Depois de ter tomado o café da manhã e de ter arrumado seus presentes no quarto, Scorpius trocou de roupa e desceu as escadas com a vassoura na mão.

No hall de entrada, já se encontravam seus Papais, ambos vestidos com roupas quentes e saíram em direção ao jardim onde, ao fundo, tinha sido construído um campo de Quidditch. Harry instruiu, enquanto se virava para ele:

— Faça como lhe ensiná-mos e tenha cuidado. - A vassoura podia ter todo o gênero de proteções, mas nada impedia que falhassem. E Scorpius podia se machucar imenso. Ou pior.

Avançaram até ao campo e entraram, Scorpius sentindo a excitação o percorrendo. Amava voar. Amava sentir o vento brincando com seus cabelos. Era como se tudo desaparecesse, menos ele. Se sentia especial.

Draco foi buscar uma caixa e a abriu, uma snitch dourada saindo disparada, desaparecendo em direção ao céu. Se puseram todos em posição e impulsionaram seus corpos, levantando voo. A pequena vassoura não atingia alturas elevadas, nem velocidades inexplicáveis.

Scorpius percorria com o olhar a snitch, que rondava a cabeça de seu Papa. Sua risada infantil como cristal percorreu o campo, enquanto voava para seu Papa e estendia a mão, apanhando a bolinha dourada. A snitch estava enfeitiçada para que pudesse voar devagar e que estivesse sempre perto de Scorpius. Harry o puxou para si, exclamando:

— Meu bebê!

— Papa! - Gritou Scorpius, soltando uma risada e liberando a snitch de seu agarre. Se divertiram durante toda a manhã, até se cansarem. Estava um tempo frio, nublado, mas já não nevava.

De seguida, regressaram a casa, onde Harry ajudou Scorpius com o banho. Seu instinto Ômega não permitia que ninguém, exceto o Alfa e o resto de sua família, tocasse em seu bebê.

Limpou-o e o vestiu com umas vestes de gala azuis escuras, antes de ir para seu quarto. Scorpius se remexia, desconfortável, enquanto se dirigia para o andar de baixo. Estava quase na hora do almoço de Natal e seus avós tinha sido os primeiros a chegar. Depois de sua avó, uma Beta maravilhosa, vestida com os melhores tecidos europeus, e seu avô, um Alfa imponente e cheio de doces escondidos nos bolsos para ele, tinha aparecido Hermione, uma Ômega cheia de vida e sedenta de conhecimento, acompanhada por seu marido, Ron, um Alfa ruivo e membro de uma das famílias bruxas mais antigas da sociedade britânica e sua filha Rose, também uma Ômega.

Já não havia tanta importância na distinção de gêneros, mas Scorpius sabia que era um Alfa, tal como seu Papai e que, um dia, iria arranjar uma companheira ou companheiro e ter uma bela família, tal como seus pais.

Apareceram também os amigos de seu Papai, Theo e Daphne, uma bela Beta que estava no fim da gravidez. Sempre que a viam, parecia radiar de felicidade. Daphne trazia um embrulho nas mãos, que se revelou ser um Kit de Poções, que ele adorou.

Depois de agradecer educadamente, foi guardar o kit no quarto. Estava ansioso por brincar com seus novos brinquedos.

Voltou para a sala, onde se juntou a Rose na mesa e almoçou, enquanto os adultos falavam de assuntos aborrecidos.

Saborearam as mais deliciosas refeições, preparadas pelos elfos. Estava sendo um belo dia de Natal. No final do almoço, enquanto os adultos se divertiam com conversas sobre quando eram mais jovens, Scorpius e Rose foram para seu quarto, onde se divertiram com os brinquedos dele.

Sorria, enquanto observava sua amiga fazendo experiências no kit de Poções. Mesmo seus pais tendo tido suas desavenças no passado, eles se davam muito bem. Um elfo, de vez em quando, vinha ver se estavam bem, brincava com eles ou lhes trazia refrescos.

O tempo passou rápido demais para as crianças, e ambos protestaram quando seu Papa e a tia Hermione os chamaram para se despedirem. Decepcionado, Scorpius desceu as escadas e se dirigiu para os adultos reunidos no hall, que se despediram.

Trocou um longo abraço com Rose, desejando tê-la um pouco mais a seu lado, e viu-a desaparecendo pela porta.

— Espero que se tenha divertido. - Comentou seu Papai, enquanto os levava para a sala.

— Sim. - Respondeu Scorpius, cuidadosamente - Adoro quando Rose vem cá a casa.

Se sentaram no sofá, em frente à lareira e um elfo apareceu à frente deles com um prato de biscoitos recheados, com formatos de estrelas e pinheiros de Natal.

Seu Papa se sentou a seu lado, o observando, enquanto bebia uma xícara de chá, e seu Papai aparecia com um grosso livro de contos de Natal e se sentava.

Com Scorpius no meio de ambos, Harry alisava os cabelos de seu filho, enquanto Draco, com voz suave, contava uma história que Scorpius nunca tinha ouvido.

Era um momento familiar muito belo, mas raro, já que seu Papa era chefe do Departamento de Aurors e ficava muito tempo fora de casa. Seu Papai era Pocionista, distribuindo suas Poções para o Hospital S. Mungus e lojas no Beco Diagon-al.

Deitando a cabeça no braço de seu Papa, sentiu seus olhos pesarem. Antes de adormecer, cansado da excitação daquele dia maravilhoso observou, através da janela da sala, como a neve caía, deixando aquele momento ainda mais especial.

FIM