Daniel Valencia - presidente (Betty a feia) escrita por MItch Mckenna


Capítulo 47
Capítulo 41 -Mais sujeira por baixo do tapete




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Armando não podia acreditar no que estava ouvindo.  Aquela bela mulher a sua frente era Gabriela Garza acompanhada de Kenneth Johnson, dois executivos do Fashion Group, os conhecia muito bem da revista.

—Sou eu a representante do Fashion na América Latina e Mister Johnson um dos gerentes e não temos, nem nunca tivemos sociedade com esta empresa Ecomoda,

—Sei que não é o momento adequado, mas um prazer conhece-los, sou Armando Mendoza, umdos acionistas desta empresa!

—Ah, então, és um deles! –disse Kenneth com espanhol fortemente carregado de inglês norte-americano.

—Sim, mas não entendo!  Não, não é possível! Daniel Valenci nos aprendeu todos os documentos, com suas assinaturas inclusive, vi suas assinaturas mo contrato!

—Isto só pode ser fraude! Estão usando nossos nomes indevidamente, bem como da empresa e posso lhe dizer, Sr. Mendoza que isto não vá ficar assim! –disse Gabriela, ameaçando-o com o dedo.

—Nós vamos a colocar vocês em cadeia! -disse Johnson, nervoso, falando ainda mais carregado.

 Ana Lúcia usa de toda a diplomacia para acalmar os ânimos.

—Posso lhes garantir, estou falando a verdade. Apesar de ser acionista, não estou dentro da empresa, não me dou bem com Daniel, o presidente, mas ele apresentou o contrato, mostrou valores da parceria, por conta disso, está promovendo vários lançamentos, contratando modelos. Não posso acreditar que não está vindo de vocês. De onde vem este dinheiro, então?

—Isto não cabe a mim responder, sr. Mendoza! -disse Gabriela, seca. -Diga, você jornalista, podemos entrar ao ar agora e expor este caso?

—Se fizermos isto, srta. Garza será um escândalo que causará a destruição de Ecomoda.

—Isto não ser importante para mim! Não quero o nome de Fashion envolvido com esta Ecomoda. –disse Kenneth.

Armando puxou os cabelos da testa até atrás desesperado. Não sabia o que fazer.

—Não é a primeira vez que usam o nome de Fashion em uma coisa, que certamente é um golpe, mas é a primeira vez que acontece sob minha responsabilidade e lhes garanto que isto não vai ficar assim. -disse Gabriela, ainda alterada.

—Compreendo. A questão é que se ventilarem esta história, eles arrumaram uma forma de se livrarem e estarão livres e tampouco o nome de vocês estará limpo! –disse Ana Lúcia.

—O que propõe? Que não façamos nada?

—Não, ao contrário. Proponho que finjam que não sabem de nada, precisamos reunir provas.

—Quê?

Ana Lúcia pediu que Armando fizesse companhia à Gabriela e Kenneth e tentasse acalmá-los que precisava fazer uma ligação.

—Sim? Tenho um caso ligado à Ecomoda, chefe.

—Do que se trata? -perguntou a  voz do outro lado.

—Prefiro falar pessoalmente, mas ao que parece a empresa está com a ficha mais suja que pensamos!

—Do que se trata?

—Falsidade ideológica, falsificação de assinatura, uso indevido da marca. isto se não tiver coisa maior.

—E crê que Ecomoda esteja envolvida?

—Até os cabelos, chefe! Estou com dois executivos de importante empresa de Moda Internacional e ao que parece, estão frios, não sabem de nada  e estão sendo usados!

—Muito bem. A.L . estou indo até a delegacia, leve-os para lá.

—Outra coisa, chefe, Mendoza está conosco.

—E ele está a par de tudo?

—Não chefe, como disse, Mendoza está tão limpo e inocente quanto uma criança. Está mais nervoso e assustado que eu e os envolvidos, mas quer colaborar. No momento está conversando com eles  tentando-os acalmar. Quer que o leve também?

—Não, deixe-o fora por enquanto. Também creio que é inocente.

De fato inocente, mas não menos nervoso, Armando estava vermelho, tentando se controlar. Não podia entender o que estava acontecendo. Seu pai estaria tão deslumbrado com Daniel a ponto de de deixar-se enganar por ele? Pois ele não estava, mas estava confuso. Não podia entender.

—Posso garantir, Gabriela que não tenho nada com isso e me surpreende que não sejam nossos parceiros de verdade, pois tudo parecia de verdade.

—Eu sei, não é a primeira vez.

—Mas daremos uma solução.

Gabriela, apesar da situação, já estava mais calma, estava encantada por aquele homem tão gentil e elegante a sua frente.  Não acostumava encantar-se com um homem assim, mas aquele homem tão elegante e ao mesmo tempo tão másculo e nervoso, que deixava um rastro de sua loção por onde ia, fazia com que não passasse despercebido. E ele parecia estar sendo sincero, era inocente.

—E aí Ana Lùcia tem uma resposta? –perguntou Armando.

—Sim. Eles vem comigo!

—Para onde?

—Fazer uma denúncia.

—E eu?

—Você tem o lançamento, a empresa da qual é acionista.

—Não sei o que está acontecendo. Não vou sossegar até que tudo se resolva.

—Eu sei. Mas se desaparecer do desfile, vai levantar suspeitas. Escute, Mendoza, quero dizer, Armando, volte para o desfile e finja que não sabe de nada.

—Mas não sei de nada, mas do pouco que sei, não posso agir como se nada estivesse acontecendo.

—No momento é o melhor a fazer!

—Mas…

—Me coloco em contato contigo, agora preciso saber deles os pormenores e como souberam que estavam usando seu nome. Você não teria este contrato com o Fashion?

—No meu e-mail, devo ter uma cópia que me mandaram.

—Ótimo!  Se puder mandar para mim.  -Ana Lúcia escreve seu e-mail. -Mande para mim, queremos checar umas coisas. Escuta,   nunca estranhou que apesar de sócios o Fashion nunca se apresentasse nas reuniões e eventos?

—Não, eles diziam que os executivos estavam em outros compromissos, hoje mesmo disseram isto e por conta sempre mandavam um representante. 

—Representante, que representante?

—Um homem. Agora não lembro, mas posso averiguar.

—No momento, nada comente sobre isso a ninguém.

 

Armando voltou ao desfile. Estava angustiado. Já estava na hora das palmas, as quais Daniel recebeu, além de receber os abraços de seus pais e algumas moças.

.-Onde estava?

—Que lhe interessa, Marcela? –perguntou Armando.

—Sumiu assim no meio do desfile!

—Estava ali atrás.

—Não pode suportar o sucesso de Daniel, não é?

—Desde que seja bom para Ecomoda não tenho nada contra. -disse tomando um copo.

—Claro que é bom para Ecomoda. Não está vendo como Daniel está dirigindo tudo? Ecomoda é uma das principais empresas, rumo ao topo da moda no país!

—Que continue assim. -Armando bebe outro copo.


Não é nada fácil para Armando não abrir a boca e perguntar a Daniel o que significava e por que mentiu sobre o contrato com o Fashion. Mas seguindo os conselhos de Ana Lúcia preferiu se conter. Queria contar tudo a seu pai, mas ele tampouco lhe acreditaria, estava maravilhado com a gestão ``tão exitosa`` de Daniel. Sua mãe não entendia nada disso. E Mário? Sempre foi seu parceiro e quase um irmão, mas o mesmo estava mais preocupado em ficar com as modelos que outra coisa. Assim, preferiu fazer do whisky sua companhia.

 

 

Enquanto isso, Ana Lúcia levou Garza e Johnson para encontrar-se com Delegado Thompson, que, antes de tudo disse seu pai também era estadunidense e havia vindo para Colômbia após casar-se com sua mãe, que era colombiana. Feitas as apresentações, Gabriela e Kenneth, mais calmos, por estarem apresentando denúncia, começaram a explicar tudo.

Thompson não podia acreditar, a agente infiltrada A.L. havia pego uma boa história com seu faro de repórter e seu treinamento de detetive. Ao contrário do que pensavam, o Fashion Group, aparentemente, não tinha nada com a ver com os negócios em que Ecomoda estava envolvida. Pelo contrário, sequer era parceira, embora, seu nome e logo estivesse presente em todos os contratos que a empresa mantinha com seus fornecedores. Gabriela e Kenneth puderam afirmar que haviam falsificado suas assinaturas.  O único contrato que Thompson não teve acesso foi o firmado com Ecomoda, mas ao que parece Armando Mendoza tinha uma cópia, que mandaria à A.L.

Com tudo anotado, a parte mais difícil foi convencer os membros do FS que não contassem a ninguém e tampouco procurassem algum executivo do Fashion, O sigilo era necessário para a investigação, precisavam fingir que tudo estava como antes. A contra-gosto, os executivos aceitaram, principalmente, porque não queriam seus nomes envolvidos nas investigações de negócios escusos que o delegado disse que Ecomoda estava envolvida.

Após driblar Marcela e seus pais, Armando foi para seu apartamento. Após conversar e alimentar Montéz, serviu-se de um copo de whisky e lembrou-se do que havia prometido à Ana Lúcia e após abrir seu laptop e procurar o e-mail. Finalmente, achou a cópia do contrato, a qual Daniel havia mandado para todos os acionistas como forma de vangloriar-se.

—Sua soberba será sua ruína, Danielzinho.” -disse, citando uma frase que seu avô sempre dizia dos arrogantes.  -Mas que não seja, Deus, a de Ecomoda!

Fechou tudo, desabrochou a gravata e caiu adormecido no sofá.

 


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