Fique escrita por Lari Teefey, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 3
Fique




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Poucos dias antes do Natal, Draco Malfoy recebeu uma coruja. Seu remetente era Emílio Podmore, dono do Divine Charm. Ele escreveu que repensou sobre sua contratação, dizia ele que o medo era algo que ele sempre procurava combater. E, que se Draco quisesse, poderia assumir a função de garçom no dia seguinte. Essa era a melhor coisa que tinha acontecido nos últimos meses, ele estava eufórico. Sensações dançavam dentro de si, a humilhação dava lugar ao medo e à felicidade. Ele sabia que não seria fácil, as indiretas das quais era o alvo nas ruas seriam potencializadas em um lugar com aglomeração, e foi mais ou menos o que aconteceu. No seu primeiro dia, ele mal conseguia respirar toda vez que colocava os pés pra fora da cozinha, ele sentia olhares e muitas vezes teve certeza de ouvir ofensas e murmúrios de desprezo. E a primeira vez que ele encontrou com o trio de ouro reunido, sua garganta fechou. Não estava preparado para encontrar os alunos de Hogwarts

No dia anterior ao Natal, todos os funcionários foram avisados de que as vésperas são as que trazem maior movimento, o ritmo seria mais rápido. Draco agradeceu mentalmente por terem disponibilizado penas de repetição rápida, sua memória era horrível para escrever o pedido dos clientes. O nome do bar foi enchendo muito rapidamente e eles sequer tinham tempo de ver quem chegava, o que fez com que Draco ficasse muito surpreso ao ver o cabelo preto desalinhado do menino que sobreviveu, estava acompanhando de alguém que ainda não conseguia ver, mas antes que pudesse ser percebido, ele furtivamente se camuflou por dentre as plantas.

Inútil. Ele sabia que chegaria a hora que teria de fazer o atendimento dele, os outros garçons estavam com muitos pedidos, ninguém iria pegar mais um. Neville Longbottom arregalou os olhos quando o viu, ele constatou por leitura labial, a boca dele dizer “Malfoy?!”.

— Malfoy. — Harry cumprimentou, mas se arrependeu disso também. Draco fez uma careta Ele tinha abdicado do nome, mas afinal, que nome teria agora?

— Potter. — ele devolveu, de novo. Parecia um flashback do corredor branco, mas agora tinha algo mais. Ao invés do seco cumprimento sem contato visual, eles eram involuntariamente condicionados a manter o olhar pelo maior tempo que conseguiam, como uma competição interna e secreta. — O que vai querer?

— Você fecha hoje, cara. Tô exausto. — Dorian Tugwood se despediu e o deixou, sem a menor cerimônia.

Ótimo, ele pensou. Fechar em dia de véspera significava ficar até mais tarde, checar se tinha algo quebrado ou vômito de algum bêbado nas poltronas. Graças a Merlin, nada de vômitos, somente poeira, que ele varreu com ajuda da vassoura da limpeza rápida. No entanto, no canto do salão principal, ainda restava uma alma viva.

— É óbvio, Potter. — ele nem pensou antes de se dirigir a mesa dele, irritadiço. — Só podia ser você o responsável por empatar a minha paz.

— Você viu Nev por aí? — a embriaguez nítida o denunciou. — Ele sumiu desde antes da virada e ainda não voltou.

— Potter? Você está bêbado. Por que não vai pra casa?

— Você acha? — a risada frouxa dele só deixava Draco com menos paciência.

— Seu irresponsa… — ele praguejou, pensando no que deveria fazer com um cliente bêbado demais para aparatar ou usar o pó de Flu da rede mais próxima. — São 20h da noite, não tem mais ninguém aqui, Potter, só você.

Harry soltou mais uma risada frouxa e se jogou no banco, decidindo dormir ali mesmo. Draco respirou fundo, muito fundo. Terminou de limpar tudo e quando se certificou que tudo estava em seu devido lugar, puxou Harry pelo colarinho e o trouxe consigo para fora.

— O que está fazendo, Malfoy? — um, agora desperto pelo susto, Harry Potter o interrogava. Tirou sua mão do colarinho, com um tapa, irritado.

— Me certificando que você não irá atentar contra a própria vida ao fazer aparatação bêbado ou que não vá dormir no bar. Merlin sabe que eu seria demitido caso esquecesse Harry Potter preso e bêbado dentro do estabelecimento. Quantos anos você tem, Potter? Bebendo como um adolescente escondido.

Harry não sabia o porquê continuava acompanhando os passos de Draco, que claramente estava seguindo seu próprio caminho, uma vez fora da propriedade, caminhava rápido demais. Ou talvez soubesse, haviam milhares de perguntas martelando na sua cabeça, e ele ousava querer saber as respostas pra todas elas.

— Desde quando se importa comigo, Malfoy?

— Não sou mais um Malfoy, Potter. Os seus amigos fofoqueiros não te contaram essa? Além disso, — completou, de mau humor. — não me importo com você. Me importo com o emprego.

— Por que abdicou do nome Malfoy?

— Isso não é da sua conta, Potter.

Harry se calou, sabendo que ele estava certo. Não era da conta dele. Mas Draco parou de caminhar tão rápido, o que Harry agradeceu internamente. No estado em que estava, caminhar rápido demais o estava deixando enjoado. Para além disso, ele reparou em como Malfoy havia se tornado rígido. Os braços estavam caídos ao redor do corpo, e os punhos se pressionaram por um breve momento, para então relaxarem.

— Quando eu era criança, sentia falta do meu pai. Não da figura física dele, que estava lá, mas… de ter um pai. De verdade. Que lesse histórias para dormir e me ensinasse a jogar quadribol. — ele confessou, mas sem encarar Harry nos olhos dessa vez. — Quando cresci queria que tivesse orgulho de mim. Sabia que meu pai idolatrava o Lorde das Trevas, então achei… achei que se fosse respeitado pelo Lorde, meu pai me veria, me respeitaria como homem, e me amaria como filho.

Ele respirou fundo antes de continuar, Harry conseguia ver o esforço empregado em cada palavra.

“Quando tudo acabou, não tinham mais respeito pela figura de Lucius Malfoy. Pensei que tudo voltaria ao normal, mas quando vi no que minha vida tinha se tornado, e as consequências que viriam, optei por abdicar de tudo para fazer com que vissem que eu estava tentando.”

Draco pensou em dizer como isso tinha enfurecido seu pai, a tal ponto dele nunca mais lhe dirigir a palavra ou uma carta. Nem um berrador o xingando de tudo que viesse à cabeça. Ele ganhou silêncio. Mas já tinha se aberto mais do que gostaria com Potter, a única coisa que o confortava era saber que, no estado de Harry, ele não lembraria muita coisa.

— Não abdicou porque quis, abdicou por medo.

— É o quê? — ele parou, abruptamente. Completamente chocado.

— Sim, Malfoy. — Harry fez questão de dar ênfase no sobrenome, ainda que meio gripe. — Pensei que tinha mudado, mas é só uma fachada. Continua sendo o mesmo Draco Malfoy de Hogwarts. O seu pai é um covarde, e eu não sei como sua família pode ter saído impune de uma guerra que matou milhares de homens, mulheres e crianças, bruxos e trouxas! Ted Tonks é órfão, os pais morreram numa guerra que o seu mestre estúpido começou! Sirius, Remus, Nymphadora, os pais de Nev-

Draco o interrompeu, erguendo um dedo em direção ao rosto dele, o rosto libido, se aproximando o suficiente para dizer em voz baixa:

— Já chega, Potter. Não vou ficar aqui ouvindo você falar sobre uma guerra que não foi começada por mim. Se não fosse pela minha mãe, você estaria morto e tudo teria sido em vão. Não sei qual a porra do seu problema! Se está tão bem para fazer acusações, então já pode parar de me seguir e me deixar sozinho.

— Pois é isso que farei, com muito prazer.

— Ótimo! — Draco se virou e continuou seu caminho.

— Ótimo! — Harry gritou, vacilante, antes de quase tropeçar no próprio pé.

Algumas garrafas de vinho, uns petiscos e uma árvore para decorar fariam parte do Natal de Draco. Havia motivos para comemorar, afinal, agora tinha um emprego e as coisas finalmente pareciam estar se ajeitando, mesmo que lentamente. Mas faltava algo…

Uma batida na porta. O coração de Draco saltou. Impossível. Será que sua mãe ou… seu pai teriam mudado de ideia e resolvido comparecer ao Natal na casa nova do filho? Seria um natal só deles, sem visitas formais e etiquetas. Tropeçou em algumas decorações quando se apressou em direção à porta, e a abriu sem nem antes ver quem poderia ser. E não eram seus pais, claro. Por que ele ainda insistia em se iludir?

Harry Potter percebeu o desapontamento na expressão de Draco se transformar em raiva.

— Eu fui um babaca.

— Absolutamente e completamente.

— Eu também não sei qual o porra do meu problema, ok? Talvez eu ainda não tenha aprendido a lidar… com tudo. Dizem que o álcool só deixa mais aparente o que pensamos e não queremos deixar ir a tona, mas nada do que eu disse ali, deveria ser pra você. Deveria ser para mim. Eu ainda me culpo pelas mortes, principalmente por aqueles que morreram por mim. As críticas, no fundo, eram sobre mim mesmo. — ele se forçou a dizer a seguinte frase: — Me desculpa, ok? Sua mãe foi realmente corajosa e eu serei eternamente grato.

Draco ficou satisfeito… e grato, afinal, não foi o único que disse mais do que deveria. Ele sabia que Harry estava sendo sincero, e deveria ter enfrentado toda a sua dignidade para se desculpar com alguém que grande parte da comunidade bruxa não fazia questão.

— Só não faz isso de novo. Nunca mais.

Harry confirmou com a cabeça, envergonhado. Draco reparou em como ele parecia sóbrio agora, certamente tomou alguma poção anti-embriaguez. E tinha tomado banho, pois cheirava a sabonete de alecrim.

— Me deixa entrar? — Harry perguntou, de supetão. Ele percebeu, com assombro, que não seria tão ruim passar um tempo com Fraco. Afinal, eles estavam em momentos parecidos, certo? Problemas diferentes, mas sentimentos semelhantes. Era isso que ele diria a si mesmo para não ser obrigado a confrontar a verdade na sua própria consciência?

Draco deu espaço. No fundo, ele queria uma companhia e Potter não era dispensável. Além disso, admitiu estar curioso com o que ele poderia fazer, ou confessar.

— Como soube onde eu moro?

— Eu meio que te segui.

Harry observou o apartamento pequeno, mas confortável. Na entrada havia um espelho grande colado em uma parede que separava o hall de entrada da sala. A luz do lugar era proporcionada por velas flutuantes e uma lareira, como em Hogwarts, o que deixava o ambiente num breu parcial e confortável. O chão estava cheio de bolas decorativas vermelhas e douradas, fitas de cetim na mesma cor estavam dentro de caixas. Na sala ele conseguia ver uma cozinha separada apenas por um meio muro, do outro lado, uma poltrona marrom em frente a lareira, e uma mesa pequena ao lado, com pilhas de cartas e papéis. No braço da poltrona, uma manchete do Profeta Diário; “Ex-Malfoy: filho de comensal da morte abre mão de nome e fortuna”.

Draco entregou uma taça de vinho, que ele aceitou, não farto o suficiente de álcool naquele dia.

— Eu estava tentando decorar. — comentou, casualmente. — Mas essa coisa não vem com manual.

Ele não pôde deixar de notar como ele passava a mão pelos cabelos brilhantes sempre que estava frustrado ou pensativo, nem em como eles bagunçavam e caíam graciosamente pela testa ou em como sua mão descansava na nuca depois. A blusa social que ele usa quase sempre é branca, mas hoje é cinza, as mangas dobradas até o cotovelo, e levemente desabotoada.

— Eu posso ajudar. Já decorei muitas árvores na Toca.

Eles se entreolharam, exatamente como no bar. Na opinião de Draco, aquele par de olhos verdes estava o encarando demais nos últimos dias. Harry sempre estava por perto em qualquer das atividades que ele estivesse realizando. Impressão sua ou estavam excessivamente próximos? E por que isso não lhe parecia ruim?

Durante alguns minutos, que foram extremamente agradáveis, eles apenas tomavam vinho e recolhiam as bolas, amarraram as fitas e organizaram as decorações diversas. Sem saber que, de tempos em tempos, um olhava o outro de relance.

— Falta uma estrela. — Harry olhou para dentro da caixa, onde havia uma estrela grande e dourada e a entregou a Draco. — O que está fazendo?

— Colocando a estrela? O que acha que eu…

— Está colocando errado.

Ele devolveu a provocação com um olhar de desdém.

— A estrela sempre fica no topo. Assim, deixe-me mostrá-lo.

Quando suas mãos se tocaram, foi como sentir um choque percorrer toda a extensão dos seus corpos, fazendo os dois se afastarem, de supetão. A estrela caiu no chão, e a mão de Draco derrubou alguns enfeites no chão. Eles não tiveram qualquer chance de processar o que tinha acabado de acontecer, pois outra batida na porta chamou atenção.

Draco caminhou com cautela, torcendo para que suas expectativas de mais cedo não se realizassem agora. Seria um desastre explicar aos seus pais o porquê Harry Potter estava na sua sala, decorando uma árvore de natal. Ele observou pela fresta da porta, deu um suspiro de alívio, e abriu.

— Eu vou te matar!

— Oi pra você também, Pansy. E pra você, Blás.

— Oi? Oi?? Isso é o que nos diz depois de meses ignorando nossas cartas e berradores? — a voz dela começou a embargar, exalando preocupação e alívio de o ver pessoalmente depois de meses.

— É, cara, estávamos muito preocupados com você. Principalmente depois das notícias, você sabe.

— Foi minha mãe que disse onde eu moro? Eu falei pra ela que gostaria de ficar sozinho…

— Você não vai ficar sozinho no natal. — Parkinson interrompeu, cruzando os braços, impaciente. — E não, a senhora Malfoy não nos disse nada, apesar das nossas tentativas e chantagens emocionais. Eca! Por que você tem uma árvore grifinória?

— Soubemos que você começou a trabalhar no novo bar e seguimos você depois de um turno. — Blaise Zabini esclareceu. — Ficamos aliviados que eles ainda não tem uma rede de Flu, assim você não conseguiu escapar de nós.

— Vocês me stalkearam?! Sério?

Blaise revirou os olhos, e mexeu o rosto, se divertindo. Mas ele murchou assim que olhou para algo atrás de Draco.

— Um Harry Potter faz parte da decoração?

Pansy ofegou, e Draco ficou vermelho de vergonha. Harry cumprimentou, totalmente sem jeito. Ainda não confiava na dupla de sonserinos que ajudaram a fazer alguns de seus dias em Hogwarts, um inferno. O sentimento era recíproco. Os dois olharam para Draco, incisivos.

— Cara, por que você tem um exemplar de Harry Potter no seu natal?

— Draco, não acredito que você o convidou, e principalmente, não convidou a gente!

— Ok, ok, parem de fazer esse drama na minha porta, entrem logo.

Ele os explicou sobre o bar e em como Potter estava bêbado demais para aparatar ou usar qualquer meio de transporte que não colocasse em risco sua vida ou integridade (ao que Harry resmungou um “eu não estava tão bêbado”, que foi infrutífero). Ele também justificou a bagunça na sala dizendo que estavam tentando decorar a árvore.

Eles não pareceram convencidos, mas se deram por vencidos. Queriam passar o natal com seu amigo e se o preço a se pagar fosse aturar a presença do quatro-olhos irritante, eles fariam com desprazer.

— Muito bem, — contragosto nítido na voz de Pansy, que ergueu uma bolsa que havia trago consigo. — eu trouxe comida e Blás trouxe vinho. Mas primeiro, vamos arrumar essa bagunça.

Quando era criança, Draco sonhava com um natal, um de verdade, com seu pai e sua mãe e uma árvore cheia de presentes. Mas agora, se ele fosse questionado sobre o melhor natal da sua vida, ele diria que foi no dia em que estava só ele, seus dois melhores amigos, e Harry. O irritante Harry Potter. Sentados no chão, decorando uma árvore de natal barata, cantando música desafinados no karaokê, todos bêbados. No final, ceiaram no chão mesmo. Pansy deu uma mordida, então soltou uma risada alta.

— Sua comida é horrível, Draco. Você precisa assistir Cozinhando com a Bruxa Solta! Assim conseguirá produzir algo comível.

Todos gargalharam. A essa altura, qualquer palavra dita automaticamente se tornava a coisa mais engraçada já dita. Mas então o silêncio caiu, um silêncio confortável. Aquele silêncio compartilhado onde só existe você e quem quer que esteja por perto, em silêncio também. Possivelmente o mesmo pensamento estava passando pelas 4 cabeças, “que natal aleatório”, ou algo do tipo.

Após limpar e guardar tudo, seus amigos se despediram.

— Será que é inútil pedir pra você escrever? — Pansy perguntou, o encarando de braços cruzados.

— Provavelmente. — ele os observou aparatando assim que atravessaram a rua, se escondendo dos trouxas atrás de um muro.

Potter se aproximou da porta, eles se olharam mais uma vez, dessa vez, porém, mais demoradamente.

— Obrigada, Draco. — era a primeira vez que ele ouvia Harry Potter dizendo seu primeiro nome, sem raiva ou ressentimentos. — Foi um bom natal.

— Não há de quê, Potter.

Harry acenou com a cabeça, fez menção de cruzar a porta e se dirigir ao corredor. Draco o interrompeu:

— Harry — quando ele virou, surpreso, Draco tomou uma coragem que nunca mais teve depois da guerra.

Se aproximou de onde o menino que sobreviveu estava, ficando com o rosto a poucos centímetros do dele. Olhos verdes o encararam, concentrados e fixos, à espera de um movimento. Draco tocou os lábios nos dele, tímido, mas foi retribuído. E então, um breve momento de separação, seguido por um beijo faminto. As línguas se mexiam, em sintonia, como se cada toque fosse uma parte de si que há muito fora roubada. Harry inclinou o corpo em sua direção, rendido. Os seus braços desempenhavam a função involuntária de não soltar do rosto, dos cabelos, ou qualquer parte do corpo dele.

— Você pode ficar? Eu não quero estar sozinho agora.

 

 

 

 

 


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