Love Like Winter escrita por KaguraWay


Capítulo 1
Meu Sonho


Notas iniciais do capítulo

Olá Tudo bem com vocês?

Esse conto começou para um desafio, mas não saiu a tempo.

Como se passa na neve e na época do Natal e a música tem com base o mês de Dezembro.

Estou aqui postando uma songfic como conto de natal.

Espero que gostem, é um gênero e um shipp totalmente diferente do que já escrevi.

Boa Leitura .

Um Feliz Natal para todos os leitores que gostam da minha escrita.



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"Calm down. come now, cold resides with me.

I flee to, I flee to decemberunderground.

As you exhale, i breathe in and sink into the water underground

And i'll grow pale without you" 

Outra noite que acordei assustado com esses pesadelos que têm sido frequentes desde que me mudei para Tóquio e sempre quando está próximo de dezembro, toda noite é assim não tenho mais um sono tranquilo.

Sempre o mesmo sonho que já não sei se foi real um dia ou é só fruto da minha imaginação.

"Warn your warmth to turn away

Here, it's December

Everyday"

Estou perdido na neve andando sem saber voltar para a casa, seguindo uma pessoa na floresta congelada que está vestindo uma grande túnica preta com capuz, em algum momento me vejo caído no chão. A neve e o vento estão ficando cada vez mais fortes e densos. Então o vulto para de andar e vem ao meu encontro, estou assustado e congelando, não consigo ver seu rosto inteiro somente seus lábios, mas um sentimento no peito diz que já o conheço.

"Press your lips to the sculptures

And surely you'll stay (love like winter)

For of sugar and ice.. I am made"

Lentamente a figura misteriosa se aproxima de mim e sua mão encosta no meu rosto. Ela é fria como a neve, mas seu carinho me aquece. Eu não sinto mais frio, me perdi, e não sei se quero voltar agora que ele está perto de mim, como se eu tivesse encontrado minha alma gêmea.

"It's in the blood, it's in the blood

I met my love before I was born

He wanted love. I taste of blood

He bit my lip,and drank my war

From years before

She exhales vanilla lace

I barely dreamt her yesterday (yesterday)

Tento fixar meu olhar na figura misteriosa, percebo seus lábios se mexendo e a sua voz melodiosa como de uma sereia sai, só que o tom é acusador: "Parece que você está em algum lugar, muito longe... você disse que ficaríamos juntos para sempre...", então ele se afasta virando de costas indo embora, encosto no seu ombro na tentativa de saber o significado daquelas palavras.

"Read the lines in the mirror through

The lipstick trace (Por siempre)

She said, 'It seems you're somewhere, far away,'

to his face"

O vento começa fica mais intenso criando uma tempestade de neve ao seu redor, ele novamente se vira agora tirando o capuz, só que não vejo sua face somente sinto o vento sendo direcionado na minha direção me empurrando para o lago congelado que como o gelo é fino se quebra quando sou arremessado nele e afundo com tudo.

"Love like winter... Oh... Oh...

Love like winter... winter... 3...4..."

A sensação de estar me afogando e não conseguir voltar à superfície é o que me faz acordar aos gritos assustando meu colega de quarto da faculdade durante a madrugada.

Nosso quarto possui duas camas com uma cômoda separando elas, que estão encostadas nas paredes laterais. Kai levantou-se da cama e apoiou sua cabeça em um dos braços puxando a coberta que estava caindo, com ar sonolento, contudo preocupado olha na minha direção perguntando o que havia acontecido.

— Outro pesadelo Reita?

— Gomen, Kai, eu te acordei de novo?

— Sim... com você gritando e caindo da cama, fica difícil conseguir dormir.

— Eu não percebi que caí, estava tentando não morrer afogado...

— Reita, você devia procurar um terapeuta e contar o que está acontecendo, esses pesadelos estão piorando.

— Para ele dizer que estou estressado por causa da faculdade, que tá tudo na minha mente, e vai me dar uns remédios para dormir e me mandar embora descansar.

— Também não é assim, precisamos saber o por que desses pesadelos, quando eles começam se tornar mais realistas a ponto dele te acordar não esta certo...

— Kai, queria entender por que aumentaram a frequência, depois que viemos para Tóquio.

— O mais estranho é ser sempre o mesmo sonho, às vezes acho que é uma memória esquecida daquele dia que você se perdeu na floresta na neve quando era criança.

— Será? Mas você me disse que a equipe de busca me encontrou encolhido num buraco de tronco de árvore para me proteger do frio.

— Exatamente, o que intrigou eles é que apesar do frio, quando lhe resgataram o seu corpo estava quente como se tivesse sido protegido por algum adulto.

— Ninguém soube explicar como sobrevivi a nevasca. Só lembro da história da vovó sobre a Dama da neve, a chamam assim por que antes de encontrar as pessoas congeladas, uma melodia era ouvida como se atraísse elas para dentro da floresta.

— Eu lembro sim, me assustou bastante, uma espécie de Youkai da neve. Então você sumiu por horas, será que foi ela que lhe protegeu?

— Não sei dizer, só que no sonho o vulto está triste e decepcionado e a voz parecia uma sereia... antes era só uma melodia, hoje escutei uma frase.

— Sério? Consegue lembrar o que a pessoa ou vulto disse, pode ser uma pista...

— Foi bem estranho como se estivesse cobrando um acordo ou pacto. Ele disse: "Parece que você está em algum lugar, muito longe... você disse que ficaríamos juntos para sempre..."

— Reita-san, que sinistra essa mensagem. Sua mente é muito estranha mesmo. Será que você fez um pacto com o ser da neve, agora ele quer que você cumpra a sua parte no acordo...

— Kai-san agora você extrapolou na teoria do sonho, pois você mesmo disse que eu estava sozinho na neve. Melhor você voltar dormir, senão vai ficar com sono na aula.

— Vou tentar dormir mais um pouco, só que pensa bem pode ser uma explicação para os sonhos.

— Ou apenas mais uma teoria que estou ficando com as ideias fora do lugar...

—.—.—.—.

Desde que me lembro da época em que eu era apenas uma criança. Kai é meu amigo, sua casa era perto da minha. Frequentamos a escola juntos até o ensino médio.

Kai sempre teve jeito para cozinhar, então ele se inscreveu para o curso de Gastronomia na faculdade local.

Como sempre gostei de admirar as construções e edifícios, eu sempre brincava com os blocos de madeira quando pequeno.

Consegui passar para Arquitetura em Tóquio, só que eu estava com medo de ir para aquela cidade grande, nunca tinha saído da nossa pequena cidade do interior.

Foi então que Kai conseguiu transferência para faculdade em Tóquio, assim não ficaria sozinho lá. Então dividimos o mesmo quarto do alojamento de estudantes.

Já faz três anos que estamos morando aqui, falta apenas um ano para terminar a faculdade. Em todas as férias de final de ano, voltamos para casa ver nossa família e comemorar as festas de Natal, Ano novo e ver a neve na casa da vovó no interior. Desde a primeira vez que fomos ver a neve, tenho esses sonhos que agora estão me chamando de volta à floresta.

—.—.—.—.

Tudo aconteceu num fim de semana, quando eu tinha por volta de 13 anos. Meus pais me levaram e ao meu irmão Ruki de 10 anos para a casa da vovó. Ela morava no interior perto de uma floresta e havia previsão de neve. Mas não sabíamos quando ia cair.

Então fomos visitá-la, convidei meu melhor amigo Kai de 14 anos e também seu irmão Aoi de 12 anos, assim como nós estávamos empolgados, essa seria a primeira vez que iríamos ver a neve.

Depois do almoço fomos brincar na floresta à tarde. Exploramos todo os arredores da casa, e chegamos perto do lago que havia ali. Minha avó avisou para tomar cuidado com ele e não se aproximar muito, pois era fundo e havia relatos de pessoas que se afogaram nele, quando congelava com a neve.

Antes de escurecer voltamos para casa para o jantar em família. Minha avó era ótima cozinheira e Kai adorava ver ela preparando a comida. Só que antes de entrar escutei uma melodia vindo da floresta e quando olhei para saber de onde vinha o som, vi o vulto de uma pessoa com uma longa túnica escura com capuz passeando por entre as árvores.

Chamei os meninos para ver, mas eles já haviam entrado, aquele som era muito encantador fazia com que eu o seguisse.

Antes de pensar em seguir na direção da melodia e a pessoa misteriosa. Minha avó segurou em meu braço pedindo para entrar que já estava escuro, sendo perigoso ficar lá fora.

Perguntei se ela tinha visto aquela pessoa e ouvido aquela música, pois eu fiquei muito interessado nela, notei um olhar preocupado ela só acenou com a cabeça em sinal de positivo. Entrou trancando tudo, disse que depois do jantar contaria sobre as histórias daquela região.

Com a curiosidade ativada, contei para os meninos o que tinha visto e que teríamos uma sessão de história depois do jantar...

—.—.—.—.

 

Ao fim do jantar, nós sentamos no tapete na sala perto da lareira esperando minha avó e meus pais se juntarem a nós. Minha vó se sentou na sua poltrona única perto da lareira e puxou uma coberta para cobrir seus joelhos virando se para aqueles pares de olhos à espera de sua história.

— Nessa floresta quando neva, segundo as lendas folclóricas que ouvi quando tinha a idade de vocês. Um youkai assumi a forma de uma linda mulher que canta para atrair os homens durante as nevascas, eles acabam perdidos e morrendo congelados pela neve.

— Vovó, aquela melodia que ouvi lá fora, era esse youkai?

— Creio que sim, Akira. Por isso que avisei para ficar longe do lago e entrar antes de escurecer, é muito perigoso.

— Sabe por que ela faz isso? Toda lenda tem uma história para ser contada.

— Kai, me lembro da minha mãe contar que a muito tempo atrás. Na época do Japão imperial, uma mulher era consorte de um general da guarda do imperador. Houve uma guerra e o exército sofreu uma emboscada perto do lago congelado. Não conseguiram recuperar os corpos, ela o amava muito e ficou inconsolável por não poder ao menos enterrar seu corpo.

— Que triste essa história, vovó.

— Sim, Ruki. Só que ela não aceitou a morte do amado, indo atrás de um mago para trazê-lo de volta. Sabe como são esses feitiços, não saiu como ela esperava.

— O que deu errado no pedido dela?

— Deu errado, por que o general não podia ser revivido sem o corpo original e quando foi feito o feitiço a alma foi para próxima reencarnação. Não saiu como ela queria, pois, não tem como saber para onde e a qual tempo ele vai renascer.

— Acredito que ela não aceitou ficar viúva e que devia seguir em frente com sua vida.

— Não, ela continuou buscando um jeito de trazer ele volta para aquela vida, acabou indo atrás de magia negra e acabou com essa maldição de procurar por sua alma gêmea atraindo os homens sendo um youkai.

— Deve por isso que ela canta, ainda está em busca do seu amado pelo jeito não o encontrou ainda.

— Sim, Aoi, o destino desse youkai é continuar vagando até sua alma gêmea renascer, por isso não quero que brinquem perto do lago e voltem para casa antes de escurecer.

— É bem triste e solitária essa busca; bem como assustadora pois aquele que segue a música poderia ser o seu amado, mas acaba morrendo congelado por não ser quem ela procura.

Fomos dormir aquela noite com medo daquele conto. A Vovó sabia como contar uma história e deixá-la mais assustadora ainda, éramos 4 meninos explorando a floresta o que nos tornava alvo do youkai e sua busca.

Brincamos tranquilamente os dias seguintes voltando sempre antes de escurecer para casa, mas parecia que só eu ouvia a melodia distante. O medo era mais forte, eu corria para dentro até antes dos meus amigos.

Foi na noite da véspera de natal que começou a nevar, era de tarde estava escurecendo, e vimos pela janela a neve. Nosso passeio para a cabana estava se realizando e imploramos para sair, mais com medo do youkai da neve pedimos para os adultos ir junto lá fora.

A alegria de ver e tocar na neve deixou todos nós encantados e girando olhando para o céu. Os flocos de neve começaram a intensificar-se juntando no chão e os meninos juntavam com as mãos pequenas bolas e começamos uma guerra sob a supervisão dos meus pais que apreciava aquele fenômeno da natureza.

Correndo fugindo das boladas me distanciei um pouco dos outros para juntar mais neve e contra atacar, então ouvi a melodia bem nítida e próxima de mim, até tentei ignorar procurando os meninos, mas só consegui acenar para o Kai com uma bola de neve e a música ficou cada vez mais alta e não me lembro de mais nada.

Segundo o Kai que foi na minha direção, eu desapareci na neve e todos ficaram me procurando por horas, chamaram até ajuda dos policiais e dos bombeiros na busca.

Só perto do amanhecer que me encontraram encolhido num tronco oco de uma árvore, segundo meu amigo meu corpo parecia aquecido invés de estar com frio e hipotermia devido a nevasca daquela noite.

Vovó quando me viu me abraçou tanto que quase me sufocou, eram tantas lágrimas mesmo dizendo que estava tudo bem. Ela dizia que estava feliz que a youkai da neve tinha me devolvido com vida, suas preces foram ouvidas.

Eu fiquei sem entender nada naquela época, só estava contente de estar de volta para casa e com minha família.

Agora, dez anos depois desse acontecido, estou quase acreditando na teoria do Kai, de que foi o youkai da neve que me salvou naquele dia. Relembrando do conto talvez eu seja a alma gêmea que a youkai procura como eu era criança me protegeu e estava esperando me tornar um adulto.

Só voltando à cabana da floresta para saber se os meus pesadelos são fruto de uma memória esquecida.

—.—.—.—.

Com o feriado do Natal se aproximando, arrumamos nossa bagagem para só voltar quando as aulas fossem começar novamente no ano seguinte.

Pegamos o primeiro voo para casa, queríamos chegar logo. Eu estava com muita saudade do meu irmão Ruki, meus pais e da vovó, que agora estava morando na cidade por causa da idade avançada. Meu pai não quis que ela ficasse sozinha na cabana da floresta. Na nossa última conversa ela disse que não estava gostando do apartamento e queria voltar para sua casa.

A confraternização de natal foi feita na casa dos pais do Kai, que junto com a vovó fizeram as entradas, os pratos principais para ceia e a sobremesa foi feita pelo futuro chef de cozinha Kai.

Nossas famílias sempre se reuniam para as festas de final de ano e aniversários desde que éramos crianças.

Agora que todos foram para faculdade, os encontros eram somente no feriados. Ruki também foi para faculdade entrando no curso de moda, o baixinho tem jeito com design e figurinos para alta costura.

A surpresa foi Aoi que seguiu carreira como músico, ele é um ótimo guitarrista. Ele, por insistência do pai, começou a faculdade de direito para ser advogado, mas mudou para administração, parou no meio e trancou a matrícula, pois está com uns projetos com uma banda de rock.

Depois da ceia, quando todos se despediram, fomos para o apartamento dos meus pais descansar. Sentei com a vovó na sala e contei sobre os meus sonhos e o que deveria fazer a respeito.

Sua resposta foi diferente do que eu esperava, ela me encarou seriamente e segurando minhas mãos, disse que já sabia que esse dia chegaria, e eu precisaria voltar à cabana na floresta.

— Como assim? O que a obasan* sabe?

— Querido Akira, desde o dia que você sumiu na neve. Eu sabia que seu destino era voltar a encontrar a youkai da neve.

— É sério isso? Kai também acha que os pesadelos são uma lembrança daquele dia.

— Ele não está errado, ninguém nunca sobreviveu a melodia do youkai. Você voltou sã e salvo, o que aconteceu tá na sua mente.

— A obasan* acredita na lenda? Que ela me protegeu quando criança, pois talvez eu seja a alma gêmea que tanto procura?

— Por mais estranho que pareça depois daquele dia, sempre ouvi a melodia perto da casa durante todos esses anos. Não houve mais relatos de pessoas desaparecidas ou congeladas na floresta.

— Por que a senhora nunca me contou isso antes?

— Você iria acreditar, se não tivesse tendo esses sonhos?

— Talvez não, por conta de ser uma lenda da região, uma história para assustar as crianças.

— A cabana está fechada agora como não estou mais lá e a neve voltou a cair. Tenha cuidado, o youkai deve estar nervoso e revoltado por não ter mais ninguém morando lá e vai estar a sua procura.

— No sonho me lembro de ouvir a voz dizer que fui para longe e não cumpri minha promessa.

— Está vendo como tudo se encaixa, uma criança assustada e perdida fez uma promessa ao youkai, por isso você foi encontrado aquele dia. Agora você é um adulto e deve voltar lá para descobrir qual foi esse acordo.

— Tem razão, amanhã voltarei lá sozinho, melhor não envolver os meus amigos nessa busca. Pode ser perigoso.

— Eu pedi para seu pai passar a cabana para seu nome, não sei quanto tempo ainda tenho, e você terá um lugar para morar quando terminar a faculdade ou outra decisão que vier a tomar.

— Arigatô obasan* por se preocupar comigo desse modo. Mas e o Ruki será que ele não gostaria de uma parte dessa herança?

— Seu irmão não está interessado numa casa no meio da floresta, quando ele terminar a faculdade, vou montar um atelier na cidade para ele.

— Pelo jeito a senhora já pensou em tudo para seus netos... O Ruki nunca gostou mesmo de ir para o meio do mato. O negócio dele é o glamour da cidade grande.

Com um abraço carinhoso e um lindo sorriso minha vó, se despediu recolhendo-se para dormir.

Ainda fiquei um pouco na sala analisando o que faria no dia seguinte, como enfrentar o meu futuro destino com o youkai da neve.

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Notas finais do capítulo

O que vai acontecer com Reita quando encontrar a youkai da neve?

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Obrigada por ler
Obrigada por favoritar
Obrigada por comentar ❤
Obrigada muuuito obrigada

PS: Love Like Winter está sendo publicada ao mesmo tempo no Wattpad e Spirit .



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