Chá verde escrita por Melry Oliver


Capítulo 13
XIII. Preocupações




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Naquela manhã de quinta-feira, despertei um pouco mais tarde e me deparei com uma casa vazia, Anna sabia que suas saídas desconhecidas me irritavam profundamente, eu sair sem sequer olhar para a próspera mesa de café preparada para mim.

Na cabine do motorista, eu tirei o meu celular do bolso e iniciei uma chamada, sem retorno tentei mais uma vez, Anna atendeu no segundo toque.

— Onde vocês estão? Perguntei sem rodeios.

Apertei firmemente o volante do carro, a ouvir suspirar.

— Estou no hospital.

Imediatamente fiquei preocupado, e se tivesse acontecido alguma coisa com a minha filha? Por que ela não havia me acordado?

— Abbie? Perguntei alarmado.

— Não. Abbie está ótima. Esclareceu. — O meu pai teve um princípio de ataque cardíaco, minha mãe me ligou desesperada e eu fiz a primeira coisa que me veio à mente, vir para o hospital.

Minha relação com Gerard Stepanov não era das melhores, nós havíamos nos acostumado um com o outro, e isso bastava.

— E como ele está? Perguntei.

Anna possuía uma conexão maravilhosa com o seu pai, e sempre estaria ao seu lado.

— Fora de risco e para a nossa tranquilidade absoluta ele está fazendo uma bateria de exames.

— Seu pai sempre foi forte, o que aconteceu foi apenas um susto, tudo vai ficar bem.

— Eu confio nisso. — Falou convicta.

A situação parecia estar sob controle, mas o tom cauteloso em sua voz demonstrava preocupação.

— Eu posso ir até aí ficar com você. — Ofereci.

Eu tinha algumas coisas para resolver na empresa, no entanto, se ela precisasse de mim, eu não hesitaria em ir ao seu encontro.

— Não precisa meu querido. — Recusou gentilmente.

Será que o seu traço de sempre querer me resguardar das suas preocupações nunca deixariam de aparecer?

— Anna?

— Sim?

— Se precisar de mim, é só me ligar ok?

Eu confiava que ela o faria.

— Certo.

Minutos depois da minha chegada ao escritório, fui avisado pela minha secretária que o primo de Anna estava ali. Ivan Stepanov era um aventureiro de espírito livre que embarcava em viagens repentinas, na última vez que o havia visto ele estava quase careca, já o Ivan que entrou na minha sala usava o cabelo preso.

— Me espanta esse seu talento de sumir e reaparecer como se nada tivesse acontecido. — Falei ao cumprimentá-lo.

— Eu havia acabado de desembarcar quando soube o que aconteceu com o meu tio, passei no hospital para vê-lo e graças a Deus tudo não passou de um susto. — Revelou ao se acomodar em uma das cadeiras posicionadas frente à minha mesa.

— E eu que voltei para dar uma boa notícia. — Tentava ocultar o seu aspecto feliz, o ocorrido com Gerard havia o afetado.

Levei as mãos ao queixo numa análise rápida. — Você está diferente. — Pelo que eu conhecia dele havia algo a ser dito.

Após uma respiração ele disse. — É o que falam dos enamorados.

Até onde eu conhecia o primo de Anna não gostava de compromissos.

— É sério?

— Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida. — Declarou numa mistura esquisita de convicção e receio.

— E o que o preocupa?

— A chamei para vir comigo e para a minha insatisfação ela se mostrou arrisca, não quer sair do país dela, entretanto eu acredito no meu talento de persuasão.

Relacionamentos geograficamente distantes não são simples, na verdade, não existe relacionamento simples.

Quem diria que Ivan Stepanov, um fugitivo de relacionamento sério iria sossegar. Era bom vê-lo feliz e esperava que as coisas funcionassem bem para ele.

— Espero que esse pequeno empecilho se resolva.

Ele se remexeu no assento e agradeceu.

Com os olhos fixos no porta-retrato em cima da minha mesa, Ivan olhava a fotografia familiar de Anna, Abbie e eu no Jardim da nossa casa.

— Eu vi a sua família no hospital, Anna a cada dia fica mais bonita e a pequena Abbie já está uma bela mocinha.

Não fazia muito tempo em que Anna e eu éramos mais um jovem casal que compartilham sonhos, objetivos e curtíamos uma vida social a dois, sem pressa, sem querer pular etapas, tudo fluía naturalmente, entretanto um importante imprevisto aconteceu.

Toquei na moldura do retrato em que Anna estava rechonchuda, ela se alimentava com mais apreciação e desejos. Lembrava-me de passar horas ao lado do ventre dilatado de Anna entre beijos, carícias e diálogos com a minha filha.

No instante em que olhei para Ivan o vi tirar do bolso o celular que tocava, seguido de um sorriso bobo em seu rosto, era só conectar os pontos.

— Olá meu amor, não. Você não interrompeu nada. — Se pôs de pé ao fazer um gesto que iria embora.

Complementou ao dizer baixinho.

— Até mais Alek.

Assenti vendo-o caminhar até a saída e ao abrir a porta ele se deparou com Adamovich parada como se estivesse prestes a bater, ela entrou no meu escritório com o seu característico “com licença Sr. Dushkin”.

Ela me explicou que Abramov esperava na linha e a transferência de chamada estava tendo problemas, aquela questão teria que ser resolvida o quanto antes, mandei-a ligar para a assistência técnica o mais rápido possível.

O cliente era Abramov, um importante empresário do ramo alimentício que possuía interesse em construir um prédio em sua recém-adquirida propriedade.

Eu lhe ofereci uma proposta de redução em 15% do preço, por fim ele escolheu avaliar a oferta um pouco mais, no entanto, deixei claro que a proposta não ficaria de pé por muito tempo.

Deixei o escritório para ir almoçar em casa, como de costume eu fui recebido pela minha filha de sorriso genuíno. Enquanto nós fazíamos a refeição, eu observei cada detalhe do rosto de Anna, os olhos eram mantidos afastados dos meus, ela não queria me olhar, a sua expressão distraída me fazia repensar se tudo estava realmente bem.

— Está tudo bem com o Gerard?

Um sorriso mínimo foi esboçado.

— Tão bem que já está em casa.

Então qual era o problema?

Eu detestava quando Anna se fechava em sua própria concha, e isso me fazia reavaliar as falhas do acordo que havíamos feito sobre externar tudo o que nos incomodasse, mas ao invés disso, eu teria que adivinhar seus pensamentos. O problema era que eu não lia mentes, ajudei Anna a recolher os pratos, Abbie já havia escapulido para outro cômodo. Continuei a olhá-la fixamente, Anna sabia estar sendo observada e suspirou derrotada quando decidiu parar de fugir e retribuir o olhar, a pressão nos lábios era um alerta silencioso.

— Sua mãe voltou da temporada na China.

Mantive-me em silêncio.

— Ela veio nos visitar pela parte matinal, alegando sentir saudade da nossa Abbie e de você. — Falou baixinho.

Eu não acreditava que ela voltaria nesse assunto.

— Aleksandr eu não quero me meter nesse assunto, mas eu realmente acredito que fará bem a vocês dois manterem um relacionamento mais próximo.

Anna insistia em tentar uma aproximação mais fraternal entre mim e Evelyn, ela não entendia que nós estávamos bem do jeito que estávamos.

— Está certa em não se meter nisso. — Falei de maneira grosseira.

Anna se manteve imóvel e me olhava de vista baixa, com a piscada lenta ela virou de costas.

Fui rude de um jeito não proposital e me odiei por isso. Anna não merecia aguentar as minhas grosserias.

— Eu vou ver Abbie. Como sempre acontecia quando a conversa seguia aquele rumo, Anna tentava fugir, mas a segurei pelo braço.

— Espera. — Pedi.

Minha mulher possuía uma estrutura delicada, doce, não se tratava apenas do aspecto físico mas da personalidade, sua criação de berço de ouro traz uma essência de condessa a ela.

Abracei-a por trás e apoiei o meu queixo no topo da cabeça de Anna, envolvi sua cintura com as minhas mãos, puxei o tecido da sua blusa para cima e espalmei a minha mão em sua barriga plana.

— Anna me desculpe, eu não quis ser rude, eu só não esperava por isso.

Como se fosse a primeira vez, eu a vi reagir, pelos dos braços se eriçarem ao meu toque de pele, a cabeça dela tombou para o lado, eu cheirei e beijei o seu pescoço alvo.

— Tudo bem Aleksandr, eu sei que não foi proposital.

Minhas mãos acariciavam o seu ventre, eu queria tanto outra criança, mas há alguns meses Anna passou por uma situação difícil.

Por mais vontade que eu tivesse de ter outro filho. Havia momentos em que eu temia que ao procurá-la, ela supusesse que fosse intencional a uma gravidez.

Isso era indiscutível, eu sabia das minhas abdicações temporárias como marido, eu beijei mais uma vez a sua nuca, tirei as mãos do seu abdômen e me afastei.

— Algum planejamento para hoje?

Ela mordeu os lábios ao puxar a camisa para baixo.

— Vou prestar consultoria a uma empresa de petróleo, sairei às...

Ela conferiu as horas.

— Às 14h25min.

— Tão precisa assim?

Anna me olhou com olhos pequenos e reservados.

— Absolutamente.

Fitei-a com uma expressão de poker face.

— Precisa de ajuda com a nossa filha?

— Pensei em deixá-la na casa dos meus pais.

Mantive as feições deliberadas para disfarçar as minhas emoções.

— Não me olhe assim... Alek. — Ouvi seu suspiro resignado. — Já tivemos essa conversa muitas e muitas vezes, você sabe que meu cronograma profissional não é apertado, consigo conciliar minha carreira com a maternidade.

— Eu penso que se tenho disponibilidade para ficar com a minha filha, então eu fico.

— Certo.

Levantei seu queixo e a beijei calmamente sem exageros.

Eu gostava quando as coisas fluíam leves entre nós, tão fáceis como respirar.

Rápido demais Anna decidiu se arrumar para o seu compromisso.

Anna havia banhado e arrumado Abbie antes, quando a peguei nos braços, a minha Abelhinha cheirava a colônia infantil, tão linda naquele conjunto florido, entretanto, Anna estava demorando mais do que o normal, ao ponto de eu ir ver o que acontecia.

Assim que eu cheguei ao quarto a primeira coisa que notei foi à ordem crescente de cabides organizados sobre a cama. Anna ainda estava de peças íntimas, a gravidez não havia trazido grandes mudanças ao seu corpo bonito, apenas um aumento de quadril. Anna estava centrada nas sobreposições feitas.

— Mamãe? A voz meiga da nossa filha a chamou.

A cabeça dela virou no mesmo instante, até o momento ela parecia não ter notado a nossa presença.

— Sim, meu amor?

Sem desviar os olhos, Abbie perguntou.

— Por que está pelada?

Anna riu.

— Mamãe está com dúvidas.

O que era aquilo? Eu parecia estar na frente da Anna de oito anos atrás.

Ela me olhou perdida.

— Querido pode me ajudar?

Eu não entendia de moda feminina, todavia sabia que Anna tinha um gosto impecável para roupas, ela sempre soube se vestir bem.

— Claro.

Anna se inclinou para pegar duas opções de vestimentas, e pendurou a primeira opção sobre o corpo.

— Camisa branca de seda, saia lápis de cintura alta e scarpin?

Eu já a vi usando naquela saia, e havia ficado muito sexy em seu corpo.

— Ou...

Ela trocou de cabide e posicionou a segunda opção sobre o corpo.

— Blusa de mangas compridas neutra com calças flare de alfaiataria e scarpin?

Pelo menos ela não tinha dúvidas sobre os sapatos.

Minha escolha foi proposital.

— A segunda opção me parece uma boa escolha.

Anna trouxe novamente as peças para o corpo.

Ela mordeu os lábios ao assentir.

— Certo. Obrigada meu bem.

Após dez minutos eu a via com a camisa de tecido leve de botões na frente que não revelava o sutiã. Ela havia vestido uma blusa de alças do mesmo tom por baixo. O comprimento da blusa de cima era mais alongado ocultava a região do quadril e revelava o cós justo das calças flare de cintura alta, Anna estava com a silhueta mais alongada e o scarpin de bico fino lhe trazia sutileza. Já no hall da nossa casa Anna pegou a sua bolsa e se dirigiu até nós numa despedida tranquila e amorosa.

A sós com a minha abelhinha eu sorri ao olhar em seus olhos brilhantes.

— O que acha de assistir um pouco de TV com papai?

— Eu aceito.

— Tudo bem, então, vamos. Caminhei com ela para fora da cozinha.

No Blu-Ray de Abbie nós assistimos Happy Feet, ela gargalhava na parte dos pinguins-de-Adélia, os carinhas possuíam humor e molejo na dança.

Eu não trocaria aqueles momentos com a minha Abigail por nada nesse mundo. Depois de conferir as horas, levei minha filha para dormir, li uma obra brasileira de nome: Menina bonita do laço de fita que Anna deu de presente para a nossa filha.

Vê-la adormecer aquecia o meu coração de pai, aquela criança havia me mudado, o Alek de antes não pensaria em filhos, o Alek de agora ama ser pai e gostaria de aumentar a família.

Passei pelo escritório e aproveitei para responder algumas mensagens eletrônicas do trabalho e encontrei alguns recados da minha mãe, no entanto, sem abrir nenhum deles. Eu sabia que ela estava bem e ainda vivia com Yakov.

Mais uma vez fui ver minha bonequinha que acabava de despertar, esperei a sonolência passar para tirá-la da cama, fazia mais de duas horas que Abbie havia comido alguma coisa, fiz uma vitamina de abacate e tirei do cooler dois sanduíches de frango.

Preparei o lanche na mesa, cortei o sanduíche em dois pedaços antes de entregar a Abbie. Ela estava com fome e não restou nada.

— Quer “blincar” comigo na minha “blinquedoteca”?

Acariciei a parte solta do seu cabelo preso na lateral por uma presilha tic tac era uma forma prática de deixar a sua franja longe dos olhos.

Diante da minha concordância, eu a vi puxar-me pela mão em direção a sua brinquedoteca, eu a seguir esboçando um sorriso bobo.

O cantinho da diversão de Abbie era um lugar iluminado e arejado. As cores claras trazem leveza ao lugar, enquanto os tons coloridos espalhados através dos móveis e decoração davam alegria com clima de diversão, uma das paredes estava pintada com tinta lousa, pois a ideia era transformar a parede em um quadro grande para incentivar a criatividade infantil.

Os objetos se mantinham organizados no espaço através de caixas, prateleiras e gavetas que guardam brinquedos, lápis de cor e livros.

O piso era coberto em um mix de tatame e grama sintética, além de confortáveis também são antiderrapantes e amortecem impactos, havia espalhados por ali tapetes bem felpudos, fofos e macios. Tinha um cantinho reservado para uma sala de TV com Blu-Ray, com um sofá, almofadas e alguns puffs coloridos.

Tudo era mantido à altura de Abbie, para fácil manuseio na hora da brincadeira e arrumação.

Abbie soltou a minha mão e seguiu até a prateleira com brinquedos de cozinha, começou a organizá-los em cima da mesa vermelha para em seguida sentar-se na cadeirinha.

Ela havia decidido brincar de ser dona de um café.

— “Pleciso” de uma xícara rosa.

Levantou-se outra vez e foi até a prateleira pegar duas xícaras rosa.

— Uma “pla” você papai e “outla pla mim ``. — As posicionou em nossa frente, arrastou o pequeno bule para cima.

Vendo-me ainda de pé, Abbie falou.

— Pai o “fleguês” tem que sentar na cadeirinha.

A mãe de Abbie havia pensado nesse detalhe, ao encomendar cadeiras de madeira resistente a peso de adulto.

Puxei a cadeira e me inclinei para sentar-me.

— Moça, eu gostaria de pedir alguns ‘cookies’.

Abbie apontou em direção às suas pequenas cestas.

— Temos os cupcakes com gotas de chocolate e o de baunilha com chocolate.

Ponderei com a mão no queixo.

— Gosto dos dois, mas eu vou querer os cookies com gotas de chocolate.

Ela colocou alguns biscoitos de plástico no pratinho rosa.

Pegou o bule.

— Aceita um pouquinho de chá verde, senhor papai?

— Oh sim! Srta. Abigail.

Ela virou o bule na minha xícara.

— Como foi o seu dia hoje?

Peguei na alça da xícara minúscula com as pontas dos dedos.

— Ah! Srta. Esse dia está ótimo para vir aqui no seu lindo café.

Fingir dar um gole.

— E como vai a sua filha Nina tutti-frutti?

Ela fez uma carinha triste.

— Ela está de castigo.

Fingir surpresa.

— Porque ela está de castigo?

Ainda mantinha o olhar cabisbaixo.

— Eu fui chamada na Escola, ela chamou o “plofessor” de feio.

Eu sabia da sua criatividade infantil, então a instiguei.

— Por que ela fez isso?

— “Tutti-flutti” disse que o “plofessor” que começou quando não a deixou falar com a sua amiga cerejinha.

— Por isso você deixou sua filha de castigo?

— Sim. A “cliança” não pode ofender as pessoas.

Sorri orgulhoso.

— Isso mesmo, mas antes de tudo é preciso conversar e explicar o porquê do castigo.

— Mas papai, eu fiz isso.

Meu sorriso aumentou.

A silhueta de Anna apareceu na porta trazendo uma bandeja retangular consigo.

Encarei-a surpreso, ela já estava de volta, ido para a cozinha, e eu nem havia notado!

— Alguém aqui aceita um suco de laranja?

— Eu quero!

Ela trouxe o suco para perto de Abbie e lhe entregou um copo de transição.

— “Obligada”. Agradeceu após segurar o copo com as duas mãos.

— De nada meu amor.

Anna pegou o último copo e me entregou.

— E como está o movimento nesse café da Abbie? Perguntou interessada.

— O meu cliente senhor papai, estava “apleciando” o meu cardápio.

— E está ótimo. — Garanti.

Passar um tempo com a minha filha me trazia uma grande realização paternal desde o momento que eu pus os olhos na minha filha sempre foi assim.

De todas as coisas que eu poderia sonhar em ter aquela criança foi o melhor que poderia me acontecer, por ela e por sua mãe, eu me tornei alguém nesta vida, deixei de sobreviver para apenas viver.

Um pouco mais tarde naquele dia Anna comentou comigo sobre o primo Ivan, e sua visita inesperada ao tio no hospital, ressaltou o aspecto mais alegre do que o habitual dele e o motivo dele estar tão radiante. — Ivan se compadeceu diante do estado do meu pai, no entanto, não pude deixar de notar seu semblante iluminado... Algo me diz que tem mulher envolvida.

Radar feminino é algo a ser estudado cientificamente, pois Anna estava coberta de razão.

— Ele foi até o meu escritório também e seu estado feliz era perceptível.

Ivan tinha se enamorado, e eu tinha a certeza que não demoraríamos a conhecê-la.

Após eu colocar Abigail para dormir, liguei seu abajur e beijei-lhe a testa, somente depois disso fui para o quarto de casal.

Tirei o relógio do pulso e o deixei na cômoda.

— Fico tão aliviada ao ver que Abbie já está acostumada a dormir na cama dela.

De fato, era.

Foi difícil para todos nós essa transição de Abbie.

Vesti o meu pijama, Anna levantou os braços para soltar os cabelos do coque, os fios caiam ao redor do rosto, ela já havia trocado suas roupas por um pijama de short.

Inclinei-me para puxar as cobertas para me deitar e virei de lado para fitar o rosto que me mirava de um jeito sereno. Trocamos um beijo doce, mas comportado, se eu não a beijasse ela não vinha até mim, e como todas as noites, eu puxei o corpo quente de Ana para perto de mim, eu a sentia em todas as suas reações, ocultei o meu sorriso e lhe beijei a testa delicadamente.


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