Genetics escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 1
Capítulo Único




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Dominique não era vista como uma garota responsável, principalmente tendo como exemplos próximos suas primas Rose e Molly. Na verdade, ela era mais como uma dor de cabeça, por mais que seu pai fosse mais tranquilo com rebeldias do que a maior parte dos Weasleys.

Sabia que tinha contribuído para sua fama, mas isso não significava que não levava nada a sério, ainda mais chegando próximo da maioridade bruxa e ao fim da sua formação em Hogwarts. Era o momento em pensar no que faria pelo resto de sua vida, por mais que não precisasse ter pressa para se encontrar na profissão que mais gostasse.

Sabia dizer exatamente quem era, as coisas que gostava e que não gostava. Gostava de acreditar que não era influenciável e iludida como grande parte das adolescentes da sua faixa etária. Não tinha pretensão de viver um grande amor, queria viver o agora sem arrependimentos.

Só que a sua família gigante não podia evitar meter o bedelho na vida alheia.

Dominique virou o assunto da família depois que o fofoqueiro mirim — vulgo Hugo — deixou escapar para todo mundo que viu ela e James se agarrando em uma festa no Salão Comunal da Grifinória. E para a tia Hermione — que amava lutar a favor das minorias, mas era cheia de preconceitos que não assumia —, era um absurdo dois primos se relacionarem.

Tinham tido uma discussão horrível, que explodiu quando Dominique disse que ela não era sua mãe para dar pitaco na sua vida sexual.

(O que não era mentira).

— Minha mãe está sendo ridícula! — exclamou Rose, andando de um lado para o outro do quarto, de braços cruzados.

Era um dos quartos inutilizados d’A Toca. Pertencia ao pai de Rose, mas agora só era ocupado quando algum dos netos resolvia passar o final de semana na casa dos avós, que estava em constantes adaptações para abrigar a todos os familiares e agregados..

— Ela falou de filhos, Rose. Filhos! — Dominique só não gargalhou da situação porque estava espumando de raiva como um pinscher — Quem disse que eu quero ter filhos? Quem disse que esse relacionamento vai durar?

— E mesmo se tiverem, mesmo se durarem, vocês são parentes de quarto grau perante a lei trouxa, não existe primo de primeiro ou segundo grau, não é ilegal — ela retrucou.

— Ela disse que, em trouxas, primos têm filhos deficientes.

— Vocês só compartilham 12,5% dos mesmos alelos. A chance de terem um filho com alguma doença, se é que tem alguma doença na nossa família para ser herdada, é de no máximo 6% — Rose disse — E, francamente, você já viu a árvore genealógica das famílias de sangue puro?

— Vagamente, por quê?

— A “deficiência” do mundo bruxo — ela fez aspas com as mãos — é um filho nascer aborto, sem magia. A Mediwizard publicou uma pesquisa ano passado falando sobre testes genéticos em nascidos trouxas, tentando entender como indivíduos sem parentes bruxos podem desenvolver essa característica.

— Ainda estamos nessa de diferenciar bruxos dos trouxas? — Dominique bufou — É sério?

— Disseram que um nascido trouxa nada mais é do que descendente de um aborto. O aborto seria um indivíduo que sofreu uma mutação, causada pela relação consanguínea entre bruxos.

— Se isso fosse verdade, teria mais bruxos do que trouxas no mundo. Nós somos a característica recessiva, não o contrário.

Rose acenou com a cabeça.

— Mas é o que as pessoas querem acreditar. Depois da guerra, todas as práticas que lembram as famílias sangue puro passaram a ser condenadas, e isso inclui o relacionamento entre primos.

— Nossa, tomem cuidado, a próxima Voldemort vem aí — Dominique debochou.

Elas respiraram fundo.

— O que vai fazer? — Rose perguntou, já mais calma.

— Nada.

A outra ruiva pareceu pasma com a resposta, como se esperasse que ela fosse desatar a estudar sobre genética para debater toda vez que sua mãe ou outra pessoa viesse com ignorância para cima dela.

— Não posso controlar a visão que os outros têm de mim — deu de ombros — Muito menos o que falam por aí.

— Você gosta do James?

— Se ele não fosse meu primo, você estaria perguntando isso? — retrucou.

Não sabia se o que sentia era paixão, amor ou coisa do tipo. Não sabia se o relacionamento deles iria durar além de Hogwarts. O que sabia era que era bom, que fazia bem a ela, e que estava feliz com como as coisas estavam.

Ela só tinha 16 anos, não era como se estivesse com os dias contados, não era como se fosse uma vidente para saber tudo o que aconteceria.

Não entendia o porquê as pessoas gostavam tanto de complicar coisas simples.

— Espero que ela não surte quando descobrirem do Hugo... — Rose suspirou.

Dominique virou a cabeça rapidamente, quase dando para escutar o som do estalo do pescoço, os olhos arregalados.

— O Hugo? — quase gritou.


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