Sob Correntes escrita por Pedro Haas


Capítulo 2
Capítulo 2




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Duda acordou cedo neste dia, muito mais cedo do que o usual. Usou a suíte para tomar banho e escovar os dentes, depois, vestiu suas roupas especiais, com a temática do verde e amarelo. Parecia muito pequena para uma garota de 15 anos, mas isso não a incomodava, a maioria das roupas lhe cabiam bem, e a quantidade de tempo que passava andando havia lhe dado um corpo atlético o suficiente para não se considerar uma sedentária. Desde que fugiu de casa poucos anos atrás, criou mantido o hábito de manter o cabelo sempre curto, por ser mais fácil de cuidar. Pintou as bochechas com uma faixa verde e uma faixa amarela; odiava admitir, mas estava muito animada.

Foi à cozinha pegar um café da manhã. O apartamento que estava "alugando" era bem grande, uma cobertura no centro de São Paulo. O clima estava ameno ali, era uma área bem arborizada, não estava acostumada a andar por lugares assim, mas como estava próximo da data da primeira partida da copa, ela decidiu se dar este luxo. Brasil contra a Croácia hoje, Duda imaginou como seu pai reagiria.

Foi até a sacada observar a bela vista urbana ao seu redor. Pensou em tudo que havia acontecido, desde o momento em que abandonou sua mãe no chão de sua antiga casa, até ali; finalmente, o objetivo inicial estava para acontecer. Duda não percebeu o tempo passar. Não era uma garota estúpida, sabia suas limitações, mas com um cuidado rotineiro, conseguiu se manter nas ruas do país durante esses dois anos.

Começou a encarar a palma de sua mão, pensando nas pessoas que conhecera. Considerava tudo isso coisa do passado, tinha que superar as "correntes" que a prendiam. Quando morava com sua mãe, Duda se sentia numa coleira... agora...

— Quem é você? — um homem de pijama apareceu na sala de estar, segurando uma arma, mas estava mais assustado do que ameaçador.

— Ah, claro que alguém como você vai ter uma arma — Duda fechou a cara e estendeu a palma da mão para frente.

O homem reagiu levantando a arma com um reflexo, mas, imediatamente depois, parou; ele deixou a arma na mesa e foi para cozinha, preparar um café da manhã, se espreguiçando. Era como se ele estivesse sozinho ali, como se nunca tivesse visto Duda e estivesse apenas vivendo normalmente. Do jeito que a garota queria.

Duda voltou a observar a palma de sua mão. Por vezes se perguntava o porquê de poder fazer isso. Não era nada novo, desde os 7 anos de idade, quando começou a ouvir pensamentos que não eram seus, convivera com essa 'habilidade' estranha. Seu pai a havia guiado, confortado quando as coisas pareciam sair do controle, e garantido a ela que ela não era diferente de ninguém, e que ela poderia viver normalmente. Sua mãe, no entanto, usava essas habilidades constantemente em seu favor, roubando coisas aqui e ali.

A garota, sempre que apontava a palma da mão para alguém, poderia "mandar" essa pessoa ter a atitude que ela quisesse. Se ela chegasse perto o suficiente, poderia ouvir por alto o que outra pessoa estava pensando, mas essa habilidade em questão sempre lhe trazia dor de cabeça, então decidiu que não valia a pena. O importante, mesmo, era mandar. Ter controle, implantar pensamentos em alguém, mandar alguém ver o que não está vendo, ouvir o que não foi dito, ou não ver o que está na frente dos seus olhos. Pessoas que fazem hipnose têm uma habilidade parecida, mas nada comparado à velocidade e eficácia do que Duda poderia fazer.

Dominar esse aspecto de si mesma foi o que a permitiu viver tanto tempo sozinha, andando por aí. As coisas estavam fáceis agora que estava acostumada... algo estava faltando. Começou a balançar a perna, seu corpo estava inquieto. Desde que havia saído de Curitiba, Duda estava inquieta, ansiosa; ela encarou a Beretta que o homem havia largado na sala, a garota riu, pensando que ele estava a ameaçando agora pouco, mas nesse momento estava coçando a coxa sentado no sofá, sem nem olhar para ela. Respirou fundo e se preparou para sair. Andaria até o estádio hoje, uma distância inacreditável para uma pessoa normal, mas essa garota amava andar, e não temia nada.

Ainda assim, pegou a arma largada na mesa de centro para si. Nunca se sabe.

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Duda visitou a avenida Paulista, lugar que não ia há um tempo. De lá, foi andando até o centro histórico de São Paulo, passando por locais turísticos um a um, observando e tirando fotos do ambiente. Desde que saíra de Curitiba, a garota cultivou o hábito de postar no Instagram todas as vistas que observou, como um diário de suas viagens. Não tinha nenhuma informação pessoal nem foto dela mesma, pois não se achava fotogênica, mas, como disseram para ela, coisas bonitas merecem ser guardadas.

Em vários lugares as pessoas começavam a se reunir com suas faixas, bandeiras e vuvuzelas. Muros estavam grafitados de artes verde e amarelo, e as pessoas estavam animadas, conversando alto em bares sobre suas expectativas para o jogo de abertura desse grande evento. Duda parou para ouvir, enquanto considerava se tentaria provar cerveja pela milésima vez, mesmo não gostando nada; a ocasião parecia exigir alguma bebida alcoólica. Muitos falavam sobre os problemas de se ter uma copa com o país "como está", outros, defendiam o evento com unhas e dentes. Duda, coincidentemente, estava em Brasília em 2013, e viu o tamanho dos protestos que ocorreram lá na câmara dos deputados. Pessoalmente, não acreditava que isso não ia dar em nada; talvez se ela resolvesse fazer algo, mas não poderia ligar menos para política.

A garota se aproximou do balcão do bar.

— Identidade? — o homem pediu, olhando para a garota claramente menor de idade a sua frente. Nada que Duda já não tivesse enfrentado antes.

Ela apenas apontou a palma de sua mão para ele, e... Um calafrio passou por sua espinha, de repente, pôde sentir seu corpo inteiro, a corrente sanguínea viajando por suas veias e artérias, se concentrando no coração e sendo atirada de volta ao seu corpo. Um calor na palma da mão, e, subitamente, um nada. Seu poder estava ali, depois não mais. Seu dom sumiu, ou...

— Garota, acha que eu sou idiota? — ele olhou para ela com uma expressão desapontada — Anda, você sabe bem que não tem idade pra beber. Cai fora.

Duda o olhou surpresa, olhou para sua mão e olhou para ele. Não funcionou? Ela começou a ficar nervosa, perdeu o equilíbrio por um momento, quando a tontura quase lhe derrubou. Ela saiu dali rapidamente, tentando não pensar na possibilidade de ter perdido os poderes. Respirou fundo, fundo. Olhou para uma mesa onde uma mulher comia uma porção de batatas sozinha, com a cadeira à frente ocupada com uma mochila, provavelmente a outra pessoa havia ido ao banheiro. Okay.

Duda se aproximou dela.

— Posso ficar com isso? — fazia um tempo em que não precisava falar expressamente o que queria, quando usava seus poderes; não custava tentar.

A mulher entregou a ela a bandeja sem pestanejar, efeito claro de sua influência. Duda a olhou ainda mais surpresa, mas pegou a bandeja que havia requisitado. "Ora, o que é isso?", pensou. Resolveu voltar aí barman e pedir a mesma coisa, sem falar nada. E dessa vez, o homem lhe deu um copo médio de chopp sem nem perguntar. Duda suspirou aliviada, ainda estava lá. Nunca havia falhado antes, mas ainda estava lá. Levou o copo de chopp para fora e deixou na mesa da mulher que lhe deu as batatinhas, como um presente, e foi embora dali.

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Duda comeu a porção e andou mais. Estava já próxima do estádio depois de poucas horas andando, e a fila de entrada estava enorme. Era muito difícil para ela influenciar duas pessoas ao mesmo tempo, então decidiu procurar alguma entrada dos fundos. Algo que a deixasse perto do campo, e a permitisse conhecer os jogadores, seria incrível. A garota começou a se animar de verdade.

Apertou o passo em direção ao estádio e resolveu rodeá-lo a partir da entrada; talvez achasse um jeito de entrar diferente, uma entrada VIP.

— Você tem o ingresso? — um homem de sobretudo preto se pôs entre ela e a entrada VIP que ela encontrou.

Duda olhou de relance para a fila, a staff responsável pela validação do ingresso estava há alguns metros dali, então o que é isso? Alguém tentando vender ingressos falsos?

— Dá licença. — Duda não quis trocar mais palavras com este homem, apenas levantou a palma da mão e o mandou se afastar.

Sentiu a mão do homem abaixar seu braço.

— Algo me diz que a senhorita não tem o ingresso... — ele disse lentamente, quase como se fosse uma provocação.

Duda se afastou do toque do homem e o olhou no rosto pela primeira vez. Mesmo estando relativamente quente, o homem vestia um sobretudo preto e roupas sociais pretas por baixo. Havia um H vermelho, estampado no peito do sobretudo, e ele estava com os braços cruzados para trás. Ele era um homem alto, branco de cabelos pretos longos e descuidados, como se ele próprio cortasse a tesoura sem olhar no espelho. Suas feições estavam exaustas, seus olhos eram puxados para baixo, como se ele não dormisse há dias. Mesmo assim, tinha um sorriso debochado no rosto, que Duda desgostou imediatamente.

— Quem é você? — ela perguntou, assustada e ao mesmo tempo curiosa.

— Depois da interferência de hoje mais cedo, esperei encontrar alguém mais... alto. — ele disse com um sorriso de canto de boca — eu sou nada, prazer. — ele estendeu a mão para ela.

— Espera, o motivo de... — as coisas não pareciam bem para Duda, seu instinto dizia para ela não confiar naquele homem. — como assim, nada?

— É! Nada, ninguém, Vazio. — ele balançou a mão, querendo que Duda o cumprimentasse.

E ela o fez, relutantemente. Subitamente, ela não estava mais ali. Seu corpo perdeu a direção do chão, seus olhos não enxergavam mais nada, e seu corpo já não sentia mais nada. Como se todos os 5 sentidos tivessem sido arrancados ao mesmo tempo, à força, dela.

Quando se deu por si, estava há alguns passos de distância do homem, que agora estava com as mãos no bolso e a mesma expressão debochada no rosto.

— Eu gostei de você. Acho que não vamos precisar de força para te levar — ele disse, tanto para ela quanto para alguém que estava num fone de ouvido embutido.

Duda estava catatônica. Nunca havia encontrado ninguém com poder como esse, ela estava certa de que esse homem era problema.

— Levar, onde? — ela respondeu, demorando um tempo para entender como usava suas cordas vocais novamente para falar.

— Para o Hospital, claro — o Vazio a respondeu; Duda o olhou confusa, o homem apenas apontou para o H em seu sobretudo — vamos, vai ser divertido!

Tudo nele gritava perigo, até mesmo essa tentativa claramente falsa de algum entusiasmo. Duda olhou ao seu redor, as pessoas mal olhavam para os dois; como estivessem sendo influenciadas. A garota olhou de volta para ele, estava certa de que ele tinha uma habilidade como a dela, e isso não era bom. Percebeu, de relance, homens vestidos com roupa social, sem sobretudo, se aproximando lentamente do local. Eles estavam ali para buscá-la, e ela não podia deixar isso acontecer.

Duda correu sem hesitar. Passou pela grande fila de pessoas e tentou se misturar. Não conseguia ver se estava sendo perseguida de perto, mas sabia que eles não iriam deixar ela escapar assim. Ela tinha que fugir. Seu coração acelerou como nunca, sua respiração estava pesada; quando finalmente saiu dentre a fila de pessoas, levantou a palma da mão e começou a murmurar, pondo toda sua concentração em seus poderes, mandando as pessoas saírem da frente dela e se colocarem logo atrás dela, para atrapalhar a visão de quem quer que estivesse a perseguindo.

Correu por duas, três quadras. Decidiu pegar o metrô, mas antes, fez questão de dar uma volta completa na estação e entrar só quando tinha certeza de não estar sendo seguida. Olhou em volta várias vezes e entrou correndo no metrô, pulou a catraca e nem se importou com os seguranças a perseguindo, havia um trem na plataforma, então quando ela chegou lá, entrou instantes antes de ser barrada pela porta automática do trem.

No entanto, ela não conseguiu relaxar. Resolveu trocar de vagão a cada estação, para ter certeza que não tinha ninguém. E depois de chegar na estação Luz, decidiu pegar uma baldeação, ir, depois voltar e seguir por outro caminho. Ela não conseguia controlar a ansiedade, sua perna não parava de bater. A sensação que aquele vazio a proporcionou, foi algo que ela não queria sentir nunca mais.

— Droga, eu dei de cara com umas pessoas problemáticas. — ela tentou se acalmar, repassando o evento várias vezes para entender o que estava acontecendo.

A garota desceu, mas algo a fez perder o passo. Hospital São Paulo, não tinha certeza do porquê desceria ali, mas algo definitivamente estava errado. Não era ali que ela deveria descer. Olhou a placa da estação novamente, sentiu o arrepio na espinha, lembrando-se da sensação horrível que sentiu com aquele homem. Ele havia dito algo sobre um Hospital, um lugar do qual ela seria levada. Resolveu então não continuar ali, e pegou o próximo trem, sentido Capão Redondo.

"Hospital, ser levada para o Hospital... significa um lugar com gente como ele?", ela pensou. Não tinha como saber, não ficou para ouvir mais.

— Eu posso te contar mais, Maria Eduarda — A voz do homem de antes trouxe um gelo na espinha da menina, olhou para o lado e o viu parado, em pé na sua frente. Lugar onde antes estava vazio. — Vou te falar, você é bem espertinha. Esse tempo todo vivendo na rua te deu umas ideias bem boas, mas...

De repente, o vagão inteiro ficou vazio. Pessoas iam e voltavam da existência, pessoas comuns. Duda olhou para fora, estava no túnel, e no outro instante, estava numa ponte. O homem a olhava com o mesmo sorriso debochado, deixando ela possessa de raiva. Duda estendeu sua palma para o rosto dele, mas, subitamente, sentiu-se cair sentada no chão. Quando piscou o olho, estava de volta à entrada do estádio. O Vazio ria.

— Acha mesmo que a gente ia deixar você escapar assim? Vem logo, vem — ele dizia despreocupado, como alguém que, em outro momento, poderia ser uma pessoa legal.

Duda entendeu, estava sendo influenciada esse tempo inteiro. Ela nunca havia fugido, apenas foi levada a pensar que estava. O Vazio usou seu próprio poder contra ela. Nunca havia se sentido tão humilhada.

E era por isso que devia confiar nos seus instintos. Antes mesmo de se levantar e fazer outro movimento, Duda alcançou a arma que havia trazido consigo da última casa em que ficou e apertou o gatilho na direção do homem de sobretudo. O tiro acertou o ombro dele, e jogou o braço de Duda para trás com uma força esmagadora. O coice da pistola foi difícil segurar, mas Duda tinha certeza que o tinha acertado, pois por um momento, a fila de pessoas que os ignoravam, todos direcionaram seus olhares para os dois, e para o tiro que foi ouvido. Duda o pegou desprevenido, o que a fez rir com o mesmo nível de deboche.

A atenção de todos estava virada para os dois nesse momento, e policiais se apressaram para chegar no local.

— Se você é tão bom assim, quero ver segurar toda essa gente! — Duda disse, saboreando cada palavra, mandando-lhe um dedo do meio.

O Vazio olhou para ela pela primeira vez genuinamente surpreso. Sua expressão de vitória havia sido arrancada do seu rosto, agora, outra coisa restava ali. Surpresa? Ou... bem, Duda não deu tempo para analisar, começou a correr para valer dessa vez. Passou pelos homens de roupa social que havia visto na ilusão de antes, e dessa vez, eles a perseguiam claramente.

Depois de tentar se esconder nas vielas que rodeavam o estádio, Duda se amaldiçoava por ter usado uma estratégia de fuga tão bem elaborada nas ilusões do Vazio, agora ela teria que pensar em outra coisa. Sentiu uma rajada de vento passar ao lado de seu braço, antes de perceber que estavam atirando nela.

— Vocês estão malucos?! — Ela gritou para ninguém. Se perguntando que tipo de gente persegue a tiros uma adolescente por aí.

Mais tiros, e Duda estava já sem opções. Uma praça estava à sua frente, e seu corpo já estava cansado depois de correr tantas quadras. Ainda tinha uma estratégia, arriscada, mas estava lá. Procurou pessoas entrando em carros, ela iria pegar uma carona.

— Droga, merda! Droga! — ela xingava enquanto os tiros batiam na terra da praça ao redor dela.

Demorou até ver um casal indo até o estacionamento, algumas dezenas de metros dali, se apertasse o passo, iria alcançá-los à tempo? Decidiu apostar nisso. Duda correu ainda mais rápido, usando toda sua adrenalina para acelerar. Quando chegou perto, um tiro quase passou de raspão no lado direito de sua cabeça, o que a fez pedir algo que nunca faria de outra forma.

— Me proteja! — gritou, apontando a palma da mão para o homem que estava prestes a entrar no carro.

Quando a garota ordenou, o homem rapidamente foi de encontro a ela. Seus olhos estavam em uma mistura de foco e desfoco, típico de alguém sob o efeito da habilidade de Duda. Ele estendeu a mão, e Duda a segurou suando frio. Ele era jovem, não mais que uns 25 anos, e seus olhos tomaram um estranho tom prateado; no entanto, Duda não conseguiu parar para analisar o que estava acontecendo, apenas se certificou de transmitir a ordem e se jogou no banco de trás do carro, onde a mulher estava assustadíssima.

Duda ouvia a mulher chamar o homem de volta para dentro, mas parou, quando viu tiros atingi-lo. Atingi-lo, mas apenas ricochetear para outro canto, como se tivessem atingido uma parede. Ela gritou, mas o homem não parou. Ao invés disso, ele saltou muitos metros para frente, segurou os homens que perseguiam Duda pelo colarinho e os arremessou em direção ao outro lado da praça como se fossem uma pedrinha num lago. Os corpos dos três voaram em conjunto por alguns segundos até atingirem a janela de um restaurante que estava na esquina dali.

A mulher que estava no carro estava sem palavras. Duda não sabia o que pensar, estava completamente chocada. Suspirou, tentando colocar a cabeça no lugar. Se concentrou apenas em fugir dali, então chamou o homem de volta ao carro, que veio com um salto e entrou como se nada tivesse acontecido. 

 


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Notas finais do capítulo

What now??



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