Simplesmente Acontece escrita por Dreamer N


Capítulo 1
Capítulo Único - Simplesmente Acontece


Notas iniciais do capítulo

Para minha amiga secreta Duda/dumbygemini. Tentei seguir ao máximo tudo que ela queria em uma história, e como ela gosta de Adele, pensei que usar trechos de músicas dela nos diálogos daria certo, já que se encaixavam tão bem. Espero de coração que tenha gostado! ♥



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Severo Snape odiava o Natal e era nisso que ele pensava naquela manhã nublada enquanto observava os alunos alvoroçados no andar inferior da escola. Lembrava-se de que nesta data comemorativa a maioria dos alunos costumava ir para casa, deixando Hogwarts silenciosa e calma, porém neste ano a ideia brilhante de McGonagall mudara tudo.

Snape não entendia o sentido de trazer antigos alunos para comemorar o Natal em Hogwarts, em especial porque para ele não fazia sentido sequer comemorar algo, quanto mais junto daqueles que já haviam o irritado por tantos anos.

 O Mestre de Poções decidiu deixar a janela de seus aposentos, em especial quando viu chegar à escola o trio mais insuportável de todos.

*~*

Hermione deixara suas coisas no Salão Comunal da Grifinória onde estavam todos seus amigos e antigos colegas de casa. McGonagall havia os convidado para festejar o Natal junto deles em Hogwarts como uma forma de celebrar os bruxos que já haviam se formado e tornaram-se bem sucedidos e assim inspirar os que ainda estavam estudando.

A castanha passeou pela escola, cumprimentou velhos amigos e professores e depois olhou o relógio e constatou que ainda era muito cedo para fazer qualquer coisa, se estivesse em casa com seus pais no mundo trouxa, onde costumava comemorar o Natal, certamente neste momento teria se sentado na sua cafeteria preferida no final da rua e lido aquele clássico romance de época que começara este mês, afinal a vida para a Grifinória não era apenas estudar.

Fora mais tarde naquele mesmo dia que Fred e George lideraram aquilo que eles chamaram de “ideia wesleyana” no Salão Comunal, que consistia em entregar presentes surpresa para o Mestre de Poções que eles amavam perturbar. A maioria aceitou a brincadeira e puxaram Hermione para a roda.

— Eu vou dar um kit de shampoo e condicionador – Fred anunciou com um sorriso largo.

— Eu não acho que seja engraçado ficar tirando sarro com um dos professores – anunciou a castanha.

— Mione, por favor – George começou alegre – É só para darmos um pouco de risada. E ele vai adorar o vale cirurgia nasal que eu vou presenteá-lo – e todos riram.

Hermione revirou os olhos sabendo que não poderia lutar contra aquilo e decidiu que mais tarde compraria algo simples apenas para não a perturbarem por não ter participado.

Após a reunião dos gêmeos, a Grifinória se sentou em um canto isolado e decidiu preparar o presente que tanto esperava entregar naquele Natal. Uma carta para Rony, contando sobre seus sentimentos mais profundos e que até então não tivera coragem de revelar, principalmente por não saber se era correspondida.

Na manhã seguinte foram a um passeio em Hogsmeade onde Hermione comprou para o Professor Snape um colar cujo pingente era uma serpente. Pensara que era um símbolo Sonserino e que não havia nada de piada nele. Aproveitara e comprara dois saquinhos vermelhos do mesmo tamanho para embrulhar ambos os presentes.

Já no castelo colocou a carta e o colar, cada um em um saquinho e junto deles um biscoito de gengibre, fechou ambos e os deixou em sua bolsa.

No jantar daquela noite o salão estava mais cheio do que o normal, com alunos, ex-alunos e professores reunidos. McGonagall proferiu algumas palavras e o jantar fora servido. Olhando para a mesa dos professores, Hermione fitou Snape pensando no quanto se sentia chateada pela brincadeira que fariam. Por um segundo ficou imersa em seus pensamentos e só quando voltou a si foi que percebeu que o Mestre a encarava.

Quando todos já estavam em suas camas, decidiram que era o momento de deixar os presentes na porta do quarto de Snape. Silenciosamente foram até o local e depositaram os embrulhos. Hermione, com medo de ser pega violando as regras, puxou rapidamente o embrulho da bolsa e jogou junto dos outros antes de sair correndo.

Snape estava parado na janela de seu quarto olhando a noite escura que se erguia, não sentia sono e já estava acostumado a adormecer quando já era madrugada. Ouviu alguns toques na porta e bufando foi abri-la sabendo que seriam alunos baderneiros fora da cama.

Já estava pronto para gritar quando percebeu que não havia ninguém no corredor, porém não demorou muito para vislumbrar os diversos presentes deixados na porta. A contragosto os levou para dentro de seus aposentos sabendo que coisa boa não seria. Imaginara o que aconteceria se abrisse os embrulhos, se algum feitiço o atingiria, ou que porcarias iria encontrar.

Ainda assim, por estar desperto e entediado, decidiu abri-los. Encontrou shampoo, condicionador, cremes e até um caldeirão usado e com cheiro de mofo. A cada presente aberto revirava os olhos cansado, pois nem para perturbá-lo os alunos tinham criatividade. Por fim, encontrou um último embrulho, pequeno e vermelho e o abriu. Dentro dele um biscoito de gengibre – que ele não ousou comer – e uma carta, Snape a abriu e leu:

“Para você, meu querido, aquele que habita meus pensamentos durante o dia e meus sonhos durante a noite. Não sei quando esse sentimento começou, mas sei que certamente não encontro um fim, pois não há. Você é o rosto que me ilumina na escuridão, a imagem que no Espelho de Ojesed segura minha mão, o único que acelera meu coração. Finalmente encontrei coragem para lhe dizer o que sinto, e é amor. Nada menos que isso, certamente muito mais.

Sua Hermione Granger”

Severo amassou o papel no mesmo instante em que terminou de ler. Como aquela irritante-sabe-tudo ousara fazer algo assim? Snape jamais esperaria que Granger pudesse fazer algo do tipo. De todos os presentes, aquele certamente fora o pior que já recebera em toda a sua vida. Alguém brincando com seus sentimentos mesmo depois de saber o quanto sofrera por outro alguém. O Mestre de Poções sabia que passaria aquela noite em claro.

*~*

Foi no café da manhã que Snape apareceu com olheiras aparentes, serpenteando por entre os alunos e convidados da Grifinória que davam risada lembrando-se dos presentes e recebendo cadernadas do Mestre. Hermione acabara sorrindo vendo a cena, até que o homem parou em sua frente mais sério do que ela jamais havia o visto. Seu sorriso sumiu no mesmo instante.

— Senhorita Granger, eu ia lhe dizer para tomar cuidado com as suas companhias, mas talvez seja melhor eu dizer às suas companhias que é melhor elas tomarem cuidado com você – disse e saiu andando com naturalidade.

Hermione franziu o cenho sem entender o que acabara de acontecer. Será que um simples colar com pingente de serpente o deixara tão revoltado? Será que Snape pensara que ela o chamara de cobra?

Tentou esquecer o ocorrido e se concentrar nas aulas de mais tarde, em que os alunos convidados serviriam de monitores e ela sabia que havia sido escalada justamente para a aula de Poções com Snape.

Quando entrou na sala naquela tarde, o homem a ignorou como normalmente faria, mas ela sentia uma aura estranha emanando deste para com ela.

— Alguém poderia me dizer que poção é esta?

A castanha levantou a mão na intenção de auxiliar, mas foi ignorada. Snape deu a palavra para um Sonserino.

— Alguém saberia me dizer para que serve a Poção Amortentia? – completou a frase mirando a castanha que sentiu-se confusa.

— Ela serve... – começou, mas foi cortada pelo Mestre.

— Eu não me lembro de ter lhe dado a palavra, senhorita Granger. Menos 10 pontos para a Grifinória.

— Mas eu não sou mais aluna – sentia-se atordoada com a situação.

— Exatamente, o que não lhe dá o direito de dizer o que quer para quem quer.

Hermione deixou a sala sentindo-se confusa e ao mesmo tempo angustiada. Preferia ter criado animosidades entre os colegas e não ter participado da brincadeira, do que ficar mal com um ex-professor.

Estava decidida a depois da aula ir conversar com ele e explicar que a sua intenção não fora ruim ao lhe dar aquele colar. Queria se livrar dessa culpa antes de anoitecer, visto que deixara o presente de Rony no quarto do ruivo e mal podia esperar por uma resposta.

Porém, quando a castanha ia retornar para a sala de Poções, Rony lhe parou no corredor, tinha o cenho franzido.

— Mione, eu agradeço o presente, só não entendi porque um pingente de cobra. Meio Sonserino, não?

E foi quando as palavras deixaram a boca de Wesley que ela se dera conta do que fizera. Trocara os presentes e a carta de amor que escrevera havia sido lida por Severo Snape, por isso o homem estava a tratando daquela forma. O semblante alegre sumiu de seu rosto dando lugar ao pânico.

— Hermione, o quê aconteceu? – o ruivo se preocupou.

Eu ateei fogo à chuva— respondeu antes de sair correndo.

*~*

Hermione andava de um lado para o outro sem saber o que fazer para reverter àquela situação. Precisava explicar ao ex-professor o que havia acontecido, mas sabia que não conseguiria o olhar nos olhos. Porém, mais tarde naquele dia reuniu toda sua coragem Grifinória e foi até a sala do Mestre. Deu duas batidas na porta e ganhou a atenção dele.

— Professor Snape, nós precisamos conversar.

— Não precisamos – caminhou para guardar um livro.

— É sobre o presente que eu lhe dei.

— Disseram que das bruxas da sua idade você era a mais inteligente, mas há um lado seu que eu nunca conheci, nunca conheci.

— Eu sinto muito, mas foi um engano... – ele a cortou como se não tivesse terminado sua fala, apenas pausado.

— Eu esperava besteiras como as que me entregaram, eu nem reclamo, pois sei que eles jamais irão parar. Mas nem mesmo de um dos Wesley eu esperaria tamanha crueldade como a sua.

Hermione sabia que o homem estava abrindo seu coração, mesmo que as palavras fossem duras, mas ela sentia que vinham carregadas de sentimentos que lhe causavam dor e sentiu seu coração se apertar no peito.

— Há bruxos que causam guerra – caminhou pela sala – Há bruxos que vão a guerra e há bruxos que são a guerra. Eu escolheria com cautela quem você quer ser.

— Me deixe explicar, aquela carta não era para você, foi um engano – sentia que precisava explicar, pois o passado de Snape, assim como seus sentimentos, já não eram mais segredo para ninguém, e aquele assunto em particular era o que mais o machucava.

— Eu preciso preparar a aula de amanhã – e se virou caminhando para o fundo da sala. No lugar da angústia Hermione sentiu raiva, afinal ele continuava agindo como o velho morcego das masmorras.

Pelo menos eu posso dizer que eu tentei, te dizer que eu sinto muito por partir seu coração, mas não importa, isso claramente não te machuca mais.

Disse as últimas palavras e saiu da sala sem olhar para trás.

*~*

No dia seguinte Snape encarava a castanha no café da manhã, pensava no que acontecera no dia anterior, na tentativa de Hermione lhe explicar o que acontecera e que de certa forma, mesmo que tenha a interrompido, ele acreditara que ela havia se enganado. Granger podia ser muitas coisas, mas não era cruel, disso ele sabia. A questão era que Snape não conseguia evitar se sentir daquela forma, não quando o assunto era tão delicado para si. Lembrava-se de prometer a si mesmo que depois da guerra não seria tão amargo, visto que tivera uma segunda chance, mas tanto havia acontecido que ele mesmo quebrava suas promessas para consigo.

— Senhorita Granger – a chamou quando esta se dirigia a saída do salão – Precisamos conversar.

— Eu tentei ontem, mas você não parecia disposto – ainda se sentia amargurada com a situação.

Não é seu estilo se conter, ou se esconder da luz— disse sem semblante algum e a castanha amoleceu entendendo que ele estava a chamando para si mesma. Hermione não era aquela pessoa fria que estava sendo.

Caminharam juntos e em silêncio até um local isolado da escola. Snape retirou das vestes a carta amassada.

— Eu sinto muito – Hermione começou em voz baixa – Eu não queria participar da brincadeira, mas me senti obrigada. Te comprei algo que lembrava a Sonserina, mas todos meus embrulhos eram iguais e pequenos e eu te deixei o errado. Não foi minha intenção tentar te machucar depois de tudo, eu jamais faria isso.

Snape caminhou alguns passos em silêncio. Não queria admitir, mas a carta mexera consigo. Não havia a jogado fora por esse motivo, mesmo sabendo que ninguém havia escrito aquilo para ele, era a primeira vez que lia algo do tipo e pensara ser para si, que alguém o via daquela forma.

Eles dizem que o tempo deveria te curar, mas eu não me curei nenhum pouco.

Hermione sentiu uma pontada no peito, entendia o que ele queria dizer. Se aproximou e apertou sua mão sobre a do homem. Snape voltou seu olhar para o gesto, mas não se moveu.

— Eu acho que a cura já começou e você nem percebeu – indicou a carta amassada – Você não a jogou fora.

Sem saber o motivo, lentamente depositou um beijo na bochecha do ex-professor e sorrindo seguiu caminho pelos corredores, deixando para trás um Snape sem reação.

*~*

Hermione deitou-se naquela noite e Severo Snape não saíra de seus pensamentos. O olhar, o sorriso quase inexistente e triste do homem, sua história, tudo em Snape lhe despertara algo de repente. Ouviu os gritos e risadas no andar de baixo e reconheceu a voz de Rony, para sua surpresa não sentira nada, nem sequer havia pensado no ruivo nos últimos dias.

Talvez tivesse sido melhor não ter entregue a carta para Wesley, era cedo demais e ela já não sabia se havia um sentimento. Era um amor adolescente, utópico, platônico. Hermione pensara naquele momento que precisava de um amor diferente, que tivesse história, passado, presente e futuro, que tivesse nos olhos aquele brilho de quem quer amar e ser amado, assim como Snape tinha.

Revirou-se na cama tentando dispersar aqueles pensamentos, mas não conseguia. Começara a pensar no quanto o Mestre de Poções era inteligente, sincero e inclusive bonito.

— Não, não, não Hermione – dissera a si mesmo tentando retirar da cabeça aquele pensamento insistente – Você não pode se apaixonar por Severo Snape.

Mas seu coração já estava aquecido com a ideia.

*~*

Se a coragem vinha do fato de ser Grifinória ou não, Hermione não saberia dizer, mas estava na porta da sala de aula de Snape ensaiando para bater, o que não foi necessário, pois o moreno a abriu.

Severo— disse quase inaudível e depois se corrigiu – Professor Snape.

— Senhorita Granger – a cumprimentou sentindo uma inquietude que não estava acostumado a sentir.

Por um instante Snape se lembrou do beijo no rosto que ganhara da castanha no dia anterior e da sensação de sua mão macia segurando na dele.

— Posso entrar? – perguntou e o homem lhe concedeu passagem – Eu viajei bastante trabalhando pelo Ministério da Magia e encontrei alguns ingredientes mágicos um tanto quanto raros – retirou do bolso dois pequenos frascos – Dizem que eles servem para muitas poções, gostaria de lhe dar após tudo que aconteceu.

— Eu não preciso que me dê presentes, Granger.

— Mas eu quero – se aproximou e depositou em suas mãos, as segurando fechadas sobre os frascos.

Foi no momento em que as íris castanhas encontraram as pretas, tão próximas, que Hermione soube que não tinha como escapar, estava se apaixonando por Severo Snape. Tudo parecia ter acontecido muito rápido, mas a verdade é que quando estava em Hogwarts como aluna não podia olhar para ele daquela forma, e agora o conhecia a anos para entender quem ele era ou pelo menos quem ela queria tentar que ele fosse para si.  Os olhos da castanha de repente se encheram de lágrimas.

Por favor, não desmorone, não consigo lidar com seu coração partido.

Mas Hermione riu ao ouvir as palavras do homem.

— Ele nunca esteve tão inteiro.

— Senhorita Granger – Severo não sabia por que começara a falar tão baixo – Eu não compreendo onde quer chegar – se soltou do toque e lhe estendeu a carta amassada – Talvez devesse entregar para o destinatário verdadeiro.

— Não há – a castanha sorriu – Era uma fantasia que eu já dispersei – fez uma pausa, respirou fundo e disse o que não teria outra oportunidade para dizer – Eu sinto muito pelo que vou dizer, mas eu quero que você pegue essa carta novamente e a leia agora pensando que isso tudo é real – ele franziu o cenho – É muito cedo, mas eu garanto que se um dia você permitir, todo esse sentimento seria verdade.

Snape se afastou, pela primeira vez sem saber o que dizer e Hermione entendeu aquilo como a deixa para partir.

*~*

Snape queria fugir, mas toda vez que encontrava Granger se aproximava. Não sabia se era curiosidade, vontade de brigar com a Grifinória, ou o fato de que só próximo a ela se sentia aquecido.

— Me perdoe – ela disse próxima a ele enquanto entregava alguns livros aos alunos. Snape sabia que ela se referia a última conversa que tiveram – Voltar a Hogwarts traz muitas lembranças e emoções, mas também me faz pensar em tudo que passamos e no quanto amadurecemos. Eu não sou mais a mesma, você também não.

— O que te faz pensar que não sou mais o mesmo?

— Eu não sei, você quer ser o mesmo?

Snape não respondeu, mas Hermione sabia que ele havia pensado a respeito, sabia em quem ele estava pensando e que ele havia mudado de alguma forma.

Não me arrependo de nada, cada palavra que eu disse, você sabe que sempre será verdade— disse olhando nos olhos negros, e com a certeza de que ele acreditava nela, pelo fato de que Hermione jamais mentiria, não sobre aquilo.

Sorrindo, ela o deixou sozinho.

*~*

Lá estava Severo Snape novamente na janela de seus aposentos olhando para a escuridão, sem sono. Mas diferente das outras noites, dessa vez havia algo tomando seus pensamentos. As palavras de Hermione ecoavam em sua cabeça e ele tentava entender se queria dispersá-las, ou senti-las.

Granger era diferente das outras, não quebrava regras, estudava, não mentia. Amadurecera e se tornara uma mulher, bonita, inteligente e que conseguia sustentar um diálogo decente com ele, algo que Snape considerava muito.

Mas não estaria pronto, estaria? Não conseguia sequer se abrir para a ideia de tentar, não depois de tudo que sofrera pela única mulher que amou. Mas ali, olhando a escuridão, percebera que nunca havia conseguido sentir nada por ninguém, pois se preenchera de escuridão, daquela massa densa e negra de dor e ódio, mas que Hermione conseguira perfurar de alguma forma.

Pela primeira vez Snape conseguira dormir, pois havia motivos para sonhar.

*~*

Finalmente chegara o Natal, o último dia em que os visitantes ali estariam. Passariam uma noite animada juntos e depois tudo voltaria ao normal. Isso inquietava Snape, mais ainda Hermione. Não conversaram durante o dia, apenas trocaram olhares que muito diziam.

A noite, quando todos estavam reunidos no Salão Principal, Hermione notou que faltava alguém a mesa. Se dirigiu para as masmorras a procura dele e lá o encontrou.

— Você não vem comemorar? – o tirou de seu transe, mas ele entrara em outro ao vislumbrar Hermione em um vestido vermelho.

— Não acho que seja necessário – tentou disfarçar.

A castanha se aproximou e buscou por suas mãos, ele hesitou, mas deixou que ela as segurasse.

— Você quer ficar sozinho?

Ele olhou fixamente em seus olhos e respondeu a verdade.

— Não.

Hermione sorriu e juntando toda a coragem que havia em si, aproximou seus lábios aos de Severo em um beijo singelo.

Eu não posso te amar no escuro, parece que estamos tão distantes— sussurrou ainda com a testa colada a do moreno.

— É importante como isso irá terminar, porque e se eu jamais amar de novo? — Snape mirou as íris castanhas que brilhavam e escutou pela primeira vez seu coração.

— Eu não terei pressa – ela não parava de sorrir quando acariciou o rosto do Mestre o fazendo fechar os olhos.

Quando abriu os olhos novamente, Snape soube o que queria, uma vida nova, uma segunda chance real, se sentir vivo, deixar o passado para trás. Partira dele a iniciativa, a puxou contra si e a beijou, dessa vez de forma lenta e intensa.

Talvez ele pudesse amar de novo se confiasse, se tentasse, pois o amor ás vezes simplesmente acontece.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez grata ao SSF por essao oportunidade tão especial e divertida! ♥



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