La Belle Anglaise escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 13
12. Emoções.




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24|03|1779 Tudor House, Londres

O que foi aquilo que aconteceu em Cottington House? Katherine francamente queria uma resposta. Wilhelm teve a ousadia de convidar a duquesa de Devonshire para dançar! Mesmo sabendo que Katherine não gostava dela. Isso... deveria haver um motivo por trás, tinha que ter um motivo oculto, e deveria ser muito oculto.

A princesa não entendia o que Wilhelm queria dançando com Georgiana Cavendish, assim como muito menos entendia o motivo dela mesma ter dançado com James, e durante essa dança ele afirmar que Wilhelm havia perdido o interesse nela. As coisas estavam fugindo do controle, e Katherine não poderia deixar isso acontecer.

— Wilhelm!— Naquela noite, após o baile, a princesa foi tentar tirar satisfações com o marido.— Eu lhe disse antes que não gosto da duquesa de Devonshire, então fique bem longe dela.

— Mas isso é você, eu não tenho nada contra ela.— Sem alteração na voz e com um tom baixo... Katherine não gostou desse tom.— Muito na verdade, a duquesa é uma das poucas pessoas que se pode gostar de verdade aqui.

— Está me chamando de insuportável, Wilhelm!? Não! É melhor nem responder.— O príncipe revirou os olhos, e virou-se para sair de perto dela.— Eu vou avisar novamente: fique longe de Georgiana Cavendish, marido!

Parando onde estava, ele olhou para trás por um momento, antes de virar a cabeça.

— Eu não quero.— Mas que petulante. Não aguentando, Katherine seguiu com pressa o marido, ela não deixaria ele sair do quarto.— E mais, você não manda em mim, Katherine! Não manda...

Pegando com força o braço dele, Katherine parou Wilhelm e o fez encará-la. Ela queria gritar, e gritar muito, talvez fosse até melhor, mas a princesa falou um pecado:

— Se você acha que vai me deixar com ciúmes, está muito enganado.

Essas palavras foram um erro. O rosto dele ficou vermelho de raiva, e nessa noite Katherine descobriu que nunca tinha realmente visto Wilhelm gritando de raiva. Não foi feliz, não foi um mês feliz. A situação agora havia mudado, o príncipe que estava frio e distante, não era mais a princesa.

Depois dessa noite foi anunciado que, por conta da guerra na Alemanha, o casamento da princesa Elizabeth com o eleitor da Saxônia seria adiado por mais um ano. Não era a primeira vez que isso acontecia, tantos casamentos já foram adiados, mas para tão distante assim? Era estranho.

O único consolo de verdade que Katherine teve em março foi poder ajudar a marquesa com os preparativos do casamento de Charlotte. Nesse meio tempo James também voltou a ser gentil e educado, como era antes. Segundo ele mesmo:

— Eu cansei de agir com raiva e gritar, não resolve nada.— E como ser cínico e ameaçador com palavras doces ajudava? Se as coisas não mudassem, Katherine faria as visitas diárias de Bravandale se tornarem ocasionais.

Em 22 de março, dois dias atrás, Charlotte fez seu décimo sétimo aniversário. No mesmo dia aconteceu uma grande festa nos jardins de Hampton Court comemorando esse marco. Foi uma grande festa, segundo alguns, um dos mais belos e espetaculares eventos que a marquesa já fez. Para Katherine, era uma alegria saber que ela mesma também ajudou.

Hoje, 24, iria acontecer o tão esperado casamento, por procuração. Apesar dele acontecer na Capela Real do Palácio de St. James, o baile iria acontecer em Tudor House, e como resultado, o dia nem mesmo havia começado e parte da corte de Bristol já havia se mudado de Hampton Court para Tudor House. Seria um dia agitado.

Ou melhor, já estava sendo. O marquês e a marquesa lideraram a parte da corte que foi mais cedo, afinal, havia muito que resolver ainda, muitos preparativos deveriam ser feitos.

O resto da corte foi para Tudor House apenas mais tarde, depois da hora normal de acordar, quase meio-dia. Não havia motivo para pressa, a casa era em St. James, muito perto da corte e no centro de Londres.

Quando Katherine, acompanhada por Wilhelm e Elizabeth, chegou em Tudor House, a casa estava movimentada, haviam criados em todos os lugares, tentando dar mais brilho ao que já era brilhante.

— Sua Alteza Sereníssima, ainda bem que a senhora chegou.— No meio de tantas criados, Lady Kensington conseguiu chamar a atenção de Katherine.— A marquesa... ela vai ter um ataque de nervos.

— Mas por que tanto escândalo? Mamãe sabe que apenas a família real estará presente.— Elizabeth comentou seca. Mas ela deveria lembrar que se referindo a marquesa, tudo deveria ser perfeito.— Onde ela está?

— Na sala formal de jantar.— Claro, onde mais poderia ser?— Lady Kent, Lady Barnander e Lady Eugenie estão com ela.

Assim como o hall de entrada, a sala de jantar estava completamente agitada, brilhante e confusa, mas com um acréscimo, tinham muitas mesas. Esse casamento de Charlotte seria grandioso, muito mais que o de Katherine, a herdeira.

— Escute bem e não esqueça, Lady Kent, eu quero que seja usada a prataria principesca de Niedersieg, as porcelanas húngaras e as taças de cristal da imperatriz Anna.— As taças de cristal? Katherine e Elizabeth se entreolharam surpresas.— Quanto as flores...

— Mamãe, a senhora não acha que já está exagerado um pouquinho?— Ouvindo a voz da filha mais velha, a marquesa virou-se.— Estamos mostrando tudo que temos de melhor.

— Katherine, minha rosa, você sabe que esplendor e brilho nunca é demais... principalmente na minha situação.— A última parte foi dita muito baixo.— Podemos ser uma família aristocrática britânica, mas ainda somos realeza. Temos Niedersieg para provar.

Realeza, tudo no mundo Tudor-Habsburg se resumia nessa mesma palavra.

— Não deixa de ser um exagero, mamãe.— A marquesa balançou a cabeça e voltou para suas tarefas.— Serão quantas porções pelo menos?

Brilho, beleza e esplendor era muito bom, Katherine gostava muito, mas não quando apagava ou eclipsava o que deveria ser celebrado. Por um momento a marquesa pensou.

— Serão mais de duzentas pessoas?— Mas iria caber tudo isso na sala da jantar? Tudor House era grande, mas não um palácio.— Irão caber sim, Katherine. Foram matemáticos de Cambridge que planejaram onde cada uma das mesas adicionais ficarão.

Era um exagero, e um muito grande. De qualquer forma, iria ser usado o que nunca foi, como a prataria e as porcelanas. Por precaução, Katherine pediu para ficar com a mãe, para ajudá-la, mas a própria marquesa a expulsou, ou melhor, pediu para a filha ajudar Charlotte. A ansiedade chegou muito rapidamente na princesa mais jovem, embora ela estivesse mais ansiosa para conhecer a Áustria e Maria Theresa do que o marido.

As oito da noite, quase nove, aconteceu o casamento por procuração da princesa Charlotte de Niedersieg com o arquiduque Maximilian Franz da Áustria, representado pelo príncipe Henry. Não teve a mesma pompa de um casamento normal, mas ainda assim a Capela Real estava lotada, não era comum o casamento de um arquiduque austríaco católico com uma princesa protestante. Se os Tudor-Habsburg já não tivessem sido excluídos antes, por causa do catolicismo, Charlotte seria tirada da linha de sucessão britânica.

Estava feito, Charlotte agora estava casada, ela havia se tornado uma arquiduquesa da Áustria, como os bisavós delas foram um dia. Charlotte era "a mais feliz" dos Tudor-Habsburg, embora ninguém soubesse como ela iria ser recebida em Viena.

Após o casamento todos começaram a se dirigir para Tudor House. Isso incluia Katherine e Wilhelm, que foram deixados sozinhos em uma carruagem.

— Pergunto-me como Charlotte será recebida em Viena. Os Habsburg não são conhecidos pela cortesia.— Era uma família muito rígida. Olhando para o marido, Katherine esperou uma resposta.— Espero que ela seja feliz, não quero nem imaginar o contrário.

— Sim.— Frio e sem atenção Wilhelm respondeu.

Piscando rapidamente seus olhos, a princesa desviou o olhar. Essa situação já estava ficando desconfortável e difícil. Tudo tinha um limite, o silêncio tinha um limite! Se algo incomodava ele, que fosse dito.

— Já estou cansada disso.— Ele olhou para ela com uma sobrancelha levantada.— Fale algo, Wilhelm!

— Fracamente, Katherine, o que você quer? Se falo muito você reclama, mas se falo pouco também. Se sou educado há suspeita da sua parte, e sendo natural é da mesma forma.— Mas... o que significava isso? Ofendida a princesa virou a cara.— Diga-me, Katherine, o que você quer?

— Apenas saber o motivo desse silêncio todo, parece até que você está me evitando, na verdade, você está me evitando.— O sentimento não era bom. O olhar de Wilhelm era irônico.— É desconfortável, sabia?

— Então você não gosta? Pois é exatamente assim que você me trata.— Novamente Katherine desviou o olhar, esse assunto não vinha ao caso no momento.— Mas se faz tanta questão. Faço isso porque sei de tudo.

— De tudo?— Sem entender essas palavras, ela voltou a encarar o marido.— Tudo o que?

Lentamente Wilhelm começou a rir, e rir com muito cinismo. O coração de Katherine começou a apertar e bater fortemente. Não seria algo bom que viria disso. Parando de rir, o príncipe encarou sarcástico a esposa, embora também houvesse um pouco de... dor.

— Uma palavra, ou melhor, um lugar: Östergötland.

O mundo de Katherine parou nesse momento. Östergötland... Frederik Adolf... Ele descobriu! Mas como!? Assustados, os olhos da princesa encararam o príncipe.

*****

Não era apenas Katherine que estava cansada da frieza e distância, Wilhelm sentia-se da mesma forma. Ele não era naturalmente uma pessoa calada, Wilhelm nunca escondia seus pensamentos, sentimentos e opiniões, era até uma surpresa o príncipe nunca ter se envolvido em um duelo. Mas a questão era que tudo isso também doía nele.

O único motivo dele não ter falado antes com Katherine, era por ser um assunto muito delicado e recente, além do coração de Wilhelm ainda estar doendo, falar desse assunto em um momento ruim os deixaria apenas mais distantes, o que acabou por acontecer de qualquer forma.

Tudo isso estava ferindo muito o príncipe, ferindo eles dois na verdade. Wilhelm não queria causar ciúmes, ser frio e falar agora, mas aconteceu, ele foi dominado pelo ciúme, quem nunca foi?

— Não vai falar nada, Katherine?— Já fazia um tempo que ela apenas olhava espantada para ele.

— Quem lhe contou isso?— Soando forte, mas ainda assim assusta, Katherine perguntou. De jeito nenhum ele diria.— Responda!

— Não vem ao caso, eu descobri e não foi pela sua boca.— A pergunta dela apenas confirmava tudo. A princesa abriu a boca para responder.— Não, é minha vez de falar, Katherine. Isso me feriu bastante, mas não o fato de você estar apaixonada, o que me fere de verdade é saber que você não me disse.

— Isso... aconteceu antes de casarmos.— Percebendo sua voz trêmula, Katherine desviou o olhar. Wilhelm balançou a cabeça, não mudava nada.— Eu...

— Eu pensei que estávamos próximos, que éramos amigos! Eu gostava de você! Ainda gosto na verdade, mas pelo visto não é recíproco.— Katherine olhou para Wilhelm sem saber o que dizer... cheia de emoções. Percebendo a situação, ele começou a rir. Era tão irônico!— Iríamos ter uma filha, uma filha, mas você nem mesmo confia em mim.

Não havia lágrimas, ou melhor, nenhuma foi derramada, mas os dois estavam cheios de emoções, algumas conflituosas. Apesar disso, o príncipe encarou a esposa, esperando uma resposta dela.

— Wilhelm, eu...— Nesse mesmo instante a porta da carruagem foi aberta, na frente deles estava uma brilhante e alegre Tudor House. Era tão irônico. Abaixando sua cabeça, Katherine suspirou e quando ela ergueu, havia um sorriso em seu rosto.— Vamos descer, Wilhelm?

Havia tanta alegria e animação na voz dela, que ele quase acreditou que eram sentimentos verdadeiros. A princesa não esperou uma resposta dele, e muito menos que Wilhelm saísse primeiro, ela mesma saiu, praticamente fugindo.

—Katherine...— Wilhelm tentou impedi-la, mas foi em vão. Não tendo outra alternativa, ele fez o mesmo.

Estava feito, eles saíram e todos olhavam para os dois. A única coisa que Wilhelm poderia fazer era pegar o braço da esposa e entrar na casa, como um casal normal faria, sendo a imagem da harmonia.

Não demorando muito, logo as duas centenas de convidados foram levadas para a sala de jantar formal. Haviam três grandes mesas principais, que seguiam uma ordem de precedência. O marquês e marquesa estavam no centro, como os anfitriões, e enquanto ao lado do anfitrião estavam o rei e Katherine, ao lado da anfitrião estavam a rainha, Charlotte, Wilhelm e Elizabeth. Nas outras duas mesas principais estava o resto.

A conversa com Katherine ainda não havia sido esquecida, assim como a lembrança que ela fugiu continuava viva, mas esse não era o momento para ter conversas daquele tipo, além de que Wilhelm estava do outro lado, com as consortes, mostrando bem qual era sua futura posição no mundo. Mas o jantar foi o suficiente para distrair o príncipe.

Iluminada apenas pela luz de velas que refletia em espelhos de vidro e cristais, essa sala ficava muito diferente, nem mesmo parecia a mesma sala da manhã. Porém, o que realmente chamou a atenção de Wilhelm foi a decoração e os utensílios. Tudo era muito exagerado. Os pratos de porcelana não tinham o brasão dos Tudor-Habsburg, mas sim belas pinturas de paisagens e no centro a sigla T.H em dourado.

— Até mesmo a megalomania tem um limite.— Ao lado dele, Charlotte olhou para o cunhado sem entender.— Os pratos têm um T e H, Tudor-Habsburg.

— Vai dizer então que na corte em Copenhagen não há nada assim?— Era diferente. Os Tudor-Habsburg eram uma família principesca, os Oldenburg eram uma família real.— Eu nunca realmente tinha visto a prataria de Niedersieg.

Pegando uma colher prateada, Wilhelm fez uma leve careta, havia um pequeno T.H em dourado no cabo.

— Não façam careta, por favor. Todos estão olhando para cá.— Rindo falsamente, Elizabeth repreendeu. Ela estava errada, antes olhavam para eles, agora era para o brilho.— Esse T.H significa Theodor Harold, o penúltimo Hildburghausen a governar Niedersieg. Quase tudo aqui foi ele quem mandou fazer.

Fazia mais sentido essa explicação. Por que o casamento dele e com Katherine não foi assim, ele era menos importante? Wilhelm suspirou, não importava muito. Um casamento bonito não teria evitado o que estava acontecendo.

O jantar foi servido, e ocorreu aparentemente sem problema algum. Quando foi finalizado todos foram então conduzidos para o salão de bailes. Novamente Wilhelm se perdeu de Katherine.

Não! Wilhelm não iria desistir, ele encontraria Katherine e eles conversariam, poderiam até mesmo irem para algum quarto. Mas nessa procura, o príncipe acabou por encontrar outras pessoas: a duquesa de Devonshire e suas amigas, nenhuma delas ele conhecia.

— Sua Alteza, como é alegre encontrá-lo!— Wilhelm sorriu para a doce duquesa.— Estamos tomando seu tempo?

— De forma alguma, Sua Graça.— O inevitável sempre acontecia.— Sempre tenho tempo para conversar com quem acho agradável.

— Meu príncipe me acha agradável? Fico muito feliz em saber. Meu maior pesadelo é não ser amada, que me ignorarem...— Que coisa especificamente ruim... Os olhos de Wilhelm se arregalaram quando ele pensou ter visto Katherine mais atrás da duquesa.— Meu príncipe realmente parece distraído, procura algo?

Era tão perceptível assim? Voltando a sorrir para a duquesa de Devonshire, o príncipe negou com a cabeça.

— Nada em específico...— Katherine!... Era apenas uma criada tentando ajudar Lady Courteney com suas pérolas.— Eu posso encontrá-la depois, a qualquer momento.

— Se for importante deve ir imediatamente, meu príncipe.— A preocupação da duquesa era edificante, mas estava começando a irritar Wilhelm.— Não se deve deixar para depois o que pode ser feito agora, não é assim?

— Eu já disse que posso deixar para mais tarde.— Era tão difícil assim de entender? Ele não falou nenhuma palavra grossa, porque era a duquesa de Devonshire.— E suas belas companheiras? Quem são?

Apesar de não muito satisfeita, a duquesa sorriu, ela não poderia fazer muita coisa, de qualquer forma. Apontando para as damas, Georgiana apresentou:

— Minha irmã, Lady Henrietta Spencer, e minhas amigas Susan Salen, a duquesa de Clifton, e Lady Diana Beauclerk.

— É um grande prazer. Creio que podemos ser amigos, já que são amigas da duquesa.— A duquesa de Clifton e a outra dama riram divertidas, mas não era uma diversão normal. Os ingleses eram tão estranhos.— Qual a graça?

— Com certeza isso não tem muita importância, mas minhas amigas...— Antes que a duquesa de Devonshire pudesse acabar, uma dama se aproximou do grupo.— Sua Alteza Sereníssima.

As damas fizeram uma respeitosa mesura a marquesa, que estranhamente não tinha um sorriso feliz no rosto, havia um sorriso, mas não era o de sempre.

— Sua Graça, creio que terei de levar o príncipe comigo, Katherine chama por ele.— Wilhelm achou muito estranho, não apenas a voz dura da marquesa, ou sua mentira. Olhando para as outras, a consorte também as comprimentou:— Lady Henrietta... Sua Graça... Lady Diana.

Havia um ar muito estranho nesse lugar. Apesar dos sorrisos e da gentileza, era perceptível que havia algo de errado.

— Não podemos prendê-lo conosco, minha marquesa.— Sorridente Georgiana respondeu.— Seu baile está perfeito.

— Eu agradeço, acho até que... posso até dar outros.— Pegando o braço de Wilhelm, a marquesa saiu apressadamente.

Esses movimentos bruscos, as vezes o príncipe sentia que não sabia absolutamente nada da alta sociedade inglesa, as coisas não pareciam fazer sentido algum.

— Há algum problema com a duquesa?— Assim que estavam longe o suficiente, Wilhelm perguntou.

— Creio que com ela não, ainda não. Há muitos problemas com as amigas dela.— A duquesa de Clifton e Lady Diana pareciam perfeitamente normais para ele.— Eu não lhe culpo, mas fique bem longe delas, Wilhelm.

Novamente isso!? O que elas tinham de tão errado assim?

— Por quê? Não tenho motivo nenhum para...

— São divorciadas, é isso. A duquesa de Clifton, antes Susan Pange, a baronesa Pange, cometeu adultério e o barão pediu divórcio.— Certamente o barão também adulterou.— O mesmo aconteceu com Lady Diana, ela era viscondessa Bolingbroke e casou com...

Pareciam palavras muito repugnantes para serem ditas por ela.

— Elas certamente tiveram seus motivos para...

— A sociedade não dá importância aos motivos, Wilhelm. O fato é: elas são divorciadas, mas casadas.— Ele não daria uma resposta, na Dinamarca elas nem mesmo seriam aceitas em festas.— A sociedade é muito malvada, quando não a obedecemos, somos massacrados.

Parecia injusto, era injusto. Mas o que Wilhelm poderia fazer? Nada, o iluminismo não derrubava os preconceitos, a igualdade não libertava todos. Mesmo com esse episódio, o baile continuou da mesma forma: alegre e agradável.

As duas horas da madrugada, quase todos já haviam se retirado e voltado para suas casas. E isso incluia Wilhelm, que também já havia se retirado para seus aposentos, embora ele não tenha conseguido falar com Katherine. Mas o príncipe não desistiria.

Pela manhã, ele iria falar com ela, eles deveriam resolver esse problema. Era isso que Wilhelm imaginava. Quando ele menos esperava, alguém entrou no quarto dele. Para a surpresa do príncipe, era Katherine.

— Você queria conversar, não era Wilhelm? Pois bem, vamos conversar.


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