Photography and love escrita por Suh Brandon


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Gabi, desculpa não ter rolado teasers, mas esse ano minha vida está uma loucura! Espero que você goste de como construí os personagens a partir do seu primeiro combo com a música "Segredo" da Sandy. Confesso que surtei quando li a letra da música por ter pensado só em plots tristes, mas acho que consegui achar um equilíbrio. Espero que goste!

Aguardo opiniões!



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PREFÁCIO

Uma vez li em um livro a seguinte frase: “Talvez a verdade seja que eu não me relacione bem com as pessoas e ponto final”. Nada me traduz tão perfeitamente. Vejam bem, não é que eu não goste de pessoas, mas prefiro ter um contato mais limitado a elas. Eu gosto do silêncio e a paz que ele possui, solidão não é algo ruim para mim. Se precisasse descrever um dia perfeito, ele seria eu mesma e minha câmera Cannon, vagando pelas ruas de Nova York e observando o ir e vir de todos com suas vidas agitadas ou mesmo ficar horas imersa em alguma exposição nos milhares de museus que a cidade possui. Observar e fotografar são minhas verdadeiras paixões e foram elas que me levaram a ele, o que eu não poderia ser mais grata ou talvez não?

 

BELLA POV

 

Sabe a melhor coisa de se morar sozinha? O silêncio. Mas então por que fui acordada em pleno sábado de manhã com esse maldito barulho vindo da minha própria cozinha? Levanto-me ainda bêbada de sono, enrosco meu pé no fim do edredom e tropeço. Eu vou matar a...

— ALICE! – gritei ao chegar na soleira da porta da cozinha.

— Ai está você, o café da manhã está pronto! — ela responde como se não estivesse com Taylor Swift sendo tocada nas alturas em plena às 08h da manhã de um sábado.

— O que você está fazendo aqui a essa hora? — falo indo até o aparelho de rádio e baixando o volume para um som ambiente aceitável.

— Te acordando bobinha, já faz semanas que não nos vemos e temos vários pontos sobre a exposição para tratar.

— E não poderia me enviar um e-mail?

— Bella, se eu não te conhecesse tão bem pensaria que me odeia. Sabe que é mais fácil falarmos pessoalmente. Vem, anda logo e aproveita esse café da manhã delicioso que trouxe da padaria do meu marido gostoso — fala terminando de colocar um cesto de pães recheados com a aparência deliciosa na mesa.

Me aproximo e sento já tratando de encher uma caneca com café para terminar de acordar e assim conseguir acompanhar a energia da minha amiga logo pela manhã.

Alice Whitlock é uma coisinha miúda, mas cheia de energia, ela é uma das minhas poucas amigas e sou muito grata por tê-la. Sim, ela me irrita e invade meu espaço mais do que gostaria, mas também é uma pessoa que posso contar em qualquer momento, sejam bons ou ruins. Ela e seu marido, Jasper, são completos opostos e não digo só de tamanho já que ela mede 1,60 e fica ainda mais minúscula comparado aos 1,90 dele, mas na personalidade também.

Jasper é um cara tranquilo e ama cozinhar, ele tem uma padaria famosa pelas melhores cestas de café da manhã, ele é daqueles que cozinha com tudo fresco e gosta de uma vida pacata. Diferente da Alice que ama uma badalação e a vida noturna de Nova York, ainda mais sendo diretora de uma famosa galeria de arte. Eles se conheceram em uma exposição organizada por ela, Jasper foi até lá em um encontro as cegas com outra mulher, mas acabou levando um cano, para sorte de Alice.

Ambos dizem que foi amor à primeira vista e eu realmente acredito que sim. Confesso que fico até com inveja de vez em quando, mas sei que esse tipo de relacionamento de extremos não deve se algo fácil de ser administrado, então com certeza não seria para mim. Gosto de tudo com moderação, agitação ou um sentimento de euforia extrema não é algo que queira experimentar.

— Certo, vamos começar então! — Alice se põe a falar. —A exposição terá muita gente famosa, modelos, atrizes, cantoras e influencers. O fotografo é o queridinho das celebridades e já fotografou mais de 20 capas de revistas de moda.

— Que tédio... — resmungo baixinho, já arrumando meu cabelo em um coque bagunçado.

— Eu sei garota blasé — ela revira os olhos com a minha interrupção — A exposição em si é uma boa divulgação para a galeria, mas o seu trabalho lá será primordial.

— Alice, você sabe que as minhas fotos são totalmente diferentes das de paparazzi, né? Essas pessoas não vão curtir o resultado delas — tento explicar a ela pelo que parece a décima terceira vez.

— As celebridades talvez não, mas os artistas de verdade, sim! Você vai cobrir a exposição, tirando as fotos da sua perspectiva para o site da galeria. Você tem uma forma única de perceber o seu redor, Bella. Suas fotografias são intimistas e únicas, seus trabalhos estão sendo cada vez mais valorizados. Não é para o público popular isso é um fato, mas para os apreciadores da arte real.

— Tá legal, você me convenceu. Quando posso passar na galeria para ver a iluminação e como estão as disposições das fotos expostas? — perguntei já buscando minha agenda para combinarmos a visita.

— Hmmmm, deixa eu ver aqui... A exposição será na sexta que vem, então quarta-feira às 18h, seria perfeito! — ela fala conferindo a agenda do seu celular.

— Tudo bem — concordo.

— Combinado então, até lá a maioria das fotos já vão estar organizadas e assim você vai ter uma noção de como o público vai se acomodar na exposição.

— Ótimo.

— Viu só, não foi tão difícil assim, né? — fala rindo.

— Alice, essa reunião poderia ser totalmente um e-mail ou no mínimo em um horário razoável — resmungo mordiscando outro dos pães deliciosos do Jasper.

— Eu sei, só queria te perturbar mesmo — ela fala entre risadas.

Desisto de respondê-la e resolvo apreciar aquele banquete que só foi possível com a visita dela, mas isso não é algo que ela ouvirá saindo da minha boca.

O fim de semana passa rápido e quando percebo já é quarta-feira e estou me encaminhando para a galeria para me encontrar com Alice.

— Oi! Já estou chegando! Por onde devo entrar, parece que a entrada da frente já está restrita — falei quando ela atende a minha ligação. A entrada principal da galeria estava com um aviso gigante com a mensagem: “Fechado para visitantes”.

— Não se mova! Espera aí mesmo, já estou mandando alguém para te buscar! — ela ordenou já desligando o telefone na minha cara.

Nem dois minutos se passaram e quem veio me recepcionar na porta de entrada era Jasper. — Olhe só você! Como está, Bella? — ele perguntou já me cumprimentando com seu abraço aconchegante, sim Jasper tinha o dom do abraço.

— Só ficando quase maluca com a sua esposa, mas bem, Jasper! E você? — respondi enquanto ele já me guiava entre os diversos corredores da galeria.

Rindo, me respondeu — Bem também! E não se preocupe, já, já essa loucura acaba.

— Jasper, estamos falando da sua esposa, a tendência é piorar. Não sei como você aguenta toda essa energia caótica todos os dias. Você nunca surta?

— Na verdade, acho revigorante — ele fala abrindo uma porta e me dando passagem. Então, enfim encontramos uma Alice ainda mais agitada que o normal distribuindo ordens para alguns funcionários.

— Ai estão vocês! Bella, você pode dar uma olhada ao redor e conferir se as luzes estão adequadas para as fotos, por favor. Jasper preciso que me ajude com a lista dos itens do cardápio, um fornecedor furou em cima da hora e agora preciso contratar um NOVO! — minha amiga parecia a ponto de explodir.

— Se acalme, Alice! — falei colocando minhas mãos em seus ombros para fazê-la parar de quicar — Pode ficar tranquila que me viro, se precisar de alguma alteração te aviso, tudo bem?

— Obrigada, Bella! Você é a melhor — disse já me puxando para um abraço apertado.

— Tudo bem — respondi tentando me esquivar dos seus braços ossudos — Se apresse.

Um segundo depois ela já arrastava Jasper na direção de sou escritório. Resolvi então começar a minha parte favorita disso tudo, observar e fotografar. Amarrei meu cabelo em um coque baixo, mas firme e coloquei minha câmera pendurada pela alça no pescoço.

As horas passaram depressa, mas no fim conseguimos deixar tudo o mais impecável possível para a noite da exposição. Alice conseguiu resolver a questão dos fornecedores e logo me ajudou na adequação dos jogos de luzes para melhorar a qualidade das fotos, foi uma noite produtiva e pela primeira vez estava com a sensação de que aquilo não seria tão ruim afinal.

— Alice, vou dar um último check ao redor e depois vou embora, tudo bem?

— Claro, Bella! Ainda vou ficar por aqui mais um pouco, você quer que eu peça um táxi? — ela perguntou prestativa.

— Não precisa, pode deixar que eu mesma chamo quando for — falei.

— Tudo bem, obrigada por hoje amiga! — me agradeceu.

— Imagina, Ali! Se precisar de algo mais, me avisa — falei já me despedindo.

Ao contrário de quando cheguei, agora a galeria se encontrava silenciosa do jeito que eu mais gostava. Então, parei em frente a um grande quadro, ele destoava dos demais já que era a pintura de uma paisagem com uma construção de modelo antigo e grande escadaria. Com certeza, ele ainda estava ali por engano. “Avisar a Alice”, logo pensei.

Mas enquanto ainda observando a pintura, percebi que já não estava mais sozinha ali, essa era a parte boa de ser observadora, quase nunca eu era pega de surpresa.

— Dizem que o quadro “A arte da guerra” deve ser observado de longe — Uma voz sexy, rouca e baixa surgiu.

Virei devagar e então aí fui pega de surpresa. Ao meu lado estava um homem muito bonito, tipo coloca bonito nisso. Ele estava com uma câmera pendurada pela alça em seu ombro esquerdo e vestindo um terno xadrez em um tom de cinza parecido com o que eu mesma vestia naquele momento, a única diferença era que o meu era um risca de giz.

Parecia que um minuto inteiro havia se passado até que eu me tocasse que estava o encarando a tempo demais sem dizer nada, então senti meu rosto corar e desviei o olhar fingindo encarar novamente o quadro. Mas então o que ele falou me voltou a mente.

— Sim, a “Arte da guerra” deve ser observado de longe, mas não esse ou os demais quadros dessa exposição — respondi.

— Você tem razão — respondeu me dando um sorriso torto fofo — Meu nome é Edward e o seu?

Olhei ao redor ainda atordoada pela beleza daquele homem, mas também confusa com as suas falas sem sentido — Me chamo, Bella. Acredito que você não deveria estar aqui, se você estava ajudando na organização todos já foram embora.

— Na verdade, era para eu ter vindo mais cedo. Mas fiquei preso em uma sessão de fotos — ele falou.

— Você é um dos modelos expostos — perguntei confusa.

Ele riu — Com certeza, não. Eu sou o fotografo que vai ser exposto.

— Ahh — foi o único som que saiu da minha boca naquele momento. Não me levem a mal, mas eu nunca imaginaria que alguém como ele estaria por trás das câmeras e não na frente delas.

— Você parece decepcionada. Não gostou das fotos que tirei? — perguntou provocativo o que me deixou ainda mais envergonhada.

— São boas sim! Só não fazem meu estilo — falei, mas logo me arrependi pela gafe.

Felizmente ele pareceu não levar minha resposta como um insulto. — Me desculpa, é só que fotografia de moda não é minha especialidade — falei ainda sem graça.

— Sem problemas, não estou ofendido. E você também é fotografa? Trabalha aqui na galeria?

— Na verdade sim. Fui contratada, para cobrir a sua exposição, para um projeto paralelo que a Alice idealizou.

— Ah, então você é a famosa Bella Swan? Já vi alguns de suas fotos. Agora entendo por que você não curti as minhas — falou em tom de provocação.

— Eu não disse que não gosto, só que não é minha especialidade — me defendi.

— Certo, que bom que não estou sendo julgado aqui — ele respondeu unindo a mão em um gesto de agradecimento.

Nossa conversa foi interrompida pelo toque do meu celular, a oportunidade perfeita para escapar dali. — Eu acho que vou indo já está tarde e tenho que retornar essa ligação — falei já me distanciando dele.

— Deixa que te acompanho até a porta e te ajudo com um táxi.

— Não precisa realmente ...

— Edward, você veio! — Alice surgiu do além, mas dessa vez eu a agradeci em pensamento.

— Olá, Alice. Desculpe pelo atraso — ele falou cumprimentando minha amiga.

— Imagina, Edward. Sei como essas coisas são. Bella, ainda aqui? — perguntou — Esse é o Edward, o fotografo que será exposto.

— Ah sim, nos conhecemos a pouco. Na verdade, eu já estou indo Alice. Foi um prazer conhecê-lo, Edward — falei rapidamente já me apressando para a porta. Ainda ouvi meu nome sendo chamado, mas não me atrevi a virar e continuei com meus passos apressados até a saída. Nem me lembro como, mas quando percebi já estava dentro de um táxi e voltando para casa. O que foi tudo isso? Foi só o que consegui pensar naquele momento.

 

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Duas noites sem dormir não fazem bem nenhum a ninguém, fato. Desde que voltei da galeria na quarta-feira, depois da conversa com Edward, sempre me pego distraída e pensando nele, o que é um saco. Distrações não são coisas boas, sua mente fica vagando e vagando e do nada você se pega refletindo se aqueles lábios finos beijam bem. Ahhhh! Viram só, novamente distraída. Foco, Bella!

A noite da exposição chegou e não consegui parar quieta um só segundo, unindo as noites de insônia, minha bateria social já baixa não poderia estar pior. “Mas ele vai estar lá”, a voz do meu subconsciente deixa escapar.

Reviro os olhos para mim mesma então checo outra vez meus materiais necessários para a noite: câmera, baterias extras e lentes...tudo ok. Confiro o horário e já está na hora de ir, pego minha bolsa, celular, dou uma última olhada no look no espelho e até que não estou tão mal, meu conjunto de terno de cor cinza tem um caimento perfeito, além de ser mega confortável, o meu longo cabelo deixei solto e o contraste do tom castanho com a minha pele pálida me dá uma aparência normal, o que é ótimo para se passar despercebida no meio daquela multidão de famosos que estarão na exposição hoje. Não chamar a atenção é uma das minhas principais qualidades e de quebra consigo fotos mais reais e espontâneas das pessoas.

— Hora de ir — saio do meu apartamento e tranco a porta, mas ainda com a sensação de estar esquecendo algo. “Por favor, que eu não esteja esquecendo algo”, penso comigo mesma.

 

30 minutos depois

 

ESQUECI AS MALDITAS CREDENCIAIS! Tenho certeza de que elas estavam na bolsa, mas agora simplesmente não as encontro. Tento ligar para a Alice, mas obviamente ela está muito ocupada antes do evento se iniciar para checar o celular regularmente.

O segurança mal-encarado continua me olhando de modo assustador, isso que dá ser antissocial e não ter amizades, se conhecesse pelo menos um dos seguranças da galeria com certeza não estaria nessa situação. Estava distraída tentando ligar pelo que parecia a milésima vez para a Alice, quando sou outra vez pega de surpresa. Edward surgiu do nada ao meu lado todo imponente vestido de preto com um longo sobretudo, o cabelo bagunçado da outra noite agora dá lugar a um penteado com gel repartido de lado, bem magnata de negócios. Como alguém consegue ficar tão bem de cabelo bagunçado e terno xadrez e no estilo mauricinho?

— Algum problema, Bella? — ele me pergunta em tom preocupado e colocando seu braço de maneira reconfortante em minhas costas.

O encaro ainda meio confusa e surpresa, noto que sua presença já chamou a atenção de alguns paparazzis que já começavam a tirar diversas fotos do momento. O que só ataca ainda mais minha ansiedade.

— Eu esqueci as credenciais e não consegui entrar, estou tentando ligar para a Alice, mas ela não atende — respondo tentando me esconder atrás do seu grande corpo para fugir das enxurradas de flashes que estão vindo em nossa direção.

Ele acena com a cabeça e sem dizer nada, me puxa para mais perto e coloca sua mão em volta da minha cintura e começa a andar em direção a entrada e o segurança mal-encarado.

— Ela está comigo — diz simplesmente, então o que antes era uma muralha de homens com ternos pretos se abrem para nos passarmos.

— Uau — deixo escapar quando já estamos dentro da galeria.

— Ficou impressionada, hein — ele fala rindo.

— Um pouco, confesso — falei sem graça — Pensei que você fotografasse os famosos, não que também fosse um.

— Bom, não sou tão famoso assim — respondeu. O encarei incrédula.

— Na verdade, sou o menos famoso da família – continuou falando e andando ainda com a mão na minha cintura — Sim, sou um pouco famoso por fotografar famosos, mas meu irmão Emmett Cullen é ainda mais famoso, sabe...

Parei abruptamente o que fez com que Edward tropeçasse, então ele me olhou com cara de surpreso.

— VOCÊ É IRMÃO DE EMMETT CULLEN O MELHOR JOGADOR DE BASEBBAL DOS ÚLTIMOS TEMPOS?? — falei totalmente chocada.

— Viu, ele você conhece — respondeu gargalhando, tão fofo —Sim, sou irmão mais novo do “Grande Emmett”, além disso minha cunhada também é mais famosa que eu...

— AI MEU DEUS! VOCÊ TAMBÉM CONHECE A ROSALIE HALE QUER DIZER, CULLEN! EU AMO AQUELA MULHER — sim, eu estava histérica agora. Rosalie Halle, era simplesmente herdeira das maiores concessionárias de luxo do país, mas muito mais que isso, ela também projetava os novos veículos da empresa da família.

— Eu também amo a minha ursinha! — uma voz grave surgiu do nada, me pegando outra vez de surpresa e a essa altura do campeonato eu já não me considerava uma pessoa tão atenta assim, culpa do Cullen.

Ao me virar vejo que Emmett e Rosalie Cullen, estão ali parados e devem ter presenciado todo meu surto! Por favor, só me matem. Sinto meu rosto corar e tento me esconder atrás de Edward para me poupar de maiores humilhações.

— Quem é a nova admiradora da minha mulher, Edward? — Emmett fala com uma voz forte e alta.

— Essa é Bella Swan, uma amiga — Edward responde, dando um passo para o lado e logo me puxa novamente pela cintura para frente, diretamente para o casal.

Swan... você é a fotografa da exposição “O silêncio de Nova York”? — Rosalie me pergunta curiosa. E quase não consigo a encarar, não só pela vergonha de agora pouco, mas também pela beleza da mulher. Tudo nela era perfeito, seu cabelo loiro, sua pele levemente bronzeada e o vestido elegante prata. Ao seu lado Emmett também estava elegante com seu terno azul marinho bem cortado e cabelo curto castanho, além dos famosos músculos de jogador ele também tinha covinhas fofas quando ria.

— Sim, sou eu mesma. Essa foi minha última exposição, você conhece? — perguntei curiosa.

— Ah sim, sou uma grande admiradora das suas obras, Bella. Eu e Emmett estivemos presentes na sua última exposição — falou de forma simpática.

— Obrigada — respondi sem graça com o elogio — Também sou uma grande admiradora dos seus designs, Senhora Cullen — respondi.

— Nada de Senhora, mesmo sendo amiga desse aí — disse olhando diretamente para Edward que só revirou os olhos — prefiro que me chame de Rosalie. Senhora pode deixar para a minha sogra — ela falou me estendo a mão para um cumprimento.

— Tudo bem, então — respondo apertando sua mão.

— Bom, ninguém perguntou, mas pode me chamar de Emmett. Senhor vou deixar para que chame meu maninho aqui, se é que me entende — fala erguendo as sobrancelhas de forma sugestiva.

— Emmett! — Rosalie e Edward o repreendem o que me deixa ainda mais envergonhada.

— Eu tenho que ir, foi um prazer conhecê-los — falo rápido, tentando fugir dali o mais depressa possível, me viro para encarar Edward que está me olhando intensamente — Obrigada pela ajuda de mais cedo, espero que a exposição seja um sucesso — então saio apressada pelos corredores da galeria.

 

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Depois da minha fuga patética, era hora de colocar a cabeça no lugar e focar no trabalho. Me encontrei com a Alice em seu escritório e ela me pediu diversas desculpas, por não ter atendido as minhas ligações, o que dispensei prontamente, uma vez que a culpada por tudo aquilo havia sido eu mesma.

— Aqui Bella, fica com esse crachá que ele te dá acesso a todos as salas da exposição, assim você tem livre acesso, tudo bem?

— Claro — respondi já colocando o crachá junto ao pescoço.

— Agora vai lá e faça o que faz de melhor, mulher! — Alice logo me dispensou.

— Tudo bem, qualquer coisa estou no celular — avisei e ela prontamente concordou.

 

A exposição estava cheia, porém não sufocante como imaginei que seria. A entrada de paparazzis se restringia ao lado de fora, por isso, os artistas convidados pareciam à vontade no ambiente, o que facilitava ainda mais o meu trabalho naquela noite. Com o meu dom de camuflagem como a Alice gostava de chamar, consegui me esgueirar entre as pessoas e tirar boas fotos. Ao longe percebi, um casal mais velho de mãos dadas admirando uma foto gigante do Emmett, a cena deles juntos com sorrisos cumplices direcionados um ao outro, era perfeita para uma das minhas fotos. Posicionei a câmera e comecei a fotografá-los, depois de mais alguns cliques fiquei satisfeita com o resultado, então resolvi deixá-los aproveitando a noite.

Horas mais tarde com menos convidados a atmosfera já se encontrava mais tranquila, então resolvi que era o momento perfeito para tentar fotografar enfim o anfitrião. O que não foi difícil, Edward estava encostado a uma parede com uma taça de champagne em uma das mãos e parecia pensativo. Mesmo sem esforço e sem saber que estava sendo observado ele era lindo, então aproveitando a oportunidade consegui boas fotos dele. Depois de um tempo particularmente longo o fotografando, fui interrompida pelo toque do meu celular o que fez com que o Edward percebesse enfim minha presença ali.

—Oi, Alice — atendi já que havia sido descoberta — Sim, acredito que já tenho fotos suficientes, você precisa de algo mais específico? — perguntei me preparando para sair dali, mas Edward me parou, segurando minha mão.

— Não, amiga. Confio em você. Vou deixá-la descansar agora, mas essa semana vou na sua casa para conversarmos — ela falou.

— Tudo bem, só não vá tão cedo, por favor — implorei.

— Não posso prometer nada — ela respondeu rindo e logo desligou.

— Eu preciso trocar as fechaduras — resmunguei, o que fez Edward rir.

— Você não gosta de acordar cedo? — ele perguntou, enquanto me ajudava a guardar a câmera na minha bolsa.

— E quem gosta? O pior é acordar com a Alice já dentro da sua casa e com som nas alturas — respondi.

— Vocês moram próximas? — questionou.
— Moramos no mesmo prédio, o que logo percebi ser um erro.

— Você não gosta de pessoas? — perguntou.

— Não é isso, é que gosto do meu espaço e preciso de silêncio, sabe? Meu deus, devo parecer uma pessoa horrível reclamando assim de uma amiga — falei percebendo que estava reclamando.

— Não, tudo bem. Eu acho que entendo, estou acostumado a estar rodeado de pessoas, mas o meu tempo de silêncio também é precioso — ele respondeu.

— Sim, gosto da minha paz — falei rindo.

— E o que achou da exposição? Conseguiu boas fotos? — falou, enquanto começamos a andar pela exposição agora deserta.

— Sim, você fotografa bem, Edward — respondi o que o fez rir — Mas sim, consegui boas fotos também.

— Será que eu poderia vê-las em algum momento? — perguntou fazendo cara de pidão.

— Claro, eu posso te mandar, me fala seu e-mail... — comecei, mas ele me interrompeu.

— Não Bella, será que um dia você pode me mostrá-las? Quero saber o que você pensou quando estava tirando, quero saber tudo sobre você... Que tal um jantar e depois você me mostra?

— Ah, você quer jantar comigo? — perguntei confusa.

— Sim, eu quero ter um encontro com você. Isso inclui jantar, sobremesa e depois uma visita ao seu estúdio.

— Mas meu estúdio fica na minha casa — respondi sem pensar.

— Melhor ainda — ele me respondeu com um sorriso sexy.

— Eu não sei, Edward...

Ele parou de andar e ficou a minha frente, segurando ambas as minhas mãos — Por favor, Bella. Só um jantar. Eu estava brincando sobre ir a sua casa, não queria te deixar desconfortável. É só que eu realmente quero te conhecer melhor — falou sério.

Depois de um momento, resolvi que pensaria nas consequências daquilo mais tarde. — Tudo bem, eu aceito jantar com você.

— Perfeito! Me passa o seu telefone para combinarmos melhor, por favor — ele falou já sacando o celular.

— Claro, me dê aqui — pedi, então ele me passou o aparelho — Pronto — falei o devolvendo.

Logo senti meu telefone vibrar e tocar.

— Pronto, agora você também já pode salvar o meu. Vou te enviar uma mensagem amanhã à tarde, tudo bem? Nada pela manhã, pode ficar tranquila — ele falou rindo.

Revirei os olhos com sua piada sem graça. Enfim, percebi que já estava tarde. — Agora tenho que ir Edward, foi uma boa exposição, parabéns.

— Obrigado, Bella. Sua opinião é importante — falou parecendo sincero — Eu te levaria em casa, mas como bebi, irei voltar de táxi.

— Não se preocupe, eu também vou de táxi.

— Eu te acompanho então — ele estendeu a mão para que eu a pegasse e não pude resistir.

— Tudo bem, vamos lá então — falei.

Assim que saímos, o lado de fora também parecia tranquilo sem os inúmeros paparazzis do início da noite. Edward foi um cavalheiro e fez sinal para um táxi para mim e assim que o carro encostou, ele fez questão de abrir a porta e pedir para o motorista me levar em segurança, então nos despedimos.

Com o carro já em movimento, senti meu telefone vibrar, era uma mensagem de um telefone desconhecido, quando abri percebi que era uma mensagem dele.

“Desculpe enviar essa mensagem tão cedo kkkkkkk. Me avise quando chegar em casa, por favor”.

Rindo com sua piada boba, salvei seu telefone como “EC”. Assim que cheguei em casa, não perdi tempo e o respondi:
“Sorte sua que ainda não dormi, Cullen. Já chegou em casa? Cheguei e estou segura, obrigada pela preocupação”.

Nem um minuto depois, recebi sua resposta:

“Sã e salvo em casa também! Agora vá descansar. Bons sonhos, Bella”.

E depois de dois dias sem dormir, o sono finalmente veio essa noite e com bons sonhos.

Edward e eu nos falamos o tempo todo por mensagem de texto, ainda não conseguimos tempo para nos encontrarmos pessoalmente, mas acho que isso foi até bom para nos conhecermos melhor. Ele é fofo e conta piadas ruins que acabam me fazendo rir. Mas sua vida agitada como fotografo de celebridades ainda me assusta um pouco, fiz a besteira de procurar seu nome online por curiosidade e por mais que ele insista que o seu irmão é a celebridade da família, ele ainda tem sua cota de notas em revistas.

Isso não é algo com que eu já tenha lidado, nem mesmo em minhas exposições eu encaro totalmente o público. Quem as visita geralmente me reconhece, mas nada que cause uma histeria quando estou em algum lugar, no máximo uns apertos de mãos e tapinhas nas costas. O que não é o caso dele, quando é reconhecido os celulares já estão apostos para uma selfie com Edward Cullen.

No momento, prefiro não pensar tanto nisso. Então foco nesse dia perfeito, estou no meu estúdio em casa, no silêncio e enfim consigo trabalhar um pouco nas fotos da exposição. Depois de um tempo focada só no trabalho de arrumar a luz, escolher as melhores sequências, resolvo que hora de uma pausa para um chocolate quente. Com o inverno se aproximando, os dias estão cada vez mais gelados aqui na cidade, coloco a capsula de chocolate na cafeteira e espero a mágica acontecer.

De repente, meu telefone toca em algum lugar da casa, saio em busca dele cantarolando a música da Sandy “Segredo”, meu novo toque de celular que mudei recentemente, ela pareceu adequada para o que estou vivendo atualmente:

 

Conta um segredo
Como aqueles que nós vivemos juntos
Esquece o enredo
Diz que ainda tem lugar pra nós

Hoje eu acordei com vontade de te ver
Já faz tanto tempo e eu ainda me lembro...

 

Prestes a encerrar a chamada, consegui encontrá-lo e no visor o nome “EC” me fez suspirar. “Eu tô muito ferrada”, pensei.

— Alô!

— Oi, linda. Como está sendo o seu dia? — Edward me perguntou.

— Estou bem, enfim consegui um tempo para trabalhar nas fotos da sua exposição. E você, tendo um dia agitado? — pergunto enquanto retorno para cozinha em busca do meu chocolate.

— Que boa notícia, estou ansioso para ver as fotos. Está mais tranquilo hoje, por isso estou te ligando, está livre essa noite?

— Sim, estou tranquila. Tem algo em mente? — pergunto ansiosa.

— Com certeza, que tal finalmente sairmos para jantar hoje? Consegui reservas em um bom restaurante e queria te levar lá, topa? — pergunta esperançoso.

— Claro, se não for te atrapalhar eu aceito, sim!

— Perfeito e você nunca atrapalha, Bella! — falou simplesmente.

— Combinado, então. Aonde nós vamos exatamente? – pergunto já pensando no possível look.

— É surpresa! Mas vista algo confortável e quente, essa noite parece que será fria — respondeu.

— Ah, Edward, me fala o nome do lugar, por favor! Assim fico ansiosa — resmungo.

Ele ri do meu tom — Não fique, é um lugar legal, então não se preocupe. Agora tenho que desligar, te busco aí às 19h, tudo bem?

— Está bem, até mais tarde. Bom trabalho — falo.

— Bom trabalho para você também, beijos — então ele encerra a ligação, me deixando com borboletas no estômago e ansiosa até nosso encontro mais tarde.

 

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Edward é pontual assim como eu, às 19h recebo sua mensagem e já estou pronta com minha calça de alfaiataria preta, blusa gola alta branca e um sobretudo preto, então pego minha bolsa e desço para encontrá-lo me aguardando na entrada do prédio. Resolvemos que iríamos de táxi por conta da facilidade e porque pretendíamos beber já que hoje é sexta-feira e não tínhamos compromisso para o dia seguinte.

Ele está lindo com seu sobretudo bege, hoje estamos vestindo cores contrastantes, diferente de quando nos conhecemos na galeria que vestíamos o mesmo tom de terno. Ele nota minha presença e me lança um dos seus sorrisos de tirar o folego.

— Você está linda, Bella! — ele diz quando me aproximo e ele logo me puxa para um abraço.

Um pouco envergonhada pelo elogio, aproveito para me afundar em seu abraço. — Você também — falo de volta.

— Pronta para o nosso primeiro encontro? — pergunta se afastando um pouco para nos encararmos.

— Pronta — responda sem pestanejar.

— Ótimo — ele fala e então saímos do saguão do prédio de mãos dadas, logo conseguimos encontrar um táxi e então Edward fala o endereço do restaurante que não reconheço.

Mas assim que descemos do táxi, noto que se trata de um restaurante de frutos do mar, o que é um problema. Olho para ele sem saber o que fazer, mas é impossível que o nosso encontro ocorra naquele lugar. Então antes de entrarmos, o chamo.

— Edward, nós não podemos comer aí — falo envergonhada.

Ele parece confuso quando falo, mas logo vejo o entendimento surgir em seu rosto. — Você é alérgica...

— Sim, tenho alergia a maioria dos frutos do mar principalmente a camarão — respondo.

— Me desculpe, Bella. Eu deveria ter perguntado, esse restaurante é de um amigo e ele tinha reservas disponíveis, eu... — interrompi sua enxurrada de palavras.

— Edward, não tem o que se desculpar. Acontece, não tinha como você saber — o repreendo.

— Eu deveria ter perguntado — ele responde com um olhar devastado no rosto.

— Você queria me surpreender, foi realmente fofo. Vamos não fique assim — falo colocando minha mão em seu rosto.

Suspirando ele concorda.

— Você gosta de pizza? — pergunto me lembrando de uma pizzaria deliciosa que havia ali por perto.

— Quem não gosta? Mas você quer comer pizza no nosso primeiro encontro? Posso ver se o Emmett consegue uma reserva no ... — o interrompo novamente colocando um dedo em seus lábios.

— Sim, quero comer pizza. Conheço um lugar aqui perto, perfeito. Vem, vamos lá — o puxo pela mão enquanto me torno a guia da noite. Durante o percurso até a pizzaria o seu humor já está melhor o que eu agradeço, não queria que nossa noite terminasse cedo por uma besteira daquelas.

Logo chegamos ao “Bella Itália” e por sorte conseguimos um bom lugar para nos acomodarmos.

— É um lugar muito bonito. Como você o descobriu? — ele pergunta após realizarmos nossos pedidos.

— Eu venho aqui com a Alice de vez em quando, o Jasper também adora — respondo já apreciando nossa taça de vinho que havia sido servida.

— Jasper é o marido da Alice, certo? O conheci no dia da exposição — Edward disse.

— Sim, ele mesmo. Ele tem uma padaria com os melhores pães de Nova York, a “Withlock bakery”.

— Uau, eu conheço. Lá tem os melhores pães, minha mãe adora. Sempre envio uma cesta de café da manhã no aniversário dela de lá — ele fala.

Então entre muitas conversas nossas pizzas chegam e enfim a apreciamos. É uma noite muito agradável, Edward me conta mais sobre os seus pais. Sua mãe, Esme Cullen, é uma decoradora de interiores e seu pai, Carlisle Cullen, um cirurgião geral. Ele fala sobre sua infância com Emmett e tudo que aprontavam juntos quando eram crianças.

Ele pergunta sobre mim e conto sobre meu pai policial, Charlie Swan, o que o deixa um pouco nervoso. Mas logo o conforto dizendo que sua maior preocupação deveria ser com a minha mãe que mesmo sendo uma professora do jardim de infância ela pode ser muito mais perigosa que o meu pobre pai, isso porque Renné não deixa nada passar, ela é muito astuta. Falo também sobre minha infância como filha única e como desde pequena gosto de fotografar.

Já muito mais tarde aquela noite, resolvemos voltar a pé para minha casa e então em uma das muitas esquinas iluminadas da cidade nos olhamos e enfim nos aproximamos e então nosso primeiro beijo acontece e foi perfeito.

Edward me prende a seu corpo com suas mãos em volta da minha cintura, então nas pontas dos meus pés consigo enrolar meus dedos em seus cabelos sedosos e nossos lábios e línguas continuam uma batalha intensa, mas no fim o ar se faz necessário. Sem dizer nada, nos afastamos e sorrimos uma para o outro, não precisamos dizer nada, entrelaçamos nossas mãos e seguimos nosso caminho, a noite com certeza ainda não acabou.

 

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Chegando em casa, a atmosfera muda um pouco e a necessidade vem à tona. Fecho a porta e Edward já me imprensa contra a parede da sala, palavras não são necessárias. Nossas roupas vão ficando pelo caminho enquanto o direciono para o meu quarto entre nossos beijos. Chegando lá, já estamos somente de roupas intimas e paro um segundo para apreciar o deus grego que está na minha frente. Seu corpo é incrível, mas o olhar em seu rosto e cabelo bagunçado fecham o pacote completo.

— Você tem certeza, Bella? — ele pergunta colocando ambas as mãos em meu rosto para nos olharmos diretamente.

— Absoluta, Edward — respondo e passo a distribuir beijos por seu pescoço e peito. O empurro na cama e então vou até minha escrivaninha pegar alguns preservativos.

Quando volto para a cama Edward nos rola e passa a beijar meu corpo todo, ele não deixa nenhum lugar sem apreciação. É perfeito. Quando enfim nos unimos como um só, o tempo parece parar, o vai e vem dos nossos corpos juntos é hipnótico. Nossos sons se misturam e de repente alcanço o clímax mais incrível que já tive, ele vem logo depois.

Ele desaba seu grande corpo em cima do meu, e é reconfortante. Um silêncio agradável se estende entre nós e sinto meu corpo relaxar cada vez mais, Edward logo se levanta e não tenho forças para chamá-lo de volta, porém no minuto seguinte sinto suas mãos a minha volta enquanto uma toalha molhada é passada em meu corpo, retirando o excesso de nossas atividades recentes. Logo ele está de volta e se deita ao meu lado, ainda sem forças me enrosco ao seu corpo quente e forte e sinto o sono se aproximar.

 

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Meu fim de semana com Edward foi mais que perfeito e passamos inteiramente juntos no meu apartamento. Entre as horas que passamos em meu quarto, também pude mostrar algumas das fotos que fiz da sua exposição, uma delas a do casal mais velho apaixonado que fotografei naquela noite que só então descobri serem seus pais, o que me deixou chocada. Mais tarde, na noite de domingo me despedir dele foi difícil.

— Me avisa quando chegar em casa — falei enquanto o abraçava na porta.

— Pode deixar, linda — respondeu me confortando com um beijo de despedida na testa e logo entrou no elevador.

Ao fechar a porta, uma sensação de vazio me invadiu. Eu que sempre apreciei a solidão e o silêncio não estava feliz naquele momento.

— Para com isso! Não é como se vocês não fossem se ver outra vez — falei comigo mesma — Bora fazer algo de útil.

Ainda com uma sensação de inquietação terminei a noite fazendo faxina na casa e só consegui me acalmar quando Edward enviou uma mensagem desejando boa noite. Preferindo não pensar muito em tudo que estava sentindo, resolvi que era hora de tomar banho e ir dormir, amanhã a rotina estaria de volta e quem sabe minhas emoções estariam mais controladas. “Espero de verdade que sim”, desejei ao me deitar na cama, mas uma nova noite de insônia foi o que aconteceu.

Passei os dias seguintes ainda me sentindo estranha, essa mistura de sentimentos estava me deixando no limite, receber as mensagens do Edward me deixavam eufórica, mas logo depois a saudade dele vinha com força total. O auge da minha confusão emocional foi quando ele me ligou dizendo que viajaria por 3 dias para Itália a trabalho, no fim da ligação eu só queria chorar.

— Eu devo estar louca – conclui em voz alta — Preciso falar com a Alice!

Então pela primeira vez em muitos anos, convidei minha amiga para uma noite das garotas, eu precisava de conselhos urgentes e quem sabe uma indicação de psicanalista. Nem 30 minutos depois, Alice já estava em meu apartamento com tudo o que era necessário para esse tipo de evento pijama, comidas e bebidas.

Nos acomodamos na sala vestidas com pijamas quentinhos e nossas taças de vinho abastecidas, então logo o interrogatório se iniciou.

— Desembucha, Bella! O que está rolando entre você e o Edward? — perguntou direta, ela já sabia que estávamos trocando mensagens e que tínhamos marcado de sair.

— Eu não sei Alice, nos conversamos sobre tudo. Passamos um fim de semana inteiros juntos e foi perfeito. Mas eu não sei, temos vidas tão diferentes. Ele é quase uma celebridade, por onde passa leva uma multidão. Não sei se estou preparada para esse nível de agitação. Mas estou me sentindo ansiosa e me pego sempre encarando o celular esperando uma mensagem dele. Não acho que isso seja saudável — terminei meu desabafo e logo entornei minha taça de vinho.

— Booooom, realmente as personalidades de vocês são um pouco diferentes, mas isso não quer dizer nada, Bella. Você está cercada de casais que são exemplos de que opostos podem dar certo — ela falou.

— Mas não sei se eu conseguiria viver assim, Alice. Isso me assusta.

— Bella, todo relacionamento dá trabalho. O amor é algo que precisa ser cultivado diariamente, além de que os esforços devem vir dos dois lados envolvidos. O que te preocupa? — perguntou.

— Não sei, nossos gostos são parecidos. Mas tenho medo do que estou sentindo, não estar no controle das minhas emoções está me deixando ansiosa, não o ver está me deixando ansiosa, tudo é tão novo e tão intenso — falo já enchendo outra taça de vinho.

— Você está apaixonada, Bella. O amor nos deixa assim, mas vocês têm que conversar, tudo começa com uma boa conversa, amiga — ela fala me dando alguns tapinhas reconfortantes nas costas.

— Você está certa — respondi cansada.

— Eu sempre estou — respondeu confiante — Agora que o papinho de menininha acabou, me conta como foi estar com ele? Edward parece ter pegada.

— Aliceeee! Eu nunca vou falar sobre isso com você — respondi e tomei mais um gole de vinho.

— Tudo bem, Bella. Me dá aqui sua taça, vou encher mais um pouquinho – ela respondeu com um sorriso suspeito.

 

Depois de incontáveis novas taças, confesso que já estava um pouco bêbada e sem filtro.

Ele é tãoooooo lindo, Alice! Nos chegamos aqui e nos agarramos já na portaaaa. Ele me pegou assim, aii eu peguei assim — falei com a língua enrolada.

AHHHHHHH. Eu sabiaaaaa que ele tinha pegada amigaaa. Bate aquiiii — Alice me deu um tapa forte na mão.

— Aiii — reclamei.

— Que foi — ela falou confusa.

— Não sei, já esqueci — falei mais confusa ainda.

Vem Bella, vamos stalkear seu homem na interneeet — Alice falou já sacando o celular, sentei ainda um pouco tonta ao seu lado no sofá e começamos nossa busca por “Edward Cullen” no google — Olha o bonitãoo já aqui — ela clicou na primeira matéria que apareceu no campo de busca e começou a ler em voz alta.

— “O fotografo queridinho das celebridadeees, Edwaaard Cullen, está passando uns dias em Florençaa na Itália, em climaa de romance com sua até entãoo ex-namorada e modeloo, Irina Denali, os dois foram fotografados juntinhos em um restaurante romântico. Seráá que um remember está rolando entre os pombinhos?” — Alice terminou de ler a nota do site e então ficamos em um silêncio constrangedor por cerca de 10 segundos.

Aquele filho da putaaa! — Alice tentou levantar-se do sofá, mas só conseguiu se estatelar no chão.

Peguei o celular que ainda estava com a aba do site aberta e vi uma foto do Edward e da tal Irina em um restaurante juntos. Ambos estavam sorrindo um para o outro na foto, e aquilo doeu, então comecei a chorar copiosamente.

Não choraa amigaa, vem cá! — Alice sentou-se novamente ao meu lado e me abraçou forte.

Eles são tão lindos juntoos, Alicee! Seus bebês vão ser super-modelossss — respondi e comecei a chorar ainda mais.

— Nãoo amigaa, deve ser tudo photoshop — ela tentou me consolar, mas no fim começou a chorar junto comigo. Depois do que pareceram horas, percebi que acabamos adormecendo juntas no sofá.

Eu precisava ir ao banheiro, então me desvencilhei de seus braços, quando levantei percebi que o meu celular em cima da mesa e o peguei. Ainda meio tonta, fui até o banheiro e me tranquei lá dentro. Encarei meu reflexo por alguns momentos e em um surto de coragem disquei o número de Edward que atendeu logo no segundo toque.

— Oi, linda. Tentei te ligar mais cedo, mas você não atendeu, está tudo bem? — falou com a voz preocupada.

Oii, Edwaard. Tudo beeem. Eu e a Alicee estamos beem, em uma noite das garotas — falei enrolada.

— Você está bêbada? — perguntou confuso.

Siim, maas eu liguei só para falaar que machucoou tá, maas tudo beem eu sou forteeee e nãoo vou chorar — falei já chorando.

— Bella, você se machucou? Você e a Alice estão bem, querida? — sua voz parecia em pânico agora.

Tá doendooo, Edwaaard. Porque está doendoo tantooo — funguei — Mas tudo beem, tchau. Mandaaa um beijo para os bebês lindos e supermodelos — falei.

— Bella, não desliga. Me explica o que aconteceu? — Edward gritou do outro lado da linha, mas já não queria mais falar com ele, então desliguei. Voltei para sala, liguei o som, deixei a música “Segredo” tocando e voltei a me deitar com Alice no sofá para curtir minha sofrência bêbada.

 

Hoje eu acordei com vontade de te ver
Já faz tanto tempo que até assusta

Me assusta não saber nada de você
E não ter com quem falar de mim

Eu mudei o meu cabelo
Me tatuei, troquei de carro e de amor
Tenho alguns bons amigos
E ainda me sinto tão só

Conta um segredo
Como aqueles que nós vivemos juntos
Esquece o enredo
Diz que ainda tem lugar pra nós

Hoje eu acordei com vontade de te ver
Já faz tanto tempo e eu ainda me lembro

Me lembro do teu corpo
E cada canto teu
Há mais do que eu sei
Tão vivo em mim

Me mudei, troquei de emprego
Conheci outros lugares e dores
Já não sou mais tão menina
E ainda me sinto tão só

Conta um segredo
Como aqueles que nós vivemos juntos
Esquece o enredo
Diz que ainda tem lugar pra nós

Conta um segredo
Como aqueles que nós vivemos juntos
Esquece o enredo
Diz que ainda tem lugar pra nós

Diz que ainda tem lugar pra nós.

 

Minha cabeça estava latejando, tentei abrir os olhos e encontrei tudo escuro. Quando eu cheguei no meu quarto? Fechei os olhos novamente para me concentrar melhor, então ouvi a porta se abrindo devagar, abri um dos olhos e me assustei, Edward estava ali.

— Já acordada? — ele perguntou se aproximando da cama.

— Sim — respondi — O que você está fazendo aqui? — perguntei confusa.

Suspirando ele se sentou ao meu lado da cama. — Primeiro, tome esse remédio, você deve estar com dor de cabeça depois de beber tanto — ele me ofereceu então uma aspirina e um copo de água.

Me esforcei para sentar-se na cama e logo tomei o remédio — Obrigada, onde está a Alice? — perguntei ainda confusa por ele estar ali.

— Liguei para o Jasper e ele a levou para casa — respondeu.

— Ok — falei simplesmente — Agora, por que você voltou da Itália tão cedo?

— Bella, você me ligou bêbada e falou algumas coisas estranhas como bebês supermodelos e que estava doendo. Pensei que tivesse se machucado, então entrei em desespero e peguei o primeiro vôo de volta para cá — ele falou sério.

— AI MEU DEUS, EDWARD! — falei horrorizada — Me desculpe, eu nunca bebi tanto antes, mas eu precisava desabafar com a Alice sobre tudo o que está acontecendo, então marcamos essa noite das garotas. Eu precisava falar sobre os meus sentimentos para alguém se não ficaria sufocada, é tudo tão novo e confuso para mim, eu...

— Calma, Bella. Respira! — ele me segurou pelos ombros para que eu me acalmasse, então desabei a chorar, fazendo com que agora ele me abraça-se com força — Tudo bem, linda. Está tudo bem.

Chorei ainda mais pela sua fofura ao me confortar. — Me des-cul-paaa! — falei entre soluços. — Desculpa te ligar bêbada e fazê-lo pensar que eu estava machucada, desculpa atrapalhar o seu trabalho, Edward! Eu me sinto horrível!

 Ele se afastou e me ajudou a limpar as lágrimas. — Não precisa se preocupar, foi um engano. Todos fazem besteira quando estão bêbados, você não estar machucada foi um alívio. Agora me conta o motivo de você querer ficar bêbada assim.

Fungando concordei, agora era a hora de colocar tudo em pratos limpos. — Tudo bem, eu estava muito confusa com o que está acontecendo entre nós, Edward. Tudo é muito novo e intenso pra mim, eu nunca me senti assim antes e essa enxurrada de emoções me engoliu. Eu estou tão envolvida que fiquei com medo do que isso pode representar, nós temos vidas tão diferentes, sempre pensei que viveria uma vida tranquila, fotografando, mas feliz, sabe. Eu não sou fã de multidões e você vive delas, eu não sei o que pensar se é possível ter um futuro entre nós, mas pensar que isso pode acabar antes mesmo de ter começado direito me assusta. Eu gosto de você, Edward de verdade. Então ontem vi uma foto sua com a sua ex na Itália e fiquei arrasada — falei.

— Ah, Bella. Eu e Irina não temos nada, na verdade nunca tivemos ela é só uma amiga a imprensa que cismou que tivemos um romance a algum tempo. Na realidade, nunca namorei uma famosa. Minhas namoradas foram sempre fora desse ramo, querida — ele falou.

— Me desculpa, Edward — falei envergonhada.

— Tudo bem. Agora sobre nossas vidas serem diferentes, eu entendo seus medos e sei que alguns deles só vão passar com o tempo. Nos conhecemos a pouco tempo e é normal essa insegurança, mas precisamos confiar em nossos sentimentos e sermos honestos com nós mesmos. Bella, eu estou apaixonado por você e quero muito fazer dar certo, linda?

— Ai, Edward — falei chorando novamente — Eu também estou apaixonada e quero fazer dar certo. Prometo me esforçar e se sincera com você, sempre!

— Isso é bom — falou me lançando um sorriso fofo — Agora que estamos entendidos, vem aqui me dar um beijo de boas-vindas namorada!
— Com todo prazer, namorado! — respondi já me aproximando e colando nossos lábios para o primeiro de muitos outros beijos que se seguiriam ao longo dos anos.

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Dois anos depois

POV EDWARD

Enquanto dirigia pelas ruas molhadas de Forks em direção a casa dos meus sogros, Bella não parava quieta ao meu lado. Estava nervosa com a notícia que iríamos dar aos seus pais, ela sempre foi de sofrer antecipadamente, foi igualzinho quando viemos aqui dar a notícia que havíamos casado no Havaí, um dos dias mais felizes da minha vida, Bella foi uma noiva linda.  Claro que na época ela tinha um pouco de razão, já que sua mãe surtou por termos casado em segredo, mas no mesmo dia já estava nos cobrando filhos.

— Eles vão amar a notícia, linda. Sempre nos cobram de quando vão ter netos — falo tentando tranquilizá-la. Sim, nós seríamos pais daqui a 7 meses e eu estava muito feliz.

— Eu sei que eles vão gostar, é só que ela vai querer se meter em tudo, nós não vamos ter mais nenhum minuto de paz — ela respondeu colocando a mão em sua barriga de forma protetora.

— Pode deixar que eu não vou deixá-la te importunar, se for necessário nós mudamos e só voltamos quando nosso bebê nascer — falei.

— Aí nós seríamos caçados pelas nossas mães, Alice e Rosalie. Elas são assustadoras quando se juntam — Bella falou rindo.

Ela tinha razão, na primeira vez que nossas famílias se juntaram em um final de ano foi uma loucura total, Alice, Rosalie e Rennee eram uma força da natureza, até minha mãe que eu considerava uma mulher tranquila me mostrou um novo lado. Todas ficaram emocionadas com a junção das famílias e todas as oportunidades possíveis queriam estar juntas, para o desespero de Bella.

Minha esposa continua preferindo o silêncio e paz de nossa casa e na maioria das vezes todos respeitavam isso, mas a gravidez dela parecia que não seria tão tranquila nesse quesito. Mas me esforçaria para deixá-la feliz assim como nosso bebê.

— Chegamos — falei estacionando o carro na frente da casa dos Swan, logo atrás da viatura do meu sogro.

— Agora não dá mais para fugir — ela falou suspirando e saiu do carro.

Sai logo depois e a alcancei, parei a sua frente então dei um beijo suave em seus lábios macios — Vai ficar, tudo bem. Estamos juntos — sussurrei colocando a mão em sua barriga já protuberante.

Ela sorriu — Eu sei que sim — respondeu por fim — Vamos lá, bonitão — falou.

Então unimos nossas mãos e seguimos em frente em mais um dos diversos capítulos que teríamos em nossas vidas juntos.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente. Olha eu aqui mais um ano! Estou feliz por ter concluído mais essa história. Foi um desafio, mas gostei do resultado e espero de verdade que a minha amiga secreta no POSO e demais leitoras que acompanharem também gostem desse Beward fofos.

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