Apenas o seu sangue escrita por Allis Ayero


Capítulo 6
Momento de fraqueza




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— Tu achou que ia pra cama com a minha namorada e não ia acontecer nada contigo, filho da puta?!

Assim que ele disse isso, Jungkook lembrou onde o tinha visto: no instagram da menina que havia mentido pra ele sobre não ter namorado nem instagram, e depois sobre ter um relacionamento aberto.

— Olha, cara… me desculpa, mas ela não me falou que tinha namorado! — ele disse, levantando as mãos em sinal de que não queria briga.

— Não quero saber!

O homem então enfiou a mão na jaqueta e tirou uma arma, apontando-a para Jungkook.

Jungkook sentiu o rosto ficando branco e o coração disparar. Ele levantou ainda mais as mãos e, apesar do próprio estado de nervos, tentou acalmar o homem que o ameaçava:

— C-calma… me escuta… E-eu não sabia que ela tinha namorado. Se eu soubesse, eu nunca teria-

— Tá de sacanagem com a minha cara?! — ele o interrompeu, levantando a voz. 

— E-eu não fiz nada pra sacanear ninguém — ele falava o mais devagar e tranquilamente que conseguia —  Foi ela que mentiu pra mim. Ela disse que não tinha namorado, e disse até que não tinha instagram, pra eu não ver as fotos de vocês dois juntos.

— Não tenta meter essa pra cima de mim não!! 

— E-eu tô falando a verdade. E quando eu descobri o instagram dela, ela ainda tentou dizer que tinha um relacionamento aberto. 

— Relacionamento aberto?! Tu tá de sacanagem?! — ele levantou ainda mais a voz, ficando visivelmente furioso — Tá achando que pode continuar pegando o que é meu?! Tá maluco?!

— N-não! — Jungkook tentou explicar, agora também com mais dificuldade pra se manter calmo — Eu não acreditei nela, e bloq-

Enquanto ele falava, o homem destravou a arma e disse:

— Vai pro inferno!!

Por reflexo, Jungkook virou o corpo e cobriu a cabeça, fechando os olhos. O barulho do tiro foi praticamente simultâneo. Porém, Jungkook não foi atingido. Ele então voltou a olhar na direção do seu agressor.

Seus olhos se arregalaram ao ver Alissa segurando o braço do homem pra cima. O tiro havia sido dado para o alto. 

— D-da onde voc- — o homem tentou perguntar, confuso pela aparição instantânea da garota. Porém, antes que ele terminasse a frase, ela tirou a arma da mão dele, num movimento rápido demais para olhos humanos perceberem. Ele soltou um grito de dor, segurando o próprio braço. A vampira então o derrubou no chão, com violência, fazendo-o grunhir de dor pela queda. Agora no chão, ele ficou de joelhos, o rosto ainda contorcido de dor, e falou:

— Q-que porra é essa?!

— Quem vai pro inferno é você — a vampira disse com um olhar ameaçador, em seguida entortando o cano da arma com as próprias mãos sem dificuldade e jogando-a no chão.

O agressor arregalou os olhos, já com medo. Sem a arma para lhe dar confiança, ele tentou voltar a subir na moto para fugir. Porém, Alissa alcançou a moto antes dele, e usou a sola do pé pra chutá-la pra longe. A moto foi parar no final da rua.

O queixo dos dois homens caiu. O agressor tentou questionar mais uma vez:

— O QUE CARALHOS É VOC-

No instante seguinte, Alissa estava segurando-o pelo pescoço, prendendo-o contra a árvore mais próxima, levantando-o acima do chão. Ele tentou se soltar e também dar chutes nela, mas nada adiantava. Ela se mantinha parada como se os chutes não fossem nada.

— Escuta bem o que eu vou te falar — ela apertou a pegada no seu pescoço, sufocando-o mais — Se você chegar perto do Jungkook de novo, por qualquer motivo, ou se acontecer qualquer coisa com ele, ou com qualquer pessoa na vida dele, eu não vou te deixar viver. Vou te encontrar onde você estiver, e vou te fazer sentir tanta dor que você vai implorar por uma morte rápida. E eu vou mandar a sua alma diretamente pro inferno. Acredite, eu posso fazer isso — ela então mostrou suas presas para o homem, além de todos os seus dentes, como um animal feroz (ou algo ainda pior) ameaçando morder. Ele tentou gritar, apavorado, mas sua voz saiu fraca por estar sendo enforcado:

— Aaa-aah… !! N-não, não… e-eu não vou fazer nada com ele… me desculpa… n-não me mata, p-por favor…

A vampira guardou suas presas pra voltar a falar:

— Some.

Ela então o soltou, jogando-o no chão. Ele se levantou cambaleando e saiu correndo imediatamente, ainda tentando pegar ar e tossindo, até que chegou na moto e foi embora nela.

Jungkook assistiu a tudo com o queixo caído. Antes que ele pudesse se recompor e se dirigir até Alissa, ela caiu no chão, desmaiada.

— A-Alissa!! — Jungkook a chamou, correndo na direção dela. Ele se ajoelhou no chão ao lado dela, puxando-a pros seus braços — Alissa, você tá bem?!

— Hm… — ela respondeu, abrindo os olhos devagar — T-tô…

— Você não se machucou? — ele procurava algum ferimento no corpo dela.

— Não. Eu tô bem, só… fiquei um pouco tonta — Alissa tentou levantar o corpo do colo do JK, que a ajudou a ficar em pé.

“Será que ela não bebe sangue há muito tempo?” Jungkook se perguntou.

“Não, ela tá quente… e os olhos dela estão vermelhos.”

— Tem certeza? — ele pediu confirmação enquanto ainda a segurava, com medo de que ela desmaiasse novamente.

Achando a preocupação dele bonitinha, Alissa respondeu, quase rindo:

— Tenho, lind- — ela não terminou a palavra, se corrigindo: — … tenho. Deve ser só porque… eu não uso meus poderes há um tempo — ela tentou justificar, embora isso nunca tivesse acontecido antes.

“Estranho…” ela pensou.

— A-ah… ok… — ele a soltou e sorriu, sem graça — Ehm… que bom, então.

“Ele tá todo preocupado comigo, mas foi ele que teve uma arma apontada na direção dele.”

— Mas e você? Você tá bem?

— Tô… graças a você — ele disse, com um sorriso que mostrava uma mistura de gratidão e surpresa — Você salvou a minha vida! Obrigado!

A vampira sorriu de volta, logo depois se lembrando:

— Ah, a arma!

Ela andou até a arma no chão. Então, se ajoelhou no chão, tirou a munição de dentro da arma e começou a desmontá-la e quebrá-la. Sem entender, Jungkook interveio:

— Ahm… não é melhor a gente levar essa arma na polícia ou algo assim?

— Não quero essa dor de cabeça — a vampira respondeu enquanto terminava o que fazia. Ela então andou até o início da rua, com Jungkook a seguindo, e jogou os pedaços em um canal de água que passava por ali — Pronto. Resolvido.

Jungkook apenas olhava, sem ter certeza do que dizer. Alissa voltou a falar:

— Bom… você vai ficar bem? Quer que eu te acompanhe até em casa?

— Ah, n- — ele ia responder que não precisava, por hábito e educação, mas logo pensou que poderia ser um jeito de passar um pouco mais de tempo com Alissa — Ahm… — Jungkook hesitou, na dúvida se deveria mesmo pedir isso dela ou não. “Ela tava passando mal agora há pouco…” 

Mas mesmo sem ele pedir, ela decidiu:

— Vamos, eu vou com você. Mas não vou te levar nas costas dessa vez. Você é um homem grande e forte — ela brincou.

— Hahahahaha… obrigado... ahm, quer dizer, obrigado por me acompanhar — Jungkook esclareceu.

— Por nada. 

Os dois começaram a andar lado a lado. Após alguns passos em silêncio, Jungkook precisou perguntar:

— Alissa…

— Hm?

— Você… falou sério quando tava ameaçando ele? 

— Como assim? 

— Quando você disse que não ia deixar ele viver, e que ia… mandar a alma dele diretamente pro inferno.

— Ah. Não. Eu só falei isso pra assustar ele, e ele não mexer com você de novo.

— Ah… você… não pode fazer isso de verdade, então?

— O quê? Mandar a alma dele direto pro inferno? Hahahahahahaha! Óbvio que não! Se a alma dele chegar lá, vai ser por mérito próprio, não por indicação minha — ela brincou, fazendo Jungkook rir — Eu não tenho nenhum tipo de linha direta com o inferno.

— Entendi…

— Por quê? Você ficaria com medo de mim se eu tivesse?

“Um pouco”, ele pensou.

— N-não, claro que não! — ele forçou um sorriso.

— Hm… — A vampira não acreditou muito. Mas, ao invés de insistir, mudou de assunto: — Então… indo pra cama com a namorada de outro, hein? — ela implicou.

“Droga, ela ouviu isso!”

— Ela mentiu pra mim! Eu nunca faria isso de propósito! — ele se defendeu.

— E falando pra mim que queria alguém que fosse só sua… ai, ai… — ela continuou implicando.

Jungkook suspirou:

— Eu tô falando em outra língua? Por que ninguém entende quando eu explico? — ele se lamentou.

Alissa deu uma risadinha:

— Relaxa, eu tô só brincando com você. Eu ouvi você explicando pra ele.

Quando ela disse isso, Jungkook pensou em algo: “Foi realmente uma coincidência ela ter aparecido?”

— Ahm… você ouviu… a conversa inteira?

— Sim.

— … onde você tava?

— A uns dois quarteirões daqui.

Jungkook franziu o cenho, desconfiado:

— Você ouviu tudo a dois quarteirões de distância?

Alissa entendeu o que ele estava pensando e explicou:

— Eu não tava te seguindo, se é isso que você tá perguntando. A minha audição é mais aguçada do que a de um humano.

— … ah.

— Eu não ia me meter, mas vi pelo tom da conversa que você talvez precisasse de ajuda, e achei melhor checar. Quando eu cheguei, ele já tava destravando a arma.

— Entendi.

— E você? Tava voltando da casa da garota?

Jungkook olhou pra ela, surpreso por ela ter perguntado isso. Antes que ele respondesse, ela se corrigiu:

— Desculpa. Eu tava só curiosa, mas você não precisa responder.

— N-não, tudo bem. Mas não. Eu saí com essa garota antes de conhecer você. Não vi nem falei mais com ela depois disso, e nem quero. Já tinha até bloqueado ela.

— Hm… 

— E você? Tava… voltando do cemitério? — Jungkook perguntou.

Alissa apenas olhou pra ele sem dizer nada. Sem graça, Jungkook tentou se justificar:

— É que… eu percebi que você tá quente, e… — se sentindo mal por ter questionado, Jungkook desviou o olhar — Deixa pra lá. Não é da minha conta. Esquece que eu te perguntei isso, por favor.

A vampira não respondeu que estava voltando da casa da Yumi, que morava ali perto, mas esclareceu:

— Na verdade… eu ainda tô quente do seu sangue.

— Hein? — ele arregalou os olhos e voltou a olhar pra ela — Sério? 

— Sério. Eu não voltei a ficar gelada desde aquela noite. Eu nunca fiquei quente assim por tanto tempo. 

— Isso… é bom, né?

— É, sim — ela sorriu — É muito bom…

Jungkook sentiu o rosto corando e não conteve um sorriso ao ouvir isso.

Querendo passar o máximo de tempo possível com Alissa, ele desacelerou o passo. Ela notou, mas não falou nada. Apenas andou no mesmo ritmo que ele. Após mais um tempinho andando, eles chegaram na porta da casa dele.

— Bom… chegamos — ela disse.

— É… — Jungkook respondeu, sem querer se despedir dela — Ahm… obrigado mais uma vez por me salvar. Eu sinto que preciso te retribuir de alguma forma.

— Não precisa. Você pode me retribuir ficando longe de garotas loucas. E de garotas que tenham namorados loucos. E de garotas que tenham namorados no geral.

— Hahahahahaha… pode deixar.

— Escuta… eu acho que ele não vai tentar ir atrás de você de novo, mas… você não quer salvar o número do meu celular? — ela perguntou, já que antes eles tinham apenas o instagram um do outro — Só pra você ter um jeito de falar comigo rápido, ou me mandar a sua localização, ou… — ela tentava pensar em outra desculpa.

— Ah, ok — ele não precisava ser convencido — Pode falar — ele disse, com o celular já na mão. Ela disse o número e ele salvou — Pronto. Vou te mandar uma mensagem pra você ter o meu também.

— Ok. Só… por favor não passa o meu contato pra mais ninguém. Quase ninguém no mundo tem o meu número, e eu quero que continue assim.

— Sim, claro —  ele concordou, guardando o celular no bolso e se sentindo privilegiado, de uma certa forma — Pode deixar. E… obrigado.

— Por nada…

Eles ficaram alguns instantes se olhando, em silêncio. Algumas coisas se passavam pela cabeça de Jungkook:

“Eu pensei tanto em você nesses últimos dias…”

“Você também pensou em mim?”

“No que você tá pensando agora?”

“Fica aqui… eu não quero que você vá.”

Mas ele não disse nenhuma delas. 

Finalmente, Alissa voltou a falar:

— Bom, então… eu vou lá.

— … ok…

— Então… tchau…

— Tchau…

Ela se virou pra ir embora. Mal deu dois passos e sentiu Jungkook segurá-la pelo braço e puxá-la para si, juntando seus lábios em um beijo.

Ela o beijou de volta, envolvendo seu pescoço. O coração dele batia mais rápido. Ele envolveu a cintura dela com seus braços, pressionando-a mais contra o seu corpo, aprofundando o beijo. Finalmente, Jungkook parou e olhou nos olhos de Alissa, sua testa encostada na dela, e pediu:

— Fica aqui essa noite…

Ela abaixou o olhar e sorriu, incerta:

— … eu ficaria… mas…

Alissa não completou a frase, então ele questionou:

— Mas?

— … mas eu acho que vai significar algo diferente pra você se eu ficar.

— Deixa que eu me preocupo com isso.

Ela riu de leve:

— É só que… parece uma péssima ideia.

— É o meu tipo favorito de ideia — ele disse com um sorriso, fazendo-a rir.

— Você é louco…

Jungkook apenas a beijou novamente. Então, sem interromper o beijo, eles entraram e fecharam a porta.

 

***

Ao terminarem, Jungkook relaxou totalmente o corpo na cama, ofegante. Ainda sentada em cima de Jungkook, Alissa soltou a harness que havia usado para amarrar as mãos dele acima da cabeça. Enquanto ele recuperava o fôlego, ela olhou para os dois furos deixados por suas presas no pescoço dele, onde havia acabado de chupar seu sangue. 

— … eu não devia ter feito isso… — ela disse, tocando delicadamente o local.

— Devia sim… — ele respondeu, claramente alto, com um sorriso no rosto — Foi incrível…

— A questão não é essa — a vampira saiu de cima dele e se esticou para pegar a sua bolsa, que estava jogada no chão ao lado da cama — Faz só duas semanas desde a última vez que eu bebi o seu sangue. Eu não devia ter bebido mais — ela disse enquanto pegava um curativo da bolsa e colocava no pescoço dele. 

— Mas fui eu que pedi… 

— Pois é, você também não devia ter me tentado — ela entregou a ele uma garrafinha de água de côco, que sempre levava na bolsa — Consegue sentar?

Mesmo cambaleante, Jungkook conseguiu sentar-se na cama. Alissa abriu a garrafa e entregou a ele, que começou a beber. 

“Ele realmente tá mais alerta do que da primeira vez”, ela pensou. “Ainda bem que eu bebi menos sangue agora e a minha saliva teve menos tempo pra agir.” 

“Mesmo assim… eu não devia ter bebido nada.”

Após ter terminado quase a garrafa inteira, Jungkook ficou olhando para Alissa, sorrindo.

— O que foi? — ela perguntou, sorrindo de volta.

— Eu vou ganhar colo e carinho que nem da outra vez?

Alissa não conteve uma risadinha.

— Vem cá — ela disse, deitando-se. Com o pouco equilíbrio que tinha, Jungkook conseguiu deixar a garrafinha na mesa de cabeceira e deitar a cabeça em cima dos peitos de Alissa, abraçando o seu corpo. Ela passou os dedos por entre seus cabelos, fazendo carinho.

— Eu tô no paraíso… — ele falou, com um sorriso bobo no rosto.

Após um tempo acariciando o cabelo de Jungkook, Alissa voltou a falar:

— … me desculpa. 

— … hm? Pelo quê?

— Por ter bebido o seu sangue. 

— Mas fui eu que quis… eu que pedi… e eu tô me sentindo ótimo… 

— Eu sei, mas mesmo com você me pedindo, eu não devia ter feito isso. Foi um momento de fraqueza. Me desculpa. 

— Alissa… você salvou a minha vida hoje — Jungkook disse, quase rindo — Pára de me pedir desculpas. Eu tô vivo, e você tá aqui comigo, na minha cama... eu tô tão feliz…

Isso fez com que ela se sentisse melhor por um momento, até se lembrar de que inevitavelmente iria ter que partir o coração dele mais uma vez.

— … obrigada, Jungkook.

— … Alissa…

— Hm?

— Foi bom pra você?

— Foi sim… o seu sangue é uma delícia.

— Eu tô falando do sexo…

— Ah! — Alissa riu da própria confusão e respondeu — O sexo também!

— Que bom… — ele falou, rindo junto com ela.

Ela continuou fazendo cafuné nele, pensando em continuar só por mais um tempo antes de levantar e ir embora. Afinal, a vampira não dormia à noite.

Mas, dessa vez, suas pálpebras começaram a pesar. Sem perceber, ela pegou no sono junto com ele.

 

***

A claridade do quarto acordou Alissa. Ainda despertando, ela abriu os olhos vagarosamente, tentando se situar. A primeira coisa que viu foi uma faixa de sol bem fina passando por uma fresta na cortina. 

Tendo medo de sol, ela arregalou os olhos. No mesmo instante, viu que o sol já estava batendo em sua perna.

— AAAAHHHH!! — ela berrou apavorada, se levantando com um pulo e acordando Jungkook, que ainda dormia na mesma posição em cima dela.

— O que foi?! O que foi?! — ele perguntou, no susto. 

Alissa se encolhia perto dos travesseiros:

— FECHA A CORTINA!! FECHA A CORTINA!!

Ainda sem entender, mas na adrenalina, Jungkook se levantou e fechou totalmente as cortinas, impedindo que o sol entrasse. Em seguida, acendeu a luz do quarto e voltou pra perto dela:

— O que aconteceu?! 

— O sol!! O sol tava batendo em mim!! C-como que… — ela então olhou para a própria perna — Como que eu não senti? Como eu não me queimei?! 

Jungkook olhava pra ela, os olhos arregalados, sem saber o que dizer:

— M-me desculpa… e-eu esqueci de…

Sentindo algo batendo forte dentro de seu peito, Alissa colocou a mão no local. Seu queixo caiu ao se tocar do que era:

— M-meu coração!! O meu coração tá batendo!!

— Ué… ele não batia ant- — ele não completou a pergunta, olhando o rosto de Alissa.

— Não, não batia!! — ao ver que Jungkook franzia o cenho pra ela, Alissa questionou: — O que foi?!

— Os seus olhos… estão castanhos.

— Quê?!

— Eles estão castanhos. Não eram pra estar vermelhos?

— Onde tem espelho?! — ela perguntou se levantando, atordoada.

— Na porta do armário.

Alissa abriu a porta. Ao ver a cor de seus olhos, cobriu a boca, sem acreditar.

— Isso nunca aconteceu antes? — Jungkook perguntou.

— Não!!

— O que você acha que é?

“Só pode ser uma coisa”, ela pensou. “Mas…”

“Como?!”

Alissa tentou colocar as presas pra fora. Seu medo foi confirmado quando elas não saíram.

— Minhas presas!! — ela exclamou, tentando mais uma vez, sem sucesso — Minhas presas não tão saindo!! 

— Hein?!

Em pânico, ela concluiu:

— Eu… eu virei humana!! 


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