Vínculos das almas escrita por Yukiko Tsukishiro


Capítulo 28
Encontro: Xiao Lanhua e Chang Heng


Notas iniciais do capítulo

Bai Fengjiu fica...

Dong Hua decide...

Xiao Lanhua se encontra...



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— Você está certa. Muitos fazem isso porque buscam demônios poderosos para exibi-los como troféu e símbolo de status. Mas, você não é um troféu para ser exibida. Eu quero protegê-la, cuidar de você e garantir que ninguém a machuque. Portanto, é melhor manter o seu poder real oculto. Se um dia precisar fugir deles, eles com certeza não vão mandar mestres de demônios poderosos atrás de você porque vão pensar erroneamente que você possui apenas uma cauda.

Ela fica surpresa com as palavras dele e ao olhar para o seu rosto percebe a seriedade da promessa de proteção e de cuidado.

Além disso, não era vista como um troféu por ele e essa consideração aqueceu o seu coração, fazendo-a sorrir timidamente.

A raposa invoca as suas nove caudas e se concentrando, as funde em apenas uma que fica bem felpuda, mas, sem qualquer indício que são nove caudas e não apenas uma.

— Pronto.

Nisso, ele dá a ordem e a raposa sente uma força invisível nela que se dissipa após exercer pressão em sua cauda com a jovem sentindo que seria impossível desfazer a técnica mesmo que estivesse inconsciente e em seguida, recebe outra ordem para ocultar os seus verdadeiros poderes, fazendo surgir a mesma sensação de outrora com a diferença que agia em seus poderes remanescentes.

Era uma sensação assustadora, mas, sabia que era o melhor a ser feito porque as suas verdadeiras habilidades e poderes deviam ser ocultados.

Então, Dong Hua estende alguns peixes assados para ela que os pega, agradecendo em seguida, para depois, comer vorazmente, com o mestre de demônios oferecendo mais comida e após arrumar uma grande panela em apoios de metal, ele começa a preparar uma sopa depois de pegar alguns ingredientes de uma espécie de mochila invocada através dos seus poderes, com a jovem observando que a fumaça era assimilada por uma pequena formação no ar, impedindo assim que fosse acumulada fumaça no interior da caverna.

— Qual o seu nome?

— Bai Fengjiu. E o seu?

— Dong Hua. Posso apelida-la de Xiao Bai?

Ele pergunta o final com surpresa em seu semblante porque o apelido saiu naturalmente dos seus lábios e enquanto questionava como surgiu esse apelido, o homem se recorda um pouco dos seus sonhos quando era jovem e que esse apelido reverberava em seu interior apesar dele não enxergar nada além de uma névoa ao mesmo tempo em que evocava um grande sentimento de saudade e desejo de reencontro como se estivesse esperando por alguém a sua vida inteira.

Fengjiu ouve o apelido carinhoso e cora enquanto controlava os seus batimentos cardíacos, para depois, se lembrar de que quando era criança em seus sonhos, alguém sempre a chamava de Xiao Bai, com ela não conseguindo identificar a origem da voz.

Se refazendo da agradável surpresa, consente timidamente fazendo Dong Hua sorrir imensamente.

Algumas horas depois, saciada e com os seus ferimentos estabilizados enquanto a maioria estava curada, principalmente os ferimentos internos graças ao Ningxue Wan, ambos saem da caverna quando ele desfaz a barreira.

Instintivamente, Bai se encolhe atrás dele quando os outros mestres de demônios se aproximam, fazendo com que eles ficassem maravilhados com a bela aparência enquanto o notório mestre de demônio fala friamente, sentindo irritação pelo fato deles a assustarem com a sua presença desnecessária:

— Ela fez o contrato mestre-escravo comigo. – Ele mostra o pulso dela após fazer um selo, deixando-os estupefatos.

Então, um deles se recupera e fala controlando ao máximo a sua irritação:

— Você é fominha. Por que obliterou aqueles demônios? Devia ter deixado nos capturarmos eles.

— Isso mesmo.

— Por que os destruiu?

— Sim. Eu queria capturar um deles. Você sabe como os demônios escorpiões são difíceis de encontrar.

— Podia ter ficado com a raposa enquanto deixava aqueles para nós.

Quando ele estava ao lado dela, ela pergunta após ver que os demais se afastavam com visível aborrecimento em seu semblante e gestos:

— Você os obliterou?

— Sim. Eles estavam falando sobre o direito de captura-la. Ainda bem que você conseguiu escapar.

— Obrigada. Foi difícil lidar com eles. Eu tive que fugir para a minha carne e pelagem não fossem devoradas. Você não sabe, mas, há boatos entre os demônios que devorar as caudas de uma raposa de nove caudas pode desbloquear poderes. É um absurdo, não é? Infelizmente, tem demônios que acreditam nisso embora sejam uma minoria. Eu errei quando fui me banhar e deixei as minhas nove caudas livres. As raposas costumam fundir em apenas uma cauda por causa desse mito, principalmente quem tem nove caudas.

— Espere... O comer deles era devorar a carne?

— Sim. Por quê?

— Nada.

"Então, eles não eram pervertidos. " Ele comenta em pensamento.

O notório mestre de demônios nota que ela continua olhando de forma indagadora até que suspira e fala:

— Achei que queriam fazer maldades com você.

— Que maldades? – Ela pergunta inocentemente.

— Estuprá-la.

— O que é estuprar?

— Ter relações a força sem o consentimento do outro.

— "Relações"?

— Relações intimas sem o seu consentimento.

— Oh! Eu entendi. Você usa palavras estranhas... bem, eu buscava ficar escondida a noite pela ausência de luz.

— Você é uma demônia. Você tem visão noturna. – Ele comenta com confusão em seu semblante enquanto ficava confuso pela mudança abrupta do foco da conversa.

— Sim. Mas, relações intimas só ocorrem quando um homem e uma mulher compartilham o local onde dormem juntos com a luz apagada. Desde que aja luz não tem problemas enquanto que pode ser em qualquer lugar. Se desejo ter filhotes, devo ficar com alguém e apagar a luz para depois, amanhecer e aí, eu ficarei grávida desde que esteja no meu período fértil. – A jovem fala com altivez enquanto sorria porque estava satisfeita por mostrar o seu conhecimento.

Dong Hua ouve tudo em silêncio ao mesmo tempo em que se encontrava estupefato porque nunca imaginou que conheceria uma jovem tão inocente e enquanto refletia sobre a suposição dela para o ataque contra ela, questionava se era, de fato, para devorar as caudas ou outro desejo como estupra-la considerando o grau de inocência dela que a faria ouvir sem qualquer malícia a palavra comer.

O notório mestre de demônios confessava que achava fofa essa inocência e que um lado possessivo dele havia adorado o fato de Fengjiu nunca ter tido outro em sua vida.

De repente, ela se encolhe ainda mais contra ele, segurando firmemente o seu braço, buscando ficar atrás dele, para em seguida, explicar timidamente ao vê-lo arquear a sobrancelha:

— Eu não estou gostando do olhar deles.

O homem percebe que os demais a observavam com olhares desejosos e ao olhar para a demônia novamente, Dong Hua percebe que as roupas estavam um pouco rasgadas e ameaçavam revelar uma parte do decote dos seios e da cintura.

Então, tomado por uma fúria sem precedentes por eles ousarem cobiçar o que era dele, ele volta a olhar para os outros e estreita os olhos furiosos enquanto jogava sua intenção assassina neles que engolem em seco, temendo por sua vida com a opressão violenta do notório mestre de demônios que fala em um tom gélido que faz surgir mais arrepios na coluna deles:

— Como ousam cobiça-la? Quem vocês acham que são?

Ele não grita e apenas fala normalmente, mas, o tom gélido e semblante assassino é o suficiente para os outros implorarem por clemência e após um gesto cortante da mão de Dong Hua, eles procuram correr por suas vidas enquanto a raposa sentia o seu coração se aquecer ao ver que o humano havia assumido uma postura protetora ao ficar na frente dela enquanto afastava os outros mestres de demônios.

Fengjiu assume a sua forma verdadeira, falando em seguida:

— Eu prefiro ficar na minha forma de raposa. Eu não quero ver outros olhares como aqueles.

— Nesse caso, é melhor ficar nessa forma considerando o estado das suas roupas. Quando chegarmos a Plataforma demoníaca eu irei providenciar novas roupas para que possa escolher qual delas deseja usar. Além disso, pode ficar na forma que se sentir mais confortável. Porém, na frente do Líder da Plataforma demoníaca, se ele mandar você assumir uma forma humana, você deve assumir. Você não pode desobedecê-lo.

Ela consente e depois, passa a andar ao lado dele enquanto ambos se afastavam do local, com a jovem demônia olhando uma última vez para trás, para as montanhas ao longe antes de voltar a olhar para frente.

Então, eles se retiram do local e partem em direção a Plataforma demoníaca do Norte enquanto os outros resmungavam na frente deles depois de reduzirem a sua fuga após perceberem que não iam morrer.

Os mestres de demônios demonstravam o seu aborrecimento sobre terem perdido demônios poderosos porque Dong Hua decidiu eliminá-los ao mesmo tempo em que eles demonstravam alguma felicidade ao verem que era uma demônia raposa comum por só ter uma cauda conforme avistavam o membro felpudo.

Afinal, achavam uma vingança justa para aquele que os privou de terem escravos muito mais poderosos do que uma simples raposa que tinha apenas uma cauda.

Há dezenas de quilômetros dali, mais precisamente em uma montanha próxima à fronteira do Norte, a noite cai e Xiao Lanhua ergue o seu acampamento usando itens mágicos em volta da sua tenda e que podiam afastar demônios mais fracos, assim como humanos com más intenções, além de garantir uma temperatura mais aprazível apesar da neve no seu entorno ao mesmo tempo em que a protegeria de uma possível precipitação de neve.

Ela também usou mais formações para gerar uma proteção adicional no entorno enquanto se preparava para dormir após comer e apagar a fogueira em seguida.

Porém, sons estridentes e o balançar das árvores próximo dali a alarmam e sem conter a sua curiosidade ao mesmo tempo em que concentrava os seus poderes, a jovem sai do acampamento e adentra na mata na direção dos poderes demoníacos que sentiu, jogando ao vento qualquer cautela que deveria ter.

Ao chegar no local percebe que uma clareira havia sido aberta como consequência de uma batalha feroz que havia sido travada instantes atrás.

Conforme usava uma pequena luz que ela gerou através de um selo na palma da sua mão, a jovem consegue desviar de obstáculos como fragmentos de árvores e pedras, para em seguida, avistar três demônios caídos com dois deles em torno de um no centro, com as evidência sugestionando que esses dois se juntaram para atacar o que estava no meio, com este conseguindo ferir gravemente os seus atacantes ao mesmo tempo em que preparava novos ataques ao perceber que seus inimigos tentavam se levantar ao ignorarem o estado dos seus corpos ao ver que ele se levantava vagorosamente.

Era visível que apesar do seu poder demoníaco estar baixo junto do fato de exibir múltiplos ferimentos em seu belo casaco branco felpudo como a neve e que se encontrava tingida de um liquido carmesim, esse demônio cervo insistia em lutar arduamente para se erguer novamente.

Os outros dois demônios que possuíam a aparência de dois grandes ursos pardos e que haviam começado a tentar se erguer, caem no chão após falharem em se levantar, para em seguida, os seus corpos se tornarem uma nuvem de poeira escura que esvanece no ar.

O belo cervo macho de galhadas imponentes que possuíam metade do tamanho do seu corpo que era da mesma altura de um elefante e que havia conseguido se levantar momentaneamente usando todas as suas forças restantes, também cai com intrépido no chão ao perceber que os seus adversários morreram e o impacto do seu corpo contra o solo levanta uma densa nuvem de poeira que depois, assenta enquanto o demônio ficava inconsciente ao mesmo tempo em que respirava com dificuldade, além de serem visíveis os graves ferimentos em seu corpo indicando que foi uma batalha brutal.

Mesmo com medo de acabar sendo empalada pela majestosa e imponente galhada, a médica se aproxima e cuidadosamente faz os primeiros tratamentos, para depois, concentrar o poder do seu pulso oculto, conseguindo assim erguê-lo levemente e afastá-lo dali em direção ao seu acampamento.

Após conseguir carrega-lo parcialmente porque parte do seu corpo foi arrastado em decorrência do seu tamanho, a jovem faz selos com as mãos e movimentos certeiros com o punho para conjurar uma matriz de proteção em torno dele antes de voltar a trata-lo.

Algum tempo depois, Xiao Lanhua seca o suor em seu rosto e cai de bunda no chão quando termina porque ele era grande demais e por isso, ela ficou cansada.

Então, a mestra de demônios que também era médica se afasta e limpa as suas calças, para em seguida, se certificar de que as suas barreiras estavam no lugar antes que entrasse esgotada na tenda, acabando por adormecer após alguns minutos.

Algumas horas depois, o cervo demônio desperta com o cheiro de ervas medicinais chegando em suas narinas, para depois, observar ataduras em várias partes do seu corpo e em seguida, a barreira que rodeava o local em que se encontrava.

Após analisá-la atentamente, ele fica aliviado ao perceber que conseguiria quebrar se assim desejasse.

Então, alguns odores chegam ao seu nariz, com o cervo apurando o seu olfato, para depois, percorrer com os seus olhos o local, avistando não muito longe dele uma tenda e conforme se concentrava nos cheiros, o demônio percebeu que havia uma fêmea humana ali dentro e que ela estava sozinha porque não conseguia sentir o cheiro de outros humanos ou demônios.

Não obstante, o cheiro dela era impregnado com o cheiro de ervas, com muitas sendo medicinais pelo que ele conseguiu reconhecer ao mesmo tempo em que detectou que a fonte do poder espiritual da barreira vinha daquela humana, fazendo-o discernir que se tratava de uma mestra de demônios e que também era médica em decorrência do fato de que a formação daquela barreira remetia ao que os mestres de demônios faziam por serem guiados pelo taoísmo e não as formações dos monges que eram ligeiramente diferentes pelo que aprendeu em seus estudos.

Essa constatação inicial o fez questionar o motivo dela trata-lo porque os mestres de demônios não eram confiáveis mesmo ela sendo uma médica, também.

Afinal, era de conhecimento comum que eles odiavam a raça dele e não faziam qualquer discernimento entre eles ao condenar todos.

Então, o demônio sai dos seus pensamentos ao se lembrar do que ocorreu e decide se levantar para que pudesse se afastar o quanto antes porque estava sendo caçado por um mestre e demônios e mesmo matando dois escravos dele, o seu caçador ainda tinha um terceiro enquanto era ciente que este humano desejava captura-lo em decorrência do seu porte imponente e poderes.

Mesmo sabendo que era uma mestra de demônios na tenda enquanto desconhecia o motivo que levou ela a trata-lo, o cervo agradece mentalmente a humana porque ele se sentia um pouco revigorado após o tratamento e com rapidez, desfaz a formação da barreira para em seguida, se afastar o quanto antes dali.

A quebra da formação dela a fez acordar abruptamente exibindo sonolência em seu rosto, fazendo com que não assimilasse de imediato o que havia ocorrido.

Então, quando ela sai da sua tenda olha instintivamente na direção onde colocou o seu paciente e ao constatar a ausência do demônio ao mesmo tempo em que avistava sangue fresco indicando que as feridas abriram, a médica arregala os olhos e os vestígios remanescente de sono são prontamente varridos da sua mente agora completamente desperta.

Reunindo seus pertences o mais rápido que consegue, Xiao Lanhua se concentra e usar os seus poderes para cavalgar o vento enquanto observava o rastro de sangue desejando encontra-lo o quanto antes porque as suas feridas eram graves demais para ele sair à revelia.

Mais à frente, quando ela desce, a jovem percebe que o seu paciente enfrentava com dificuldade um mestre de demônios e uma grande serpente carmesim ao mesmo tempo e cujo corpo lembrava o de uma naja.


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