Após escutar de Máscara da Morte que se ele o prometesse algo muito interessante poderia ficar do lado dele, Odysseus volta a ficar próiximo do cavaleiro de Câncer.

— Muito bem Máscara da Morte. Talvez de alguma forma em algum momento seja digno de ser o cavaleiro de Ouro de Câncer. No entanto meu propósito é matar Athena e já que você não sabe de que lado ficará pode se tornar um obstáculo no meu caminho.

Máscara da Morte olha fixamente para Odysseus.

— Poderia entender o que disse como uma ameaça. Mas eu não o temo! E nem adianta tentar te mandar para o inferno, pois você acabou de voltar de lá, não é mesmo? Não teria efeito nenhum fazer isso.

— Pois bem Máscara da Morte, está sabendo muito bem das coisas. Mas te darei um alento nesse momento. O farei dormir tranquilamente! – Diz Odysseus.

O sono começa a tomar o corpo de Máscara da Morte. Ele adormece e Odysseus segue seu caminho.

— Sinto que o caminho seguido por Máscara da Morte ainda o fará sofrer muitos tormentos, mas ele pode se tornar uma pessoa honesta e digna. Poderá ser um verdadeiro cavaleiro de Ouro!

Odysseus se retira da quarta casa.

CASA DE LEÃO

Aioria está bastante tenso. Ele percebe alguém se aproximando.

— Esse cosmo... Está saindo da casa de Câncer e está se encaminhando para cá.

Odysseus aparece diante de Aioria que não acredita no que vê.

— Mas o que? Você?

Aioria se lembra de muitos anos atrás, quando recebeu a notícia que seu irmão tentou matar Athena e agora era considerado um traidor. Aioria chorou copiosamente escondido, mas Odysseus o encontrou.

— Aioria!

O garoto olhou para o médico chorando muito.

— Isso não pode ser verdade Odysseus. O meu irmão era um homem tão íntegro. Como ele pode ter tentado matar Athena?

Odysseus colocou a mão no ombro de Aioria, que o abraçou.

— Eu sinceramente não sei o que pensar. Aioros deve ter sido morto como punição. Eu entendo seu sofrimento, mas você nasceu para ser um honrado cavaleiro de Ouro. E é isso que irá se tornar. A partir de hoje, permita-me cuidar de seu treinamento. Será um dos meus discípulos!

Aioria ainda choroso voltou a abraçar Odysseus. Ele aceitou continuar os treinamentos, se tornar cavaleiro e honrar o seu nome.

Meses mais tarde, Aioria estava treinando nos pátios e avistou Aldebaran. O garoto era muito forte e alto e Aioria o elogiou.

— Você já é um ótimo cavaleiro Aldebaran. Já está apto a completar seu treinamento.

— Sim, talvez sim. Eu até já enfrentei e derrotei touros acredita? Aliás, nossas constelações têm algo similar, representamos feras que temos que domá-las!

Aldebaran olhou para Aioria sério e sorriu.

— Ficou tenso Aioria? Não se preocupe, não precisará lutar contra leões, eu só fiz isso porque eu tenho que ter grande força física e...

— Mas é isso mesmo Aldebaran. Eu derrotarei leões! E aqueles da região montanhosa e isolada que existe próximo daqui! – Interrompeu Aioria.

Aldebaran ficou tenso com o comentário de Aioria.

— Está louco? Vários aldeões que tentaram explorar aquela região foram mortos por ataques de leões. Parece que existem mais de cem lá.

— Então eu eliminarei todos! – Respondeu Aioria virando de costas.

Aldebaran disse para Aioria não ir ao local, porque entre eles há um líder que era muito forte e dizem que jamais sofreu um arranhão de ninguém. Todos que tentaram desafiá-lo perderam suas vidas.

— Interessante Aldebaran. Será um bom treinamento. Aldebaran se prepare que voltarei com o corpo de leão mais forte para te mostrar que os bois que matou não eram tão fortes hehe. – Disse Aioria partindo do local e deixando Aldebaran preocupado.

Aldebaran ficou muito tenso e contou sobre o ocorrido para Milo. Odysseus se aproximou e percebeu que os dois garotos estavam tensos.

— Aldebaran o que está acontecendo?

Aldebaran acabou confessando o que Aioria foi fazer. Odysseus muito preocupado foi atrás dele no local montanhoso. Aioria já estava lá derrotando vários leões, mas se viu diante do líder deles.

— Agora você pagará por machucar tantos humanos!

Aioria percebeu que o local já foi bastantes vezes invadido. Ele se deu conta que vários homens já foram no local machucar os leões também, que encontraram tal lugar para viver porque já foram expulsos de outros pela conquista humana.

— Entendo que tanto os humanos como os leões tem suas responsabilidades. Mas preciso disso para aprimorar meu treinamento, por isso preciso superar esse leão, ser o mais forte!

Aioria entrou em um confronto mortal contra o líder dos leões e teve seu peito perfurado. Ele também conseguiu atingir fatalmente o leão, que sucumbiu na sua frente. Mesmo ferido, Aioria superou outros leões da região até ficar totalmente sozinho.

— Argh... Eu consegui... Mas agora só me resta... A morte!

Pouco depois Odysseus e Aldebaran encontraram Aioria quase morto. Aldebaran se desesperou.

— O Aioria derrotou os leões, inclusive o líder deles. Mas está gravemente ferido!

Odysseus examinou Aioria.

— Sim. Ele está com o coração bastante ferido. Ele morrerá em minutos.

Aldebaran abaixou a cabeça em lamento. Odysseus percebeu no local alguns aldeões mortos. Odysseus conseguiu perceber que o coração de um deles ainda batia, pois tinha sofrido morte cerebral. Ele olhou para Aioria.

— Farei uma cirurgia de imenso risco aqui nesse lugar sem muitas condições. Preciso fazer um transplante com o coração desse homem que já está morto, mas sua morte foi por um ferimento na cabeça e por agora. É a única forma de Aioria ter alguma chance de sobreviver.

— Faça o que for possível Odysseus, por favor, salve o Aioria! – Pediu Aldebaran.

Odysseus fez a cirurgia em Aioria. A cirurgia foi um sucesso e Aioria escapou da morte. Depois da recuperação Aioria agradeceu Odysseus.

— Muito obrigado Odysseus, se você não tivesse feito essa operação de urgência transplantando outro coração, nesse momento eu estaria...

— Não agradeça. Só preciso fazer uma coisa. – Disse Odysseus,

— Que coisa?

Odysseus deu um tapa na cara de Aioria, o derrubando no chão.

— Aioria os atos que você cometeu não foram valentes e sim imprudentes. Você só deverá sacrificar sua vida no momento onde estará protegendo o amor e a paz na Terra. Ou melhor, no momento em que estiver protegendo Athena! Jamais arrisque sua vida em um combate que não tenha a ver com isso, entendeu?

— Sim senhor! – Aioria concordou balançando a cabeça positivamente.

De volta à casa de Leão no momento da chegada de Odysseus Aioria está surpreso em se ver diante de Odysseus tanto tempo depois.

— Odysseus então você realmente ressuscitou?

— Sim. Retornei para matar Athena! – Responde Odysseus.

Aioria olha sério para Odysseus e está indignado.

— Você está falando sério?

— Sim. Você me deixará passar?

Aioria se coloca no caminho de Odysseus elevando seu cosmo.

— Não o deixarei passar já que quer fazer tal coisa.

— Então quer morrer? – Pergunta Odysseus de olhos fechados.

Aioria olhando fixamente para Odysseus responde sem titubear.

— Você mesmo me disse uma vez que o momento de sacrificar minha vida será para proteger Athena.

Odysseus ignora Aioria e tenta atravessar, mas Aioria ataca:

“Cápsula do Poder.”

Odysseus desvia dos ataques com facilidade.

— Que ataque lento! Está se contendo? Dessa forma não poderá proteger Athena. Se quiser mesmo me derrotar terá que usar todo seu poder. Um ataque na velocidade da luz!

Aioria salta por cima surpreendendo Odysseus.

— Nesse caso não tenho escolha. Receba o punho do leão: “Relâmpago de Plasma.”

O ataque pega Odysseus com violência. Aioria segue atacando.

— Odysseus estou em dívida com você, mas minha missão é derrotar qualquer um que queira fazer algum mal a Athena. Mesmo que esse alguém seja você!

Odysseus é lançado para baixo das escadarias da casa de Leão. Aioria avista a destruição e olha com atenção.

— Odysseus...

Odysseus está de pé sem nenhum arranhão, mesmo após ser atigido em cheio.

— O meu tratamento já está concluído!

— O que? Ele se feriu bastante, mas já se curou de todo o dano...

— Esqueceu que sou um médico Aioria? Ferimentos tão superficiais são inúteis, não são capazes de me derrotar.

Aioria fica tenso vendo Odysseus subir as escadarias e ficar novamente diante dele.

— Odysseus eu farei o que você me ensinou, assim como o meu irmão anteriormente.  Eu sacrificarei minha vida para proteger Athena. Eu vou atacar com todo o meu corpo para conseguir detê-lo... Haaaaaaaaaaaaaaaa...

Os golpes de Aioria são intensos e Odysseus se irrita os evitando.

— Idiota, o inimigo que você tem que derrotar sacrificando sua vida não seria Hades? E futuramente contra seu exército que despertará. A guerra santa que se aproxima!

Aioria para diante de Odysseus que segurou seu braço. Ele arregala seus olhos.

— Odysseus por acaso você...

Aioria é tomado por imensa sonolência e cai nos pés de Odysseus.

— Eliminei a lei do despertar em você Aioria. Desta maneira você ficará dormindo novamente graças aos efeitos curativos da casa de Serpentário. Eu me dirigirei à casa de Virgem, onde devo seguir caminho para matar Athena!

Odysseus deixa a quinta casa e Aioria está em sono profundo.

No caminho para a casa de Virgem, Ikki voltou a sentir sonolência e dormiu. Ele logo despertou novamente, olhando a pulseira de flores em seu braço.

— Eu dormi novamente sem perceber... Nessa pulseira de flores que surgiu no meu braço possui o cosmo de Athena! Talvez graças a isso eu despertei. Já desperdicei meu tempo demais perdido nesse caminho, tenho que logo entrar na sexta casa zodiacal! Tenho que alcançar os outros cavaleiros de Bronze o mais rápido possível.

Ikki enfim adentra a casa de Virgem. Ele percebe a ausência de Shaka.

— De fato Shaka não está presente, mas de qualquer forma eu sinto sua presença. Ele não nega ser o homem mais próximo de Deus. A defesa que ele mantém nessa casa mesmo com sua ausência é incrível!

Ikki sente uma pressão em seu corpo. A barreira de Shaka toma toda a casa. A imagem do cavaleiro de Virgem aparece.

— “Não ultrapassará a casa de Virgem intruso. Ficará preso no espaço anecoico.”

— Shaka! Você está aqui? Não, é uma imagem projetada! – Percebe Ikki.

Ikki tenta se aproximar de Shaka, mas a pressão aumenta. Seus ouvidos começam a zumbir.

— “Ninguém ultrapassará dessa casa sem permissão. Intrusos serão eliminados”!— Diz a imagem de Shaka.

— Shaka não sou um invasor. Sou eu, Ikki de Fênix, vim do futuro e tenho que ir a frente para proteger Athena!

Ikki tenta atravessar, mas a pressão em seu corpo aumenta, principalmente nos seus ouvidos.

Ikki enlouquece com os zumbidos, mas ele sabe que tem que resistir. Ele segue tentando desfazer aquela barreira.

— Eu tenho que superar a barreira de Shaka: “Asas de Fênix”.

O ataque de Ikki é em vão. A barreira segue forte e a imagem de Shaka refletida a sua frente.

— Não consigo acreditar. Meu ataque não causou nada. Essa projeção de Shaka é poderosíssima, ele tem técnicas diferenciadas de quando o enfrentei no futuro.

— “Minha barreira foi perfeitamente implantada. Ninguém pode destruí-la. Recue invasor”.

Ikki eleva seu cosmo e percebe que é mais complicado enfrentar uma projeção com a defesa armada do que quando o enfrentou anteriormente.

— Mas o Shaka não está aqui. Então eu devo ultrapassar essa barreira com todas as minhas forças!

Ikki usa toda a sua energia contra a barreira, mas a pressão em seu corpo é insuportável. Ikki resiste, mas a pressão estoura seus tímpanos. Ele vai ao chão.

— Meus tímpanos foram destruídos nessa barreira com zumbido. Estou zonzo e sem escutar. Perdi um dos meus cinco sentidos!

— “Agora que acabei com sua audição destruirei seu cérebro”.— Diz a imagem de Shaka.

Shaka percebe que mesmo sem audição Ikki segue querendo ultrapassar a casa de Virgem. Shaka usa mais de uma de suas técnicas para deter Ikki.

— “Ciclo das Seis Existências”.

— O que?

— "Diga rapaz, qual mundo você pretende ir?"

Ikki não acredita por estar passando novamente por aquela situação.