Dormir em bolsos é sempre a melhor estratégia escrita por Viih Slytherin


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Estou tão orgulhosa de mim postando duas fanfics na mesma semana!! Tô me sentindo adorável :3

Essa fic é bem leve, e veio de um prompt da semana Steter 2022 que acontece no Tumblr e no Ao3 (mesmo que isso tenha sido em julho) do dia 3:
“Terça-feira, 26 de julho - Daemons/Familiares/Animais Companheiros OU Ligação Forçada/Acidental
Todo mundo tem sua alma em forma animal fora de seus corpos? Stiles é uma bruxa e tem um familiar apaixonado por Peter? Todo mundo consegue adotar um companheiro animal ao longo da vida quando atinge a puberdade? As opções são infinitas!
OU
Um feitiço dá errado e Peter e Stiles agora estão unidos por toda a vida? Eles têm que unir suas forças vitais para derrotar o mais novo grande mal que está na cidade? Ambos pensam que enganaram o outro em um vínculo, mas é o que ambos realmente queriam o tempo todo? Cabe a você e tudo soa bem para nós !”

Eu optei por me aventurar com o familiar que gosta do Peter ♥ Quando eu vi a lista de prompts eu sabia que tinha que escrever alguma coisa. E eu escrevi, literalmente acabei de terminar, então se houver algum erro me avisem, escrevi tudo agora de noite então certamente deve ter alguma atrocidade perdida aí.

Mas enfim, espero que gostem!



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Quando Stiles estava em fase de treinamento de sua Spark, Deaton lhe recomendou que arrumasse um familiar, uma espécie de animal mágico que o auxiliaria a controlar sua magia, e foi isso que Stiles fez. 

A ideia era boa, e a perspectiva de um animalzinho para ser seu companheiro realmente animava o garoto que sonhou com um bichinho sua infância inteira. O problema era que o familiar compatível que ele pode encontrar era um esquilo realmente pequeno e um tanto mal humorado. A coisinha passava a grande maior parte do dia dormindo em seus bolsos ou, geralmente quando Stiles mais precisava dele, escondido em qualquer canto ou buraco que pudesse nidificar. Não que ele fosse admitir isso ou usar essa palavra, é claro. Como um familiar, seu esquilo tinha a inteligência que se equiparava a de um humano, podendo até mesmo falar consigo por telepatia após instalado o vínculo. 

Mas o pequeno animal não era de todo inútil, tendo sido uma importante peça para finalmente ancorar e estabilizar sua magia fora de controle. E, nos melhores dias, dava até mesmo dicas de feitiços e técnicas a Stiles, que as aproveitava ao máximo. 

― Draz, cadê você? ― Stiles chamou, procurando embaixo das almofadas do sofá. ― É noite do pack, e eu não vou deixar você sozinho em casa de novo. 

“A Banshee vai estar lá? Eu não gosto do cheiro de morte dela. E é Drazhar, a propósito.” ― o esquilo falou em sua mente, sem dar indicação alguma de seu paradeiro. 

― É rude reclamar do cheiro que as pessoas não podem mudar ― censurou o garoto, finalmente avistando a ponta de uma cauda felpuda aparecendo em cima do armário. ― Vamos, da última vez você usou uma das minhas camisas pra fazer ninho, então nem pense que vou deixar você sem supervisão. 

Agarrando de uma vez o bichinho que cabia facilmente em suas mãos fechadas, Stiles comemorou a vitória somente durante aquele um segundo antes de Drazhar fechar seus dentinhos de roedor em um de seus dedos. Sibilando de dor, Stiles se negou a soltá-lo, enfiando-o no bolso da calça de moletom antes que ele tivesse chance de fugir. A coisinha sabia ser teimosa quando queria. 

― Por que meu familiar não poderia ter sido um cachorrinho fofo? ― Stiles lamentou, chupando o sangue do dedo ferido. ― Ou um gato? São clássicos! 

“Deveria ter sido um hipopótamo” ― ralhou o esquilo. “Queria ver você enfiar um hipopótamo no bolso” 

― Como se você não gostasse de bolsos quentinhos ― desdenhou, entrando no jipe. ― Se comporte hoje eu depois eu lhe compro umas bolotas. 

Stiles sabia que assim que chegaram no loft de Derek para a noite de cinema do bando, Drazhar colocou sua cabeça para fora do bolso unicamente para poder torcer seu narizinho em desgosto ao ver Lydia. Ele lidava bem com o cheiro de humanos, não reclamava do de coiote de Malia quando ela estava presente, e certamente tinha uma predileção pelos lobisomens, costumava implicar com o de Stiles, apenas para contrariar, mas certamente nem se comparava com Lydia. Aparentemente o cheiro de uma Banshee era demais para o esquilo lidar. 

― Ei amigo ― Exclamou Scott assim que avistou Stiles, enfiando a mão no bolso enquanto se aproximava. ― Quer um amendoim? 

Stiles não se permitiu ficar irritado com seu melhor amigo, mesmo que ele preferisse seu esquilo, não quando ele parecia o filhote mais feliz do mundo tirando um par de amendoins com casca para entregar a Drazhar, que era pequeno demais para enfiar ambos na boca, o que não o impedia de voltar ao fundo do bolso enquanto os descascava e roía alegremente. 

― Oi pra você também, Scott ― resmungou Stiles. ― O que vamos assistir hoje? 

― Alguma coisa francesa em preto e branco que a Lydia arrumou ― Isaac resmungou de seu lugar no chão em frente ao sofá ocupado por Peter. ― E legendado. 

― Que bom que você foi alfabetizado na escola e pode ler legendas ― Lydia respondeu, nem sequer parecendo abalada. 

― Um pouco de cultura da sétima arte não fará mal a ninguém ― Peter concordou. ― Vejo que trouxe Drazhar com você hoje. 

― Não vou mais deixá-lo sozinho ― disse Stiles. ― Aquele dia o monstrinho usou minha camisa preferida para fazer ninho. Além dos rasgos ele resolveu marcar o território e a deixou fedendo a xixi de esquilo. 

“Calúnias e difamações” ― Drazhar resmungou. Stiles ignorou. 

― Não posso culpá-lo por dar um fim naquela coisa horrenda ― o homem comentou. ― Aquecer um ninho é um bom uso à alternativa de insultar a moda. 

“Eu gosto dele” ― e mesmo em sua mente Stiles podia o ouvir rir. 

― Aquecer o Stiles é um bom uso ― o menino resmungou. ― Se já chegou todo mundo, liguem logo o filme. 

Se jogando ao lado de Peter no sofá, Stiles puxou para si uma grande tigela de pipoca, com Scott acomodando-se no lugar vago servindo-se de um generoso punhado. 

― Quanto antes começar, antes termina. 

― Isaac, se não quer assistir, não assista  ― Derek ralhou, não querendo passar a noite entre a tentativa de troca de farpas. 

Não foi uma surpresa que meia hora depois a maior parte do bando estava cochilando em diferentes estágios de sono, e até mesmo Boyd roncava levemente aconchegado com Erica no tapete. Nem mesmo Peter era imune, lutando para manter os olhos abertos enquanto Stiles dormia pressionado contra seu lado, a tigela vazia de pipoca quase caindo de seu colo. E devido ao sono, o homem mal registrou a sensação de algo fazendo cócegas em sua barriga, creditando o fato ao garoto por vez ou outra inquieto que poderia tê-lo acotovelado de leve. 

Assim que o filme acabou e o bando fora desperto, eles decidiram se revezar em alguns jogos de vídeo game para espantar o sono, e Peter não estava disposto a ficar e ver os filhotes se renderem à selvageria competitiva. Já tendo o suficiente de união do bando para mantê-lo fora do perigo de se tornar um ômega, o homem foi para casa, sem se incomodar em despedir-se. 

Assim que chegou ao seu apartamento, notou que havia algo de errado, pois ao conferir os bolsos de sua jaqueta antes de tirá-la pode sentir um pequeno calombo no bolso interno, que se mexeu assim que Peter bateu a mão nele. 

Enfiando a mão no bolso, o lobisomem puxou de lá o pequeno esquilo de Stiles, não parecendo estar muito incomodado mesmo tendo sido retirado de seu conforto quente. 

― Olha o que temos aqui ― Peter falou, olhando para Drazhar. ― Eu não vou ter o trabalho de te levar volta. 

O bichinho simplesmente olhou para ele, movendo o narizinho enquanto captava os cheiros ao redor. 

― Me pergunto quanto tempo Stiles levará para dar por sua falta ― ponderou Peter, acariciando o esquilo com um dedo. ― Será um bom exercício de localização. Talvez o ensine a não ser tão negligente com seu familiar. 

 

—______________ 

 

Stiles só reparou que tinha algo errado quando chegou em casa. Estava quieto demais quando deveria ter os sons de Drazhar roendo e arranhando seus móveis, e foi aí que ele se lembrou de que o esquilo não estava em casa. E não mais em seus bolsos também. Tudo o que encontrou foras os restos do amendoim que Scott lhe dera. 

Pensando bem, ele não o via desde o filme, então o malandrinho poderia ter ficado no loft. 

Irritado por ser obrigado a fazer todo o caminho de volta, Stiles amaldiçoou e jurou para si mesmo comprar uma gaiola. Animal mágico falante ou não, merecia alguma disciplina encarcerado para aprender a não sumir de sua presença desse jeito. 

A busca pelo loft serviu somente para deixá-lo mais zangado, pois Drazhar não foi encontrado em lugar nenhum. Nem chamando pelo seu nome o esquilo respondeu. E isso significava que ou ele estava longe demais, ou o ignorava propositalmente. 

Stiles suspirou ao se ver sem opções além de fazer um feitiço de localização. Não era realmente complicado, mas sua magia longe de seu familiar podia ser um tanto imprevisível. 

O garoto revirou os olhos ao encontrar seu esquilo no endereço de ninguém menos que Peter. A coisinha tinha uma predileção óbvia pelo lobisomem, então não foi realmente uma surpresa. 

― Abra a porta, sequestrador de esquilos ― Stiles falou assim que parou em frente ao apartamento do homem. ― Eu sei que vocês estão aí. 

― Stiles ― Peter sorriu ao abrir a porta. ― A que devo a surpresa? 

― Como se você não soubesse ― revirou os olhos. ― Me dê o Draz e então eu posso voltar pra casa. 

― Você não quer entrar? ― Peter convidou, sorrindo sedutor para o menino que estreitava seus olhos. ― Tenho vinho na geladeira. 

― Sempre achei que você fosse um cara de adegas ― comentou Stiles. ― E sorrindo desse jeito você parece o tio que oferece doces pras crianças entrarem na sua van. 

― Ouvi dizer que você gosta de Reese’s ― o homem respondeu sem perder a pose. ― E por acaso eu tenho alguns no armário. 

― Outro dia talvez, agora de me dê o esquilo, eu quero dormir hoje, se não se incomodar. 

Abrindo totalmente a porta para que Stiles pudesse entrar, Peter se virou e andou até a sala, ouvindo que o garoto o seguia. Mergulhando a mão sob um ninho feito de flanelas e uma meia que o esquilo havia roubado e nidificado debaixo de uma almofada do sofá, Peter pegou o minúsculo familiar, o entregando para Stiles com cuidado. 

― É pra isso que você foge pra casa dos outros? ― Stiles ralhou ao notar as bochechas impossivelmente cheias de Drazhar. ― Se fartar de bolotas? 

“São avelãs” ― Soou a voz satisfeita de seu familiar em sua mente. “Eu gosto de Peter, devíamos vir aqui mais vezes” 

― Quem sabe ― ponderou Stiles, olhando de canto para o homem que os observava de perto. ― Mas se fugir assim de novo eu arranjo um feitiço para te transformar em uma tartaruga. 

“Você deveria me agradecer” ― ele falou despreocupadamente. “Eu fiz vocês dois ficarem sozinhos, então aproveite”. 

― Você fez isso de propósito? ― Sibilou Stiles entredentes. 

“Ele fala muito de você” ― Disse o familiar. “E ele tem um cheiro bom, vocês deveriam misturar. Ele cheirava mais feliz com o seu cheiro nele depois de dormir assistindo a tortura da Banshee” 

― É realmente interessante ouvir uma conversa unilateral com um esquilo ― interrompeu o lobisomem. ― Me diga, querido, as pessoas te olham muito torto na rua? 

― Se você pudesse ouvir as asneiras que um esquilo diz ― o menino murmurou, enfiando o bichinho em seu bolso sem dó. ― Acho melhor eu ir agora. 

Andando até a porta, Stiles olhou para o homem que a mantinha aberta para si por um momento, pensando sobre o que Drazhar havia dito. Antes que se arrependesse, Stiles levou sua mão para a lateral do pescoço de Peter, apenas levemente surpreso com o fato de o homem não ter se esquivado ou afastado seu toque, sabendo como os lobisomens são com seus pescoços, então esfregou seu cheiro ali, tentando não se achar estúpido demais por seguir os conselhos de um esquilo. 

― Obrigado por tomar conta dele ― Stiles falou ao recolher sua mão. 

Peter parecia nada menos do que encantador enquanto retribuía o gesto, acariciando com sua macia mão não calejada de lobisomem o pescoço do menino, envaidecendo-se com o arrepio que conquistou. 

― Foi um prazer ― ronronou. ― Mas espero que possa me acompanhar em um jantar de agradecimento qualquer dia? 

― Você quem sequestrou meu esquilo ― Stiles riu, mas sorriu depois, não soando chateado. ― Mas quem sabe. 

Sem esperar mais nada, Stiles se virou e foi para casa, sem perder o sorriso ou as borboletas que faziam cócegas em seu estômago, nem mesmo se importando com o esquilo inquieto roendo suas avelãs em seu bolso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Eu adorei escrever esse esquilinho dando trabalho pro Stiles ♥

Parte da inspiração pra ele foi de uma fanfic que eu li tem um tempo em que o Stiles era um shifter de esquilo que amava bolsos, e foi a UNICA coisa no estilo que eu já encontrei dele, então tive que fazer algo meu.

Vocês já conhecem minha outra Steter? Postei domingo, ela se chama Hanahaki, e eu também tô bem orgulhosa dela ♥
https://fanfiction.com.br/historia/807827/Hanahaki/


Comentem o que acharam e se gostaram, amo ler comentários ♥



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