As Crônicas de Aethel (II): O Livro das Bruxas escrita por Aldemir94


Capítulo 3
Coroação




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No dia 25 de janeiro, às 08:00h da manhã, Merlin conduziu Aethel até a grande praça de Augusto onde, em um palco rodeado por colunas romanas, apresentou-o ao povo, dizendo em alta voz “o sangue Ryu tornou a vós! Findam os tempos de calamidades!”

Aethel vestia uma simples túnica branca com cinto dourado e sandálias de couro, seguindo a antiga tradição de seus antecessores, enquanto Merlin vestia sua tradicional túnica azul e chapéu de igual cor.

Após terminar seu clamor, o mago dedicou-se a limpar seus óculos redondos (pois esses lhe caiam com frequência) e alisar sua longa barba branca, como a neve das montanhas, enquanto Aethel baixava a cabeça diante de Túlio Severo – um dos mais respeitáveis senadores do império – e de Cornélio Agripa, um missionário que havia sido designado pelo senado para iniciar a cerimônia.

Enquanto Túlio vestia uma toga ao estilo romano, Cornélio havia optado pelo bom e velho smoking e sua gravata borboleta.

Por mais desconfortável que o pobre Agripa se sentisse, as moças da multidão pareciam tão entusiasmadas com seu visual, que aquele desconforto pareceu-lhe não ser tão ruim assim.

O jovem religioso deveria ter entre 16 e 17 anos, com cabelos e olhos castanhos, pele clara e rosto um pouco magro e semblante cheio de alegria.

De qualquer forma, Cornélio não poderia perder mais tempo, então pegou um pequeno frasco de óleo de azeite e fez menção a derramá-lo sobre a cabeça do futuro monarca, ao que Aethel o deteve, pois fora ungido na véspera de Natal passada, ao que o missionário respondeu:

— Ah, sim, entendi… então só a benção final bastará. Como era mesmo… já lembrei, “que seus caminhos sejam guiados por Deus e pelo respeito ao senado, para que o império sobreviva e seus inimigos tremam ante a menção do vosso nome”, era assim, Túlio?

O pobre senador de 60 anos mexia nos óculos e  limpava o rosto claro com um lenço, envergonhado, enquanto a multidão saudava seu futuro imperador, que entrava em uma pequena sala logo atrás do palco, onde deveria trocar suas vestes simples por trajes que indicassem sua posição: gibão azul bordado a ouro, calças azuis e botas pretas lustradas, que reluziam com o sol.

Saindo da sala, Aethel recebeu de Túlio uma faixa púrpura e seguiu para uma carruagem aberta, com rodas douradas e um brasão em cada uma das portas laterais, onde se via a bandeira do império e dois cavalos alados.

A educada cocheira abriu a porta direita para Aethel, que agradeceu com uma reverência e entrou.

Túlio e Cornélio caminharam ao longo do percurso, para que não houvesse dúvidas da legitimidade de Aethel para governar o império – que sofria com falsos aspirantes a imperador a 20 anos – e restituir todas as glórias perdidas no interregno.

A carruagem não seguia veloz, pois era costume o povo saudar os futuros líderes, que sempre acenavam e abaixavam a cabeça, em retribuição ao carinho demonstrado pela alegre multidão.

Por toda parte se viam serpentinas, que coloriam as ruas como o arco-íris de Noé e divertiam as crianças, que adoravam pegá-las do chão apenas para jogá-las mais uma vez.

Aethel também gostava de pegar as serpentinas que caiam na carruagem e jogá-las para o alto, pois adorava o efeito que o sol gerava nos fios coloridos e reluzentes, quase formando feixes de luz mágicos, que faziam o rapaz se sentir como se estivesse cruzando a ponte dos deuses, Bifrost, para resgatar a bela “princesa Ghalary” dos malvados gigantes do caos.

“Vivas ao imperador”, clama a multidão, “estamos com você, Aethel! Você será grande!” gritava aquele oceano de pessoas tão distintas, vindas das mais diversas partes daquele que era o império mais vasto que jamais existiu.

Enquanto a carruagem prosseguia por uma estrada rodeada por colunas e construções de mármore, estátuas de generais e imperadores de outros tempos, Aethel perguntou-se onde Dipper e Mabel poderiam estar, já que não os havia visto por aquela manhã.

“Onde estará Mabel?” suspirou o rapaz, considerando se seus amigos não haviam se perdido no meio de todas aquelas pessoas alegres.

Antes que pensasse em perguntar ao senador – que ainda caminhando ao lado da carruagem – o futuro imperador vislumbrou a extraordinária catedral de Ghalary, onde os imperadores eram coroados desde a idade média: duas torres pontiagudas que pareciam tocar o céu, para saudarem a Deus, arcos de mármore e granito, enfeitados com figuras de santos e altos relevos que remetiam a passagens bíblicas.

Parando a carruagem, o aspirante a imperador abriu por si próprio a porta direita do veículo nobre e caminhou, lentamente, por um tapete vermelho, subindo por uma pequena escadaria e adentrando aquele lugar sagrado.

Nenhum dos contos de fadas que Mabel tanto amava poderiam se comparar ao interior daquela igreja, com seus arcos, o grande teto em abóbada, figuras de anjos e santos e os maravilhosos vitrais coloridos, pelos quais passava a luz do dia em feixes azulados, amarelos, vermelhos e outras cores mais.

A catedral estava lotada, tendo ao fundo três homens distintos, sendo eles James Salazar (2° cônsul do império), Marcos Aurelianos (o “Mestre da Justiça” (que funcionava como um tipo de chefe do “poder judiciário”)) e Ambrósius – responsável por ungir Aethel anteriormente – que arrumava sua toga e chamava o futuro imperador, para que esse se aproximasse.

Caminhando pelo grande tapete escarlate, o rapaz conseguiu ver sua querida Mabel e seu amigo Dipper, ambos confortáveis em cadeiras douradas com almofadas de veludo vermelho, debaixo de um dossel.

Sorrindo para eles, Aethel caminhou pelo tapete, com a dignidade de um rei e curvou-se diante de Ambrósius, que pegou uma magnífica coroa, incrustada com ouro e pedras preciosas, sendo um grande diamante (que os ghalaryanos chamavam de “grande Sabá”) a maior de todas, uma linda faixa de arminho e um arco triplo que se encerrava com uma cruz no topo.

Com os olhos fechados, Aethel moveu as mãos logo a frente do corpo, em posição de oração, pedindo em seguida o reconhecimento de seu direito divino de governar ao senado, à igreja e ao representante da constituição (que era personificada no senhor Aurelianos), recebendo de Ambrósius as perguntas tradicionais:

— Aethel O. Sakhar Absalom Ryu, último de sua linhagem, você reconhece o senado como digno de respeito e reverência?

— Eu reconheço – respondeu o rapaz.

— Você promete zelar pela nação, pelo decoro de seu cargo e por nossa constituição?

— Eu prometo.

— Você promete reverência à igreja, amar à nação e sempre ter compaixão para com os aflitos?

— Eu prometo.

— Você promete jamais caminhar pela estrada da tirania, traição e arbitrarismo?

— Sim, eu prometo.

— Lembre-se de que a palavra de um rei é inquebrável – disse Ambrósius – e jamais se esqueça do destino daqueles que, muito antes de você, trilharam o caminho do poder, mas se esqueceram de seus deveres e promessas; a coroa que lhe é concedida poderá ser removida de sua cabeça, caso você venha a trair os compromissos que acaba de firmar com este império.

— Eu compreendo, senhor Ambrósius – respondeu Aethel, sem sair de sua postura de oração – não me esquecerei do que reconheci ou prometi aqui.

— Então, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, a nação lhe entrega esta coroa, para que você possa reinar sobre nós e zelar pelo bem-estar do império.

Segurando a coroa com as duas mãos e levantando-a ao céu, Ambrósius desceu o precioso objeto até a cabeça de Aethel, ajeitando-o com delicadeza, enquanto duas mulheres colocavam um manto vermelho com bordas de arminho em cima do jovem para, logo em seguida, o religioso ordenar, com a voz de um profeta:

— Levante-se, Aethel, para receber o cetro imperial e a esfera armilar.

Obedecendo ao religioso, o rapaz se levantou e recebeu um bonito cetro de ouro com uma águia dourada na ponta – educadamente entregue por um cavaleiro de armadura prateada – e uma magnífica esfera de ouro com uma cruz no topo e uma cinta dourada com rubis e safiras – entregue por uma mulher com manta marrom com desenhos geométricos e botas de pele de urso (pois ela pertencia ao povo do norte gelado).

Com a esfera na mão direita e o cetro na esquerda, Aethel deu alguns passos para a frente e sentou-se em um trono dourado, com placas de ouro e enfeitado por cenas mitológicas em relevo, algumas inscrições em latim ao redor da cabeceira e, ao topo dela, uma águia de asas abertas, simbolizando a glória do senado e do império.

Os braços do reluzente trono eram adornados com leões alados, com as bocas abertas, como se prestes a devorar os inimigos de Ghalary.

Enquanto Aethel ajeitava o manto com arminho, Ambrósius clamava “saúdem todos Aethel, imperador de Ghalary!”, enquanto a multidão clamava “viva Aethel! Nosso imperador; nosso rei”, os nobres e outras figuras importantes – felizes por terem conseguido lugares para se sentar – aplaudiam o novo soberano, sentados.

Devolvendo a esfera e o cetro para Ambrósius, Aethel viu Merlin se aproximar, sorridente, para lhe entregar uma bainha dourada, com figuras de frutos e leões, onde a Excalibur estava guardada.

Recebendo o objeto com as duas mãos, Aethel sacou a preciosa arma com a mão esquerda e a brandiu ao céu, enquanto dizia “com esta espada, defenderei o império”, o que gerou ainda mais aplausos e gritos de alegria.

Caminhando de volta à porta de entrada, o monarca foi seguido por Merlin, Túlio, Salazar e Ambrósius, que lhe mostraram uma bonita biga com escudos enfeitados com leões e guirlandas de flores brancas e vermelhas.

A biga era atrelada a dois cavalos brancos com rédeas enfeitadas com ouro – desta vez eram animais sem asas – e possuía rodas de madeira e ferro, enfeitadas com ainda mais flores coloridas.

Subindo o veículo e ajeitando o manto, Ambrósius posicionou-se atrás do imperador e colocou a mão direita sobre a coroa, enquanto clamou no ouvido do rapaz durante todo o novo percurso (que os levaria ao grande edifício do senado):

— Lembra-te que és mortal!

Enquanto este novo veículo era conduzido por Aethel por mais ruas cheias de estátuas, fontes de extraordinária beleza, colunas romanas e dóricas, dentre outras maravilhas arquitetônicas daquela terra, a multidão aplaudia ainda mais, jogando guirlandas floridas, serpentinas e rosas para seu novo monarca.

De repente, músicos começaram a tocar flautas, cornetas e liras, em homenagem ao novo imperador, tornando todo aquele espetáculo ainda mais grandioso.

Olhando ao redor, Aethel viu Dipper e Mabel sendo guiados em outra biga, juntos de Merlin, enquanto havia cavalos sendo montados por nobres, plebeus e até por visitantes estrangeiros das mais longínquas terras.

Cruzando um grande arco do triunfo e aproximando-se de uma elevação onde se viam rampas e escadarias de mármore branco, Aethel conduziu a biga até o topo, chegando em um pequeno pátio em frente a um edifício belíssimo, no melhor estilo romano, com colunas brancas, portas de ferro e bronze polidos.

Dois senadores aproximaram-se e ajudaram Aethel e Ambrósius a descer o veículo, para que ambos entrassem no recinto onde as decisões mais importantes do império eram tomadas, desde eras antigas.

Havia em torno de mil senadores, representando as mais diversas províncias que compunham o chamado “império ghalaryano”, sendo que alguns consideravam se manter a monarquia era mais viável que instaurar uma república consular…

Uma ideia quase sem adeptos; os 20 anos de interregno haviam ensinado ao senado o quanto uma república consular era ineficiente em manter a integridade e estabilidade do império.

Na verdade, até os poucos opositores do regime imperial eram incapazes de negar o quanto a figura de Aethel já havia trazido um sentimento de unidade e esperança nacionais, algo que nem mesmo Severo, com todas as suas medidas populistas, fora capaz de fazer: sim, aquele rapaz de 13 anos, com manto de arminho, espada e coroa, era a garantia do fim dos tempos de calamidades!

Com essas considerações, os senadores convidaram Aethel a se sentar em um banco de ébano localizado ao fundo daquele recinto circular.

Trazendo ao jovem imperador uma pequena mesa de madeira com material de escrita, um senador idoso, com cabelos grisalhos, pele morena e toga branca, trouxe ao rapaz alguns documentos importantes para serem assinados.

Aqueles papéis serviam para garantir que Aethel não teria a legitimidade questionada, fosse pelo cerimonial ou pelo peso da própria lei.

Era notável a preocupação que aqueles homens públicos tinham acerca do que era ou não legítimo no poder imperial.

Sem demora, Aethel assinou os papéis e recebeu um selo de ouro, com o qual marcou um dos documentos, após derramar um pouco de cera vermelha própria para aquela ação.

Sendo aclamado e saudado pelos senadores, que tanto o cumprimentavam quanto alertavam sobre os deveres que lhe aguardavam – Aethel saiu, sorridente, daquele prédio nobre, pois a etapa final do cerimonial havia chegado: o jovem caminharia pela multidão e chegaria até uma nova carruagem, igual a anterior, para ser guiado até o palácio imperial, onde um maravilhoso baile o estava esperando.

Embora o rapaz já estivesse sentindo um pouco de fadiga, prosseguiu com aquela importante tradição, caminhando por entre aquelas pessoas, sendo seguido por dois guardas vestidos de verde e portando alabardas.

Aethel cumprimentava aquela gente tão digna, acenava, apertava suas mãos com entusiasmo e apresentava um sorriso que, embora nem sempre mostrasse os dentes, não negava a grande felicidade que aquele garoto de 13 anos sentia em seu coração.

Embainhando a Excalibur com a mão esquerda e prendendo-a na cintura, o jovem continuou caminhando, enquanto ouvia a música e via mulheres e crianças dançarem, alegremente, naquele dia glorioso.

A carruagem aberta estava logo à frente, sendo que um padeiro e sua mulher abriram a porta direita, para que seu novo rei pudesse entrar no veículo, que era puxado por dois cavalos alados de pelagem branca – pois o branco era uma das cores do poder imperial – que não voariam durante aquele percurso, mas cujas asas eram muito belas.

Aethel não pôde segurar o sorriso aberto, quando viu quem seriam seus acompanhantes naquela viagem até o palácio: Dipper e Mabel que, por serem convidados do rei, tinham a permissão para seguirem aquele trajeto final, junto de seu amigo real.

Sentando-se de frente para a garota, Aethel fitou aqueles olhos castanhos, cabelos macios e rosto sorridente:

— Você está alegre… fico muito feliz.

— Sim, esse lugar é um arraso! – disse a garota, afogada em tanta felicidade.

— Esse lugar é incrível! – disse Dipper – Até o ar está cheio de história!

— Você tem razão, Dipper – respondeu o rei – cada estátua, aqueduto, fonte ou prédio que estamos vendo é parte de uma história rica e fascinante, que se liga a inúmeros mundos, civilizações e épocas distintas. Mas como vocês estão? Os novos trajes estão confortáveis?

— Usar isso é desumano – disse Dipper, enquanto limpava o smoking e cuidava da sufocante gravata borboleta.

— Eu não acho – respondeu Mabel, sorridente – meu vestido rosa é um sonho.

— Sonho… é um sonho, sim. Ah, antes que eu me esqueça, não precisam se preocupar com escola ou diretoria, pois o tempo em Ghalary passa diferente. Vocês poderiam ficar aqui por semanas e ninguém em Piedmont iria perceber!

— Mas isso desafia a lógica! – disse Dipper, intrigado – como é possível?!

— Maravilha! Então podemos nos divertir por dias, sem precisar pensar em prova de matemática e na senhora Marta?! Deus atendeu as minhas preces! Viva! – comemorou Mabel.

Aethel riu um pouco, olhou toda a agitação das ruas, as construções, o grande arco do triunfo logo a frente e, olhando para o céu azul, respondeu a Dipper:

— Bem, Dipper, na verdade não sei bem porque o tempo aqui é diferente do que em qualquer outro lugar. Talvez o motivo seja o mesmo que faz com que os eventos em Ghalary afetem inúmeros outros mundos e realidades…

Enquanto Dipper e Aethel conversavam sobre a história daquela grande capital, Mabel acenava para a grande multidão, que continuava a atirar flores e serpentinas para o alto.

A garota se inclinava no lado esquerdo da carruagem aberta e olhava toda aquela cidade mágica, sentindo-se dentro de um conto de fantasia, enquanto o cocheiro avisava que logo chegariam ao destino final.

De fato, o palácio já era visível para os três amigos, que não conseguiam segurar o entusiasmo diante do clima festivo e da música que continuava a encher as ruas.

Após chegarem ao palácio, os grandes portões foram abertos e a carruagem seguiu até o pátio central, onde os jovens desceram e entraram no interior daquela exuberante residência real.

Retirando a faixa púrpura, a coroa e o manto, Aethel seguiu até uma pequena sala para mudar suas vestes mais uma vez: desta vez colocou calça e colete brancos, com fios dourados, alamares e dragonas de ouro, sapatos pretos de alta qualidade, botões e fios de ouro e, para completar, uma linda faixa azul.

Após se aprontar, Aethel abandonou a pequena saleta e se curvou diante de seus dois amigos, o que motivou Mabel a se aproximar:

— Você esqueceu de abotoar… são botões de ouro, não são? É um colete bonito.

— Acho que são – respondeu o rapaz – você também está muito bonita…

— O que faremos agora? – perguntou Dipper – Vamos comer alguma coisa e ir para a festa?

— Não exatamente – respondeu Aethel – os dignitários estrangeiros ainda precisam chegar, depois faremos o banquete e seguiremos para o baile, que durará a tarde e parte da noite, com uma pausa para o descanso e algumas refeições menores… E eu já estou tão cansado!

“Sua alteza! Sua alteza!” alguém gritou, assustando os três jovens:

— Quem me chama? – perguntou o rei – O que está havendo?

De repente, uma mulher corpulenta e de cabelos castanhos apareceu, limpando o rosto branco – típico de alguém que se assustou – e ajeitando o vestido verde com avental branco e limpo:

— Sua magestade… senhor de Ghalary… Ah! Meu Deus!

— Tenha calma, minha senhora, por favor – pediu Aethel, com brandura – diga-nos o que a perturbou desta maneira. Alguém a ameaçou ou atentou contra sua segurança?

— Meu jovem, digo, imperador… eu estava colhendo amoras e morangos silvestres para minha torta especial, para apresentar ao senhor e os dignitários… mas aquela coisa diabólica apareceu e… oh, meu Deus… aquilo foi abominável! Parecia o próprio belzebu!

— O quê foi abominável? Foi atacada por ladrões? Um dragão apareceu e te assustou? Às vezes dragões dourados aparecem, mas são inofensivos.

— Não dragões, meu soberano, mas espíritos do outro mundo…

— Não estou entendendo – respondeu Aethel, já sentindo pena da pobre mulher.

— Sim majestade, eu vi com meus próprios olhos… a floresta é assombrada por espíritos do além!...


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Notas finais do capítulo

Aqueduto:
Canal ou galeria construído com a finalidade de conduzir água. Pode ser subterrâneo ou erguido na superfície. Na Roma antiga, os aquedutos eram fundamentais para abastecer a cidade com água, bem como inúmeras outras cidades do império romano.

Belzebu:
Tanto uma divindade filisteia quanto cananeia, a figura de Belzebu é tida no Novo Testamento como a principal das potestades das trevas, entre outras palavras, o próprio diabo.

Biga:
Comum em épicos hollywoodianos dos anos 60 e 70, a biga é um tipo de carroça de duas rodas puxada por cavalos. Muito usada em combates, as bigas foram bastante populares na Roma antiga, onde corridas com esses veículos eram apreciadas.



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