Em 1940, Hera e Delayoh se vingaram de quem mais queriam. Francine olhava pela janela Paris sendo invadida, os estrondos dos canhões, tremiam as janelas, o exército francês lutava para não ser capturado, Francine decidiu ajudar, mas foi surpreendida por uma visita inesperada.

— Alexandra? — Disse Francine com um misto de surpresa e medo.

— Francine, seu rosto mostra que não está nada bem. — Disse Delayoh com frieza.

— Paris está sendo invadida, minha França está sendo invadida, isso me apavora. Antes de mais nada, eu quero que saiba, que eu era contra aquelas punições todas, não queria que te prejudicassem e prejudicassem a Alemanha, era Elisabeth que queria isso, mas fui obrigada a aceitar. Estava disposta a te ajudar, pois, te considero como uma irmã, tenho um carinho por você. Por favor, Delayoh, volte a razão, essa invasão só trará mais sofrimento. — Francine tentou tocar o coração de Delayoh com suas palavras, mas a deusa alemã permanecia fria.

— Acha que vim lhe fazer uma visita? Melhor ainda, pensou que iria deixar a França de fora de minha vingança? — Disse Delayoh com uma expressão séria.

— Vingança? Mas Alexandra eu já lhe expliquei...

— Tarde demais para explicações.

Delayoh soprou o pó sobre Francine, que adormeceu envolvida por uma bolha. Ao mesmo tempo, Hera procurou por Zeus, quando o encontrou, ele tentou amenizar a situação.

— Hera, eu sei que no passado eu errei e muito com você. Errei com Delayoh, mas eu estou arrependido e quero me desculpar com vocês duas por isso.

— Fiquei longe de meine totcher por dez anos, por sua causa. — Disse Hera com os olhos em chamas de raiva. — Tarde demais para arrependimentos, Zeus.

E prendeu Zeus em um sono dentro de uma bolha. Métis tentava ajudar os franceses, mas, na verdade, ela fazia o que podia até a chegada de Francine e Zeus, porém, eles não apareceram, quem apareceu foram Hera e Delayoh. Métis teve um pressentimento ruim ao ver as duas.

— Onde estão Zeus e Francine? — Perguntou Métis.

— Não se preocupe, Métis, eles estão bem, na verdade, estão até melhor do que nós. — Disse Hera.

— Não duvido que tenham feito algo contra o Zeus, estão possessas com ele, mas a Francine, sempre tentou fazer o melhor para vocês. Eu não concordava muito com esse carinho todo com a Delayoh, mas Fran é assim, sente amor e carinho por qualquer um, até por seus inimigos. Então, me digam, o que fizeram com a Francine? Onde está a minha filha? Eu quero vê-la agora.

— Quanta hipocrisia Métis, “ Francine, sempre tentou fazer o melhor para vocês”. Tanto que concordou com aquelas punições severas, que quebraram a Alemanha. Francine está bem, Métis, mas eu não vou lhe dizer onde ela está. — Disse Delayoh. — Sua filhinha está tendo o castigo que merece.

Métis chorou, colocou as mãos na cabeça em desespero, sua filha e o pai dela estavam desaparecidos, a França sendo invadida. Ela cerrou os punhos e correu na direção das duas deusas, gritando de raiva, mas Hera deu lhe um fortíssimo tapa, que a derrubou no chão, Métis ficou atordoada, ainda tonta, viu os soldados franceses serem levados com reféns pelos soldados alemães e uma bandeira ser hasteada na Torre Eiffel.

...

Outros países foram invadidos, e cada um, teve a sua deusa e deus feitos de prisioneiros de Delayoh. Em 1940 Polônia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e França, agora eram posses alemãs. Iugoslávia e Grécia eram de seu interesse e pretendia invadir os pais e prender seus deuses em breve. A prisão da deusa da Bélgica, não ocorreu, pois, aconteceu algo que fez Delayoh mudar de ideia.

— Não Delayoh! Não faça isso. — Disse Hera. — A Beatrissa é sua irmã.

Delayoh se virou para a mãe e disse:

— Minha irmã? Que história é essa, mutter?

— Se Ivy está dizendo que eu sou irmã de Delayoh, significa que, ela é minha mãe. A mãe que eu nunca conheci. — Disse Beatrissa espantada.

— FIQUE QUIETA! — Delayoh ameaçou Beatrissa com uma foice. — Não sabemos se essa história é verdadeira, não é, mutter?

— É verdadeira, Delayoh. Beatrissa é sua irmã e minha filha. Minha e de Frizioh. — Disse Hera.

Beatrissa estava emocionada, encontrou sua mãe e uma irmã, que agora, estava lhe ameaçando. Delayoh continuava a não acreditar.

— Quero que chame vater Frizioh para confirmar essa história. Se não for verdade, mutter, diga adeus a Beatrissa. — Disse Delayoh.

— Frizioh é meu pai e ele sempre disse que minha mãe estaria sempre por perto e que... — Beatrissa tentou falar algo.

— JÁ TE MANDEI FICAR QUIETA, BEATRISSA!

Beatrissa fechou os olhos e se encolheu. Em poucos minutos, Frizioh apareceu e começou a explicar seu romance com Hera.

— Quando Ivy retornou para a Alemanha e para Àsgard, começamos a ter um romance. E uma vez, nós tivemos uma noite de amor. Algum tempo depois, Ivy me contou que estava grávida, mas que não poderia voltar para a Alemanha, pois, o país não estava pronto. Eu sugeri que ela ficasse comigo até nosso bebê nascer. E foi isso que aconteceu, Beatrissa nasceu, Ivy voltou para a Alemanha, eu fundei a Bélgica e criei a nossa filha.

— E não contei nada, pois, tive medo de que quando vocês soubessem que eram irmãs, uma poderia destruir o país da outra. — Completou Hera.

Delayoh afastou a foice de Beatrissa, ainda tentava entender o que acabou de ouvir, tinha uma irmã que não sabia que existia e pior, na primeira guerra, a agrediu.

— Então, no dia que a senhora me bateu, era porque eu tinha dado uma surra na Beatrissa, digo, na minha irmã? — Disse Delayoh.

— Sim, meine totcher.  Não queria ter feito isso, mas quando você disse que havia batido na Beatrissa, perdi a razão e fiz algo que veio primeiro em minha cabeça, te bati. O erro foi meu. Delayoh e Beatrissa, não devia ter escondido de vocês que eram irmãs. — Hera se desculpou.

Delayoh abraçou a mãe e depois, permitiu que Beatrissa abraçasse Hera. A deusa da Bélgica se emocionou, finalmente estava nos braços de sua mãe, estava realizando um sonho.

— Agora que sei que Beatrissa é minha irmã, não irei atacar a Bélgica. — Disse Delayoh, fazendo Beatrissa se sentir aliviada. — Mas você vai ter que fazer algo por mim, ou melhor, vai ter que dar algo para mim.

Delayoh cochichou no ouvido da deusa belga, que ficou espantada.

— Você quer isso mesmo, Delayoh? São os meus cidadãos belgas.

— Ou você faz isso, Beatrissa, ou eu peço para o exército alemão arrasar a Bélgica sem piedade.

Beatrissa ficou apavorada, não queria fazer o que Delayoh pediu, mas se não fizesse, seu país seria destruído.

— Está bem, Delayoh. Eu vou entregá-los a você, mas você tem que me prometer que não vai atacar a Bélgica.

— Não se preocupe, eu cumpro o que prometo. Se me entregar o que eu quero, não farei nada com a Bélgica.

...

Aquela que deu mais trabalho para ser capturada foi a deusa da Holanda, Neverly. Ela tentou fugir de todas as maneiras, sumindo por fumaças, criando ilusões suas, bloqueando o caminho com gelo, mas nada adiantou, Delayoh conseguiu captura-la e mesmo assim, relutou, esperneou, não iria se entregar facilmente.

— Me solta Delayoh, o seu problema é com Francine e Elisabeth, já conseguiu prender a Francine. O que eu te fiz para vir atrás de mim e invadir o meu país? — Disse Neverly enquanto se debatia.

— Você não fez nada, mas assim como os outros países, a Holanda tem um grupo religioso de meu interesse. E é uma comunidade bem considerável. — Disse Delayoh com um olhar tenebroso.

Neverly olhou naqueles cristais azuis e sentiu medo, percebeu as verdadeiras intensões de Delayoh.

— Não...não, eles não, Delayoh, são pessoas pacatas, não fazem mal a ninguém, por favor, não faça mal contra eles.

Essas foram as últimas palavras de Nervely antes de adormecer e ser presa em uma bolha. A partir desse momento, o mundo que já conhecia o lado sombrio de Delayoh, verá um lado assustador.