Maps - Sasuke x Sakura escrita por CalixtoSama


Capítulo 1
Capítulo Único




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Capítulo Único 

 

“Gosto de pensar que tínhamos tudo, 

desenhamos um mapa para um lugar melhor,

mas na estrada sofri uma queda.

Oh, querido, por que você fugiu?”

 

 

 

Ainda soava estranho pensar em “liberdade” após tudo que havia passado. 

 

 

 

Sentia até mesmo que havia perdido a noção do tempo, enquanto caminhava em passos curtos até a saída daquela prisão que até então era sua residência, apreciava a brisa gelada que soprava de maneira constante. 

 

 

 

Olhando ao redor, buscava por um ponto específico de conforto naquela imensidão de casas e pessoas, algo que fizesse sentido. 

 

 

 

Então ele a viu.

 

 

 

Ali estava ela, sorridente, esbanjando vitalidade como costume. Os fios rosáceos, agora pouco mais compridos balançavam de maneira sutil graças à ventania incessante, mas harmonizados ao sorriso doce e o par de íris esmeraldinas, ela mais se assemelhava a uma belissíma obra prima. 

 

 

 

Então ela o notou, despedindo-se da garota com quem conversava e rumando em sua direção com passos saltitantes antes de seu sorriso se iluminar por completo e pular em seus braços envolvendo-o de maneira calorosa.

 

 

 

— É bom ver você — ele não soube o que dizer a aquela declaração, as palavras não saiam de seus lábios mas de certa forma Sasuke sequer sabia o que dizer. 

 

 

 

Então, de maneira quase tímida, passou o braço por suas costas, trazendo-a para mais perto e a acomodando em seus braços. A sensação há muito não sentida, lhe envolveu de maneira tão intensa que quase não soube lidar com o turbilhão de sentimentos. 

 

 

 

Inalou o cheiro suave e doce - que ele não soube reconhecer exatamente - proveniente de seu cabelo sentindo o peito aquecer. 

 

 

 

Ela estava diferente, a princípio, ela estava sempre lhe visitando, todos os dias no mesmo horário sem falta, então as visitas diminuíram até o ponto em que ela não aparecia mais. A entendia, mesmo que algo em seu interior a esperasse todos os dias, ansiando por vê-la passar por aquela bendita porta, trazendo um pouco de luz para o buraco vazio e frio que estava vivendo. 

 

 

 

O que faria se ela não voltasse? O que faria sem ela?

 

 

 

Então ela distanciou-se mesmo que ainda permaneça perigosamente perto, ignorando olhares não só curiosos mas julgadores também, ela ficou na ponta do pés tocando em seu rosto, de maneira automática sua primeira reação foi virar mas ao ver as orbes esverdeadas olhando-o com apreensão rendeu-se deixando-a tocar-lhe. 

 

 

 

Ali ainda havia receio, ele conseguia sentir isso, estava óbvio, ela o olhava de maneira intensa, mesmo que ele tivesse a impressão de que a ninja estava cuidadosa demais, como quem se aproxima de um animal arisco e ferido. Era essa a imagem que ela tinha de si? 

 

 

 

— Você não apareceu mais — foram as primeiras palavras que saíram de seus lábios, não soaram como uma acusação, pelo contrário, soou como um lamento. 

 

 

 

 — Eu estava pondo a cabeça no lugar — disse não muito alto, recolhendo a própria mão. 

 

 

 

— E conseguiu? — sua voz estava mais rouca, resultado do tempo em que havia passado em completo silêncio. 

 

 

 

“Eu estava lá por você 

 

nas suas horas mais difíceis,

 

eu estava lá por você nas suas noites mais sombrias.

 

Mas me pergunto, onde você estava?

 

Quando eu estava no meu pior momento?”

 

 

 

Um certo receio o envolveu, ansiando pelas palavras dela, mas então de maneira reconfortante ela sorriu, dispensando a necessidade de palavras. 

 

 

 

— Está com fome? Podemos ir até lá em casa e eu faço algo pra você — propôs sorridente — ou se quiser posso te levar até o Naruto. 

 

 

 

— Não quero ver o Naruto — fez uma careta.

 

 

 

Não, não estava pronto para encará-lo ainda. Não quando devia a ele um agradecimento e desculpas que sabe que não conseguirá lhe dar agora. 

 

 

 

— Vamos lá em casa então? — perguntou de maneira inocente. 

 

 

 

— Seus pais não vão se incomodar? — arqueou ambas sobrancelhas começando a andar ao seu lado. 

 

 

 

— Não moro mais com eles — sorriu. 

 

 

 

Um certo incômodo tornou a assombrá-lo, a vida havia seguido de maneira… Imparável. Se perguntava o que havia sido de Sakura no período em que estava recluso. Ela agora tem alguém? O que havia feito por todo esse tempo? Havia tantas perguntas mas não conseguia pronunciar nenhuma delas. 

 

 

 

 

 

— O que vai fazer agora? — perguntou Sakura depois que almoçaram juntos. 

 

 

 

— Não sei — disse sincero — não tive tempo suficiente para pensar.

 

 

 

— Não teve tempo? — ela espantou-se e então sorriu de maneira divertida, teve a impressão de ver a sobra de um sorriso nos lábios dele. 

 

 

 

— Estive pensando em outra coisa. 

 

 

 

— Alguém? — perguntou esperançosa, de certa forma, quase sentia raiva pelo sentimento avassalador que mesmo após anos simplesmente não a abandonava. 

 

 

 

Como explicar a maneira que seu coração se comportava a cada vez que pensava nele?

 

 

 

“Então, eu me pergunto, onde você estava?

 

Todos os caminhos que pegou te trouxeram de volta pra mim. 

 

Então, seguindo o mapa que me guia até você”

 

 

 

— Alguém — ele afirmou ainda encarando-a de maneira agora intensa. 

 

 

 

Ele estava como ainda se lembrava, os olhos tão escuros e únicos não estavam diferentes, ainda pareciam indiferentes e sem brilho, mas seu olhar parecia mais leve. E sobre sorrisos, bom, quando ela o havia visto sorrir? Não conseguia lembrar de uma única vez. 

 

 

 

Agora, frente a ele, havia muitas perguntas que queria lhe fazer… Mas optou pelo silêncio.

 

 

 

Ela o deixou sozinho a tarde toda, tinha muitas coisas para resolver e não podia adiá-las mais. 

 

 

 

Mas seu coração palpitava a cada segundo que pensava nele. E quanto a ele? Bom, de maneira curiosa explorou os cômodos da casa procurando por indícios sobre sua vida, não encontrando nada além de livros, pergaminhos e materiais de estudo. Ela com certeza havia crescido, talvez ainda tivesse alguns sonhos e metas a serem cumpridas, perguntou-se se de alguma forma ainda ocupava os pensamentos dela.

 

 

 

 Quase se assustou quando ela abriu a porta de maneira violenta, fugindo da chuva torrencial que começou a cair. 

 

 

 

Enquanto Sakura jogava suas coisas em algum canto próximo a porta, Sasuke seguiu as instruções dela e rumou até seu quarto em passos rápidos em busca de uma toalha. 

 

 

 

Ele passou a toalha sobre seus ombros e usou uma ponta para ajudá-la a enxugar o cabelo, pegando-a desprevenida. 

 

 

 

— Não precisa — sorriu tímida — obrigada.

 

 

 

Sasuke a deu espaço para passar.

 

 

 

— Melhor tomar um banho quente, você pode acabar se resfriando — em poucas palavras, tentou mostrar ao menos que se importava. Ela apenas concordou com um maneio positivo de cabeça. 

 

 

 

A nova Sakura é decidida mesmo que um pouco tímida, detalhes encantadores aos seus olhos, mas havia um pequeno incômodo: ela também se tornou fria. 

 

 

 

Ou ao menos parecia. 

 

 

 

— Tem razão — sorriu se enrolando na toalha — vou tomar um banho e depois preparar algo pra gente comer. 

 

 

 

Apoiado contra o batente da porta da sacada, Sasuke observa a chuva cair de maneira incessante, está frio. 

 

 

 

Ouviu os passos preguiçosos de Sakura se aproximando, não mexeu um músculo sequer, apenas a deixou a se aproximar e parar ao seu lado. 

 

 

 

— Gosto de noites de chuva — murmurou baixo cruzando os braços e sorrindo — são boas pra dormir.

 

 

 

— Não gosto de noites de chuva — fez uma careta espontânea — são gelados. 

 

 

 

"E solitários" — quis completar mas apenas manteve-se em silêncio. 

 

 

 

— O barulho de chuva me ajuda a pensar — fechou os olhos momentaneamente — é bom pra por a cabeça no lugar. 

 

 

 

Sasuke se aproximou devagar, de maneira carinhosa, pôs uma mecha rosa atrás de sua orelha, revelando as íris esmeraldinas tão vívidas

 

 

 

— Não teve um dia que eu não pensei em você — proclamou baixo, sua mão deslizando pela bochecha sutilmente rosada. 

 

 

 

— Isso é sério? — perguntou baixo, olhando-o nos olhos — ainda é difícil assimilar depois de… tudo. 

 

 

 

— É sério — afirmou olhando-a nos olhos. 

 

 

 

— Acho que… — a frase morreu em seus lábios, lábios esses que Sasuke apreciou em silêncio, imaginando qual textura ou sabor estariam escondidos na carne naturalmente carmesim — eu preciso de uma prova. 

 

 

 

Sua mão deslizou até sua nuca, os corpos aproximaram-se mais e mais, Sakura agora conseguindo sentir o calor do corpo másculo graças a distância mínima entre ambos. 

 

 

 

— Não espere romantismo de alguém como eu, não vou inventar mentiras ou fazer promessas que não pretendo cumprir — disse baixo, sincero, agora que havia reunido coragem suficiente não pararia de falar até que todas as cartas estivessem na mesa. 

 

 

 

Segurou a mão dela, notando o quão trêmula estava, não soube dizer se pelo frio da noite ou por puro nervosismo, a guiou por seu peito até que estivesse sobre seu coração. O contato, pele na pele, os olhos que não conseguiam se distanciar… Havia muita coisa em jogo.

 

 

 

— Não tenho muito pra te oferecer… Sou apenas eu, meus sentimentos reais e esse coração que sempre será seu, quer queira ou não — de maneira espontânea fechou os olhos, ansioso pela resposta, a respiração acelerada soprou suave em seu rosto fazendo cócegas em suas bochechas. 

 

 

 

Ela respirou fundo antes de finalmente dizer algo, os segundos mais se assemelhavam a horas deixando-o aflito. 

 

 

 

— É bobo eu dizer que meus sentimentos mão mudaram nada? — suspirou longamente, Sasuke abriu os olhos encontrando um olhar perdido a sua frente — eu vivi anos querendo apenas que você retribuisse e agora que está aqui eu simplesmente não sei o quê fazer! 

 

 

 

— Tem seus motivos — Sasuke afirmou soltando sua mão e dando um passo para trás antes de se distanciar mais — tome o tempo que precisar. 

 

 

 

Antes que ele se distanciasse por completo, Sakura segurou em sua camisa, impedindo-o de se distanciar. 

 

 

 

— Como você pode? — suas palavras o fizeram congelar no lugar — depois de tudo que aconteceu você me diz essas coisas e simplesmente vai embora de novo? 

 

 

 

"Ouço sua voz enquanto durmo

 

É difícil resistir a tentação

 

Pois algo estranho me tomou

 

E agora não consigo te esquecer"

 

 

 

— O seu coração não dói? — as palavras o atingiram como um balde de água fria. 

 

 

 

"Ah se você soubesse o quanto " — as palavras queimaram em sua garganta, mas não foram pronunciadas. 

 

 

 

— Dói — assumiu, os braços dela o abraçaram pelas costas — mas não vem ao caso agora… Sakura, obrigado. 

 

 

 

Sasuke se virou para ela, secando as lágrimas que deixaram os olhos esverdeados, vermelhos. 

 

 

 

Havia muita coisa que gostaria de falar, tanto para compartilhar, mas não conseguia pensar em uma única forma de dizer a Sakura o quanto seus pensamentos fugiam para ela quando estava exilado, ou o quanto pensar nela era reconfortante. Não se tratava de sentir sua falta apenas quando estava sozinho, pelo contrário, era sobre a maneira que a queria por perto a cada instante, como se ela fosse tão importante quanto o ar para respirar. 

 

 

 

Rendeu-se a seus instintos beijando-a como desejou.

 

 

 

A conexão, a maneira como seu corpo reagia a ela… Era muita coisa pra assimilar. 

 

 

 

Sakura deu passos para trás até que suas costas se encontraram contra a parede. Sasuke então se aproximou, quebrando a distância incômoda, seus dedos segurando os fios rosáceos de maneira firme enquanto a sentia de maneira travessa passar as longas unhas pela pele de sua nuca.

 

 

 

A delicadeza estava abandonando o momento à medida que os corpos pareciam se incendiar cada vez mais. Sasuke sorriu ladino quando ela se distanciou respirando longamente e de maneira descompassada. Mas não conseguia negar, tudo nela o atraía de maneira que quase beirava o absurdo. 

 

 

 

"Não, simplesmente não consigo te esquecer, oh"

 

 

 

A beijou de novo e de novo, sentia que o gosto de seus lábios o viciava pouco a pouco. Sakura é definitivamente inesquecível. 

 

 

 

— Me diga por favor, que você não vai embora de novo — a dúvida pairou no ar enquanto Sasuke a analisava em silêncio. 

 

 

 

Silêncio esse que a deixou perdida. 

 

 

 

Sasuke colou ambas testas após depositar um beijo rápido na região. 

 

 

 

— Sakura, vem comigo — a voz sutilmente rouca a fez se arrepiar, cada molécula de seu corpo analisando as palavras que acabou de ouvir.  

 

 

 

— O que? — sussurrou desacreditada. 

 

 

 

— Venha comigo — repetiu — sinto que não posso mais ficar sem você. 

 

 

 

Sakura o olhou nos olhos, o ar de sinceridade brilhando neles foi o suficiente para fazê-la acreditar. 

 

 

 

— Por favor — pronunciou baixo fazendo-a derramar-se em lágrimas. 

 

 

 

O turbilhão de sentimentos a deixou desnorteada.

 

 

 

Pulou em seus braços sendo recebida de maneira desajeitada, mas calorosa.

 

 

 

Sasuke apoiou seu queixo contra sua cabeça, apertando-a em seus braços, dando-lhe a certeza que não fugiria de novo. 

 

 

 

É real. 

 

 

 

E dessa vez, nenhum dos dois fugirá.

 

 


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