A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 22
Segunda Guerra- "Nunca fui sua filha."


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Depois saber de todo o horror causado por Delayoh, Zeus decide conversar com ela. Confiram como foi a conversa entre Zeus, Hera e Delayoh.
Boa leitura!!!



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As fotos estavam sobre a mesa, Zeus olhou uma a uma e mesmo com as imagens e relatos dos filhos, ele não queria acreditar que Delayoh teria tirado a vida de inocentes ou fosse capaz de fazer uma crueldade como aquela, apenas por vingança. Precisava fazer algo e já sabia o que era, Zeus tentou sair sem que ninguém percebesse, porém, Hebe notou o pai se afastar.

— Pai, onde está indo? — Perguntou Hebe, fazendo todos que estavam na sala olharem para Zeus.

— Vou para a Alemanha, irei conversar com Delayoh. — Respondeu Zeus com uma expressão séria. — Vou colocar um pouco de juízo na cabeça dela e fazê-la se entregar.

— Colocar um pouco de juízo? Não acha que está muito tarde para fazer isso, tio Zeus? Não acha está muito tarde para as vidas que foram ceifadas pela Delayoh, por causa de uma vingança descabida? Ou para aqueles que conseguiram sobreviver e estão traumatizados pelo horror que ela causou ou deixou que seus alemães fizessem? — Questionava Elisabeth. — O estrago já está feito, nada voltará atrás, não podemos mudar o destino dos mortais. Nenhuma daquelas vidas voltará, famílias foram separadas, dissolvidas ou até mortas, por causa da Delayoh, e o senhor ainda quer colocar um pouco de juízo na cabeça dela? Ora, tio Zeus, me perdoe, mas é muita ingenuidade sua acreditar que falando com a Delayoh, ela vai aparecer aqui, dizendo que está arrependida e que vai se entregar. Sabe quando isso vai acontecer? Nunca.

— Eu sei que ficou abalada com o que viu, Elisabeth, mas isso não vai me impedir de falar com ela, tentar a fazer enxergar que o fez foi errado. Eu sinto que tenho a obrigação de fazer isso, Delayoh é minha filha. — Disse Zeus.

— Não, Zeus, você não tem obrigação de fazer isso, você não é o pai da Delayoh, você deixou de ser, lembra? Ela não irá te ouvir. Hera e Delayoh não querem e não vão te receber. — Disse Métis. — Mas percebo que está determinado a ir mesmo assim. Tenho que concordar com Elisabeth, é muita ingenuidade sua acreditar que uma conversa pode mudar a Delayoh. Se queres ir, vá de uma vez, não me responsabilizo se voltares arrasado dessa conversa.

...

Em Berlim...

— Deixe-me falar com a Delayoh, Frigga. Tenho um assunto sério para falar com ela. — Insistia Zeus, mesmo que Frigga continuasse a impedi-lo.

— Tenho o conhecimento do que queres falar com ela, na verdade, vieste importuna-la com uma conversa, que iria deixa-la mais irritada. — Disse firmemente Frigga. — Deixe minha sobrinha em paz, Delayoh não quer falar com você, não quer te ver. Retire-se, por favor.

Mas Zeus insistia, dizia que não iria embora enquanto não falasse com Delayoh. Essa insistência, causou uma discussão entre os dois, que chamou a atenção de Hera. Ela desceu as escadas para ver o que estava acontecendo.

— Zeus? O que faz aqui? — Perguntou Hera. Ela pediu para Frigga deixá-los a sós para conversar. Frigga atendeu prontamente o pedido, se retirou da sala, ainda houve tempo para lançar um último olhar nada amigável para Zeus.

— Vim conversar com a Delayoh. — Respondeu Zeus.

— Sobre? — Perguntou Hera.

— Sobre o que ela estava fazendo, ainda não consigo acreditar que Delayoh foi capaz de uma crueldade dessas. Tirar a vida de mortais inocentes, planejar mortes cruéis. Nenhum deus foi capaz de fazer isso, nem Hades, nem Ares, nem mesmo eu, éramos temidos sim, mas nunca chegamos ao ponto de provocar uma matança desse nível. Você sabia que Delayoh fazia isso, Hera?

— E ainda pergunta? Claro que eu sabia.

— E você deixou a Delayoh fazer isso?

— Sim, ela queria e eu deixei.

— Estou espantado com sua calma. Eu acabei de te falar que a Delayoh cometeu um crime grave e você me diz que fez a vontade dela, a deixou fazer?

— Eu poderia ficar aqui horas falando, mas você resumiu bem, foi isso mesmo, a Delayoh queria acabar com os judeus na Europa e eu deixei. E meine totcher tem idade suficiente para fazer o que bem entender e não precisa de minha aprovação.

— Hera, não devia ter feito isso, você é a mãe dela, você era quem tinha que dar freios e não deixar que acontecesse. Eu quero entender, o porquê disso, por que os judeus foram perseguidos e tiveram suas vidas tiradas, de forma tão cruel?

— Por vingança. — Disse Delayoh, a saia rodada de seu vestido preto, se mexia a medida em que ela descia os degraus, com seu andar altivo e olhar gelado. — Não sei se lembra, onkel Zeus, mas os judeus causaram a minha primeira inércia, eu apenas retribuí o favor.

— Retribuiu o favor? Delayoh, foram apenas aqueles dois homens que fizeram aquilo com você e não os outros que tiraste a vida injustamente. — Zeus tentou argumentar. — Eles não iriam fazer nada contra você, muito menos aqueles que viviam na Alemanha.

— E quem me garante que não iriam? Você? Há, por favor, você é muito ingênuo, onkel Zeus. Mortais são traiçoeiros, quando menos se espera, eles aprontam, um dos judeus que mandei aos campos de concentração ou foi executado em uma ravina, poderia estar esperando uma oportunidade para me atacar e me colocar em inércia novamente, aliás, essa tentativa já aconteceu em Varsóvia. E como precaução, tirei a vida de qualquer judeu que vivesse na Europa. — Delayoh se aproximou de Zeus. — Quer saber como tudo isso começou? Começou quando fiquei presa por dez anos, eu queria muito me vingar de todos aqueles que me prejudicaram, principalmente, daqueles que provocaram a minha inércia. Planejei essa vingança nos mínimos detalhes, como os judeus seriam separados, como funcionariam os campos de concentração, como seriam as mortes, tudo foi pensado por mim. Enquanto eu me vingava de você, da Francine e de todos os outros deuses que viraram as costas para mim, eu silenciosamente, exterminava os judeus da Europa, ninguém nunca desconfiou. Mas seu amado filho Stanley, acabou descobrindo meus planos e contou para todo mundo. Porém, foi tarde demais para algumas vidas. — Delayoh deu uma risada maléfica.

— Como você ficou tão cruel assim, Delayoh? — Perguntou Zeus, com a voz embargada. — Como se deixou levar por tanta raiva, por tanto ódio, a ponto de provocar algo tão terrível? Eu sofro em ver no que a Alemanha, os alemães e você se transformaram. Foi esse maluco que está no poder na Alemanha que te convenceu a fazer isso, não foi? Mortais podem nos enganar e fazer algo que não queremos.

— Ninguém me convenceu, eu exterminei os judeus da Europa porque eu quis, eu planejei tudo, entendeu, onkel Zeus? Eu! Esse lunático com mania de grandeza apareceu com suas ideias em um momento oportuno, aliás, isso me fez enxergar que às vezes os mortais, apesar de serem traiçoeiros, podem ser bem úteis quando se quer realizar um plano.

— Céus, Delayoh... — Zeus estava pasmo com o que acabou de ouvir. Delayoh confessou seus crimes e não demonstrava nenhum arrependimento, isso é o que mais doía nele.

Ao vê-lo naquela situação, Hera não sabia se lhe revelava o seu plano, que estava sendo executado, a Alemanha foi fundada para ser o castigo de Zeus, por todas as humilhações, traições que passou quando era casada com ele, os planos que não aconteceram por causa dele, ela abriu mão de tudo por amor a Zeus e em troca recebeu decepções no lugar de amor. Quando foi embora do Olimpo, Hera jurou que, além de mostrar que era uma deusa forte, iria fazer Zeus pagar por tudo o que passou, um castigo por encantamento, a Alemanha era o lugar perfeito, os alemães não gostavam dele e o deus queria se reaproximar da antiga esposa, era a oportunidade perfeita para colocar o plano em prática. Por isso, deixou os alemães entrarem em guerras, Delayoh fazer o que fez, tudo para que Zeus sofresse bastante. A Alemanha é o castigo de Zeus. Mas vendo o quanto Zeus já estava abalado com as palavras de Delayoh e as lágrimas que já se formavam nos olhos dele, Hera preferiu não contar nada, uma revelação daquelas poderia dilacerar o coração de Zeus ainda mais. Ela percebeu a frieza e a maldade de cada palavra dita por Delayoh, ou seja, a filha conseguiu ser pior do que a mãe foi um dia, e Hera estava pasma, mas por tudo que sofreu com Zeus, ele merecia.

— Delayoh, na verdade, eu vim aqui, para lhe pedir para pensar em todo mal que causou e se entregar. Será melhor acabar com essa guerra, que tem trago tanto sofrimento para todos. — Disse Zeus, tentando segurar o choro ao máximo.

Delayoh soltou uma gargalhada com a fala de Zeus.

— Me entregar? Eu? Só pode ser alguma brincadeira ou então um pedido de seus queridos filhinhos e sobrinha, não é? Eles devem estar se achando os maiorais, só porque libertaram os campos de concentração. — Disse Delayoh. — Pois, pode avisar para eles e esse recado também é para você e para o resto do mundo, eu não vou me entregar, nunca, se eles querem me prender, que venham me buscar aqui, na Alemanha.

— Delayoh, como seu pai, eu lhe imploro, se entregue, minha filha. — Pediu Zeus novamente.

— Minha resposta continua sendo, não irei me entregar. E eu nunca fui sua filha. No momento em que mais precisei do senhor, me negou ajuda, preferiu dar razão para Francine, preferiu ajudar sua filhinha querida do que a mim, então, não me considero sua filha. E pelo que estou sabendo, tu não foste pai para nenhum dos teus outros inúmeros filhos, queria ter uma grande prole, mas não dava atenção para nenhum. Queria apenas saciar o seu desejo incontrolável e se gerasse um descendente, simplesmente ignorava. Se achava o supremo senhor dos céus, que todos se curvavam diante da tua vontade, mas tinha as suas próprias falhas. Então, onkel Zeus, não me venha com essa conversa de pai preocupado, pois nunca foste um.

Aquelas palavras destruíram o coração de Zeus, mesmo que Delayoh não o queira como pai, ele ainda a queria como filha.

— Eu sei que errei você, minha filha, mas estou pedindo para se entregar para seu próprio bem. — Disse Zeus.

— A Delayoh é minha filha, só minha, eu a gerei sozinha e você nunca foi um pai de verdade para ela, no momento em que ela mais precisou, preferiu ficar do lado da Francine. Se não há mais nada para dizer, se retire de minha casa e não volte a nos incomodar. — Disse Hera rigidamente, apontando para a porta.

Zeus não sabia como ainda estava de pé, com tudo que ouviu, estava destruído por dentro. Ele acatou o pedido, se despediu das duas de modo cabisbaixo e antes de sair, deu um último recado.

— Se cuidem. Delayoh, pode não me considerar como seu pai, mas eu me sinto como tal, desde o dia em que eu te segurei no colo. Você sempre será a minha filha em meu coração.


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