Logo na primeira semana Todoroki e Midoriya assumiram o namoro confirmando a suspeita dos colegas por eles estarem se comportando mais atados do que já era costume. Nisso, Kaminari notou que Bakugo "coincidentemente" ficou mais mal-humorado, do que o normal, após aquela notícia. No fim das atividades do dia, Katsuki foi discretamente para o terraço dos dormitórios e o curioso Denki o seguiu mesmo que o outro loiro estivesse nitidamente buscando um momento de paz a sós.

— Sabia que você tinha uma queda pelo Mido, seu melhor amigo de infância que passou a odiar? Tava na cara. – Ele brincou arrancando o olhar mortal de Bakugo, mas o elétrico era imune às caretas feias dele e o acinzentado não estava com disposição para fazer mais que aquilo. – Ou é pelo Todoroki que você tem uma queda? O que seria pior porque aí se comprometeu justo com quem você realmente detesta.

— Pensei que fosse óbvio os meus sentimentos pelo Deku. – Debochou. – O que você quer? Me mostrar que há um lado bom?

— Sinto muito, cara. – Kaminari disse com sinceridade. – Por você né, o azarudo da situação, porque já eles – assobiou – ambos ganharam um partidaço! – Fazer graça era a maior qualidade, habilidade e fluência que Denki tinha, era tão habituado a recorrer a ela que já podia considerar como um vício. Porém dessa vez não parecia estar surtindo efeito, Bakugo nem gritou ou bateu nele… – Se as piadas não estão te fazendo se sentir melhor, talvez a minha desgraça faça: pelo menos você não perseguiu por um ano alguém que nem a sexualidade o corresponderia.

— Como você não sabia que a Jirou é lésbica?! – Era doloroso para Kaminari lembrar da rejeição constrangedora que sofreu da colega na frente de toda a turma no último dia de aula do ano passado, mas valeu por tirar Katsuki minimamente de sua tristeza e foi bom assistí-lo voltar ao seu estado usual. Era o objetivo dele, como amigo (já lhe bastava a culpa pela covardia de não ter ido no resgate do tal quando o mesmo foi sequestrado, isso era o mínimo), se sentia mal também em o vê-lo abatido. – Não reparou as conferidas que dava na Momo? Você é muito burro mesmo, depois eu que sou insensível com os apelidos.

— Eu achei que ela fosse bi! – Se defendeu rindo. – Como eu, seria um match perfeito.

Assim se desencadeou uma conversa no típico tom de sua dinâmica que passaram a apreciar.