Daniel Valencia - presidente (Betty a feia) escrita por MItch Mckenna


Capítulo 67
Capítulo 59 -Mercadorias e embargo




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Daniel estava ansioso, neste dia iria pessoalmente com Olarte entregar “a mercadoria” e receber o dinheiro devido. Não costumava fazer pessoalmente, mas ultimamente não confiava nem mesmo em Olarte e Francesca. Sentia que eram fracos e poderiam entregá-lo a qualquer momento ao delegado Thompson.  Precisava resolver isto.  Estava se preparando para sair quando soube da visita do comissário.

—Mais esta agora, este palerma!   -Ah! Boa tarde, comissário!

—Boa tarde, Doutor Valência! Como que vai?

—Não tão bem como o senhor, vejo que está muito alegre.

—Sim, porque tenho uma intuição muito boa e tudo que tenho pensado tem acontecido! LULA 13 eleito e bom presidente!

—De verdade! Estou precisando de alguém como o senhor para os negócios.

—De verdade que aqui em sua empresa não encontra pessoas como eu? Veja, Romualdo, que interessante

—Realmente, o comissário é muito acertativo em tudo!   -disse Romualdo.

—Olha só! Estou realmente precisando. Sobre isto, poderíamos conversar a sós.

—Isto não é costume. Sempre trabalhamos em dupla.

—Ora, Romualdo não podemos ser tão restritos, seria importante ver o que doutor Valência gostaria de propor.

—Mas comissário.

—Deixe-nos, inspetor.


Daniel sorriu, sentiu o doce cheiro da corrupção no ar.

—Sabe, comissário. Pesquisei sua carreira e é realmente exemplar.

—Muito obrigado, creio que posso dizer o mesmo, ao menos é o que aparenta perante o governo.

—Sou muito bom funcionário, tal como sou empresário. –disse Daniel.

—Ótimo para nosso país!  Soube que está vendendo algumas ações de Ecomoda.

—Como sabe disso?

—Tenho boas fontes.

—Está interessado?

—Não, não creio que são para meu bolso. Esta é uma empresa de muito valor no mercado.  Mas por que está vendendo?

—Vamos falar de mercado financeiro?

—Só curiosidade.

—É proibido vender ações da empresa que administro?

—Desde que seja com permissão da diretoria e não fira o estatuto, não creio que tenha problema.

Daniel sorriu com deboche.

—Sabe, sua fonte é boa!
—Obrigado. E minha intuição me permite chegar ainda mais longe!

—Não sei o que isso quer dizer!

—Creio que sabe.

Disse que as ações de E  não são para seu bolso, mas temos várias opções. Com isso, posso concluir que não tanto quanto deveria sendo um homem da Lei.

—Er, não tenho o que reclamar.

—Poderia ganhar muito mais trabalhando comigo.

—Isto é uma proposta? Ou o quê?

—Entenda como queira. Pense em um valor, um homem com sua habilidade e intuição é sempre valioso.

Logicamente, Thompson sabia muito bem do que estava falando Daniel, já viu vários de seus colegas caírem por bem menos, mas não deixaria se levar, conforme conversou com Romualdo depois,

—Mas como assim que o doutorzinho tentou te subornar? Não sabe ele que somos incorruptíveis, chefe?

—Deve saber, mas este tipo sempre acha que alguém se vende. Mas não sei não confio em mais ninguém, tirando você e a AL. Já do outro lado...

—E este carregamento?

—Precisamos montar vigília no porto e resgatar as moças. Leve uma tropa contigo.

—_____

Enquanto isso...

—Olarte. Veja quanto pagamos para o outro policial, creio que tenho o comissariozinho em minhas mãos em breve. Sim, não falei diretamente, mas creio que entendeu. Deve estar pensando em um valor. Terei que ter quando falar.  Delegado Thompson, fisgou a isca.

Mas não é bem assim, o delegado no fundo só quis dar corda para Daniel. O malvado presidente também é esperto e resolve mandar Olarte para fazer o serviço de entregar as moças, acompanhado de Gutiérrez e dois capangas, já que havia recebido parte do dinheiro em sua conta na Suíça. Não era apenas prostituição que o delegado estava investigando, mas também as manobras financeiras do presidente de Ecomoda como funcionário do governo, graças a contatos no ministério. Não haviam ainda provas concretas, apenas depoimentos de pessoas que garantiam que Daniel recebia cerca de 25% do salário de cada funcionário indicado, além de 40% da ajuda.  Era o suficiente para comprovar que sua intuição não estava errada, mas não podia pegá-lo sem provas contundentes.

—Estão chegando, chefe. Dou a ordem?

—Onde estão as moças?

—Estão na van.

—AL está com você?

—Sim.

—Deixe que eu falo com ela. AL.

—Oi, chefe.

—Estou a caminho. Espere as moças saírem, que entrem no depósito do navio e recebam a grana. Vou dar voz de prisão e você entra com a câmera.

—Certo, chefe!

Olarte havia voltado para o carro, enquanto as moças acompanhadas de Gutiérrez e mais um eram           acompanhadas até o navio. O nojento executivo fazia biquinho.

—Você é  Mister G?

—Yes, I am. Onde está o money?

—Nesta maleta, conforme combinado. Estas são?

—Sim, as escolhidas!

—Bom material.

—Iremos desfilar na Europa? –pergunta uma delas.

—Sim, claro.

—Não iremos de avião? Perguntou outra.

—Irão, primeiro fazer um desfile no navio.

—Mas isto não foi  o combinado.

—Girls, girls! Quem não sonha em fazer um cruzeiro partindo de Cartagena pela costa caribenha? Very good!

Elas dão de ombros, o atravessador entrega a maleta.

—Estão todos presos! -disse o policial.

—__________

Alguns minutos mais tarde, Gutiérrez ligava para Daniel.

—Quê?

—Isto mesmo.

—Como assim, idiota? Como se deixou prender?

Gutiérrez explica. Já, Olarte desesperado conseguiu ficar escondida e fugir para a empresa.

—Doutor!

—Já estou sabendo, o imbecil do Gutiérrez ainda teve a petulância de me ligar. Não sabe fazer nada! Se me colocar nesta, vai ver!

—Por pouco consegui fugir, pois estava no carro. Esta coisa está ficando enroscada demais.

—Chame o dr. Rios.

—Mas o especialista é o Santa Maria!

—Esquece. É honesto demais! O Rios resolve. Precisamos tirar Gutiérrez desta ou ele abre o bico. Tenho certeza que alguém deu com a língua nos dentes!

—Eu garanto que não fui.

—Você não! Mas e o Marito?

—Acha que ele seria capaz? Não está enroscado com o contrabando de tecidos?

—Está. Mas não sei.

—Este delegado Thompson é esperto.

—Sim, estava lá, ele deu a voz de prisão. Temos que separar o suficiente. Investigue quanto poderia. Pior que perdi dinheiro. Não entreguei a mercadoria e não vão me pagar mais nada. E quanto investi nestas vagabundas? Vou ter que pegar empréstimo.

—Hugo está desconfiado.

—Vou ter uma conversa com ele.  Veja quanto podemos pegar de empréstimo.

—Já me comuniquei, mas estão desconfiados. Só vão nos liberar a juros altos.

—Que seja! Eu preciso de grana agora!

—Pode comprometer a empresa. Por que não pede mais grana ao Fashion Group?

—Porque, porque não se deu conta que não tem Fashion Group nisso?  Nunca teve!  

Mário ouvia tudo, graças a microfones instalados na sala da presidência pela equipe de comissário, Estava surpreendido, apesar de não ter visto ninguém do importante grupo de moda, confiava que fossem eles que estivessem dando dinheiro e financiando tudo, mas pelo que ouvia era mais um engano.

—Tigre terá de me perdoar. Posso ter me envolvido com contrabando, mas não posso continuar com isso, Daniel Valência vai quebrar a empresa.

Desde que havia sido ameaçado por Daniel e recebido a visita de comissário Thompson havia ficado inclinado a ajudá-lo, vez que o policial sabia de seu envolvimento com contrabando.

—Se nos ajudar nisso, Mário Caldeirón, terá não só diminuição da pena como o estado disponibilizará um bom advogado, além de estar colaborando com a Justiça a desmantelar um braço da rede Internacionalde prostituição. –lembrava-se.

—Chame Marito, Francesca!

—Pois Não?

—Está sabendo que prenderam Gutiérrez e não conseguimos entregar a mercadoria?

—Como assim?

—Isto que ouviu. O delegado nos pegou em flagrante.

—Que horror. A coisa está ficando perigosa.

—Por sorte tive compromissos e não pude estar presente. Muito estranho que tenham descoberto.

—Este delegado é esperto.

—Esperto ou tem boas fontes.

—O doutor desconfia que alguém daqui informou.-disse Olarte coçando o nariz.

—Ah, mas quem faria algo assim? Ninguém desconfia de nada.

—Tem a bicha louca do Hugo, mas só quem sabia deste carrregamento éramos nós três e Cesca, mas ela não faria.

—Não sei.

—Está louca por mim. O que me leva a crer que foi alguém desta sala. -disse direcionado a Mário.  -Não me trairia, não é, Marito?

—Sabe que estou até o pescoço nisso.

—Mais provável que Guti boca mole como é tenha falado demais a alguém!

—Não descarto esta possibilidade. Mas estou de olho em vocês. Vou dar um jeito de tirar Guti disso, mas se souber quem foi, o castigo será bem grande.

Mário engole a seco, até Olarte, mesmo sem ter feito nada, engole a seco.

Romualdo ouve a escuta em Mário, sabem que ele corre risco, embora estejam de vigília.  Teme que ele não aguente a pressão e acabe por contar a Daniel da operação.

—______________

Mais tarde, Olarte e Daniel conversam sobre as condições da empresa, já que sem  entregar as mercadorias como prometido, tampouco lhe liberavam dinheiro. Logo, tem que buscar grana junto aos bancos como o Montreal.

—Conforme te disse, doutor, o banco Montreal empresta um pouco, mas como disse a juros altos e se não pagarmos.

—Se não pagarmos oferece parte do valor de Ecomoda para eles.

—Mas, doutor. Isto é sério.

Logicamente, Daniel, como teve que devolver a grana que haviam lhe pago à Rede, não pagou o devido ao Montreal na data.

—____________


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