Daniel Valencia - presidente (Betty a feia) escrita por MItch Mckenna


Capítulo 10
Capítulo 10 -Esta é a feia? Para mim parece bem boa.




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Mas Beatriz não voltava, de modo que subiu as escadas, foi atrás dela no quarto. Estava preocupado, a moça parecia tão mal. E se havia desmaiado, como no dia em que a conheceu?  Ao passar pelo banheiro que fica ao lado, ouviu um barulho. Era um choro. Abriu a porta, com cuidado para não assustá-la. Sabia que Beatriz estava chorando. O que não sabia é que chorava enquanto a água do chuveiro a banhava. E muito menos que ela estava nua. Ficou petrificado. Seu corpo era lindo. Tudo estava no lugar,  suas pernas firmes e largas, seus seios eram duas bolinhas redondas e perfeitas, seu pescoço era comprido, sua cintura era fina.  Não sabe explicar, mas sentiu uma excitação instantânea.

—Esta é a feia?  Pois me parece muito boa. –pensou Armando.

Beatriz estava de olhos fechados, deixando a água cair sobre suas costas, enquanto chorava.    A vontade de Armando neste momento não era apenas de consolá-la e sim de fazê-la chorar sim de prazer e esquecer tudo o que haviam dito sobre ela.

Tão absorto estava que foi se aproximando, hipnotizado por aquela imagem. Sua mão se apressava a chegar ao almejado destino:  o corpo de Beatriz. Queria lamber cada uma daquelas gotinhas. Neste instante, derrubou algo no chão, assustando Beatriz e despertando-o do transe.

—Quem está aí? –perguntou ela, com os olhos embaçados pela água.

Armando se escondeu.

—Quem está aí?

Saiu devagarinho do banheiro. Desceu as escadas,  correu até a poltrona e fingiu estar dormindo de roupa e tudo no sofá. Quando Beatriz saiu vestida com seu roupão,  o encontrou assim e se encantou. Armando, abriu só um olho para espiar. Ela estava de roupão, com os cabelos molhados, óculos e podia ver que haviam gotas de água por seu corpo. Um corpo que agora sabia que não era feio.  Custou segurar-se naquela poltrona e não fazê-la sua.

Ela também ficou encantada de vê-lo ali deitado, dormindo, como pensava.

Subiu de novo as escadas e desta vez trouxe um cobertor para cobri-lo.  Queria beijá-lo,  enquanto dormia. Mas voltou atrás e subiu as escadas para deitar-se. Custou a dormir.

`Ele está aqui, na minha casa e vamos passar a noite juntos. Não do jeito que sonho. Mas já é algo!`

Ele, tampouco dormia e não lograria dormir.  Primeiro tentou se concentrar, mas a imagem daquela menina-deusa a sua frente o perturbava.

—E está só a um lance de escada. Será que Beatriz também tem desejos por mim? E se eu a fosse visitar?   Quê? Mendoza, está louco? É sua amiga, uma menina. Já basta o que passou hoje com estes canalhas. Ela confia em você para protegê-la.

Estava imerso em seus desejos quando  Mário que tocou o celular, cobrando-lhe que não comparecesse à farra da noite.  Deu um desculpa qualquer. O fato é que havia esquecido completamente. Primeiro por que ficou preocupado com sua amiga e depois porque a via visto nua.

—Então, picaro, que esconde este corpo todo, ah? Como não percebi p que escondia?  -estava excitado.

 Assim, lembrando-se de beatriz tomando banho, adormeceu.

No dia seguinte, Beatriz acordou ao som da campainha, que ressoava por toda a casa;

—Já vai!

Lógico que Armando também acordou.

—OI, Betty!

—Nicolás!

Ao ouvir o nome daquele tipo, Armando levantou-se.

—Senhor Mendoza? O que faz aqui?

—O que você faz aqui?

—Perdi algo?

—Não é nada do que pensa, Nicolás.  –disse.

Armando não gostou nada que Beatriz se apressasse a dar-lhe explicações.

—E foi isso que aconteceu!

—Ah, esta gente do Román é muito perigosa! Mas não precisava ter perdido seu tempo ficando aqui, Betty podia ter dormido lá em casa!

—De jeito nenhum! Uma vez que Don Hermes não esteja para defende-la,  cabe a mim proteger Beatriz!

—Chegou atrasado, pois já faço isso há muito mais tempo! Desde a infância de Betty.

—Rapazes, agradeço os dois. Vou passar um café.

—Não esquece dos bolinhos. Ah, Betty, sua mãe ligou lá para casa, disse que não voltaram ontem, pois está chovendo na região que estavam e teve um acidente, mas que voltarão em breve.  Teve sorte, pois se seu pai chegasse e encontrasse um homem passando a noite com você, matava os dois!

—ESTAVA AQUI PARA CUIDÁ-LA E PROTEGÊ-LA!

—É melhor que vá, antes que seu Hermes chegue!

—Se comportem ou não sirvo café para nenhum dos dois. Olha estou atrasada!

Assim, ela foi correndo fazer o café e servir os bolinhos que sua mãe tinha preparado um dia antes de viajar.

Armando e Nicolás procuraram se comportar.  Depois do café, Armando levou Beatriz ao trabalho e foi para Ecomoda. Estava com o mesmo terno do dia anterior e com a cara amassada, o que provocou comentários de muitos. Na hora do almoço, encontrou-se com Mário que brigou com ele por tê-lo deixado plantado com tais mulheres e que ele iria passar uma noite de prazer daquelas.

—Mas eu tive uma noite daquelas!

—Estou vendo. Acaso fez amor com uma lutadora de boxe?

—Poupe-me de suas piadas.

—Olha, não sabe o que perdeu!

—Conte-me suas aventuras.

—Só conto se sairmos hoje de caceria.

—Está bem.

Assim, eles foram de caça aquela noite. Armando sempre escolhia as loiras, mas aquela noite, resolveu variar e escolher a morena de cabelos compridos, surpreendendo Calderón.

Estava passado de tragos quando chegaram no quarto, a super-modelo de voz enjoada só parava de falar besteira com a boca dele beijando-a. A deitou no quarto daquele hotel, estava ávido para desafogar e saciar sua necessidade no corpo daquela morena, mas não antes de se proteger. Nunca se esquecia. Em meio aos beijos, a tomou com tudo, tinha urgência em saciar-se, por sorte a tal mulher era experiente também e estava animada. Em meio aquele desejo todo, Armando deixou-se levar e lembrou-se do corpo de Betty que viu banhando-se, assim como lembrou-se do beijo que lhe deu. Pensou em parar, aquela imagem o perturbava, mas resolveu continuar, imaginando que possuía Betty no banheiro de sua casa.

Assim, foi em outras noites que saiu de caceria, escolheu as morenas e deu-lhe duro pensando que possuía Beatriz naquele banheiro, enquanto a água caía sobre eles.

Mordia a língua para não gritar o nome de Betty quando chegava lá. Nunca havia passado por algo assim. Nunca havia imaginado que estava com uma mulher quando estava com outra. Ainda mais porque Betty apesar de ter um belo corpo, não era exuberante, não tinha silicone, nem pernas gigantescas como as modelos com quem havia levado para cama, assim que não entendia como não era capaz de tirá-la da cabeça, apesar de não ser seu tipo de mulher.

—Mas o que acontece, Mendoza? Vai dizer que Beatriz agora é seu tipo de mulher?  Não, para nada. É minha amiga e apesar de ter um corpo gostoso, sua cara não me agrada, segue usando aparelho, franja e tudo o mais. Verá como logo passa. É que ainda não achou a ideal.

Logo, pediu a Caldeirón que escolhesse entre as do oráculo uma que tivesse um perfil parecido com ela: que fosse morena, cabelos longos, com franja, usasse óculos. Foi difícil. Nenhuma modelo tinha aquele perfil, logo foram procurar entre jornalistas e empresárias. Acabou encontrando uma jornalista e depois de jogarem algumas histórias, Armando tinha a mulher ideal.

—Esta sim! Uma intelectual no estilo de minha Betty, mas sem aparelho. Com óculos grossos, cabelos compridos, Uma bem melhorada, corpo escultural, esta sim! –esfregou as mãos –Com esta vai curar seu fetiche de provar uma intelectual e esquecer de Betty!

Não foi fácil, precisou usar toda sua artilharia de sedução, mas conseguiu que a tal intelectual de nome Ana Lucia cedesse aos seus encantos e fosse para cama com ele. Não foi mal, ao contrário, pela primeira vez fazia coisas ricas com uma mulher depois de conversar com ela, nem mesmo Marcela que era inteligente conversava com ele sem ser de empresa. Mas ao contrário do que pensou, nem aquela mamacita intelectual o fez esquecer-se da visão do corpo nu de Betty, que unia a inocência de uma menina à sedução de uma mulher.

—Está ficando louco, Mendoza? Não pode ficar assim por esta mulher!  Tenho que conseguir ter Betty em meus braços ou vou enlouquecer!

Desde que havia visto Beatriz nua, Armando havia evitado encontrá-la, principalmente sozinhos ou na casa de seus pais, sentia-se constrangido, para não dizer excitado como nunca antes, só de olhá-la.  Não queria estragar a amizade que tinham, ainda por cima, sabia que Betty era uma mulher diferente das com que andava. Era uma menina de família e não era de seu círculo social. Preferia manter a distância e tentar esquecer. Mas havia passado um mês e não tirava aquela visão de sua cabeça, assim, que resolveu que não adiantava lutar contra a vontade de seu corpo, faria o que fosse preciso ter aquela mulher, só assim sossegaria.

Eram 7 horas quando tocou a campainha da casa dos Pinzón aquela manhã, levava nas mãos, pães e um bolo de uma padaria chique de seu bairro. Dona Júlia surpreendeu-se de vê-lo ali e muito mais Betty.

—Você aqui?

—Isto são modos de tratar o senhor Mendoza? -perguntou Hermes a Nicolás.

—Éee... que faz muito tempo que ele não vem.

—Tem razão, é que.. compromissos não me permitiram vir. Desculpe-me.

—Mas aqui está! Sente-se, doutor.  -disse Hermes, amavelmente.

—Isto é para ajudar no desjejum.  –disse Armando sorrindo.

—Não precisava se incomodar.

—Viu, inútil, como se faz?-disse Hermes a Nicolás  -Bastava trazer algo de vez em quando para colaborar!  Dr. Mendoza vem de longe e se preocupa em ajudar.

—Ah mas ele é visita. Eu já sou da família!

—Família? Que família?

Da mesma forma que Hermes, Armando se indignou com aquele abusado.

O desjejum estava de fato gostoso com o mais puro café colombiano (o melhor do mundo), suco de amoras, bolinhos e a torta que Armando havia trazido.

A partir daquele dia, Armando ia buscar Betty em casa e passava na hora da saída para levá-la de volta para casa ou para algum compromisso da empresa. Às vezes, a visitava na hora do trabalho dela com o pretexto que estava ali para falar com senhor Liñarez, chefe de Betty ou tirar uma dúvida de um contrato, sempre dando desculpas. Betty, claro, apesar de ser muito inteligente, em se tratando de homens era muito inocente e acreditava nele. O motivo de tanto acercamento era que precisava cuidar de sua menina-deusa antes que algum idiota a tomasse e na sua cabeça, essa era a intenção de Nicolás.

—_______

Teve esta certeza quando chegou um dia na casa de Betty.

Por conta do excesso de trabalho, Armando não pôde buscá-la logo pela manhã e tampouco vê-la durante dois dias, assim, estava com saudades dela. Antes de tocar a campainha era possível escutar as risadas dos dois.

—Ojojo Nicolás só você para dizer estas coisas!

—Mas Betty logo vou estar milionário e qualquer mulher vai me querer, inclusive você, mas não adianta Betty, eu gosto de loiras!

—Mas o que passa?    -perguntou Armando furioso do lado de fora. Respirou fundo e tocou a campainha com a maior calma que lhe foi possível.

Dona Júlia foi abrir a porta, enquanto Betty e Nicolás pesquisavam no notebook. Estavam muito juntos, praticamente cabeça com cabeça. Logicamente, Armando não gostou nada dele ter tantas liberdades com sua

 -Don Armando? -disse Betty afastando a cabeça de Nicolás.    -Tudo bem?

—Não tão bem quanto vocês! 

—Mas o que acontece?

—Betty e eu estamos trabalhando, trabalhando.

—Como assim?

—Ojojo Nicolás deixa que eu explique,  Don Armando,  Nicolás se formou em Economia como eu, mas sua especialização é em Investimentos. E estava me mostrando os melhores investimentos.

—Inclusive em dólar!

—Interessante. -disse com cara de quem diz que o tal estava é investindo em sua menina.

—O senhor que é assim rico não teria uma grana disponível para que investíssemos?

—É, por que pergunta isso? -perguntou Armando, desconfiado.

—É que Betty me disse que o ajudou a criar sua empresa. E sabe como é, de repente o dinheiro está parado e poderia estar fazendo mais grana.

Armando não estava gostando nada deste assunto. Não que tivesse problema alguém saber que tinha uma pequena empresa em seu nome, mas é que não gostava daquele tipo para nada, ainda mais encostado em sua Betty, sentindo o cheiro e o calor daquele corpo delicioso, que estava louco para provar.

“Será que este molenga e ela tem algo?  Disse que se conhecem deste sempre e se são como éramos eu e  Marcela? E se são noivos ou fazem coisas? Ai, Mendoza, como pensa estas coisas? Don Hermes jamais permitiria que fizessem.”

—E o que me diz?

—O quê?

—Sobre o que te falei. Sobre um investimento. Estava aqui falando com Betty.

—Sobre o quê?

—É tonto ou o quê?

—O QUE DISSE?

—Ai, Nicolás. Para de perturbar don Armando, ele é um homem muito ocupado e com certeza deve ter tido um dia daqueles dias cheio de reuniões.

—Mas se é um assunto interessante para ele. -disse Nicolás.

—Deixa que depois eu falo com ele.  -disse Beatriz para amenizar o clima.

—Ah, meu filho.   Estou passando um café e fazendo umas arepas.

—As arepas da dona Julia são as melhores! Depois de prová-las não vai querer comer outra coisa!

Armando arregalou os olhos. O tipo era muito folgado.

Claro que depois durante o lanche começaram a conversar sobre o Mercado e viu que apesar de Nicolás parecer bobo era inteligente e manjava bastante do mundo dos negócios.   De modo que ficou até interessado em investir algo, mas preferia conversar com Betty sobre isto depois.

Quando Nicolás saiu, Hermes ainda não havia chegado.

—Sabe, até me interessaram os investimentos que seu amigo me disse.

—Nicolás é mestre nisso. Se não ficou rico ainda é porque não tem muito para investir. Estamos aguardando o papai receber a rescisão para investirmos uma pequena parte.

—E que acha de eu investir?

—Deveria ter falado com ele. Quer que eu chame?

—Prefiro ver contigo primeiro, o que me sugere?

—Segundo Nicolás…   

“Segundo Nicolás isso, segundo Nicolás aquilo”, foi o que mais ouvir naquela tarde. Com certeza, Betty o admirava, sentia algo por aquele rapaz. Será que estava apaixonada? Precisava agir rápido.


Sorriu amarelo. Precisava se fazer amigo do tal para saber se tinham algo.

—Vou ver quanto tenho no banco disponível e o que poderia fazer com isso.

—Não vai se arrepender, don Armando.

Aquele don Armando o perturbava, afinal, não era seu chefe nem nada. Precisava fazer com ela o passasse a chamar pelo nome para que pensassem em ter algo.

Havia visto que don Hermes gostava de tango, mas o gosto de Beatriz era bem diferente, ela gostava de vallenato, música romântica e até jazz e blues, algo que se assimilhava com ele. Pensei em convidá-la para um festival de jazz que iria ter em Bogotá aquela semana.

—Não teria ninguém para ir comigo. Caldeirón detesta isto e as mulheres com que saímos só querem dançar salsa. Tem a tal da Ana Lúcia, mas sei onde vai acabar isso. E para quê, ha? Se o que quero é levar Beatriz para a cama? Lógico que não assim a seco, esta mulher é inteligente e acima de tudo é minha amiga. E não posso magoá-la. E não dá para ir assim, tem que saber se ela quer isto também. E isto é o mais complicado, pois não sabe se ela sente por algo por mim também.


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