimentar Grissom com um forte abraço. Greg foi o próximo e Jim ficou por último:

—Que bom que veio, amigo. É bom te ver.

—É muito bom te ver também. –Ele respondeu sorrindo. –E você deve ser o Russell, certo?

O atual supervisor do noturno, que estava ao lado dos peritos, assentiu com a cabeça.

—Gilbert Grissom? -DB arriscou, apertando sua mão. -Ouvi histórias incríveis sobre você! 

Gil sorriu de lado e olhou para a jovem CSI loira que acompanhava o grupo.

—Morgan Brody. –Ela se apresentou. –É um prazer te conhecer.

—A filha do Ecklie! –Ele sorriu ao se lembrar. –Não se parece com ele…

—Vou levar como um elogio. –Morgan brincou.

Grissom parou e olhou ao redor, nem sinal dela.

—Onde está a Sara? -Perguntou com um bico de lado.

—Está entrando, olhe ela ali... –Greg indicou a porta sendo aberta.

O entomologista sorriu radiante e seus olhos ganharam um brilho maior. Ele entortou a cabeça quando seus olhares se encontraram. Sara apertou o passo e o abraçou com força.

—Parei para abastecer o carro. Se soubesse que estaria aqui, pegaria até um atalho. –Eles se afastaram um pouco. –Senti sua falta.

Grissom acariciou seu rosto e  juntou seus lábios nos dela de forma casta, mas muito apaixonada. Sara sorriu mais radiante ainda ao sentar-se ao lado dele. Após os pedidos serem feitos, as conversas paralelas tomaram conta da mesa. Catherine contava aos amigos detalhes de sua mudança para o FBI, enquanto Sara e Grissom conversavam baixinho.

—Gostou da surpresa? 

—Muito, querido. -Ela sorriu de lado. -Estava com saudades.

Grissom sorriu satisfeito.

—Tem uma festa na piscina na casa da Catherine amanhã… Nós vamos, não é?

—Piscina? -Ele arqueou uma sobrancelha.

Sara deu de ombros.

—Se não me obrigar a usar sunga em público, honey, vou até o fim do mundo com você.

A morena riu e entrelaçou seus dedos nos dele sobre a mesa e se aproximou do ouvido dele para sussurrar, arrancando-lhe um arrepio:

—Você fica ótimo de sunga, querido…

Grissom sorriu maroto e se virou para os presentes.

—Fiquei muito contente em ver vocês, crianças… Mas o fuso-horário está batendo e eu preciso descansar. 

—Vejo você na minha festa de despedida amanhã, Gil? 

O entomologista assentiu com a cabeça e se levantou com a esposa.

—Sara, você está de folga hoje. -Russel anunciou à subordinada. -Catherine me contou que Grissom estava na cidade, então mexi na sua escala. Aproveite!

O sorriso da morena foi de orelha à orelha, arrancando gargalhadas dos amigos. 

—Russel, você é o melhor chefe do mundo! -Ela se virou para Grissom e murmurou. -Depois de você, querido.

Após se despedirem, o casal entrou no carro e seguiu para casa. Um silêncio confortável tomava conta do veículo. A morena cantarolava uma música qualquer com a mão pousada na perna de Grissom, que dirigia pelas ruas de Vegas. Rapidamente chegaram ao destino.

—Como é bom estar em casa! 

Grissom tirou sua jaqueta e a colocou sobre uma cadeira qualquer, colocou as chaves do carro e seu celular sobre o aparador e se virou para Sara, puxando-a pela cintura. Com paixão, tomou seus lábios em um beijo urgente e profundo.

—Senti sua falta. -A voz rouca dele preencheu a sala. -Nem posso acreditar que estou aqui com você.

A morena respondeu retribuindo o beijo com a mesma intensidade do anterior. Devagar, ela passou a guiá-lo para o quarto, enquanto dizia entre beijos:

—O que acha… de tirar essa roupa… e mergulhar na banheira… para um longo… banho…?

Grissom respondeu erguendo-a em seus braços e levando-a para a suíte. As roupas se perderam em um canto qualquer do quarto e o banheiro foi cenário de momentos tórridos de amor e paixão.

Ooo

Sara dormia profundamente na grande cama de casal, enquanto Grissom trabalhava ao seu lado. Com frequência, seu olhar se desviava para as costas desnudas da esposa, observando sua pele macia e perfumada subir e descer pelos movimentos da respiração. Ela ressonava tranquilamente e a visão lhe enchia os olhos.

Ele não sabia dizer quanto tempo ficou parado apenas admirando-a. Seus pensamentos só voltaram à realidade quando ela acordou e se espreguiçou, cobrindo-se com o lençol branco.

—Oi. -Ela disse.

O olhar intenso dele foi a resposta. 

—Não conseguiu dormir?

Grissom negou com a cabeça e colocou seu laptop ao lado da cama. Se aconchegou no travesseiro e ficou frente a frente com a morena.

—Horários malucos. -Ele esclareceu. -Aproveitei para observar como você fica ainda mais linda dormindo e para trabalhar um pouquinho.

—Quanto tempo vai ficar, Gil?

—Mais do que das outras vezes.

A resposta singela aqueceu o coração de Sara.

—Estou faminta…

—Imagino! -Ele respondeu maliciosamente. -Vamos até a cozinha e eu vou preparar alguma coisa para almoçarmos…

Mais que depressa, Sara vestiu um robe florido e acompanhou o esposo até a cozinha. Enquanto ele preparava uma massa bem caprichada, ela mexia em algumas sacolas que ele deixara na sala.

—Então esses são os sex pots?—Ela perguntou com malícia. -São bem interessantes! Vamos colecionar?

—Trouxe três para nós e outros como lembrança para o pessoal. -Esclareceu. 

Sara o encarou surpresa. 

—Vai dar sex pots para nossos amigos?

—Qual o problema, honey?

—Isso vai ser… engraçado!

Grissom jogou um pano sobre seu ombro e a encarou com seu ar de professor.

—Sexo é natural, querida. Uma oportunidade de união entre as pessoas. Nossos amigos são maduros o suficiente para compreenderem isso. -Ele se voltou para suas panelas. -Além disso, são peças raras e deu trabalho consegui-las.

—Ok, Gil. Tem razão. -Ela concordou enquanto mexia nas coisas. -Pelas minhas contas, tem um a mais…

—Ah, um é para minha mãe! Ela ficou tão interessada quando conversamos, que resolvi trazer um para ela. -Ele comentou animado. -Estou programando um jantar para semana que vem, inclusive…

Sara arqueou uma sobrancelha, mas desistiu de discutir o que quer que fosse quando viu o marido colocando uma travessa de macarronada sobre a mesa. Rapidamente ela se juntou a ele e se serviu de uma porção generosa.

—Hmm, eu amo a sua comida. -Um gemido de aprovação saiu com o elogio. 

Grissom a olhou satisfeito e perguntou:

—Como o laboratório está com a saída de Catherine?

—Estamos tristes, mas ela recebeu uma proposta excelente. -Respondeu entre uma garfada e outra. -Russel convidou uma amiga de Seattle para trabalhar conosco. Ela começará na semana que vem. Julie Finley, analista de gotas de sangue… conhece?

Ele negou com a cabeça.

—Russel disse que ela é competente e divertida. Isso nos animou. -Confessou. -Mas nos animaria mais se ele contratasse um certo entomologista…

O ex-perito sorriu e respondeu:

—Sem mais crimes para mim, honey. Mas admito que sinto falta de você, da nossa casa e dos nosso amigos. -Ele deu uma pausa e a olhou pensativo. -Estou pensando em pegar algumas aulas na UNLV no próximo semestre e passar um tempo a mais aqui… O que acha?

A euforia dela foi a resposta e o beijo intenso qu eveio a seguir selou sua decisão.

Ooo

—Catherine!! Eles chegaram! -Nick gritou ao recepcionar os recém-chegados com um aperto de mãos bem molhado. -Me desculpe por isso, estava na piscina. Trouxeram roupas de banho?

Sara assentiu com a cabeça e mostrou as sacolas que carregava nas mãos, mas o marido não conseguiu responder, pois a conversa foi interrompida por Russell, que entrava na sala com trajes bem diferentes dos que usava no laboratório: bermudas e camiseta. Também tinha a cabeça molhada e uma toalha nas mãos. Estava alegre quando se aproximou do trio:

—Hey, hey, hey, achei que não viesse mais! –Se dirigiu à Sara.

—Dormi mais do que devia. –A morena respondeu. 

—Oi, DB! -Grissom cumprimentou.

Os dois apertaram as mãos.

—Não fique assustado, mas Hodges está inquieto desde que soube que estava na cidade. –DB comentou. –E falando nele...

Russell apontou com a cabeça para a porta de acesso ao quintal, onde Hodges surgia animado.

—Gil! Que saudade, amigo! 

David envolveu-o num abraço sufocante, que fez com que o entomologista precisasse soltar a mão de Sara.

—Hodges, para de me apertar! –Grissom disse bravo.

David o soltou meio sem graça e virou-se para Sara:

—Você demorou, mas ainda bem que o trouxe. Ganhei quinhentas pratas de Greg e Nick. Ninguém acreditava que Grissom viria à uma festa na piscina!

—Andaram apostando às custas do meu marido? -A morena arqueou a sobrancelha.

Hodges abriu e fechou a boca sem saber o que responder ao certo, então acenou com a cabeça e voltou para a companhia dos amigos no quintal. Catherine e DB riam da interação dos dois.

—Vem Gil, tem mais gente com saudade. –Catherine o guiou pela mão. –Estão mais ansiosos por te ver, do que tristes porque estou saindo.

—Não é verdade, Catherine. –Sara falou.

—Você não conta, o vê todo mês! –Catherine parou defronte à piscina, onde os peritos jogavam bola. –Hey, pessoal! Hora de esvaziarem as carteiras para mim e para o Hodges. Ele realmente veio!

A bagunça foi geral. Grissom não tinha encontrado Hodges, Doutor Robbins, Ecklie e Super Dave ainda. Quando os ânimos se acalmaram, os rapazes voltaram ao jogo e Jim e Ecklie para a churrasqueira. Parecia realmente uma grande festa em família.

—Sei que não come carne, então preparei alguns legumes para você. –Catherine disse à Sara. –Estão na cozinha.

—Obrigada. 

—Viu? Eu cuido bem dela. –Cath murmurou para Grissom.

O entomologista piscou para a amiga.

—Sara! –Greg gritou de dentro da piscina. –Você não vai entrar? Preciso de mais um no meu time.

A morena trocou um olhar com o marido e se levantou rapidamente, respondendo:

—Um minuto que eu vou trocar de roupa! 

Sanders fez um sinal positivo com a mão e Sara entrou na casa. Demorou alguns minutos e voltou enrolada em uma toalha azul, mas que não cobriu-a por muito tempo.

—Segura pra mim, Gil? -Ela pediu distraída.

E quando retirou a toalha, Grissom não se conteve: olhou-a dos pés à cabeça e fez um biquinho maroto, erguendo uma única sobrancelha. A morena trajava um biquíni verde, comportado, mas que chamava a atenção – principalmente nela, que sempre usava roupas discretas de trabalho. Essa não era a intenção dela, mas gostou de ver o efeito no marido.

—Acho que você não deve entrar no meio daqueles garotos vestida assim. –Grissom sussurrou.

Sara gargalhou e rumou para a água, pulando de uma vez e dando início ao jogo.

Enquanto isso, Grissom se aproximou de Catherine. Brass, Doc, Russel e Ecklie também estavam por perto fazendo drinks e conversando amenidades. 

—O que são todas aquelas sacolas que Sara deixou na sala? -Brass perguntou.

—Trouxe lembranças das expedições do Peru. A cultura Moche é fascinante! -Ele se empolgou.

—Foi por isso que perdeu aquela festa com a sua mãe, não foi? Sara comentou alguma coisa… -Cath indagou.

—Oh, sim! Encontramos uma cova inapropriada e infestada de pupas. Parecia que tinham jogado arroz por todo o lugar, foi incrível!

Ecklie, que levava um pedaço de carne à boca, pensou melhor e a devolveu ao prato com uma careta. Grissom pareceu nem notar, pois continuou:

—Trouxe umas lembranças interessantes. -Ele sorriu de lado. -Vou lá buscar!

Grissom mal saiu e logo retornou com as sacolas. Sentou-se entre os amigos, retirou alguns embrulhos bem embalados e entregou cada um conforme lia as etiquetas nomeadas por ele e por Sara. 

—Mas o que…? -Catherine perguntou segurando uma gargalhada.

—São sex pots! -Grissom explicou com naturalidade. -A cultura Moche passa ensinamentos sexuais por meio deles para as gerações futuras. Podemos aprender muito com os mais velhos, Catherine.

A loira gargalhou abertamente observando os detalhes do presente. Grissom a olhou confuso, mas a chegada de Sara e dos demais à conversa não permitiu que ele perguntasse.

—Entregando os presentes, Gil? -Sara perguntou com um sorriso. 

—Aparentemente a Catherine achou engraçado…

—Nunca pensei que ganharia uma cerâmica safada de você, Grissom! 

Os demais acompanharam Catherine na gargalhada. Até Sara se segurou, lembrando-se da cara de espanto que fez quando Grissom lhe contou sobre as lembranças inusitadas que trouxera para os amigos. A morena se limitou para entregar os de Greg, Nick, Morgan, Hodges e Super Dave. 

—Não tem nada de pornográfico, Catherine! -Grissom ralhou. 

—São bem… esquisitos. -Nick comentou analisando o seu.

Grissom revirou os olhos para Stokes e trocou um olhar com Sara. Em seguida, soltou o mesmo discurso que usara com a esposa:

—Sexo é uma forma de conexão entre as pessoas. -Eles pararam para ouvi-lo. -A cultura Moche se preocupava em passar conhecimentos sobre conexão e prazer sexual para as gerações futuras há milênios com mais naturalidade do que vocês, que vivem em pleno século vinte e um!

Os amigos trocaram sorrisos entre si. Sentiam falta das aulas e até dos sermões de Grissom. 

—Eu, como um admirador da história, agradeço pelo meu sex pot e prometo que vou usá-lo com sabedoria. -Greg disse com presunção. 

Grissom sorriu para ele.

—Se olharmos bem, pode ser uma decoração interessante… -Nick refez suas primeiras impressões e se virou para Sara. -Quantos você ganhou, senhora Grissom?

Os peritos riram com a audácia de Nick, mas gargalharam com a resposta atrevida de Sara:

—Ganhei a coleção inteira e uma palestra vip! -Respondeu arqueando uma sobrancelha. -Como o Gil disse, podemos aprender muito com eles.

Grissom a olhou com a boca aberta e o rosto ligeiramente corado. Catherine percebeu a reação de seu amigo e interveio:

—Agradeço por ter lembrado de nós nas suas expedições malucas, Gil. E os sex pots são realmente interessantes. Obrigada!

Os demais agradeceram e foram organizar a mesa com as comidas e bebidas. Grissom observava a interação deles com o olhar distante e não percebeu que Brass se sentou ao lado dele.

—Ela fica tão diferente quando você está por perto. –O capitão comentou em certo momento. –Sorri mais.

Grissom observou a esposa e, sem fazer contato visual com o amigo, disse:

—Que bom, pois estou voltando.

—Sério? Pro laboratório? -Um sussuro ansioso chamou a atenção deles.

Brass e Grissom se viraram e perceberam que Catherine estava bem próxima ouvindo a conversa dos dois. No mesmo tom da amiga, Grissom respondeu:

—Não. Sem tantas mortes na minha vida! Já ultrapassei minha cota. –Ele brincou. –Eu consegui um emprego na Universidade de Vegas. Não aguento mais esse casamento diferente. Sinto falta da minha esposa.

—Me surpreende você estar casado, meu amigo. –Jim sorriu. –Sara já sabe?

—Conversamos sobre isso hoje. Vamos organizar alguns detalhes.

Catherine suspirou, fazendo Gil encará-la.

—-O que foi? --Ele perguntou.

—-Só estou pensando em como a vida dá voltas. Você casado... E ainda por cima com a Sara; Ecklie está tendo um bom relacionamento conosco desde que a Morgan veio de Los Angeles; Greg já é CSI nível 3; Nick está sendo pra mim o que eu era pra você... –Ela respondeu bebendo um drink gelado. –Sabe, quando você saiu do laboratório eu te amaldiçoei mentalmente por semanas e jurei que não faria o mesmo, mas agora estou indo também. Tudo mudou.

—Uma vez uma amiga disse: o que nós somos nunca muda, mas quem somos está sob constante mudança.

—Lady Heather? - Jim arriscou.

—Sofia…

—Outra que mudou. –Cath disse. –Vamos comer? Estou faminta…

Todos os amigos se reuniram ao redor de uma mesa farta e bem posta. Catherine estava na cabeceira, em pé, e olhava todos com os olhos marejados. Todos pararam as conversas para ouvi-la.

—Pessoal, eu queria agradecer por virem hoje. Sei que só vou viajar semana que vem, mas será uma correria. –Ela sorriu para os amigos. –Vocês são muito importantes para mim, e não imaginam como dói estar partindo... Mas alguns sabem como se afastar é preciso em um certo momento.

Ela sorriu e piscou para Grissom, que retribuiu. Sara se aconchegou ao lado do marido e pousou sua cabeça no ombro dele.

—Mas minha partida é só profissional. Meu coração está em Vegas com todos vocês e logo nos encontraremos. 

O sorriso afetuoso de Catherine percorreu todos da mesa. 

—Proponho um brinde à Catherine e sua nova fase! -Grissom ergueu sua taça chamando a atenção. -À Catherine!

Todos se levantaram e brindaram.

—À Catherine!




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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Até a próxima!!



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