La Belle Anglaise escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 11
10. Perdas.




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11|12|1778 Amelian House, Cheshire

Observando seu reflexo no espelho, Katherine levou suas mãos até o ventre e protetoramente abraçou a criança. Ah, Senhor. A princesa logo desistiu, ela parecia uma tonta. Era impressionante que embora Katherine já tivesse quase seis meses, (mesmo não parecendo), ela ainda não se sentia como uma mãe. Gemendo tristemente, a princesa olhou para os outros aspectos do seu reflexo.

Não havia nela prazer algum na gravidez. Katherine estava inchada, sem equilíbrio e com os nervos a flor da pele. Isso sem contar com as roupas, não havia um vestido que ainda coubesse nela.

— Essa vida não é pra mim.

— O que você está resmungando aí, Katherine?— A princesa revirou os olhos ouvindo Elizabeth. Não era nada que ela nunca fosse sentir.— E também, por que você se olha tanto no espelho?

— Por que estou entediada.— O tom seco dela já mostrava isso.— E pelo que parece, apenas eu estou.

Só haviam eles quatro na sala azul. Elizabeth estava pintando Charlotte, que observava com atenção Wilhelm tocar no cravo uma sinfonia de Johann Hartmann. Katherine nunca tinha ouvido falar desse homem, mas segundo o príncipe era um famoso músico dinamarquês, que até mesmo foi professor dele por um tempo. Era uma bela música de qualquer forma.

— Poderia ao menos parar sentada?— Já ficando irritada, Elizabeth censurou a mais velha.— Eu quero pintar em paz.

— No meu estado fica sentada é uma tortura.— Ela estava ociosa, era isso. A segunda princesa deu a irmã um olhar duro e voltou a tela com desgosto.— Não sei porque tudo isso. É só uma pintura, uma que apenas nós veremos.

— Foi Friedrich August que pediu.— Levemente irônica, Charlotte falou sorrindo. Katherine olhou para Elizabeth divertida. Então ela gostava de agradar?— Ele queria um presente.

As duas irmãs riram juntas da segunda princesa. Era tão gostoso fazer isso, ainda mais porque Elizabeth odiava.

— Faça-me o favor! Vocês são duas... Argh!— Ela estava corando!— Qual o problema de Friedrich August me pedir uma pintura? Nesse mês ele pediu, e eu fiz.

Não havia problema algum, de fato. Apenas era engraçado ver Elizabeth tentando se justificar disso, ficando envergonhada. Mas depois da diversão, as princesas ficaram sérias. Nesse mês? A carta desse mês? Katherine e Charlotte se entreolharam.

— Ele... realmente está escrevendo... mensalmente?— Elizabeth assentiu a irmã mais nova.

— Sem exceção.

— Santo Deus!— Katherine levou as mãos a boca. Isso significava que...

Novamente assentindo, agora para as irmãs, Elizabeth voltou a sua pintura. A sala azul ficou em silêncio, com o único barulho vindo de Wilhelm, que foi o mesmo a acabar com o silêncio.

— Seria um problema o eleitor da Saxônia escrever mensalmente para você, Elizabeth?— Parando de tocar, o que foi uma tristeza, Wilhelm fez essa pergunta óbvia.— Isso não mostra que ele deseja te conhecer melhor?

— Mostra na verdade que logo irei me casar, mudar para a Saxônia e me tornar eleitora.— Ela respirou forte e suspirou resignada.— Não é a perspectiva mais feliz do mundo. Mas pelo menos serei eleitora, estarei onde nenhuma mulher Tudor-Habsburg já esteve.

Era tão impressionante isso. A terceira princesa seria nora de uma imperatriz, mas não conseguia pensar nos benefícios disso. Elizabeth e Charlotte eram completamente diferentes em relação ao casamento. A primeira era calada e conformada, já a segunda era calada e inconformada.

As duas princesas mais novas suspiraram. Mas estranhamente Wilhelm começou a rir, como se estivesse achando engraçada essa situação. Katherine olhou dura para o marido, que deu de ombros.

— Desculpe-me, Elizabeth, eu sinto muita pena de você. Mas não imaginava que você fosse tão... sincera com o casamento.— Pensar o contrário era equivocado.— Não foi uma ofensa. Você é discreta, enquanto muitos falam tudo que pensam.

— E você é um desses.— Sorrindo irônico o príncipe encarou Katherine, e ela retribuiu.— Você não é nada discreto, Wilhelm.

— Realmente.— Ainda encarando ela, ele deu de ombros. Mas uma coisa que Katherine nunca iria entender.

— Talvez você não tenha percebido, Wilhelm, mas Elizabeth é a que tem as opiniões mais fortes. Quando ela não gosta, é visível até na Normandia.— Voltando ao assunto de antes, Charlotte comentou rindo. Era verdade isso.— E foi assim que ela nunca mais dançou com o duque de Clifton.

Katherine e Charlotte riram lembrando do último baile em Bravandale House. Depois disso Elizabeth estava sempre fugindo de Clifton. Uma diversão que não foi entendida por Wilhelm.

— Ele é doze anos mais velho!— As duas irmãs riram ainda mais da reação ruidosa da princesa.— Não sou obrigada a fazer isso.

— Mas seu noivo é quase onze anos mais velho, Elizabeth.— Katherine respondeu usando este inegável fato.— Não tem resposta?

A futura eleitora continuou pintando sua tela, embora Charlotte estivesse se movimentando muito.

— Você disse bem, Katherine, quase onze anos mais velho.— Elizabeth respondeu, mas não fez diferença alguma essa ênfase no quase. Ele era mais velho, muito mais velho.— Pelo menos nenhuma de nós vai casar com algum dos filhos do rei. Agora fique quieta, Katherine!

Indo para um assento perto da janela, a princesa sentou, mas apenas porque seus pés estavam ficando cansados. Seria bom pegar um pouco de ar fresco. Mas não saia da cabeça de Katherine o que a irmã disse. Elizabeth estava certa, elas até que tiveram sorte, ou melhor, Katherine teve sorte. Apesar de Wilhelm irritá-la e eles terem suas diferenças, ele não era um marido ruim, talvez até...

Katherine logo expulsou esses pensamentos. Frederik Adolf já estava sendo difícil de lidar, principalmente depois do que James disse, a princesa não queria mais problemas em sua cabeça. Era terrível isso! Toda vez que ela tinha esses pensamentos com Wilhelm, vinha o sentimento de traição a Frederik Adolf. Ele nem respondia Katherine, mas ainda vinham os pensamentos.

Mas por que Frederik Adolf não a respondia? Katherine não entendia isso. Ele prometeu que amava ela, prometeu que eles casariam, mas por quê? Era melhor Katherine mudar o foco de seus pensamentos, talvez para algo que não envolvesse o coração. Sim, seria bom, ou ela iria chorar.

— Papai e mamãe irão demorar quanto mais? Chester é logo ali.— E um serviço religioso não demorava tanto assim.— Também deveríamos ter ido, apesar de amanhã ser domingo.

— O bispo Beilby Porteus que fará o serviço?— Ah, não. Com uma leve careta, Katherine assentiu a Charlotte.— Eles vão demorar, e como vão.

— Talvez cheguem apenas a noite, se o sermão dele for sobre escravidão.

Elizabeth estava terrivelmente certa. O bispo de Chester era o padre favorito da marquesa, principalmente por ser um abolicionista.

— Vocês fala como se o abolicionismo fosse ruim.— As três princesas encararam Wilhelm horrizadas.— Estou errado?

— Mais que errado.— Elizabeth respondeu ofendida.

— Não se engane, Wilhelm. Somos muito sensíveis ao tratamento cruel que os escravos são submetidos nas colônias e no continente. Mas o foco agora não é esse.— O príncipe riu sarcástico.— Então você também é abolicionista?

— Eu acredito que todo homem nasce livre.— Rousseau. Wilhelm deu um sorrisinho, que Katherine retribui igualmente irônica.— Voltando aos seus pais, como eles têm coragem de sair em público depois do que aconteceu na... Martinica?

— Foi o almirante Barrington que perdeu a Dominica, Wilhelm, não meus pais.— Embora a invasão francesa realmente tenha causado muitos problemas.— De qualquer forma, vencemos Rhode Island em agosto.

Era melhor pensar assim, esquecer a carta do rei e tentar não imaginar o choque que toda Londres sentiu ao perder uma colônia.

— A invasão da Dominica foi em setembro.— Katherine preferiu não responder, ao invés disso ela se virou para a janela, observando a entrada.— Como queira.

Wilhelm voltou a tocar o cravo, enquanto as duas princesas mais novas continuavam a pintura. Katherine suspirou olhando pela janela. Quando eles chegariam? Sentindo um pontada na barriga, a princesa desviou o olhar por um momento. Que coisa foi essa, e por que doeu tanto? Mas assim que ela voltou a olhar, uma carruagem entrou na propriedade e parou na entrada.

Essa não era a carruagem do casal... Lady Eugenie saiu apressadamente da carruagem, e logo foi seguida pela baronesa Barnander. Não era possível ver seus rostos, mas pela rapidez delas, parecia até que estavam desesperadas. As duas baronesas entraram na casa.

— O que você tanto olha nessa janela, Katherine?— Olhando para a irmã mais velha, Elizabeth perguntou.— Katherine?

Virando-se preocupada, a princesa olhou para suas irmãs e Wilhelm.

— Algo de errado está...— Novamente uma pontada. Wilhelm parou de tocar percebendo o desconforto da esposa.—... está acontecendo.

Com a mão ela impediu qualquer um de se aproximar.

— O que poderia...— Elizabeth calou-se, uma comoção maior começou a ser ouvida em algum lugar na casa.— Vou chamar alguém para explicar isso.

Não foi necessário. Quase que imediatamente a baronesa Eugenie entrou abruptamente na sala azul. O rosto dela... estava desesperado!

— Poderia nos dizer o que acontece aqui, Lady Eugenie? O rei teve um surto mental? Com a guerra da forma que está, isso não...— Percebendo a expressão da baronesa, Charlotte calou-se preocupada.— Milady?

Levando sua mão a barriga, Katherine a apertou pela terceira vez. Algo realmente não estava certo. Depois de respirar um pouco, Lady Eugenie finalmente falou:

— Estávamos voltando da catedral, era em Bridge Street, haviam muitas pessoas... uma comoção! Aconteceu uma comoção...— A baronesa não conseguia falar, estava muito fresco.— Um atentado. Atiraram contra a carruagem do marquês em Bridge Street.

A boca da princesa herdeira abriu-se, como se fosse um grito, mas nada saiu. Muito diferente disso, Elizabeth e Charlotte gritaram aflitas, e depois bombardearam a dama com perguntas, perguntas que ela não sabia responder. Katherine também queria perguntar, mas ela estava paralisada, angustiada e com dor. Quando deu-se por si, Wilhelm estava segurando seu braço. Ele estava preocupado.

— Está sentindo algo, Katherine?— Como ela não poderia? O aperto quente e gentil dele aumentou.— É melhor irmos para seu quarto, você não está bem.

Mas Katherine não queria. Wilhelm tentou levar a esposa, mas a própria baronesa chamou por ela.

— Minha princesa, o que...— Deveria ser algo importante, mas as palavras dela morreram.

Lady Eugenie apontou horrizada para a princesa, desejando gritar.

— Há sangue na saia do seu vestido, Katherine!— Charlotte apontou assustada. Sangue? Havia sangue nela! A dor estava aumentando, que insuportável!— Lady Eugenie, ela está...

A baronesa não sabia como responder. Katherine queria chorar! Queria muito! Esse sangue, só poderia significar uma coisa!

— Beatrice, você já contou...— Lady Barnander foi a próxima a entrar e gritar horrizada ao ver a princesa.— Santo Cristo! Ela está abortando!

Não aguentando mais, a princesa gritou de dor e tristeza. Um aborto não! Ela não poderia perder! Depois disso, a última coisa que Katherine lembrava era de ser pega por Wilhelm e levada para seu quarto.

*****

O quarto da princesa Katherine estava cheio de pessoas, mas apenas os mais próximos estavam perto da princesa, que dormia enquanto seus pais guardavam seu sono.

— Ela está acordando.— O aviso do marquês alarmou todos. Wilhelm saiu de perto da janela e também foi para a cama.— Graças a Deus.

Antes praticamente em pé, Alfred e Elizabeth sentaram ao lado da filha, esperando ela abrir os olhos e vê-los. O que logo aconteceu. A princesa abriu os olhos e vendo os pais, seus olhos brilharam e ela tentou falar.

— Não faça muito esforço, por favor.— Ainda com a voz trêmula, a marquesa suplicou.— Nossa rosa delicada.

— Que grande susto você nos deu, Katherine.— Tentando parecer mais forte, em vão, o marquês falou.— Agora descanse.

Mas Katherine já havia acordado, e olhava muito confusa e assustada para os pais, embora também aliviada.

— Papai, mamãe, vocês estão aqui... mas Lady Eugenie...— Gentilmente o marquês sinalizou com um dedo para a filha ficar em silêncio. 

— Estamos bem, minha rosa.— Olhando para o marido, a marquesa garantiu sorrindo.— Foi apenas um susto.

Agora mais calma, Katherine fechou os olhos aliviada e deitou a cabeça nos travesseiros. Mas rapidamente ela abriu os olhos, quase que em desespero, e encarou o marquês e a marquesa.

— O bebê! O que... o que aconteceu com ele!?— Lágrimas começaram a cair dos olhos da princesa.— Eu estava sangrando, era um... aborto!

— No momento você deve se preocupar apenas com a sua recuperação, Katherine.— Com um tom pacífico e calmo p marquês tentou acalmar a filha.

— Diga-me logo, papai! O que aconteceu com meu bebê!?

O grito assustou todos, até mesmo Alfred e Elizabeth, eles tinham visto a filha assim apenas uma vez antes. Ela estava realmente desesperada. O marquês olhou para a esposa, pedindo para ela falar.

— Seja forte, Katherine.— A princesa deu um pequeno grito já entendendo o que eles diriam.— Mais filhos virão, tenha certeza disso.

Agora foi a marquesa que começou a derramar lágrimas, ela não conseguiu sorrir dessa vez. Katherine chorou, negou com a cabeça, era uma visão terrível! Wilhelm olhava para ela com o coração na mão. O que utilidade ele teria? Isso até que os olhos de Katherine encontraram os dele. Nesse momento, vendo toda a devastação e sofrimento da esposa, ele sentiu vontade de chorar.

— Nós perdemos, Wilhelm! Perdemos ele.— Era ela na verdade. Não tendo mais forças, o príncipe foi para o lado da esposa e sentou a abraçando fortemente. Katherine repetiu:— Eu perdi, Wilhelm. Fracassei. Eu sou um fracasso!

— Não. Não pense assim, pode acontecer com qualquer um.— E era impossível evitar.— Esqueça esse assunto e descanse. Nem que seja por um momento.

Assim Katherine poderia acalmar os nervos voltar a razão, ou pelo menos era isso que Wilhelm pensava. A princesa realmente parou de chorar, mas foi para encará-lo, como se ele tivesse cometido um pecado.

Esquecer? Eu devo esquecer que tive um aborto? O que você acha que sou!?— Ela gritou furiosa, assustando o príncipe.— E por que você não está chorando, Wilhelm!? Diga-me!

Talvez ela nunca soubesse, mas o que ele mais queria fazer agora era chorar.

— Acho que você...— Katherine deu um tapa nele, não foi forte, mas ainda assim doeu no coração.— Está louca?

E mais um tapa veio e depois um terceiro. Haveria um quarto, mas Wilhelm segurou a mão dela, por isso mesmo Katherine começou a esmurrar debilmente o peito dele. Ela estava despejando nele toda sua tristeza e decepção.

— Chore! Eu quero você chorando, perdemos um filho!— Era preciso chorar para sofrer!?— Chore, seu desgraçado! Por que você não chora!?

O que fazer? Como reagir? Ela estava tão confusa e debilitada. Wilhelm queria apenas abraçar a esposa e chorar com ela, mas não fazendo o que queria, ele olhou para o marquês buscando ajuda, mas esse já estava ocupado com a marquesa. 

Infelizmente a ajuda teve que vir do médico, o Dr. Laike.

— Lady Knolly, ajude-nos aqui, pelo amor do Cristo!— Lady Knolly? O que a condessa poderia fazer?

Com o chamado do médico, a condessa pegou uma xícara e tentou fazer Katherine beber do conteúdo.

— Eu não quero chá algum! Eu quero sua reação, Wilhelm!— Gastado todas as suas forças tentando bater nele, a princesa quase não conseguia resistir.— Frederik Adolf faria algo, ele choraria!

Novamente esse nome! O que tinha de tão bom esse homem!? Apesar da resistência, Katherine bebeu o chá, depois disso Lady Knolly pediu ao príncipe para afastar-se, assim a princesa poderia se acalmar mais rápido.

Depois de alguns tristes minutos ela se acalmou e dormiu. Wilhelm suspirou aliviado, pelo menos Katherine estaria em paz. Por um momento.

— Durma bem, minha rosa.— Aproximando-se da filha, a marquesa beijou a testa de Katherine.— Dr. Laike, o que o senhor deu a princesa?

— Um preparado de ervas calmantes, minha marquesa.— Analisando melhor o estado de Katherine, o médico respondeu.— Não fará mal algum.

Talvez todos eles precisassem desse chá depois. O médico acabou o exame.

— Agradecemos pela rapidez, Dr. Laike. Clare, acompanhe o médico a saída e mande Lady Courteney subir.— A condessa de Knolly fez uma mesura e saiu com o médico.— Oh, Alfred, meu coração está partido.

— Se o seu fosse o único, Elizabeth.— A marquesa abraçou o marquês, que beijou a testa dela.— E nem mesmo estávamos aqui para ajudá-la.

O casal conversava como se Wilhelm nem mesmo estivesse presente, mas príncipe também não iria falar nada, eles precisavam do momento deles e ele estava distraído.

— Ela falou sobre ele, Alfred. Como somos terríveis. Katherine pensa...

— Não me faça ficar pior do que já estou, Elizabeth.

— Não faço por desejo, mas você bem sabe que...

— Escute, Elizabeth, e faça isso com atenção.— Afastando-se da esposa, o marquês encarou a marquesa.— Esqueçamos esse nome, façamos Katherine esquecer esse nome. Frederik Adolf morreu para os Tudor-Habsburg.

Frederik Adolf, esse nome fez Wilhelm voltar sua atenção ao casal. Infelizmente ele não ouviu toda a conversa, apenas a menção desse nome, mas o príncipe não iria perder essa oportunidade.

— Quem é Frederik Adolf?— Os olhos de Alfred e Elizabeth se arregalaram.— Já escutei tantas vezes esse nome, mas quem é?

Dessa vez ele conseguiu a atenção do marquês e da marquesa. Eles pareciam tensos. Mas Alfred respondeu:

— É o duque de Östergötland.— Wilhelm já tinha ouvido falar. Mas que relação existia entre o príncipe sueco e Katherine?— É apenas isso. O príncipe Frederik Adolf visitou Londres e deixou marca muito grande, por isso você escutou tantas vezes esse nome.

Não, havia mais do que isso, Wilhelm tinha certeza. 

— Eu escutei...

— É apenas isso, Wilhelm.— A marquesa respondeu... duramente? Chegou a ser ameaçador.— Esqueça desse assunto, esqueça esse nome, e foque apenas em Katherine. Nossa filha precisa do seu cuidado.

Logo depois eles foram embora, deixando no príncipe uma grande curiosidade. Fazia sentido esse Frederik Adolf ser o duque de Östergötland, o príncipe Frederik Adolf. Mas o que ele teve com Katherine? Wilhelm olhou para a esposa dormindo, tão frágil, cansado e traumatizada, era melhor esquecer realmente esse assunto.

Que dia horrível foi esse. E pensar que tudo começou com um desastre em Bridge Street, era um alívio que o marquês e a marquesa estivessem bem, pelo menos. Mas em contrapartida, duas mães perderam seus filhos hoje, afinal, aquela bala pode não ter atingido o alvo na carruagem, mas atingiu o guarda germânico que cavalgava ao lado.

Katherine perdeu o bebê, a filha deles. Foram eles que perderam, mas ela que sofria mais. Wilhelm cuidaria da esposa, ele não a deixaria sofrer, sim, eles teriam mais filhos, muitos outros filhos, meninas também.

— Olhe ela.— Lady Courteney entrou no quarto.— Espero que Katherine se recupere logo.

— Ela com certeza vai, milady.— Acariciando o belo rosto da esposa, Wilhelm afirmou. Ele poderia beijá-la, mas não agora. Se fosse para beijar Katherine, que ela beijasse junto.— Vai sim.

Algumas horas depois, Katherine finalmente acordou, agora mais calma e descansada, mas não menos abatida.


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Notas finais do capítulo

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