No meio das escadarias entre as casas de Aquário e Capricórnio, Ikki se apressa. Ele para de andar.

— Esse cosmo carmesim agora veio da casa de Escorpião. Milo... Será que Odysseus já chegou na casa de Serpentário? Todos os cavaleiros de Ouro caíram no sono. Se todos os cavaleiros do Santuário estiveram fora de combate somente nós, os cavaleiros de Bronze que viemos do futuro, poderemos proteger Athena. No entanto, essa adaga matadora de deuses que está comigo deverá ser realmente usada para matar Athena?

CASA DE ESCORPIÃO

 O cavaleiro de Serpentário não se mexe após o ataque de Milo.

— Tolo, achou que a Agulha Escarlate funcionaria em mim? Isso não me causou absolutamente nada.

Os olhos de serpente desaparecem e os olhos normais de Odysseus ressurgem.

— Milo...

— Odysseus! Mesmo não tendo conseguido derrotá-lo com o efeito da Agulha Escarlate eu consegui despertar novamente o verdadeiro Odysseus.

Odysseus se mostra surpreso com a intenção de Milo.

— Milo está querendo me dizer...

— Odysseus, você é meu mestre e como você me ensinou mesmo estando impotente eu continuarei tentando proteger Athena até o fim, mesmo que meu corpo perca os movimentos e eu me torne uma estátua, eu não me arrependo disso. Odysseus você sim pode proteger Athena. Proteja Athena Odysseus!

— Milo!

O corpo de Milo trava totalmente. A armadura de Escorpião deixa seu corpo e se monta.

— Milo como eu sempre soube, você é um verdadeiro cavaleiro de Athena!

Odysseus olha para a armadura montada ao lado do corpo travado de Milo.

— A armadura de Escorpião se juntou. O corpo de Milo não tem mais como suportá-la. Eu recebi totalmente seus sentimentos...

— “Odysseus bom trabalho até aqui. Você irá desaparecer em breve.” — A voz de Asclépio volta a se pronunciar.

— Asclépio!

— “Mas já chega. Hahahaha.”

Os olhos de serpentes voltam a surgir no rosto de Odysseus. Sua pele fica totalmente pálida e seus cabelos escuros.

— Argh...

Asclépio toma totalmente o controle do corpo de Odysseus.

— “Adeus Odysseus. Agora sua alma foi aniquilada.”

Com seu báculo, Asclépio desmonta a armadura de Escorpião.

— Não será isso que ficará no meu caminho. Afaste-se.

As partes da armadura de Escorpião se espalham. Milo está travado como uma estátua e seu sangue ainda está sendo derramado.

— “Agora esse corpo é completamente meu. Todo o Santuário se encontra adormecido, não há nada que possa me opor resistência. Agora entrarei na minha casa, Serpentário, assassinarei Athena e governarei a Terra. Agora chegou o momento de que eu, Asclépio, me converterei em um deus!"

Asclépio deixa a casa de Escorpião.

CASA DE SERPENTÁRIO

Shiryu está no centro da casa. Logo ele avista alguém se aproximando.

— Esse cosmo... É você Hyoga! E você está com Athena.

— Sim Shiryu. Que bom vê-lo aqui. Enfim nos reencontramos.

Shiryu olha surpreso para Athena no colo de Hyoga e dentro de um ovo. Hyoga coloca Athena no chão e olha para Shiryu.

— Vou te contar tudo o que aconteceu...

Enquanto isso Asclépio enfim chega à entrada da casa de Serpentário.

— Então essa é a minha casa de Serpentário. Enfim retornei! Antigamente eu sofria com doenças e dores e ainda assim salvava todos os humanos. Athena, no entanto, conseguiu me banir e me jogou no buraco do mundo dos mortos. E até inutilizou a minha casa, Serpentário, deixando o Santuário com apenas doze casas. Até mesmo a minha própria existência foi apagada. Imperdoável! Athena agora é hora de eu me vingar do que aconteceu na Era mitológica.

No centro da casa Shiryu escutou tudo o que Hyoga o contou e também o revelou o que havia acontecido com ele.

— Odysseus ainda não chegou. Mesmo que Athena mal esteja se mantendo viva dentro desse ovo ela tem que ser desintoxicada logo, e o tempo limite do relógio estelar também está se aproximando. – Diz Hyoga.

— Verdade. Desse jeito não conseguiremos voltar ao futuro. Além disso, não conseguiremos salvar a vida de Seiya. E nós atravessamos o espaço-tempo para destruir a maldição da espada de Hades. – Responde Shiryu.

Hyoga concorda e olha para cima pensativo.

— No entanto não temos escolha ao não ser esperar por Odysseus. Os cavaleiros de Ouro disseram que ele era um médico incrível. Ele sacrificava o próprio corpo para salvar as pessoas doentes e machucadas.

— Não podemos fazer nada além de contar com Odysseus nesse momento. Independente de sua real intenção precisamos fazê-lo nos ajudar.

Hyoga fecha os olhos sabendo que Shiryu tem razão.

— Sim, apenas ele poderá salvar Athena.

— Hahahaha que boas pessoas. Parecem insetos!

Hyoga e Shiryu se assustam com a voz e a presença que surge diante deles.

— Você é o Odysseus?

Asclépio com sua estranha aparência está diante dos cavaleiros.

— Hahahaha é uma pena, mas Odysseus não existe mais, pois eu, Asclépio, o possui totalmente.

Shiryu e Hyoga assustados olham para o estranho homem a sua frente.

— O que disse? Asclépio? – Questiona Shiryu.

— Possuiu Odysseus? O que isso significa? – Questiona Hyoga.

O cosmo de Asclépio é assustador. Os cavaleiros reagem.

— Não deixaremos você colocar um dedo em Athena! – Grita Hyoga.

— Desapareçam seus insetos!

Com seu báculo de Ofiúco, Asclépio lança Shiryu e Hyoga bem alto. Eles vão ao solo com violência.

— Aaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhh...

— A benevolência de Odysseus que era como uma algema para mim não existe mais. Não tenho mais hesitação nenhuma em matar insetos como vocês hahahaha.

Asclépio encara a menina Athena dentro do ovo.

— Então essa é a Athena que veio do futuro? Eu tenho que lhe agradecer. Por causa dessa menina que o tempo e o espaço estã distorcidos e o Céu e a Terra estão um caos. E por isso eu consegui retornar da prisão do Tártaro hahahaha. Athena não terá mais utilidade. A partir de agora eu serei o governante desse mundo.

Asclépio aponta seu báculo para a deusa.

— Saia daí Athena, eu irei romper essa casca.

Shiryu e Hyoga estão caídos no chão desesperados.

— Espere!

— Pare!

Asclépio ataca com seu báculo partindo o ovo no meio. Ele explode.

— Saori! – Grita Shiryu.

— Athena! – Grita Hyoga. — Agora o veneno de Samael vai circular pelo corpo todo. Nós temos que fazer algo...

— Sim, senão a Saori vai acabar morrendo!

Asclépio agora está com a menina Athena caída a seus pés fora da casca.

— É verdade se eu a deixar assim só terá mais um pouco de tempo de vida, mas não vou esperar nem mais um momento.

Asclépio aponta o báculo para o rosto de Saori.

— Athena se prepare para morrer. Assim todo esse mundo se tornará meu. Eu me tornarei um deus!

— Espere!

Alguém interrompe Asclépio que olha para trás. Shiryu e Hyoga se surpreendem.

— Mas ele é...

— Aquele que chegou do outro lado das chamas...

Asclépio olha surpreso para quem adentrou a casa.

— Hum... Você é...

— Você já deveria saber. Eu sou Ikki, a Ave Fênix!

Shiryu e Hyoga ainda no chão estão surpresos.

— Ikki!

— Eu sabia que você chegaria. – Diz Shiryu.

Asclépio olha para Ikki de lado.

— Ikki? Não está um pouco atrasado? Quase que eu roubei sua missão. – Diz Asclépio.

Ikki fica ao lado de Odysseus com Athena aos seus pés.

— Vamos lá Ikki. Mate Athena com suas próprias mãos.

Shiryu e Hyoga ficam espantados com o que é dito por Asclépio.

— O que?

— O que ele disse? – Hyoga não consegue acreditar no que ouviu.

Ikki está de pé segurando a adaga e fica diante do corpo de Saori no chão.

— Mate Athena logo Ikki! – Pede Asclépio.

— Impossível... Por quê? – Hyoga indaga.

— Por que o Ikki faria isso? – Questiona Shiryu.

Ikki fica parado diante de Saori que segue inconsciente.

— O que foi Ikki? Vai ficar com medo agora no último momento? Você não havia prometido ao Odysseus que tomaria a cabeça de Athena? – Pergunta Asclépio.

— É verdade. Mas eu sou um cavaleiro. Mesmo se o Céu e a Terra se virassem de cabeça para baixo é algo que eu não conseguiria fazer. – Responde Ikki de olhos fechados.

Asclépio não esconde o descontentamento.

— Pfff... Está dizendo que irá se negar?

— A minha vida será a compensação. Depois de eu derrotar você, no entanto...

— Não me faça rir. Eu já sou um deus nesse momento. Como se um humano pudesse matar um deus em pleno poder como eu! Já que você não quer matar Athena saia da frente.

Asclépio ataca Ikki com violência usando seu báculo. Ikki é lançado longe e cai se arrastando no chão.

— Ikki! – Gritam Hyoga e Shiryu.

— Agora morra Athena! – Aclépio aponta seu báculo para a deusa.

Logo seu báculo se congela.

— Eu não vou deixar: “Pó de Diamante.”

Asclépio olha irritado para Hyoga que o atacou.

— Moleque! Como se esse ar frio pudesse me fazer algo.

Asclépio contra ataca devolvendo o golpe em Hyoga e o prendendo em um pilar congelado.

— Argh...

— Hyoga! – Grita Shiryu.

Shiryu salta e fica diante de Asclépio.

— Asclépio eu não vou deixar fazer o que deseja. Tome isso: “Dragão Voador.”

Asclépio ergue seu báculo e devolve o ataque contra Shiryu.

— Idiota!

— Aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh...

— Saiam da frente insetos. Os ataques de vocês todos são inúteis contra mim.

Shiryu e Hyoga estão caídos doloridos no chão. Asclépio volta a se aproximar de Saori. Ele volta a ser interrompido.

— Espere!

Asclépio avista Ikki se aproximando.

— Mas que homem insistente. Ainda não entendeu?

— Tem algo que quero te mostrar.

— Algo que quer me mostrar?

Ikki se aproxima de Asclépio e está de olhos fechados.

— Na verdade eu vim até aqui, pois recebi isso do Grande Mestre.

Asclépio olha para o que Ikki possui nas mãos.

— O que?

Hyoga e Shiryu olham surpresos para a mão de Ikki.

— Essa adaga...

— Isso mesmo, a adaga matadora de deuses, que é passada por gerações aqui no Santuário: a adaga de Khrysos.

Ikki mostra a adaga para Asclépio a erguendo.

CASTELO DE HADES

Macária está de pé irritada ao perceber o ocorrido com Giulietta.

— Então quer dizer que Giulietta fracassou. Que lamentável. Não posso negligenciar isso, devo tomar providências o mais rápido possível.

— Senhora Macária.

Macária olha para trás e percebe quem se aproximou.

— Então é você. Aquele com a alcunha de ser o cavaleiro fantasma mais poderoso: Chagall de Gárgula!

Chagall tem expressão rude, séria e madura, seus olhos pretos são caídos e tem traços grosseiros.

— Você demorou Chagall.

— Peço desculpas pelo atraso. Agora como cavaleiro fantasma mais poderoso convocado pela senhora me unirei aos espectros, as 108 estrelas malignas, liderados pela espada do senhor Hades.

— Muito bem. Então vejo que já está pronto para a batalha. Tem algo que quero que faça. Você deve matar uma amazona chamada June.

Chagall se mostra surpreso com sua missão.

— O que? June?

— Sim mate essa June, ela tem ligação com o homem que Hades possuiu o corpo como receptáculo e com o sentimento fraterno que os une pode atrapalhar de Hades dominá-lo totalmente e adiar o despertar de Hades nessa distorção de tempo. Mate ela imediatamente. Ela está junto de um outro garoto, mas não passa de um cavaleiro de Bronze como ela, será fácil para você Gárgula.

Chagall balança a cabeça positivamente.

— Como preferir senhora.

— Depois vá ao Santuário e tome o corpo de Athena, que já deverá estar morta. Vamos garantir sua morte e após isso veremos como devemos reagir ao homem que está se aproveitando dessa distorção querendo ser um deus!

Chagall parte para sua missão. Macária está satisfeita.

SANTUÁRIO – GRÉCIA

CASA DE SERPENTÁRIO

Asclépio está olhando surpreso para a adaga na mão de Ikki.

— É impossível! A adaga de Khrysos... Por que você está com isso?

— Eu já disse, eu a recebi do Grande Mestre. Ele disse que como eu vou usá-la só depende de mim.

— Hum... – Asclépio fica pensativo.

— Eu vou usar essa adaga para matar você!

Ikki parte com velocidade em direção a Asclépio.

— E então eu mesmo irei morrer!

— Pare Ikki! – Grita Shiryu.

— Ikki! Pretende se sacrificar? – Questiona Hyoga.

Ikki se lança contra Asclépio mirando a adaga.

— Se prepare Asclépio.

Ikki acerta Asclépio. Seu elmo é lançado longe. No momento do golpe, um evento estranho acontece. O relógio de fogo se racha. A ampulheta de Chronos treme.